Veloz, mas nada furioso, Flamengo
fica no zero com Shakhtar Donetsk
Rubro-negro até consegue boas jogadas em arrancadas de atacantes, mas peca na
finalização e conta com as defesas de PV e César para segurar empate em Brasília
A partida deixou evidente que o 4-3-3 com Marcelo Cirino,
Eduardo da Silva e Gabriel à frente, com o auxílio constante de Eduardo da
Silva, precisa de muitos ajustes. O quarteto até se procurava bastante, mas
esbarrava na falta de entrosamento e embolava em tentativas de triangulações.
No lugar da intensidade com toques curtos, o ataque rubro-negro funcionou com
arrancadas em velocidade nas costas da defesa. Mas quando levava a melhor sobre
os ucranianos, o Fla pecava na má pontaria. Por outro lado, a defesa preocupou,
principalmente no início do jogo.
Com um ímpeto ofensivo natural pela formação, o time carioca
muitas vezes deixava Cáceres exposto. Em tarde ruim, o paraguaio dava espaços
para o veloz ataque do Shakhtar, que deu muito trabalho para Paulo Victor. No
segundo tempo, com Márcio Araújo ao lado de Canteros, a situação ficou mais
controlada. A partir dos 15 do segundo tempo, Vanderlei Luxemburgo mandou para
campo um time repleto de reservas, e a partida praticamente ficou restrita a
chutes de longa distância dos dois lados.
O Flamengo permanece em Brasília até a noite de
segunda-feira, quando segue para Manaus, onde realizará a última semana de
pré-temporada fora do Rio de Janeiro. Na capital do Amazonas, os rubro-negros
encaram o Vasco, quarta-feira, e o São Paulo, domingo – ambos os duelos serão na Arena Amazônia. A
estreia no Carioca acontece no dia 31, diante do Macaé, fora de casa. O Shakhtar
Donetsk, por sua vez, segue sua turnê pelo Brasil e encara o Atlético-MG,
quarta-feira, no Independência, em Belo Horizonte.
Fla acelerado no ataque e disperso na defesaUma pitada de velocidade e boa dose de preocupação pelos espaços defensivos. Nos primeiros 45 minutos de 2015, o Flamengo até conseguiu assustar o Shakhtar Donetsk fazendo valer a rapidez de seus homens de frente. Lá atrás, porém, vacilou muito. Cáceres parecia perdido como único homem na proteção aos zagueiros, e Paulo Victor precisou fazer pelo menos duas grande intervenções para que o Rubro-Negro não saísse atrás no placar. Ao lado de Anderson Pico, o goleiro foi o grande nome da etapa inicial.
Escalado para jogar próximo, o quarteto ofensivo formado por Gabriel, Eduardo da Silva, Marcelo e Everton até tentava tabelas, mas esbarrava na falta de entrosamento e, em determinados momentos, ficava muito embolada. A velocidade que Vanderlei Luxemburgo quer explorar na temporada surtiu efeito em escapulidas após lançamentos longos, e não em triangulações e toques curtos como planeja o treinador. Aproveitando espaços nas costas da defesa do Shakhtar, Everton e Marcelo Cirino, duas vezes, surgiram na frente de Piatov. As finalizações, no entanto, não foram boas.
Mesmo ainda precisando perder alguns quilos, Anderson Pico foi a principal válvula de escape pelo lado esquerdo. Além de boas tabelas com Everton, o lateral arriscava bons cruzamentos e lançamentos. Em uma dessas bolas, Gabriel escorou para o meio da área, e Eduardo da Silva empurrou para as redes de cabeça. A arbitragem entrou em ação e anulou o gol assinalando falta do croata no zagueiro. Ao término do primeiro tempo, o torcedor de Brasília aplaudiu um Flamengo que até demonstrou intensidade, mas ligou o sinal de alerta por permitir contragolpes perigosos.
Wellington Nem inferniza defesa, e Cesar garante empate
Na volta do intervalo, Luxa abriu mão da ideia de colocar um time em cada tempo e deu mais rodagem aos titulares. Com Pará, Márcio Araújo, Arthur Maia e Nixon nas vagas de Léo Moura, Cáceres, Eduardo e Gabriel, o treinador deu mais 15 minutos ao time principal. Jogando lado a lado, Márcio e Canteros pareciam deixar o setor de meio-campo mais ajustado. A maioria das jogadas, por sua vez, continuava a sair pelo lado esquerdo, com Pico e Everton. Apesar de mais arrumado em campo, o Fla ainda sofreu um susto, quando Paulo Victor espalmou chute de longe de Ismaily para Luiz Adriano carimbar o travessão no rebote. Foi o último lance do time titular, que ficou uma hora em campo.
Com os reservas, o nível da partida caiu. Na base da vontade, os jogadores até tentavam mostrar trabalho para Vanderlei Luxemburgo, mas erravam passes em demasia. Canhotos, Lucas Mugni e Arthur Maia se procuravam para tentar tabela e pouco criavam. A melhor oportunidade surgiu em chute de longa distância de Luiz Antonio, que Piatov quase espalmou para dentro do gol. A verdade é que o Shakhtar foi quem esteve mais perto de marcar seu gol, principalmente depois da entrada de um acelerado Wellington Nem.
Assim como Paulo Victor, César apareceu com boas defesas, e Bressan foi o herói ao interceptar chute de Gladky que tinha a direção do gol. No fim, uma mistura de vaias de aplausos definiu a estreia do Flamengo em 2015. Por mais que seja somente o primeiro teste do ano, o torcedor de Brasília deu o recado: há muito a melhorar.
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