Luiz Gustavo superou a morte da mãe para fazer sucesso na Alemanha
Convocado por Mano Menesez, volante leva a família na pele, em tatuagens; 'vaiado', deixou o Brasil aos 18 anos e até cogitou defender a seleção alemã
Seis anos depois, o volante, que hoje é titular absoluto do Bayern de Munique, mostra que teve paciência suficiente e pés no chão para superar a perda da mãe Mariane. Ele leva a família na pele, literalmente. Tem tatuado no corpo as imagens da mãe, da avó, do irmão, do pai e de Maria.
- Tenho certeza que tudo que ela queria que eu fizesse eu continuo fazendo. Se ela estivesse viva estaria me aconselhando a fazer as mesmas coisas. Eu era muito novo, mas ela me deixou preparado para o mundo. Sei que de onde ela está, ela está feliz - disse emocionado em entrevista ao "Esporte Espetacular".
Brasil quase perdeu o volante para a Alemanha
E parece que a paciência é uma das grandes virtudes desse brasileiro de 24 anos. Apesar das boas atuações que garantiram o respeito dos alemães, o Brasil parecia não se lembrar dele. Luiz Gustavo chegou ao ponto de cogitar vestir a camisa da seleção alemã.
(Foto: João Ramalho / TV Globo)
Mas aconteceu. Na última convocação da Seleção Brasileira, o técnico Mano Menezes chamou o jogador para o amistoso do dia 10 de agosto, justamente contra a Alemanha, em Stuttgart. A calma que Luiz Gustavo teve para esperar o chamado de Mano não foi repetida pelos torcedores do CRB seis anos antes. Uma história engraçada acabou determinando sua transferência para a Europa.
O início em Alagoas
O "Esporte Espetacular" foi até Alagoas para conhecer um pouco mais da história do início da carreira do volante. Ele passou por alguns pequenos times, como Ipanema, Cururipe e Universal, até chegar ao Corinthians Alagoano, um dos clubes com maior vocação exportadora no país. Dali saíram craques como Deco, Pepe, Hulk e Marcelinho Paraíba. E quem conta como o olheiro do Hoffenheim resolveu levar Luiz Gustavo para a Alemanha é o presidente do clube, João Feijó:
- O observador do Hoffenheim foi atraído para vir a Maceió, e na época o Luiz Gustavo estava emprestado ao CRB. Tinha um jogo contra o Santo André, pela Série B, o estádio estava tomado. Aí vazou a informação de que o Luiz Gustavo estava sendo observado. O CRB tomou 1 a 0. Durante o primeiro tempo todo e mais da metade do segundo, ele foi vaiado, vaiado mesmo... Aí eu disse: 'Pronto, furou a negociação'. Quando cheguei em casa, recebi o telefonema do alemão pedindo para eu o encontrar no hotel. Lá ele me disse: 'nas vaias, ele me mostrou personalidade suficiente para jogar na Alemanha. Eu quero o jogador'. Me surpreendi com aquela observação.
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