Lembra Dele? Meia do São Paulo nos anos 90, Sierra torcerá pelo Tricolor
Gringo, que hoje trabalha como técnico da Unión Española, guarda carinho pelo Morumbi e lembra do gol da vitória que marcou sobre o Corinthians
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(Foto: Marcelo Prado / Globoesporte.com)
- A recepção que o São Paulo me proporcionou ficará marcada para sempre na minha memória. Estávamos no aeroporto e a apresentação era longe, no Morumbi. De repente, apareceu um diretor me dizendo que íamos de helicóptero. Quando cheguei ao estádio, meus pais choraram muito. Posso dizer que minha passagem pelo São Paulo foi um grande momento na minha carreira – afirmou o hoje treinador do Unión Española, em conversa no Chile.
A passagem não foi como a imaginada, mas Sierra só tem coisas boas a falar do São Paulo.
- Na época em que fui contratado, o São Paulo era bicampeão da Libertadores, bicampeão mundial de clubes, e tinha perdido uma nova decisão na América do Sul para o Velez. Era um time mundialmente conhecido, forte. Quem não queria jogar no São Paulo? Quando cheguei, a disputa por posições era muito grande. Havia muita gente boa. No começo, tive uma lesão muscular que me atrapalhou bastante. Quando voltei, entrava e saía da equipe. Depois de um ano, recebi uma proposta do Colo Colo e quis voltar porque precisava atuar para conseguir uma vaga na Copa do Mundo da França, em 1998. Não tenho absolutamente nada a reclamar do São Paulo – afirmou.
- Aquele jogo foi especial. Lembro que fizemos 1 a 0 com o Cafu, o Corinthians empatou com o Marcelinho Carioca (na verdade, o gol foi de Pinga), e depois marquei de cabeça o gol da vitória. Pela rivalidade que existe entre as equipes, foi uma vitória muito festejada, principalmente para quem tinha pouco tempo de clube, como eu – lembrou.
Do grupo de trabalho daquela época, Sierra guarda recordações do goleiro e capitão Rogério Ceni, que hoje ainda defende a equipe do Morumbi.
- Ele é um cara acima da média. Além de belíssimo goleiro, é o maior goleiro-artilheiro do mundo. Posso dizer que ele é meu amigo e que tenho orgulho de falar que o tive como companheiro na minha carreira. Por favor, quando encontrá-lo, diga que mandei um forte abraço e fiquei muito feliz com a sua continuidade por mais um ano.
Disposto a reencontrar seu futebol, Sierra voltou ao seu país e vestiu a camisa do Colo Colo. Depois, teve rápida passagem pelo Tigres (MEX), onde também não obteve muito sucesso. Retornou ao Chile novamente pelo Colo Colo até voltar em 2002 para sua casa, como ele mesmo define a Unión Española. Lá, jogou mais sete temporadas até se aposentar em 2009, já com 41 anos. No modesto clube que fica na periferia de Santiago, iniciou carreira como treinador dos juniores. Em 2012, acabou promovido para o time profissional. Como técnico, o gringo diz ter adotado uma combinação de estilos: paizão, mas enérgico quando precisa.
(Foto: Agência Estado)
Como treinador, Sierra conhece com riqueza de detalhes o Universidad Católica, adversário do São Paulo na noite desta quinta-feira, pela Copa Sul-Americana. O chileno não hesita em apontar o Tricolor como favorito, mesmo com o duelo sendo disputado no estádio San Carlos de Apoquindo.
- Desde o começo do ano, enfrentamos oito vezes a Católica. Jogamos pelo Apertura, pela Copa Chile, pela Libertadores e pelo Clausura. É um time muito diferente de La U, que sai para o jogo e deixa jogar. A Católica espera o adversário e não se arrisca muito. Eles têm bons valores, mas acredito que o São Paulo vá se classificar. Aposto em duas vitórias – finalizou.
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