Joelhada gera polêmica durante 2ª edição do Rei da Selva, em Manaus

Golpe de Adriano Balby em Márcio Predador resulta em no contest. Atleta golpeado afirma que ação foi ilegal, enquanto que adversário diz que já tinha armado descorda

Por Isabella PinaManaus

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Apesar dos grandes nocautes e finalizações, o Rei da Selva, no último sábado, também foi marcado por polêmica. No desafio entre Amazonas e Roraima, o representante do estado vizinho, Márcio Predador, contestou a arbitragem e desistiu da luta contra o amazonense Adriano Balby. Segundo o roraimense, durante o clinch, Balby desferiu joelhadas enquanto ele estava usando três apoios. O caso resultou em no contest – uma vez que Márcio se recusou a retomar a luta após o ocorrido.

Momento em que Adriano Balby armava joelhada e Predador coloca mão no chão (Foto: Isabella Pina)

Portelefone, Márcio Lima conversou com o GLOBOESPORTE.COM e deu sua versão da história. Para o roraimense, a joelhada foi, incontestavelmente, ilegal. Ele explica que entende das regras do MMA e que fez os três apoios justamente para que Balby parasse com os golpes.

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 - Eu fiquei chateado com o resultado. Ele acertou um chute baixo, eu aceitei, mas na joelhada, eu fiquei chateado. Eu treino desde os 17 anos, eu entendo das regras. Eu estava lúcido, consciente o tempo todo. Meus sparrings têm a mão pesada assim como ele. Mas na hora da joelhada, eu vi que ele poderia ter vantagem e fiz a posição para ele parar. Ele tinha que ter feito outra posição, mas insistiu no golpe ilegal. Todos que assistiram, dizem que não pegou. Mas quem lutou fui eu, só eu sei o que realmente aconteceu. Isso é perigoso, não é brincadeira. Fiquei com um galo gigante e a cabeça cortada. Eu só queria fazer uma boa luta, mas com golpe ilegal não dá – defendeu-se o roraimense.

Já Adriano Balby lamentou o resultado e disse que todo mundo tinha visto que ele estava ganhando a luta. "Eu dei duas joelhadas nele e depois ele botou a mão no chão – enquanto armava o próximo golpe. Não foi justo o que ele fez".

Predador fica no chão e opta em não continuar o combate contra Balby (Foto: Isabella Pina)

Na sequência, Balby relembrou o esforço que fez para a luta - foram 23 kg perdidos. Ainda segundo ele, quando Márcio ficou caído no chão se recusando a voltar à luta, ele insistiu, mas não obteve resposta.

- Acho que ele realmente não estava aguentando mais. Enquanto ele estava caído eu fui lá, lembrei que ele tinha vindo de Roraima até aqui só para lutar, que não valia a pena desistir ali. Ele só balançava a cabeça e respondia que não aguentava mais – lamentou Balby.

Os dois atletas divergem quanto os próximos passos a serem tomados. Balby afirma que contestará o resultado. “Eu não quero dinheiro, bolsa, nada disso. Eu só quero a vitória no meu cartel”. Já o roraimense, ainda chateado com a arbitragem, disse que não se importa com o ocorrido e prefere “deixar para lá”.

Balby ainda tenta convencer a Predador continuar, mas não consegue (Foto: Isabella Pina)

Entenda a situação

Conforme as regras do MMA, um lutador não pode ser golpeado na cabeça por chute ou joelhada quando está usando os três apoios – apoiando qualquer outra parte do corpo que não os pés no solo. Durante a luta entre Balby e Márcio, foi possível analisar que, o roraimense apoiou a mão no chão após receber duas joelhadas, e enquanto Adriano já tinha o golpe armado.

Vale lembrar que a decisão quanto à situação é definida pelo árbitro da luta. É de responsabilidade dele apontar se, de fato, o lutador está nos três apoios ou se ele usou a regra a seu favor para que a luta seja interrompida. Se quem está desferindo os golpes estiver em transição, a maioria dos árbitros considera a posição.

Árbitro do confronto, o também lutador de MMA, Fábio Lima, conhecido como Fábio Saci, defendeu a opinião de Márcio e afirmou que o golpe de Balby foi ilegal.

- A joelhada foi ilegal. O Márcio, de fato, estava nos três apoios e o Balby lançou o golpe. Com isso, o atleta ficou no direito dele de decidir se voltaria ou não à luta. E não quis voltar – afirmou Fábio.