Camisa 10 brasileiro é o protagonista do torneio, com
golaço e drible mais bonito, mas também se destaca por faltas cometidas,
sofridas e fingidas
Por GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro
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Neymar posa com seus prêmios na Copa
das Confederações (Foto: Agência Getty Images)
A Copa das Confederações no Brasil e do Brasil foi também o palco para a confirmação do talento de
Neymar.
O camisa 10 da Seleção correspondeu, com folga, às expectativas e se
tornou o protagonista da competição: ganhou a Bola de Ouro dada ao
craque do torneio, terminou como terceiro artilheiro e ainda foi
decisivo na conquista do título.
Mas o reconhecimento a Neymar não fica apenas nos prêmios oficiais.
Entre simulações e sarrafos, ele liderou também os rankings de faltas
sofridas e cometidas - levou 30 e fez 18, em cinco jogos. Ao lado de
outros seis jogadores, terminou em segundo lugar entre os principais
garçons, com duas assistências, perdendo apenas para o uruguaio Gargano.
Para completar, o camisa 10 da Seleção brilhou com o golaço e o drible
mais bonito do torneio.
Mas a Copa das Confederações não se resumiu a Brasil e Neymar. O Taiti,
seleção amadora da Oceania, conquistou a torcida apesar de sofrer três
goleadas - para Nigéria, Espanha e Uruguai -, protagonizando alguns dos
momentos mais emocionantes do torneio. A epopeia do goleiro Roche, que
saiu de um falha incrível a uma simpática comemoração no pênalti perdido
cobrado por Torres para fora quando a Roja já tinha feito oito gols no
10 a 0 no Maracanã, foi um dos pontos altos da competição.
Jogadores do Taiti comemoram o único gol da equipe na competição (Foto: Getty Images)
Os atuais campeões do mundo, por outro lado, não caíram nas graças da
torcida brasileira e foram muito vaiados por onde passaram, além de
criarem polêmica nas estadas em
Fortaleza e no
Recife. Outras equipes tradicionais, Itália e Uruguai ficaram pelo caminho, mas deixaram a marca:
Balotelli se viu à vontade no Brasil, enquanto
a Celeste viveu às turras com a organização. A Nigéria, por sua vez, apareceu mais
pelo atraso na chegada ao país do que pelo futebol. O México, nem isso: participação totalmente apagada, salva apenas
por uma bela jornalista.
A Copa das Confederações tinha começado há apenas três minutos quando
Neymar deu o tom do que seria a competição. Vivendo um jejum de nove
jogos sem marcar, o camisa 10 aproveitou passe de Fred e não pensou duas
vezes: de fora da área, ajeitou o corpo e soltou a bomba. A bola foi
parar no ângulo esquerdo do gol do japonês Kawashima na vitória
brasileira por 3 a 0. Era o primeiro passo para o título. E em grande
estilo.
Craque da competição, Neymar desfilou elegância em gols, assistências e
jogadas brilhantes. No farto repertório de dribles do camisa 10
brasileiro, uma das jogadas encantou a torcida no confronto com o
México, quando ele passou por dois marcadores mexicanos com extrema
facilidade antes de tocar para Jô fazer o segundo gol na vitória da
Seleção por 2 a 0, pela segunda rodada da fase de grupos.
Bola de Ouro da Copa das Confederações, terceiro colocado na
artilharia, campeão e... melhor ator. Neymar não se destacou apenas pelo
lado positivo. Ainda que bem menos, o atacante voltou a aparecer pelo
seu hábito de cavar faltas. Na semifinal contra o Uruguai, exagerou.
Numa disputa com o volante Gargano, deu um salto acrobático, fingindo
ter sido atingido no rosto. O lance virou até
piada nas redes sociais.
Se Neymar tentou simular uma falta contra Gargano, o mesmo não pode ser
dito de Alvaro Rodríguez no mesmo jogo. O uruguaio teve o azar de
tentar passar pelo volante Luiz Gustavo, que chegou chutando bola,
canela, barriga e tudo mais vestido de celeste que encontrou pela
frente. Chamado de cão de guarda da defesa brasileira, dessa vez ele
exagerou na vontade de proteger o campo da Seleção.
A derrota no Mundial de 1950 ameaçou retornar à memória dos brasileiros
nas semifinais, quando, logo no início da partida contra o Uruguai,
Forlán teve a chance de abrir o placar em cobrança de pênalti. Coube a
Julio César se esticar todo no canto esquerdo, defender o chute e abrir o
caminho para a classificação brasileira rumo à decisão da competição.
Mais uma vitória na história do clássico sul-americano para deixar o
"Maracanazo" cada vez mais para trás.
Enfrentar a campeã do mundo Espanha já era uma tarefa quase impossível
para o amador Taiti, mas a simpática seleção da Oceania também colaborou
para o massacre por 10 a 0, na segunda rodada da fase de grupos. No
sétimo gol da Roja, o goleiro Roche protagonizou o frango da competição:
saiu mal e passou batido pela bola, que sobrou para Villa, meio
constrangido, completar para as redes. Depois, o atacante até ajudou o
camisa 1 a se reerguer da trapalhada.
Roche, porém, se redimiria ainda naquela partida. Quando o duelo já
estava 8 a 0, Fernando Torres teve a chance de ampliar em cobrança de
pênalti, mas chutou para fora. O goleiro do Taiti não teve grande
participação no erro do espanhol, mas, ainda assim, comemorou bastante,
empolgando até a torcida do Maracanã, no que foi um bom resumo da
campanha dos polinésios na Copa das Confederações.
Reserva de Cavani no Uruguai, o atacante Abel Hernández aproveitou a
chance como titular contra o Taiti e fez quatro gols na vitória por 8 a
0. Mas poderia ter marcado mais. Já no segundo tempo, o jogador do
Palermo recebeu ótimo cruzamento de Gargano e, livre na pequena área,
teve um desentendimento com a bola, enrolando-se todo na hora de
finalizar e desperdiçando ótima oportunidade.
O bravo Ravshan Imatov não teve uma atuação muito feliz na vitória do
Brasil sobre a Itália por 4 a 2, em Salvador, na última rodada da fase
de grupos. No segundo gol da Azzurra, o árbitro do Uzbequistão se
enrolou todo: após cobrança de escanteio, marcou pênalti de Luiz Gustavo
em Balotelli, mas, ao ver que Chiellini havia completado para o gol,
resolveu validar a jogada. Após o jogo,
o acabou admitindo o erro.
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