‘Mercadón’: Libertadores dá opções de negócios aos clubes brasileiros
De apostas a certezas, equipes sul-americanas oferecem alternativas para o mercado nacional antes do Brasileirão 2012
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Libertadores da América (Foto: AP)
O destaque ganho por eles no continente deixou de ser impeditivo para que venham ao Brasil, pelo menos quando se trata dos principais clubes brasileiros. O Inter é um caso exemplar. Tem, em seu elenco, quatro jogadores com passagens pela seleção argentina: D’Alessandro, Dátolo, Guiñazu e Bolatti. Todos poderiam escolher entre os principais clubes de seu país. Mas jogam no Brasil, onde ganham mais.
Ou seja: se algum dos gigantes brasileiros quiser buscar um gringo, terá uma vantagem natural na concorrência. Para facilitar a vida dos olheiros, o GLOBOESPORTE.COM analisou o elenco dos clubes dos países vizinhos, observou o rendimento deles na Libertadores e pediu a opinião de jornalistas para formar uma lista de possíveis reforços. Há jogadores indiscutíveis, caso de Riquelme, e apostas mais arriscadas. Confira abaixo.
Marcelo Barovero (Vélez Sarsfield) – O goleiro titular do Vélez Sarsfield demorou a marcar presença como um dos principais jogadores da posição no país. Aos 28 anos, ele foi uma referência do clube na ótima campanha da primeira fase da Libertadores, consolidando aquilo que havia feito em temporadas anteriores – em 2008, foi o arqueiro menos vazado do Campeonato Argentino. “É um goleiro que raramente erra”, resume Juan Pablo Mendez, do jornal “Olé”.
Johnny Herrera (Universidad de Chile) – Talvez não seja loucura dar uma segunda chance a Johnny Herrera no futebol brasileiro. Afinal, lá se vão mais de cinco anos desde a passagem apagada do goleiro pelo Corinthians. No Universidad de Chile, ele é visto como referência, e isso não é pouca coisa. Foi campeão da Sul-Americana de 2011 pelo time andino sem sofrer sequer uma derrota. Acabou eleito o melhor goleiro do continente pelo jornal uruguaio “El País”. É um jogador ágil, por vezes espalhafatoso, e costuma colecionar polêmicas fora de campo. Está com 30 anos.
Sebastián Torrico (Godoy Cruz) – Uma opção mais barata, e também mais arriscada, é Sebastián Torrico, do Godoy Cruz. Apesar dos 12 gols sofridos na Libertadores, tem razoável cartaz na Argentina. “Tem boa velocidade com as pernas e bom salto”, comenta Alan Yajia, da Rádio Paternal de Buenos Aires. Quem optou por Torrico como titular do Godoy Cruz foi Nery Pumpido, ex-goleiro da seleção argentina e atual treinador do clube. O jogador tem 30 anos. Também defendeu o Argentinos Juniors.
Emiliano Papa (Vélez Sarsfield) – Tiro quase certo. Aos 29 anos, virou uma referência do Vélez Sarsfield. Além da competência como lateral-esquerdo, joga como volante. Tem experiência, incluindo passagens pela seleção argentina, e combatividade. É admirado pela torcida do clube que defende pela segunda vez, após passagem apagada em 2006. Foi formado no Rosario Central. Tem dois títulos do Torneo Clausura. Vasco e Atlético-MG sondaram o jogador no passado.
Facundo Roncaglia (Boca Juniors) – Caso algum clube brasileiro esteja sofrendo com infiltrações pelo lado direito de sua defesa e precise de uma solução para ali, pode olhar com carinho para a casa amarilla, sede do Boca Juniors. É o lugar onde treina Facundo Roncaglia, zagueiro de origem, mas deslocado para a lateral direita na atual temporada. Foi por ali que ele atuou nas duas partidas contra o Fluminense na Libertadores – derrota de 2 a 1 na Bombonera e vitória de 2 a 0 no Engenhão. O jogador é jovem, apesar de experiente, com passagens também pelo Estudiantes e pelo Espanyol, de Barcelona. Tem 25 anos.
Juan Manuel Insaurralde (Boca Juniors) – Uma das grandes afirmações do Boca Juniors em seu período de novo fortalecimento é Juan Manuel Insaurralde. Aos 27 anos, ele é a base de uma defesa extremamente sólida. Acompanha o veterano Schiavi, ex-Grêmio, na dupla de zaga xeneize. Faz mais de ano que o clube de Buenos Aires não perde com os dois jogando juntos – na derrota de 2 a 1 para o Fluminense, Schiavi estava fora. Ex-jogador de Newell’s Old Boys e Chacarita Juniors, Insaurralde tem chances de jogar a Copa do Mundo de 2014. É um atleta muito valorizado – consequentemente, caro.
