Carioca começa com menos astros, mas com dedicação maior dos clubes
Com exceção do Flu, que vai utilizar reservas por conta da Libertadores, demais clubes só terão a Copa do Brasil como compromisso a partir de abril
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A grande estrela da competição deste ano não é brasileira. Contratado pelo Botafogo no meio da temporada passada, Clarence Seedorf terá a primeira experiência em um campeonato regional de sua carreira e chamará a atenção nos estádios que passar, seja no interior ou na capital. Em contrapartida, outros jogadores que eram atrações por si só já não atuam no futebol do Rio. No Flamengo, Ronaldinho Gaúcho foi embora para o Atlético-MG no meio do ano passado, enquanto Vagner Love retornou para o CSKA na última semana. Do lado vascaíno, os veteranos Juninho e Felipe já não fazem mais parte do elenco (este último, por sinal, agora vai defender o Fluminense). No Tricolor, atual campeão, as estrelas estão presentes - Fred, Deco e Thiago Neves -, mas não devem entrar em campo com tanta frequência por conta da disputa da Libertadores.
- Preciso viver o Campeonato Carioca para poder falar dele, como foi com o Brasileiro. Sei que a rivalidade esportiva entre os quatro grandes clubes do Rio é uma coisa histórica que nunca vai mudar. É preciso dar valor a essa taça como qualquer outra. A Copa da Itália fica boa mesmo a partir das quartas de final. Os jogos decisivos são muito bons para ver e participar. A mesma coisa acontece aqui - disse Seedorf.
Para se ter uma ideia, na Taça Guanabara de 2012, o Flamengo mandou a campo os reservas em três das sete partidas. Já o futuro campeão Fluminense jogou com os reservas em dois jogos. O Vasco mesclou seus titulares com jogadores do banco na maioria dos duelos. Único carioca a não disputar a Libertadores em 2012, o Botafogo jogou com os titulares todas as partidas do primeiro turno.
Vasco teve 15.911 pagantes (Foto: Richard Souza)
Candidatos a zebra mesclam jovens com medalhões
Com dificuldades para bancar elencos competitivos, os clubes fora do G-4 do estado parecem ter uma fórmula comum para disputar o Carioca. O investimento modesto, bancado apenas nas cotas de televisão e em patrocínios pontuais - seja do comércio local ou de prefeituras -, permite apenas a formação de elencos com a maioria dos jogadores muito jovens. Para 2013, a folha salarial dos pequenos custa, em média, de R$ 100 mil a R$ 150 mil mensais. A exceção fica por conta do Volta Redonda, que desembolsará cerca de R$ 200 mil por mês.
Para trazer mais experiência - e marketing - para dentro das quatro linhas, os medalhões sempre têm espaço nesses times. Em 2013, velhos conhecidos do Rio de Janeiro estão de volta. É o exemplo de Jean: herói do título estadual de 2004 para o Flamengo, o atacante de 30 anos defenderá o Madureira ao lado de Iranildo, com 36 anos.
No novato Audax, o volante Fabiano Eller, 35, é o destaque ao ladro de Leandro Bonfim, 29. Eleito melhor atacante do Brasileirão em 2007, o uruguaio Acosta defenderá o Resende, aos 35 anos. Ainda há as caras que são conhecidas, mas não carregam tanta experiência assim. É o caso dos ex-flamenguistas Getúlio Vargas (Bangu), Gustavo (Boavista), Fernando (Volta Redonda), Lenon (Macaé) e Erick Flores (Boavista). Os ex-tricolores Jancarlos (Volta Redonda) e Somália (Boavista) também terão seu espaço. Talles Cunha, formado no Inter na mesma geração de Alexandre Pato, é o destaque do Nova Iguaçu.
- Temos aí, dentro do nosso estado, o atual campeão brasileiro, com todos os méritos possíveis; uma equipe muito bem montada e que terminou o ano de maneira muito regular, que foi o Botafogo; o Vasco com algumas reformulações; e o próprio Flamengo. Além do que, sempre duas ou três equipes do interior chegam muito bem. Então, é um campeonato que tem tudo para ser difícil - avalia o técnico do Flamengo, Dorival Júnior.
Apesar da intenção da Ferj e dos clubes menores de criar um turno extra - rejeitado pelos grandes -, o regulamento do Campeonato Carioca teve poucas mudanças para 2013. A principal delas é a implementação da vantagem de jogar pelo empate nas semifinais e finais de turno e por dois empates - mas não uma vitória e uma derrota pela mesma diferença de gols - na grande decisão do torneio. Essa mudança diminui bastante a possibilidade de uma disputa por pênaltis, que tem sido comum no Carioca.
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Outra alteração é a inversão entre as fórmulas de disputa da Taça
Guanabara e da Taça Rio. Em 2013, o primeiro turno terá oito rodadas,
com as equipes do Grupo A enfrentando as do Grupo B. Já o segundo
confrontará as equipes dentro dos próprios grupos, em sete rodadas. Os
dois turnos continuarão com semifinal e final em jogo único.Na área disciplinar, o regulamento prevê uma possibilidade que pode gerar polêmica: o pagamento de multa para liberar um jogador da suspensão automática por causa do terceiro cartão amarelo. O desembolso, porém, não anulará os dois cartões anteriores. A cada novo terceiro cartão anulado, a multa para a liberação dobrará, sendo R$ 500 o valor inicial. O valor arrecadado com as multas será repassado à equipe mais disciplinada, segundo o regulamento.
*Jorge Natan, estagiário, sob a supervisão de Rodrigo Sirico
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