Demissão de Caio Jr. visa a dar um choque nos jogadores do Botafogo

Falta de reação dos atletas tem incomodado a diretoria alvinegra

Por Thiago Fernandes Rio de Janeiro

Anderson Barros explica saída de Caio Júnior
(Foto: Fábio Castro / Divulgação Agif)

A demissão do técnico Caio Júnior, apesar dos resultados recentes, foi surpreendente. Em um clube que tem por tradição nos últimos anos manter seus técnicos por longo tempo, dispensar o comandante faltando três rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro parece uma incoerência. O discurso oficial, meio evasivo, é que os resultados não estavam sendo alcançados e que, por isso, a saída do treinador foi a melhor opção neste momento. Contudo, há algumas razões para a decisão da diretoria alvinegra.
A principal delas é tentar impedir que um quadro desastroso que se desenhava acontecesse. Havia a certeza dentro do clube de que Caio não conseguiria mais dar o ânimo que os jogadores precisavam. O próprio técnico, na conversa que selou sua saída de General Severiano, teria concordado que não estava conseguindo fazer a equipe reagir. Daí vem a versão de que houve um acordo mútuo entre ambas as partes para a saída do treinador.
Com a demissão de Caio, o clube espera dar um choque nos jogadores alvinegros. Sem um técnico oficial, eles sabem que a responsabilidade cresceu neste momento. A diretoria tenta assim acabar com a falta de reação dos atletas, que vem incomodando.
A cobrança aos jogadores foi feita assim que acabou a partida contra o América-MG. O vice-presidente de futebol, André Silva, foi ao vestiário e exigiu que os jogadores se empenhem mais nas últimas partidas. Foi colocado ao grupo que é inadmissível uma queda de rendimento dessas quando o clube proporciona boa infraestrutura e mantém todos os salários em dia. O mesmo havia acontecido antes do jogo contra o Cruzeiro, único vencido pelo time nas últimas seis partidas.
A saída de Caio Júnior tenta dar também mais tranquilidade ao Botafogo nos últimos jogos. Com dois dos últimos três duelos em casa, a diretoria sabe que a pressão sobre o treinador e, consequentemente, sobre o time, seria insuportável, pondo ainda mais em risco uma vaga na Libertadores de 2012.
Para a diretoria, é inadmissível ficar fora da competição continental do ano que vem. O clube acredita que os jogadores podem dar a volta por cima e conseguir os resultados para carimbar seu passaporte para a Libertadores. A primeira oportunidade para isso é neste domingo, contra o Internacional. Com uma vitória, o Glorioso tem grandes chances de voltar ao G-5, já que o Figueirense tem um compromisso difícil com o Fluminense e o Flamengo viaja para Goiânia, para encarar o Atlético-GO.