"Ele falou que fez de propósito", diz Hamilton, sobre toque de Rosberg
Britânico furou pneu após toque de Nico na segunda volta do GP da Bélgica. Chefe da Mercedes diz que alemão foi mal interpretado: "Não foi uma batida deliberada"
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O clima da Mercedes, que já não era dos melhores, esquentou
ainda mais depois do toque de Nico Rosberg que furou o pneu de Lewis Hamilton
logo na segunda volta do GP da Bélgica deste domingo (veja o lance no vídeo ao lado). O alemão conseguiu se
recuperar e chegou em segundo, atrás do vencedor Daniel Ricciardo, da RBR.
Já o
britânico caiu para último e abandonou a cinco voltas do fim quando era
16º. A torcida que lotou as arquibancadas de Spa-Francorchamps deu seu
veredicto e vaiou Rosberg quando o alemão subiu ao pódio. Ouça aqui. Após
uma reunião entre os pilotos e a cúpula da equipe, Hamilton garantiu à mídia
impressa que o companheiro revelou ter dado o toque propositalmente e se disse "amedrontado" com a revelação:
- Isso parecia bastante claro para mim, mas nós acabamos de
ter uma reunião sobre isso e ele basicamente disse que fez de propósito. Ele disse que poderia ter evitado.
Disse “Fiz para provar que tinha razão”. E você não precisa apenas confiar em
mim. Pergunte para Toto (Wolff), Paddy (Lowe) e todos esses caras que não estão
satisfeitos com ele também.
Chefe da Mercedes: "Não foi uma batida deliberada. Isso é nonsense"
Ao
ser questionado sobre as acusações, Toto Wolff, chefe da Mercedes,
confirmou que as declarações de Rosberg reproduzidas por Hamilton foram
essas, mas defendeu que o piloto inglês interpretou mal o que o
companheiro disso, rechaçando que o toque tenha sido proposital.
- Nico achou que devia ter mantido sua linha. Ele precisava mostrar
que estava certo e, para Lewis, claramente não era ele que precisava ficar
atento a Nico. Ele não aliviou. Ele achava que era Lewis que tinha que dar
espaço, e que Lewis não lhe deu espaço. Então eles discordaram e uma acalorada
discussão entre nós, mas não foi uma batida deliberada. Isso é nonsense. Mas
isso não muda o cenário, pois o incidente, ao meu ver, foi inaceitável. Foi uma
colisão que deveria ser evitada, era a segunda volta. Nico não deveria ter
feito isso – explicou Toto Wolff.
Já Rosberg, antes da reunião, classificou o episódio como "lance de corrida:
- Estamos aqui para entreter as pessoas aqui e em suas
casas, então nossos duelos são sempre no limite. De qualquer forma, eu não me
acho o vilão da história. Lamento que Lewis e eu nos tocamos, mas eu vejo isso
como um incidente de corrida, assim como os comissários de prova viram - defendeu-se Rosberg.
Hamilton sugere que Rosberg descontou polêmica do GP da Hungria
Esta não foi a primeira polêmica entre Nico e Hamilton, que
eram grandes amigos desde a época do kart. A crise entre a dupla estourou no GP
de Mônaco, em maio, quando Rosberg garantiu a pole position após se beneficiar
de um erro. Na ocasião, Hamilton achou que o parceiro foi para a área de
escape de propósito para provocar a bandeira amarela e atrapalhar sua volta
rápida. Na época, o inglês chegou a romper a amizade com o alemão. Já no GP da
Hungria, último antes da parada das férias, foi a vez de Nico se irritar com
Hamilton, que se recusou a aceitar o pedido de dar passagem ao companheiro que
vinha com uma estratégia de um pit stop a mais. Lewis sugeriu que a raiva de
Rosberg pode tê-lo motivado a provocar o incidente deste domingo.
- É curioso porque tivemos uma reunião na quinta-feira e
Nico expressou o quão irritado ele estava. Eu pensei “Já faz três semanas e ele
ainda insiste nisso”. Ele sentou e contou da raiva que estava a Toto e Paddy. Mas pensei que ele se acalmaria. Em
seguida, acontece isso. Curioso… - jogou no ar.
Com o segundo lugar de Nico e mais um abandono de Hamilton,
o alemão chegou aos 220 pontos e aumentou sua vantagem na liderança do
campeonato de 11 para 29 pontos. Antes de se reunir com os pilotos, Toto
Wolff, chefe da Mercedes, e Niki Lauda, presidente não-executivo da
companhia, já haviam condenado a precipitação de Rosberg na disputa.
Hamilton ainda não sabe como a equipe se portará para administrar a
rivalidade entre seus competidores.
- Não posso imaginar o que a equipe vai fazer daqui para
frente. Cheguei a esse fim de semana com um pensamento realmente positivo. Eu
estava empolgado. Restavam oito corridas para o fim do campeonato e estávamos
próximos, apenas 11 pontos. Esperava que seria legal para todos nós, que seria
uma corrida legal – desabafou.
Hamilton e Rosberg
voltarão a se encontrar nas pistas daqui a duas semanas no GP da Itália.
Mas até lá, a disputa fora dos circuitos ainda terá muitos capítulos.
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