Pablo Frontini (Bolívar) – Caso algum clube brasileiro tenha pouco dinheiro, carência de líderes e consciência de que não vai contratar um craque, Pablo Frontini, do Bolívar, pode ser uma boa opção. Aos 28 anos, o argentino chegou à Bolívia depois de ser revelado pelo River Plate, perambular por clubes menores de seu país e tentar a sorte no Chipre. Faz uma boa Libertadores pelo Bolívar, classificado às oitavas de final como segundo colocado do Grupo 3. Tem bom posicionamento e sabe se antecipar às jogadas. É pouco técnico.
Pablo Ledesma (Boca Juniors) – A tradição da linha de quatro meio-campistas na Argentina permitiu que Pablo Ledesma ganhasse características tanto de marcação quanto de criação. Pode jogar como segundo volante ou como articulador mais recuado. Faz muitos gols. É especialista em jogadas de bola parada. Aos 28 anos, é um jogador muito experiente, com passagem de três anos pelo futebol italiano, no Catania. Tem nove títulos pelo Boca, incluindo uma Libertadores.
Matías Rodríguez (Universidad de Chile) – Um dos destaques de La U está a um passo da seleção argentina. E como lateral-direito. O argentino Matias Rodríguez é mais um caso de jogador polivalente. Dependendo do esquema, pode atuar mais pelo flanco ou mais centralizado. É lateral e volante – até como zagueiro já atuou. Aos 26 anos, tem passagens por dois dos principais clubes do continente: o Boca Juniors, da Argentina, e o Nacional, do Uruguai.
Diego Valeri (Lanús) - O meia é quem puxa o ritmo do Lanús em campo. Destaca-se pela habilidade e pelas assistências. Foram dele, inclusive, dois dos passes para os gols nas vitórias por 1 a 0 e 2 a 0 sobre o Emelec, pela terceira e quarta rodadas da primeira fase. Marcou uma única vez: na goleada por 6 a 0 sobre o Olímpia. Aos 25 anos, destro, conduziu bem o time em campo com boas jogadas e ajudou o Lanús a se classificar com a melhor campanha do Grupo 2. No entanto, em algumas situações costuma sumir um pouco do jogo. Além dos argentinos, Valeri já defendeu Almería, da Espanha, e Porto, de Portugal.
Juan Román Riquelme (Boca Juniors) - Maestro e líder do Boca Juniors, o argentino, de 33 anos, é o principal articulador do meio de campo da equipe. Com habilidade e experiência, conduz bem a bola, cadenciando a partida. Os chutes e cobranças de faltas são armas infalíveis. Na vitória sobre o Zamora, na La Bombonera, ajudou a equipe a vencer por 2 a 0 com um dos gols da partida. Sempre incluído nas listas de transferências dos times brasileiros, Riquelme é uma boa opção para o meio. Além do Boca, já defendeu o Villareal e o Barcelona, ambos da Espanha.
Dorlan Pabón (Nacional-COL) – Seja jogando como meia de chegada à frente, seja atuando como atacante, Dorlan Pabón mantém uma característica: a capacidade de fazer gols. Ele é o artilheiro da Libertadores de 2012, com sete gols, e foi um dos alicerces do Atlético Nacional, clube que defende desde 2010, na boa campanha da primeira fase. O jogador colombiano alia velocidade, força e chute potente. E é jovem: 24 anos. Pode ser um grande achado para os clubes brasileiros. Tem passagens pela seleção de seu país.
Emanuel Herrera (Unión Española) – É argentino o principal destaque do Unión Española na Libertadores. Mas foi no Chile que Emanuel Herrera se encontrou. Depois de se destacar pelo Deportes Concepción, chegou no início do ano ao novo clube. E desandou a fazer gols. São oito no campeonato local e outros cinco na Libertadores. Com 25 anos, 1,82m e 84kg, o jogador vem chamando a atenção pelo oportunismo e pela versatilidade. Faz gols de cabeça e com os pés, em chutes fortes ou colocados.
Junior Fernandes (Universidad de Chile) – Um dos melhores nomes do Universidad de Chile na Libertadores tem apenas 23 anos. Junior Fernandes é uma boa aposta. É um jogador de área, bom de cabeceio, mas também ágil na movimentação. Boa parte de seus gols nasce de jogadas em profundidade, nos quais ele parte para cima da zaga – ou aposta corrida com ela. Um eventual interessado brasileiro deve ter a concorrência estrangeira. O Catania, da Itália, já observou o atleta.
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