Algoz de Ronda no judô, holandesa descarta UFC: 'É só pancadaria'
Edith Bosch venceu americana em Pequim. Em Londres, ficou conhecida por conter torcedor que atirou uma garrafa à pista na final dos 100m
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Bosch, sua antiga algoz, também saiu de Pequim com um bronze. Mas, ao contrário de Ronda, preferiu seguir no judô. Voltou a disputar as Olimpíadas em Londres e conquistou um novo bronze, sua terceira medalha em Jogos. Hoje, acompanha de longe os passos da americana no UFC. Aos 32 anos, chegou a treinar MMA, mas descarta repetir a mudança da rival. Seu caminho, ela diz, será outro.
- Eu vi a luta dela, ela vence tudo com sua chave de braço. E eu vi uma entrevista em que ela dizia que, depois de Pequim, não sabia o que fazer e que a única coisa que poderia fazer era treinar ainda mais pesado. Mas acabou entrando no MMA. Eu treinei MMA e gostei. Mas, na Holanda, é um esporte que não é visto de uma maneira positiva. Você luta contra outra pessoa no judô e há respeito. No MMA, é só pancadaria no outro. Acho que o que ela tem feito é ótimo, mas não é para mim. Eu não tenho problemas com Ronda, mas eu estudei. Tenho minhas ambições para quando deixar o judô, quero ter uma carreira – disse a judoca, que tem um diploma em economia, mas ainda não sabe qual será seu rumo quando deixar o judô.
- Eu não vou seguir até 2016. Londres foi minha quarta participação em Olimpíadas, não ganhei o ouro, mas tenho três medalhas. E agora eu tenho 32 anos e, honestamente, não sei se conseguiria ganhar uma medalha com 36 anos. Quer dizer, tudo é possível, nada é impossível. Mas, fisicamente, eu posso sentir que estou ficando velha. Os mais jovens treinam duas vezes por dia e, no dia seguinte, dizem: “Ótimo, vamos lá”. E eu reclamando de dores nas minhas costas, nos meus braços (risos). Eu comecei no judô com 7 anos, fui para o Mundial com 17. Ou seja, estou nessa há 15 anos. Eu estou feliz por estar de pé (risos). No Rio, só vou estar lá para assistir.
Simpática, a holandesa quase chora de rir quando lembra de uma experiência que a fez ser conhecida até mesmo por quem não acompanha judô. Nos Jogos de Londres, com ingresso em mãos, foi ao Estádio Olímpico para assistir à final dos 100m no atletismo. Ao seu lado, o britânico Ashley Gill-Webb passou a gritar insultos contra Usain Bolt. Na largada, atirou uma garrafa de vidro à pista, para a surpresa de Bosch. A judoca logo pulou em cima do torcedor e o conteve até a chegada da polícia. Do episódio, ela só lamenta não ter conseguido ver a vitória do jamaicano.
treino em São Paulo (Foto: João Gabriel Rodrigues)
Nas últimas semanas, a holandesa tem treinado ao lado de jovens brasileiros, além de alguns veteranos. Em fase final da carreira, Bosch diz que ainda aproveita atividades ao lado de judocas iniciantes para aprender.
- Judô é um esporte estranho, porque você precisa dos seus oponentes para melhorar. Eu acho que franceses, brasileiros e holandeses dão uma boa combinação. São vários rapazes e garotas treinando juntos. Eu espero que eles se inspirem, todos têm seu próprio estilo, diferentes maneiras de lutar. Mas espero que eu possa inspirá-los. Se eu treino com outras meninas e rapazes, eles podem aprender. Mas eu também posso aprender com todo mundo. Judô é a arte de buscar a perfeição e estar sempre melhorando. Mesmo com essa idade e fazendo isso há tanto tempo, eu ainda me surpreendo. É o esporte que eu amo, é ótimo. Eu espero melhorar o nível deles, mas também espero melhorar o meu.
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