Com ajuda de tri mundial, Brasil sonha com Paralimpíadas de Inverno
Fernando Fernandes incentiva prática de esportes de neve, mas foco é paracanoagem em 2016. Pela 1ª vez, país tem atletas de snow e cross country
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- O Brasil tem condições de se tornar bem sucedido em qualquer esporte e em qualquer modalidade. Temos o mais importante: material humano. Temos excelentes atletas, como o Fernando Aranha, mas o que precisamos é de planejamento e incentivo, algo que o Comitê Paralímpico Brasileiro vendo proporcionando cada vez mais - conta Fernandes.
- É o começo de um novo capítulo na história dos esportes de inverno. Todos estamos muito entusiasmados com essa possibilidade. Há muito tempo o Comitê Paralímpico Internacional estava nos "paquerando" para tentarmos mandar alguém, mas nós não tínhamos nenhuma pessoa. Quando o André entrou em contato, vimos ali uma boa oportunidade de tentar. Ensinar alguém depois de ter sofrido leão não é tão simples. Nos países que dominam o snowboard e esqui, a maior parte dos atletas já competia e migrou para o paradesporto depois de sofrerem algum tipo de lesão - explica Pedro Cavazzoni, superintendente técnico da CBDN.
O que Fernandes queria mesmo era praticar esqui alpino. A modalidade, porém, é muito mais técnica que o cross, onde o mais importante é a força física, e o movimento é parecido com o que os cadeirantes costumam fazer. Além disso, permite que os atletas treinem longe da neve, com cadeiras adaptadas. O ex-BBB vai treinar na neve, mas os esforços estão voltados verdadeiramente para Rio 2016, que marcará a estreia na paracanoagem.
No cross, seus pulmões chegam a congelar cada vez que você respira"
F. Fernandes
Fernando Fernandes esquiou pela primeira vez para uma reportagem no programa "Esporte Espetacular". Ao conversar com a CBDN, quis testar o cross country também.
- O cross country é uma modalidade muito dura, ainda mais quando não se está acostumado com o frio. Seus pulmões chegam a congelar cada vez que você respira, já que é um esporte de resistência - conta.
Além de treinar com um país especialista em esportes de neve, ele conta com o apoio de Leandro Ribela, atleta olímpico e coordenador técnico de cross country da CBDN. Os dois se conheceram na Universidade de São Paulo. Depois de ver como atletas de esqui treinavam, foi até lá para pedir uma ajuda: queria uma alternativa de treino para desenvolver sua forma de nadar. Foi então que soube da ideia de montar uma equipe paralímpica.
Da USP a Ostersund, a maior dificuldade não está no esqui adaptado ou na superfície escorregadia... e sim, no frio....
- Neste momento a maior dificuldade na adaptação é com relação ao frio, principalmente nas extremidades, pés. Nunca usei tanta veste. Tenho o histórico no triatlo, no ciclismo e na corrida de rua, sempre no endurance, o que tem me ajudado a enfrentar as atividades próprias do esqui cross country. Mas aprender as técnicas usadas neste esporte nada natural para brasileiros em tão pouco tempo é algo que acho muito difícil. Mas me sinto apto ao desafio. Certo que não serei campeão logo de cara, mas sem dúvida darei meu melhor pra tentar uma vaga nos Jogos Paralímpicos de Sochi - conta Aranha.
No esqui e no snow, as principais forças são EUA e Europa Central - França, Suíça, Áustria, Alemanha e itália. No cross country se destacam também Noruega e Suécia.
- As chances de um resultado expressivo são muito boas nos Jogos Paralímpicos de Inverno. Algumas modalidades começaram há pouco tempo, então está todo mundo mais perto do zero. E os países favoritos não estão tão à frente dos que estão começando agora - explica Pedro Cavazzoni.
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