Série traz revelações e memórias de Ayrton Senna, 20 anos após tragédia
Esporte Espetacular exibe neste domingo o primeiro dos quatro episódios da série que vai relembrar os detalhes da vida do tricampeão mundial de F1 morto em 94
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- A ideia é levar ao público da TV Globo histórias,
episódios, personagens e revelações da vida e da carreira de Senna – resume o
jornalista Ernesto Rodrigues, diretor da série e autor da biografia “Ayrton, o
herói revelado”, lançada em 2004.
Também
em 2004, João Pedro Paes Leme foi o repórter de
muitas reportagens para vários telejornais da TV Globo, que relembraram os 10
anos sem Senna. Ex-correspondente da Fórmula 1 e hoje diretor-executivo da
Central Globo de Esporte (CGESP), João Pedro acredita que a série será
importante para reafirmar os valores que Senna deixou para os brasileiros, até
mesmo para quem nasceu depois daquele 1º de maio de 1994.
- Ayrton fazia as pessoas se sentirem mais felizes e até
mais capazes. Ele recuperou o orgulho de carregar a bandeira do Brasil, que
muitos tinham perdido por causa da associação com a ditadura militar. Os pódios
dele foram muito importantes para a reafirmação da nossa identidade nacional.
Existe uma geração que não lembra mais disso e uma outra que nem era nascida. O
projeto 'Ayrton Senna do Brasil' tem o objetivo de recuperar essa imagem e, 20
anos depois, ver o que a menção do nome dele ainda desperta nas pessoas. E,
pelo que vimos no resultado, são sempre reações muito especiais. É incrível
como as pessoas talentosas que morrem jovens têm essa capacidade de entrar para
a galeria dos mitos.
Pilotos e ex-pilotos, artistas, personalidades,
brasileiros e estrangeiros falaram sobre Ayrton Senna para as lentes desse
documentário. Uma das entrevistas mais longas, cerca de duas horas e meia, foi
dada por uma dupla que acompanhou bem de perto cada detalhe da carreira de
Senna, mesmo antes de ele chegar à Fórmula 1: Galvão Bueno e Reginaldo Leme.
- Faz 20 anos que o “Chefe”, como o Ayrton era conhecido
nos bastidores pelos outros pilotos, passou a olhar a gente lá de cima, de uma
outra dimensão. Parece que foi ontem. Aquele 1º de maio foi a narração que eu
não gostaria de ter feito, que nunca vou esquecer. Ficam os tantos momentos que
passamos, dentro e fora das pistas. Duas horas e meia de entrevista? Foi até
pouco tempo para lembrar de tudo. Confesso que posso falar dele por horas e
horas. Ele sempre foi, é e será o Ayrton Senna do Brasil! – disse Galvão.
- Apesar de uma tristeza natural, jornalisticamente foi
importante voltar a pensar e falar sobre o acidente de Senna, em Ímola, há 20
anos. Resgatei detalhes importantes que estavam perdidos nas minhas memórias,
como o abraço que recebi de pessoas de todas as equipes no momento em que saía do
autódromo, do encontro com o Pedro Bial para ancorarmos juntos e ao vivo o
Fantástico na porta do Hospital de Bolonha. No dia seguinte, voltei à Curva
Tamburello para gravar a reportagem do JN e encontrei centenas de fãs do
Ayrton. Um dos momentos mais importantes que eu produzi para o JN foi a chegada
do avião ao Brasil, gravando, de dentro da cabine de comando, imagens das
pessoas que o aguardavam na pista. Foi a sua última viagem de volta para casa –
relembrou Reginaldo.
Rubens Barrichello sofreu a pressão de ser o piloto
brasileiro na Fórmula 1 pós-Ayrton Senna. Reconhece que a transição poderia ter
sido mais suave, mas a morte de Senna não permitiu. Apesar de tudo, deixou a
marca de ser o piloto que mais guiou um Fórmula 1 na história: 326 vezes. E carrega
Senna até hoje nos seus pensamentos.
- Para mim, é muito natural falar do Ayrton. Quando eu
não me lembro, as pessoas me fazem lembrar dele, então faz parte do meu dia a dia.
Falar do acidente dele é doído, mas lembrar dele é muito bom. Quando cheguei à
Fórmula 1, pedi para o Brasil estar comigo naquele momento, mas alguns maldosos
interpretaram que eu queria ser o novo Ayrton. Nada disso, e nem a minha Jordan
me dava essa condição. O Ayrton poderia ter ficado mais uns cinco anos para
fazer uma transição suave para mim, mas ele se foi muito cedo. É como uma torta
que precisa ficar 40 minutos no forno e você faz em cinco no micro-ondas. Em
vida, ele deixou aquela agressividade na pista e a imagem daquela bandeirinha
pós-vitória. E depois da morte, tudo que o Instituto Ayrton Senna faz.
Revelações, memórias, polêmicas e depoimentos emocionados
de fãs, familiares e adversários. Os grandes duelos, os bastidores de uma
carreira vitoriosa interrompida precoce e abruptamente. Vai valer a pena você
se sentar diante da televisão nesses quatro domingos. Você que o viu em ação,
você que não o viu, você que não se esquece de Ayrton, Ayrton, Ayrton Senna do
Brasil!
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