Werdum revela mágoa com Spider: 'Nunca mais falei com ele. Nem quero'
Peso-pesado afirma que não estava torcendo por Anderson Silva na luta contra Weidman e sai em defesa do americano: 'Bloqueio não foi sorte'
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- Desde aquela luta eu nunca mais falei com o Anderson e vou te falar que nem quero. Não quero falar com ele pelo fato de ele ter feito aquela sacanagem lá. Depois da luta contra o Minotauro, eu fui e abracei o Rodrigo, abracei o Dórea e falei assim “E aí Anderson? Me dá um abraço aqui” e ele falou: “Não, abraço não”. Foi dentro do octógono ainda. Então eu nem tenho vontade de falar com ele depois disso. Claro que eu não queria que ele tivesse se machucado daquele jeito na luta contra o Weidman, mas eu não estava torcendo para o Anderson. Porque eu acho assim, quando você tem um amigo e é um amigo de verdade, essa pessoa não muda com você ou não te trata diferente dependendo do lugar em que vocês se encontram. Se eu te encontro no UFC hoje e trato bem e ai te encontro em outro lugar amanhã e nem te dou bola, então eu não estou sendo verdadeiro contigo e isso não é legal. E foi mais ou menos isso o que aconteceu.
- A gente sempre se deu bem, dava risada juntos antes, eu brincava com ele e eu acho que, de repente, o Anderson confunde um pouco as coisas. Na minha opinião, ele tem uma coisa com o pessoal da Chute Boxe das antigas. Ele tem o pé atrás porque, nas antigas mesmo da Chute Boxe, o negócio ali era complicado. O bicho pegava mesmo. A galera tinha muita maldade e isso era da cultura deles mesmo. O treinamento era 100% forte, sem luva, e eu acho que judiaram muito do Anderson na época, então ele tem aquela mágoa com o pessoal da Chute Boxe. Isso é algo que eu tenho certeza, ninguém me falou, é algo que eu sinto até porque o nosso relacionamento sempre foi tranquilo. O Anderson é um cara engraçado, divertido e, depois que isso aconteceu, eu fiquei muito chateado, não acreditei que ele fez isso. Eu realmente pedi um abraço e ele meio que me segurou “Não, abraço não” e já foi meio andando, saindo, me deu as costas - disse, para logo em seguida completar.
- Se você olhar bem o vídeo da luta, dá para ver ele fazendo isso. O Dórea me abraçou, o Minotauro me abraçou na boa e por que ele não me abraçou? Quer dizer que ele não era meu amigo verdadeiro, nunca foi na real, mas eu acho que ele confunde porque eu nunca fui da Chute Boxe no mesmo tempo que ele. Eu fui da Chute Boxe depois que ele saiu, mas eu nunca treinei lá quando ele estava lá. Quando eu cheguei na Chute Boxe, todo mundo foi embora. Eu fui "pé frio" porque sempre quis treinar lá, mas quando cheguei, o Wanderlei Silva e o Anderson já tinham ido embora, aí uma semana depois o Shogun foi embora, depois o Dida, depois o Ninja e eu fiquei sozinho. Só ficou o Cyborg e aí, quando o Rafael Cordeiro saiu, eu resolvi vir atrás dele nos EUA. Eu já estava numa situação mais ou menos, já tinha perdido para o Cigano, então eu quis vir para os EUA para treinar com os melhores do mundo, porque na verdade a ideia foi da minha esposa e eu vim. E foi a melhor coisa que eu fiz - desabafou Werdum.
