Jon Jones concorda com Anderson Silva sobre superlutas serem 'idiotice'
Campeão dos meio-pesados do UFC também afirmou querer bater todos os recordes do brasileiro e revelou que seu pai queria que ele fosse pastor
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- Um dia eu quero bater os recordes do Anderson Silva no esporte, e poder fazer algumas coisas que ele já fez pelo MMA. Eu gostaria de chegar ao mesmo patamar que ele e tentar ultrapassar esse recorde para poder ser um dos melhores que já praticou esse esporte - disse o campeão em entrevista ao Combate.com por telefone, direto do Canadá.
O campeão ainda aproveitou para comentar as recentes declarações de Anderson Silva, de que superlutas são uma idiotice porque são boas para o esporte e para os fãs, mas ruins para os demais lutadores que estão à espera de uma chance pelo título.
- Eu concordo com Anderson. Há um monte de caras que querem nos enfrentar e que trabalharam muito duro para conseguir essa oportunidade de entrar no octógono conosco, e eu acho que eu posso resumir minha resposta inteira dizendo que eu concordo com ele. Eu concordo!
Confira a entrevista na íntegra:
nos meio-pesados do UFC (Foto: Divulgação/UFC)
Jon Jones: Sim é definitivamente um marco importante para a minha carreira. É algo imenso para o meu time e um objetivo que nós traçamos há muito tempo. Pensar que agora faltam apenas alguns dias para conquistá-lo é algo que me motiva muito. Estou tentando ficar focado para ir lá e concretizar logo isso. Eu realmente quero vivenciar e comemorar esse momento. É maravilhoso poder conquistar mais um objetivo!
O que ainda falta para você conquistar no esporte? Tem outro marco que você gostaria de atingir na sua carreira?
Sim, um dia eu quero bater os recordes do Anderson Silva no esporte, e poder fazer algumas coisas que ele já fez pelo MMA. Anderson tem sido extraordinário, ele é alguém em quem eu sempre me espelhei. Acho que, por conta disso, eu gostaria de chegar ao mesmo patamar que ele e tentar ultrapassar esse recorde, para poder ser um dos melhores caras que já praticou esse esporte.
Recordes, superlutas, desafios, trash talk, pressão... tudo isso é rotina para um campeão. Do que você mais sente falta da vida que tinha antes de carregar o cinturão do UFC?
Para falar a verdade, minha vida não mudou muito. Hoje eu tenho muito mais gente de olho em mim, e muitos lutadores querendo me derrotar. Também tenho recebido muito mais críticas do que elogios, mas isso é uma coisa que faz parte de um esporte tão competitivo quando o MMA. Eu não ligo muito para isso.
Sua luta contra Gustafsson é tida por muita gente como uma luta não muito difícil para você. Fora a altura do sueco, dizem que não há nada nele que você não tenha enfrentado em outros adversários. Você concorda?
É complicado concordar ou discordar. Há muitos pontos de vista diferentes sobre no que ele é bom e no que eu sou melhor, mas vou estar pronto para ele caso esta seja a luta mais dura da minha vida, ou para caso ela seja "mamão-com-açúcar". De qualquer jeito eu vou estar pronto para as duas situações.
Você praticamente limpou a divisão dos meio-pesados do UFC e, sem citar nomes, já vimos outros campeões se sentirem entediados por não terem adversários realmente perigosos ou que representassem algum desafio. Isso já aconteceu com você? Como você se mantém motivado?
Eu me motivo lembrando de campeões que já fizeram muito mais do que eu fiz. Não tenho o direito de ficar entediado ou desmotivado e me forço a estar motivado quando lutadores me insultam, por exemplo. Quando você ouve uma provocação ou uma crítica também busco motivação ali. Sempre tento me imaginar sem o cinturão, e isso é algo que me motiva muito porque eu não quero isso.
Tem algum adversário no UFC hoje que representaria um desafio real para você? Alguém que você gostaria de enfrentar para se testar?
Não, não penso em enfrentar ninguém hoje, só no Alexander Gustafsson.
Anderson Silva como lutador (Foto: Getty Images)
O Anderson usou essa palavra? (Na tradução para o inglês "idiotice", ou "bullshit" é um palavrão). Isso é engraçado! Anderson, Anderson…tsc tsc (risos). Bom, eu concordo. Há um monte de caras que querem nos enfrentar e que trabalharam muito duro para conseguir essa oportunidade de estar no octógono conosco. Acho que posso resumir minha resposta inteira no fato de que concordo com ele. Eu concordo!
Todos sabemos que seus irmãos e você são esportistas bem sucedidos (Nota da Redação: os dois irmãos de Jones jogam futebol americano nos EUA. O mais velho, Arthur, é jogador do Baltimore Ravens e o mais novo, Chandler, joga no New England Patriots). Você pode falar um pouco da influência deles na sua carreira bem-sucedida?
Meus irmãos foram uma grande inspiração na minha vida, eles estão no topo de suas carreiras e eu só quero que a nossa família esteja associada com a palavra "excelência". E, para que isso aconteça, temos que trabalhar duro, todos nós precisamos estar no topo e ser vencedores, e isso traz muita pressão, mas também me faz focar no trabalho sério e buscar me manter no topo.
do UFC e da NFL nos EUA (Reprodução: Twitter)
O meu pai praticava wrestling, mas minha mãe nunca praticou nenhum esporte. Quando éramos pequenos, eu e os meus irmãos praticávamos wrestling o tempo todo na nossa sala. Nós também brigávamos de verdade, e meus pais sempre tentaram nos manter em casa. Nós não podíamos dormir na casa de outras pessoas nem sair aos sábados, porque nós tínhamos que ir para a igreja no domingo, então íamos para a cama às 21h, mesmo quando já estávamos maiores. Mas essa base cristã me manteve focado no que eu tinha que fazer, me ensinou a ter muita disciplina, essa mesma disciplina que eu tenho hoje e que é natural. Eles não queriam que eu fosse lutador (risos). Meu pai queria que eu fosse pastor, como ele, e minha mãe chegou até a boicotar as minhas primeiras lutas de MMA e a cortar minha mesada. Mas com 19, 20 anos, eu passei a trazer bastante dinheiro para dentro de casa, então eles meio que concordaram com a minha profissão. Hoje eles me apoiam totalmente.
Um lutador brasileiro, Délson Pé de Chumbo) disse uma vez que o pior de ser um lutador não era perder, mas voltar para casa e explicar aos filhos o porquê de estar com tantas marcas no rosto e no corpo. Você teme uma situação como essa em relação às suas filhas?
Minhas filhas sabem o que eu faço e elas amam MMA. Elas entendem a profissão e me motivam a continuar invicto, a continuar buscando as estrelas e tentar chegar o mais perto delas. Com a economia indo do jeito que está, eu preciso ter certeza de que eu tenho o suficiente para cuidar da minha família pelo resto da vida deles. E esse amor e apoio apenas me direciona a trabalhar duro e a ter sempre certeza de que vou mantê-las bem.
esteve no Brasil no ano passado (Foto: André Durão)
Oi Brasil, tudo bem? Eu amo esse país. O Brasil é o meu país favorito depois dos EUA, é a minha segunda casa. As pessoas lá são tão bonitas, a comida é deliciosa, o clima é maravilhoso! Eu estive em Goiânia e no Rio de Janeiro, e foi uma das melhores viagens que eu já tive na vida. Mal posso esperar para voltar. O próximo lugar que eu quero visitar é São Paulo, e espero que eu possa fazer isso ainda esse ano.
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