Fé, brasileiros "maricóns", tensão e choro: chilenos vão do riso à agonia
No Paseo Ahumada, principal ponto de concentração na capital Santiago, torcedores confiam, mas acabam frustrados com a eliminação da Roja para o Brasil nos pênaltis
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Após o pênalti que os eliminou, alguns chilenos até puxaram aplausos aos jogadores. Mas foi rápido. Em poucos minutos a barulhenta reunião de torcedores se tornou um local triste. Até mesmo o mais animado deles, um senhor vestido de mascote, foi ao chão.
- Assim é o futebol. Agora vamos pensar na Copa América. Vamos nos vingar do Brasil. Lamentavelmente, sempre pegamos o Brasil. Mas a seleção mostrou que cada vez mais pode jogar em alto nível - disse o torcedor Santiago, chateado após a eliminação de sua equipe.
Entre crianças, adultos e idosos, os torcedores da Roja tomaram o local desde cedo. Além dos cantos tradicionais como o ''Chi Chi Chi Le Le Le'', também aproveitaram para provocar os brasileiros.
- E quem não pula é um brasileiro ''maricón'' - cantavam a todo instante, pulando de forma animada, empregando um termo que põe em dúvida a masculinidade do torcedor rival.
- Muito orgulho. Jogaram bem e fizeram uma boa campanha. Tem um quê de sorte, sim, mas podíamos ter ganhado. Com aquele chute do Pinilla, por exemplo. Pensar no próximo - disse o chileno Eddie Acosta.
O jogo foi tenso. Era difícil encontrar na multidão algum torcedor chileno tranquilo. Todos compartilhavam o olhar de tensão. A cada minuto que passava, parecia que a confiança deles aumentava. Antes da cobrança de pênaltis, o goleiro Bravo era o mais ovacionado.
- A mão significa que, desde o começo, quando teve o sorteio do Mundial, já se meteram para nos colocar no grupo da morte. Ganhamos de Espanha e Holanda (na verdade, só da Espanha), e agora estamos jogando contra Fifa e contra o Brasil - disse o torcedor Jascer Banvente.
O gol de empate de Alexis Sánchez, aos 31 minutos primeiro tempo, manteve vivo o sonho após o Brasil abrir o marcador, com David Luiz. Os gritos pediam: ''Esta tarde, temos que ganhar''. Mas aos poucos virou um choque de realidade. Novamente nas oitavas. Novamente o Brasil, como em 1998 e 2010. E assim o chilenos voltaram para casa com o sentimento de decepção. A tarde de Santiago, que já estava fria, terminou amarga.
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