Experiência com atleta mostra efeitos do álcool no dia seguinte à ingestão
No treino após a noite em que bebeu quatro caipirinhas, ala do futsal teve dificuldades para jogar. Médico afirma que possibilidade de lesão é maior
A noite anterior
Orlando e Marcos Britto, especialista em medicina do esporte e traumatologia, se encontraram em um bar no Rio de Janeiro. Antes de começar a beber, o médico explicou para o jogador que cada pessoa tem uma reação diferente à quantidade de bebida ingerida e que não é necessária uma grande quantidade para influenciar atleta.
noite anterior ao treino (Foto: Reprodução SporTV)
Durante a experiência, o especialista afirmou que o álcool causa desidratação e ressaltou a importância de ingerir água durante o consumo de bebidas alcoólicas. Após três caipirinhas e meia, hora de finalizar a primeira parte da experiência.
- As pessoas têm muitas dificuldades de saber qual o momento de parar. Eu diria que, do ponto de vista médico, ele já está começando a ficar alcoolizado. Ele já está com dificuldades de coordenação motora, teve dificuldade para descer do banco, teve alguma hesitação para andar, está mais desinibido para falar. Tudo isso são sinais de que ele já esta sob efeito do álcool. Três caipirinhas em uma hora é bastante coisa.
O dia seguinte
Para um atleta, a manhã após beber na noite anterior pode ser um grande problema. Orlando, que bebeu além da conta, não consegue disfarçar. Assim que chega na quadra, o técnico não perdoa.
- Você está com cheiro de álcool. No esporte não precisa bafômetro, esse aí já está em cana. No esporte já está em cana – percebe, de longe, o técnico Ney Pereira.
No início do treino, Orlando ainda não sente as consequências da caipirinha.
- Nesse momento, ele está começando a aquecer a musculatura. Depois, provavelmente eles vão dar uma parada, fazer uma série de alongamentos. Nesse momento ele ainda não vai ter muito o efeito do álcool. Um exercício muscular ainda inicial, sem grande explosão. Não está precisando tanto da musculatura. Os efeitos vão se aparecer mais nas próximas fases do treinamento – explica o médico.
Depois da corrida, os batimentos cardíacos do ala foram os maiores, o que compromete o desempenho muscular. Desidratado, o atleta fica mais propenso a ter lesões musculares.
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Orlando sofreu no treino. Para ele, bebidas na véspera de uma atividade física nunca mais.
- Tem que ter responsabilidade. Acho que se você tiver liberado de treino e não for prejudicar em nada... Lógico, nunca vai deixar de te prejudicar, mas se você tem um dia folga, a comissão técnica sabendo, tendo um dia de descanso no dia seguinte para recuperar e você não comprometendo o seu trabalho, acho que é vida normal. Não é porque o cara é atleta que ele tem que deixar de ter vida social – acredita o jogador.
- A bebida faz parte da nossa sociedade hoje. Os atletas estão bebendo cada vez mais jovens. Não só os atletas, como os jovens em geral. O que a gente tenta amenizar é a quantidade, porque tudo o que é em excesso é muito ruim, principalmente para um atleta. Então, que eles tenham o momento de lazer deles, não vão deixar de beber, mas socialmente, uma quantidade que lhes permitam ter uma condição de continuar o trabalho na semana.
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