Yelena Isinbayeva dá show em casa e retoma trono do salto com vara
Recordista mundial levanta torcida russa e conquista tricampeonato mundial em seu último ato antes de interromper a carreira para ser mãe
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- No meu subconsciente, sabia que essa talvez tenha sido minha última apresentação, porque vou parar para ser mãe e não sei se voltarei no mesmo nível. Queria ter uma última apresentação brilhante. Estou feliz com o resultado e com o ouro. Se não conseguir voltar, posso me aposentar com o coração limpo - disse Yelena.
Os russos sentirão saudades dos voos de sua campeã. O mundo sentirá a falta da Yelena Isinbayeva, ainda que ela não demore muito para voltar. O salto com vara precisa de sua rainha.
A americana foi a primeira das favoritas a saltar e sequer conseguiu voar no patamar do sarrafo, mas reclamou de uma interferência externa e conseguiu voltar a tentativa, quando foi perfeita. Yarisley também não teve problemas para avançar de primeira. Era a vez de Fabiana encarar o sarrafo na mesma altura que teve trabalho na classificatória. Mas agora ela já estava ambientada com a velocidade da pista, com o clima e o vento do Luzhniki. A campeã mundial de Daegu passou com tranquilidade pelos 4,55m.
Yarisley Silva teve dificuldade ainda maior nos 4,65m. A líder do ranking mundial só passou pelo sarrafo na terceira chance. Jennifer Suhr, por sua vez, decidiu não saltar nessa altura e voltar no sarrafo de 4,75m. Foi quando Fabiana assumiu a ponta. A brasileira ainda desviou um pouco para a direita, mas sobrou novamente e continuou sem erros. Iguais a ela, somente a alemã Silke Spiegelberg e a russa Anastasia Savchenko.
Isinbaeyva, Suhr e até mesmo Yarisley Silva passaram pelos 4,75m. Às favoritas, juntou-se a surpresa alemã Silke Spiegelberg, mas não entrou no pódio. Foi a única que não passou dos 4,82m. A cubana precisou de três chances novamente para garantir uma medalha. Jennifer Suhr se manteve na liderança passando na segunda chance, assim como a anfitriã. Yelena fez seu voo mais alto de 2013 até então para fazer o Luzhniki vibrar.
- Antes do Mundial, sabia que seria preciso saltar 4,89m ou 4,90m para poder ganhar. Não cheguei com uma boa marca este ano, não tive grandes vitórias. As outras meninas tinham resultados melhores. Mas eu me conheço, sabia que uma multidão estaria comigo. Meu estádio, minha torcida. Um Mundial em casa ajuda. Se as olimpíadas tivessem sido em Moscou no ano passado, o resultado seria diferente (ela foi bronze em Londres). Sabia que esta noite, todo mundo estava comigo, eu sentia a energia, as emoções. Estou muito feliz, e eu venci, porque minha família estava na arquibancada, Trofimov, meu técnico, me ressuscitou, eu quero agradecê-lo - disse a campeã mundial, que correu para abraçar o técnico assim que a vitória foi confimarda.
Yelena ainda tentou bater seu recorde mundial de 5,06m e voou alto, mas não conseguiu (confira no vídeo acima). Nada que tirasse o brilho dos olhos da campeã, que fez a volta olímpica, deu pirueta e até um forte abraço no Rumpo, o pardal que é mascote da competição. Ela pode tudo. É a rainha de Moscou.
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