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Apesar de revelar a mágoa com o ex-amigo, o brasileiro afirma que ficou chateado pela lesão do ex-campeão, mas explica que não estava torcendo por Spider no duelo contra Chris Weidman, em 28 de dezembro:
- É óbvio que eu não queria que ele se machucasse daquele jeito, porque pode acontecer comigo ou com qualquer um. Foi uma lesão muito grave, mas eu não estava torcendo para ele. Também não estava assim torcendo para o Weidman. Eu estava comentando a luta em um canal de TV em espanhol e eu tenho que ser imparcial. Mas vou ser bem sincero, eu não estava torcendo para o Anderson, também não estava torcendo pelo Brasil não perder o cinturão para os EUA. Nesse ponto, eu não queria saber de nada. Depois do que o Anderson fez na luta contra o Minotauro, eu o tirei da minha lista de amigos…porque eu me considerava amigo dele, né? Mas tudo bem, fazer o quê…
- Eu acho que o Anderson ia perder de novo. O Weidman entrou muito bem, estava bem confiante realmente, acertou um knockdown no primeiro round. E a lesão não aconteceu logo no começo da luta, pois se tivesse sido no começo a galera ia dizer: “Pô, de novo? Ele é pé frio!”. Mas não foi isso que aconteceu. O Weidman começou bem, mostrou que estava bem, ganhou o primeiro round muito bem do Anderson, deu um knockdown. Na hora em que ele foi dar a joelhada, ele clinchou e acertou um socão e o Anderson caiu e deu para ver nitidamente que os olhos dele viraram. O Chris segurou muito bem a luta por cima ali, na cotovelada, ele estava batendo forte. E aquele bloqueio, ele treinou aquilo. O Weidman não é um especialista na parte em pé e claro que ele não bloqueou esperando quebrar a perna do Anderson, porque isso não existe, mas ele bloqueou de uma maneira que ele estudou sim, ainda mais porque o Anderson é canhoto e ele bloqueou com a perna esquerda cruzando. Normalmente a pessoa bloqueia com a outra perna. Mas ele bloqueou com a perna cruzando e isso é um bloqueio de muay thai mesmo e poucas pessoas fazem esse tipo de bloqueio cruzando. Não foi um bloqueio sem querer. Mas claro que surpreendeu, foi uma cena muito forte, todo mundo ficou surpreso, mas aconteceu. A lesão foi um acidente, mas eu acho que o Weidman ía ganhar por pontos, porque o Anderson é um cara duro de ser nocauteado, mas o Weidman faz aquele jogo de botar para baixo e ficar por cima e ia acabar ganhando por pontos essa revanche.
Fabrício também aproveitou para falar sobre o TUF Brasil 3 e a rivalidade entre Wanderlei Silva e Chael Sonnen. O programa, que deve começar a ser gravado ainda em janeiro no Brasil, terá provavelmente uma participação especial do peso-pesado como treinador convidado do time de Wand:
- O Wanderlei me convidou para fazer parte do time, mas eu tinha a intenção de lutar contra o Cain e não ia poder participar. Agora pintou essa luta contra o Travis Browne, mas eu vou fazer uma visita para o Wanderlei lá. Eu acho que vou ficar uma semana no TUF, vou participar um pouco. O Wanderlei está agilizando essa parte. E eu acho que vai ser o TUF mais visto e o mais polêmico de todos. A galera vai gostar mesmo, porque o Wanderlei é um cara que vende muito, ele é verdadeiro, fala realmente o que pensa, não faz onda, não faz média com ninguém, é autêntico e eu adoro ele por isso. Quando estamos juntos, damos muita risada, mas quando ele dá entrevistas e tal ele fala a verdade. É por isso que todo mundo gosta do Wanderlei. No TUF Brasil 1, o Vitor Belfort foi meio querido no começo, mas depois a galera começou a ver que não era verdadeiro. E o Wanderlei é engraçado naturalmente, né? E a galera vai querer ver justamente por essa rivalidade entre ele e o Sonnen, que além de tudo é americano. Vai ser o TUF mais visto com certeza.
- O Wanderlei com certeza vai querer fazer várias sacanagens com o Sonnen, tem várias legais. Ele já me falou que vai ter uma sacanagem bem boa, é que eu não posso contar (risos). E a galera da casa vai mostrar aquela vontade, mostrando para o Brasil cada vez mais o que é o MMA. Para os fãs mesmo, é fácil, a galera que gosta vai assistir. Mas o objetivo mesmo do programa é atingir as pessoas que não conhecem o esporte, para poder divulgar mais ainda e para eles verem que é um esporte sério e seguro. Eu sei disso porque eu vou muito para vários países pelo UFC para justamente divulgar isso falar sobre o MMA nas entrevistas. No fundo a gente está falando para o público que não conhece, que quer conhecer. Então justamente por isso acho que o TUF Brasil 3 tem tudo para atrair a curiosidade de quem nunca ouviu falar sobre o esporte. - finalizou.
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