Resenha, lágrimas e gols: 'amarradão', Edmundo curte a emoção do adeus
Ansioso como um novato, ex-atacante gera euforia na torcida do Vasco em São Januário e se emociona do primeiro ao último minuto em sua despedida
- Houve preleção, fizemos um lanche. Experimentei novamente tudo aquilo que vivi durante 20 anos. Achava chato, mas hoje fiz tudo amarradão, como se fosse um menino - contou.
torcida (Foto: Alexandre Cassiano/Globo)
Ao entrar no vestiário, Edmundo foi recebido por Odvan, Geovani, Pedrinho, Jorge Luiz e alguns amigos de fora do mundo do futebol. Depois de assistir ao vídeo que foi feito para ele, emocionou-se e pediu a palavra na roda de preleção. Agradeceu muito ao time atual pela recepção de braços abertos e pela ajuda em sua despedida. A partir de então, vieram os momentos de maior emoção para o ex-jogador.
- Au, au, au, estátua pro Animal! Ão, ão, ão, derruba a do anão! - gritaram os vascaínos
Em campo, a festa foi completa com o placar elástico e os dois gols marcados. Mas o apito final não encerrou a noite especial. Edmundo ainda foi escalado para dar sua última entrevista coletiva. Antes de entrar na sala, parou diante de um espelho, ajeitou o cabelo e conferiu os dentes. Não seria legal ter como últimas imagens uma sujeira na boca... O papo com os jornalistas foi emotivo e descontraído. Sorriu ao lembrar da "ajuda" do árbitro Marcelo de Lima Henrique ao marcar um pênalti inexistente. Chorou ao falar da falta que os pais faziam naquele momento. Por fim, foi aplaudido pelos jornalistas e agradeceu.
Ao voltar ao vestiário, todos os jogadores já haviam deixado o local. Mas todos levaram uma lembrança: a camisa da partida, onde estava escrito “Obrigado, Edmundo”. Nenhum atleta quis trocar de uniforme com os jogadores do Barcelona, como é de praxe ao fim dos jogos.
Ao sair do vestiário, Edmundo ainda tinha mais carinho a receber. Mesmo debaixo de muita chuva, cerca de duzentos torcedores ainda o esperavam para pegar um autógrafo ou tirar uma foto. Foram mais 20 minutos até conseguir chegar ao carro. Mas, mesmo dentro do veículo, ainda assinou mais algumas camisas. Às 23h13m, o Animal cruzou o portão do estacionamento e deixou, definitivamente, sua história como jogador no passado. Mesmo que na rua ainda pudesse ouvir os gritos dos fãs que acabavam de ficar para trás: “Ah, é Edmundo”.
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