Neuer, o goleiro onipresente, tenta desbancar as estrelas Messi e CR7
Revolucionário ou símbolo da evolução na posição? Alemão tem ano brilhante com
as mãos e pés, é decisivo na Copa e busca feito inédito em Bola de Ouro da Fifa
Neuer vive uma encruzilhada. Ele concorre ao prêmio máximo do futebol individual com dois dos maiores jogadores da história, midiáticos, manchetes por todo o planeta pelas dezenas de gols que marcaram ao longo do ano. A Bola de Ouro da Fifa será entregue na próxima segunda-feira a Cristiano Ronaldo, Lionel Messi ou ao alemão que quebrará paradigmas e barreiras num esporte em que o objetivo é justamente o seu temor.
É uma trajetória que Neuer alcançou o auge já na metade. A Copa do Mundo consagrou uma geração brilhante da Alemanha, então carente de títulos e de confiança em momentos decisivos. E o camisa 1 fixou-se como nome decisivo da conquista no Brasil. Como não lembrar dos carrinhos e saídas da área loucas (ou geniais?) no difícil confronto diante da Argélia, nas oitavas de final? Ou das defesas sensacionais contra a França na fase seguinte? Quando não foi espectador, Neuer também brilhou nos 7 a 1 sobre a Seleção (que o diga Paulinho) - e conseguiu sair imune em 120 minutos na finalíssima. Um recital completo que terminou com o prêmio de melhor goleiro do Mundial.
O ídolo argentino preteriu Messi (e Cristiano Ronaldo) por entender que a premiação merece um novo nome. Ele não se alongou em seus comentários, mas foi conciso: “Neuer é quem mais merece”. O ucraniano Andriy Shevchenko, dono da Bola de Ouro em 2004 (Ronaldinho faturou o prêmio da Fifa), derreteu-se pelas atuações do alemão na Copa.
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Ele não estava jogando apenas como um goleiro tradicional, mas também
como o último homem da defesa. Ele ficava com a posse de bola e ajudava
seus defensores. Não foi só um fantástico goleiro, foi fantástico em
tudo.- Tudo além de Neuer vencer a Bola de Ouro seria muito desapontante. Manuel colocou o posto de goleiro numa nova dimensão nos últimos anos. Ele tem sido um goleiro como nenhum outro. E é de uma personalidade incrível, dentro e fora de campo. Ele mostrou ao mundo suas qualidades extraordinárias na Copa do Mundo – disse o técnico da seleção alemã, Joachim Löw.
Löw não lembrou, ou talvez nem saiba, mas Neuer deu também um show de humildade durante a Copa. Ainda na fase de grupos, vestiu a camisa do Bahia e cantou o hino do clube ao lado de Bastian Schweinsteiger, a pedido de um torcedor que passou em frente ao hotel onde a Alemanha estava hospedada, na pacata vila de Santo André, no sul da Bahia. Também com o camisa 7, dançou “Lepo-Lepo” na praia com o brasileiro Tibúrcio, com quem se comunica através de gestos, poucas palavras e o auxílio do lateral Rafinha, amigo em comum.
Neuer ainda brilhou intensamente no período pós-Copa. Suas grandes defesas no Campeonato Alemão e na Liga dos Campeões ganharam destaque de gols. O canal oficial da Bundesliga, encantado com suas atuações, desandou a homenageá-lo em vídeos com suas jogadas fora da área, trombando com atacantes ou deslizando sobre o gramado. Taticamente, tornou-se um pilar fundamental na engenharia de suas equipes.
– Acho que com Neuer vemos algo bastante diferente do passado, ou seja, uma reinvenção da posição no jogo moderno. Muitos falam sobre Neuer porque ele sai do gol com tanta frequência, mas é o seu impacto global sobre o time que realmente faz dele um inovador. Graças a ele, o Bayern e a Alemanha são capazes de jogar adiantados no campo e começar um ataque com mais rapidez por conta da distribuição. Ele mistura os melhores elementos dos goleiros do passado com a necessidade do futebol moderno – opinou Cristian Nyari, editor do site “Bundesliga Fanatic”.
Em novembro, foi homenageado com uma música (e um videoclipe no mínimo curioso). Na canção (que leva o seu nome), Neuer é aquele que consegue absolutamente tudo. Falta apenas a Bola de Ouro.
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