Após racismo a R49, Querétaro exige duro castigo: "Todos somos símios"
Clube divulga comunicado duro contra Carlos Trevino e lança campanha na Internet. Assis não comenta caso, e brasileiro William se diz surpreso com episódio
- Exortamos as respectivas autoridades para que tomem ações sobre o assunto e afirmamos que como clube chegaremos até as últimas consequências da lei para que este tipo de expressão não volte a afetar a algum de nossos jogadores e membros do clube. Exigimos um castigo exemplar - diz um trecho do comunicado.
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Procurado pelo GloboEsporte.com
antes da divulgação da nota do Querétaro, o irmão e empresário de
Ronaldinho, Assis, preferiu não fazer comentários sobre o assunto e
disse que iria esperar o posicionamento do clube.- Não vou fazer tipo algum de comentário. Fiquei sabendo agora há pouco, nem pensei em nada. Amanha a gente vê o que vai fazer - disse Assis.
Já o meia William, que está desde o início do ano em Querétaro, afirmou que nunca havia passado por isso na cidade.
- Nunca tive esse problema aqui. Pelo contrário, porque sempre fui bem recebido. Isso me surpreende em partes, porque o ser humano já vem nos surpreendendo muito com tudo o que tem se passado no mundo - disse o brasileiro.
No Twitter, o zagueiro Yasser Corona, do Querétaro, manifestou solidariedade a Ronaldinho. Postou uma foto segurando uma banana e fez duras críticas a Trevino Núñez.
- Tentei escrever um tuíte a respeito do político que chamou de macaco nosso companheiro de equipe, mas não encontro as palavras adequadas para chamar esta pessoa como é devido. Espero que as pessoas devidas façam o que têm que fazer. E, na verdade, evito me estender em críticas a este ser mais evoluído - ironizou Corona.
A polêmica começou quando Trevino Núñez reclamou do engarrafamento causado pelo fluxo de pessoas indo ao estádio La Corregidora na última sexta-feira, para ver a apresentação de Ronaldinho no Querétaro. Irritado, o político reclamou no Facebook e pode até ser processado judicialmente por ato racista.
- Realmente, eu tento ser tolerante, mas eu detesto futebol, e o fenômeno de idiotice que produz. Eu detesto ainda mais porque as pessoas inundam as avenidas fazendo-nos chegar duas horas mais tarde em casa. E tudo isso para ver um macaco... Brasileiro, mas ainda assim um macaco. Isso é um circo ridículo - escreveu Trevino Núñez.
Confira na íntegra a carta do Querétaro:
"A discriminação racial é uma grave expressão social que lastima a dignidade das pessoas. Por isso, o Club Gallos Blancos de Querétaro rechaça determinantemente todas as formas de racismo e discriminação.
O racismo, a xenofobia, a desigualdade de gênero e outras práticas discriminatórias são uma forma de violência que devemos erradicar como sociedade.
Depois da lamentável publicação realizada por uma pessoa de status público, o senhor Carlos Manuel Trevino Núñez, vertida através das redes sociais insultado nosso jogador Ronaldo de Assis Moreira "Ronaldinho", exortamos as respectivas autoridades para que tomem ações no assunto e afirmamos que como clube chegaremos até as últimas consequências da lei para que este tipo de expressões não voltem a afetar a algum de nossos jogadores e membros do clube.
Em nossa instituição nos apegamos à Declaração Universal dos Direitos Humanos, cujo primeiro artigo afirma que "todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos e, dotados como estão de razão e consciência, devem comportar-se fraternalmente uns com os outros".
Por isso, exigimos um castigo exemplar.
#TodosSomosSimios".
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