La Fortaleza: estádio em obra, bairro humilde e cartilha de boas maneiras
Adversário do Fla nesta quarta-feira, Lanús tem manual de conduta. Clube só teve três técnicos nos últimos seis anos e deve atuar no 4-4-2
O estádio, com capacidade para 46 mil torcedores, tem instalações simples, como os vestiários e bancos de reservas. Arames farpados foram colocados nos alambrados para evitar invasão da torcida. Um fosso, com água parada e suja, separa o campo de parte da arquibancada.
- Aqui foi sempre assim, mas o campo é bom. A torcida fica perto, eles cantam mesmo. Tem que saber jogar assim, com torcedor incentivando, em cima. É sempre muito difícil jogar aqui. Ao mesmo tempo, é normal e natural, o Flamengo está vacinado - afirmou Joel Santana.
Durante o treino desta terça-feira, foi fácil perceber que a grama está cortada bem baixa, o que faz a bola ganhar velocidade. O gramado, porém, está em bom estado. O local destinado à entrevista coletiva virou um autêntico formigueiro para as entrevistas de Renato e Joel. No dia da partida, a tendência é que dezenas de jornalistas estejam no local.
La Fortaleza fica no munícipio de Lanús, bem distante do centro de Buenos Aires. As ruas próximas ao estádio abrigam casas de origem humilde. À noite, com pouca iluminação, o local não é recomendado para passeios, muito menos de estrangeiros.
Muitas das paredes dos casebres sofrem com o tempo. As pinturas descascadas foram cobertas com declarações de torcedores ao Lanús, nomes de torcidas organizadas, frases de exaltação ao clube e bandeiras da Argentina. O comércio local é feito em pequenas biroscas improvisadas em algumas casas. Em algumas ruas, é possível ver o esgoto correndo a céu aberto e também se deparar com charretes e cavalos.
O Lanús foi fundado por um grupo de amigos, após uma reunião com dirigentes do Lanús United, clube das divisões intermediárias, que atravessava graves problemas econômicos. Com a fusão, surgiu o Club Atlético Lanús, em 1915.
Bem diferente da alta rotatividade do Flamengo, de 2005 até hoje apenas três técnicos treinaram o Lanús: Ramon Cabrero, Luis Zubeldia e o atual Gabriel Schurrer, todos que atuaram pelo clube como jogadores.
No Lanús, que tem investido nas categorias de base, existe uma cartilha para mostrar como deve ser o comportamento e procedimento de dirigentes a jogadores e comissão técnica. O presidente Nícolas Russo comanda o clube com mão de ferro, mas dando respaldo à comissão técnica.
Uma das armas do treinador seria o jogador Regueiro para explorar o espaço deixado por Léo Moura quando sobe ao ataque; contundido, o uruguaio será substituído pelo conterrâneo Pereyra, menos experiente, porém com maior habilidade e mais ofensivo.
Jogadores como Diego Valeri, Juan Neira e Pavone atravessam bom momento no Lanús. O time treina às 19h desta terça-feira, mas a imprensa não terá acesso ao local.
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