Barão isenta Cruz de 'culpa' no caso do título: 'UFC tem que tomar decisão'
Potiguar entende lado do americano, que não quer se desfazer do cinturão mesmo sem lutar há dois anos, e crê que seria justo marcar o duelo no Brasil
44 comentários
- Acho que não. Quem tem que tomar a decisão é o UFC. É a mesma coisa se eu estivesse com o cinturão. Eu não iria querer perder de forma alguma. Então, quem tem que decidir isso é o UFC - disse, em entrevista ao Combate.com.
- Acho que sim, seria justo. Acho que é muito difícil, mas é uma coisa que eu iria adorar. Seria um sonho se tornando realizado, poder lutar aqui diante da minha nação, defendendo o Brasil. Seria muito bom.
O brasileiro também relembrou momentos do início da carreira, como quando sofreu a primeira e única derrota e ainda passava por dificuldades financeiras. Atual sexto colocado do ranking peso por peso do UFC, desconversou sobre uma possível subida de categoria para fugir da dura perda de peso. O combate entre ele e Dominick Cruz é esperado para o início de 2014. Se o americano não puder retornar até lá, a organização finalmente deve tornar o potiguar campeão linear.
A seguir, veja a entrevista com Renan Barão na íntegra
COMBATE.COM: Quer dizer então que você até dorme com o cinturão?
RENAN BARÃO: Com certeza (risos). Boto o cinturão do lado da minha cama ali. Fico do lado dele toda hora.
Você perdeu somente a primeira luta que fez no MMA (para João Paulo Rodrigues de Souza, em abril de 2005). Desde então fez 32 lutas sem derrota. Qual é o segredo para essa sequência impressionante?
Isso é fruto do trabalho. Acordo todo dia cedo, treino bastante para poder se manter bem na luta. Graças a Deus está dando certo. Vou me dedicar cada dia mais. Esse é o grande segredo: treinar, treinar e treinar.
Você se sente invencível nessa categoria dos galos do UFC?
Não. Ninguém é invencível. A verdade é que eu trabalho muito, e graças a Deus tenho vários resultados positivos.
O que você recorda da sua primeira e única derrota?
Recordo uma coisa que não quero nunca mais sentir, né? O que aconteceu ali vai ficar ali. Sempre falo que derrota só é derrota quando você não aprende nada. Quando você aprende, isso se torna um aprendizado. Graças a Deus tive a oportunidade de dar a volta por cima e treinar bastante para poder estar bem cotado hoje.
O UFC atualizou o ranking peso por peso, e você agora aparece em sexto lugar. Pela sua sequência positiva, acha que deveria estar ainda mais em cima?
Acho que não. Não tenho pressa para isso. Vou conquistando meu espaço a cada minuto, a cada luta, a cada trabalho, a cada correria. Isso está nas mãos de Deus.
Quando o Frank Mir sofreu um acidente de moto em 2004, o UFC tirou dele o cinturão peso-pesado após 14 meses sem lutar. Com o Dominick Cruz está sendo diferente. Ele está há dois anos fora, mas ainda detém o título. Acha injusto?
Acho que o UFC tem que tomar uma decisão. Já era para ter tomado antes. Acho que sim (é injusto). Mas vai ser quando tiver que ser.
Acho que não. Quem tem que tomar a decisão é o UFC. É a mesma coisa se eu estivesse com o cinturão. Eu não iria querer perder de forma alguma. Então, quem tem que decidir isso é o UFC.
O UFC deu um prazo até o começo de 2014 para o Dominick Cruz voltar. Se ele não voltar até lá, quem você vê como possível próximo adversário? De repente o vencedor de Raphael Assunção x TJ Dillashaw, que será em Barueri-SP?
Não sei agora. Eu sou empregado do UFC. Quem eles colocarem para eu enfrentar vou aceitar de braços abertos.
Você sofre muito com a perda de peso nos galos. Se o José Aldo subir dos penas para os leves, você imediatamente sobe dos galos para os penas?
Não sei. Isso quem vai decidir é o Dedé (Pederneiras, seu treinador e empresário). O que for melhor para a equipe é o que vai acontecer.
Mas você pensa em subir de categoria?
Agora não. Acho que tenho muita lenha para queimar nessa categoria. Tenho muito trabalho ainda pela frente. Então, pretendo ficar aí um bom tempo ainda.
E a perda de peso não te abala?
Com certeza. A gente sempre dá uma ralada, tem que dar uma sofrida ali, mas a gente está batendo bem. É isso.
Desde que você conquistou o cinturão do UFC, o que mudou na sua vida? Já ganhou bastante dinheiro?
Graças a Deus tive a oportunidade de ajudar minha família. Tudo mudou completamente. Tenho mais apoio e mais reconhecimento.
Como você os ajudou?
Financeiramente. Tive a oportunidade de poder dar uma casa para minha mãe, de poder ajudá-la a viver bem de todas as formas. Isso é o mais importante.
E para você? O que comprou?
Comprei meu apartamento, meu carrinho. São sonhos, e a gente sempre batalhou para poder realizar essas coisas.
Quando olha para o início da sua carreira, passou por muita dificuldade financeira?
Com certeza. Eu ia andando para a academia. Ia e voltava. Foi muito difícil, muito duro, mas sempre acreditei, corri atrás e batalhei. Sabia que o dia chegaria.
Na verdade quem mais me ajudou foram meu avô e minha avó, que me criaram, meu professor Jair Lourenço e meus amigos, que sempre me incentivavam.
Como você ingressou no mundo das lutas?
Eu era garotão, sempre brigava muito na escola e na rua. Meu pai é professor de boxe, aí comecei a treinar boxe com ele. Depois conheci o professor Jair Lourenço e comecei a treinar a parte de MMA lá. Foi aí que tudo começou. Eu tinha uns 13 anos.
Você se sente preparado hoje para fazer uma luta principal de um evento do UFC no Brasil? Acha que está pronto para puxar público?
Acho que sim. Nasci preparado. Se eu tiver a oportunidade de fazer uma luta principal aqui, vou ficar muito feliz, com certeza.
Nova União (Foto: Reprodução / Instagram)
Acho que sim, seria justo. Acho que é muito difícil, mas é uma coisa que eu iria adorar. Seria um sonho se tornando realizado, poder lutar aqui diante da minha nação, defendendo o Brasil. Seria muito bom.
É uma forma de o UFC fazer alguma justiça, né?
É verdade. Acho muito difícil, mas vamos ver o que vai acontecer daqui para frente.
Uma curiosidade: quando você venceu o Urijah Faber, disse que raspou a cabeça como uma ajuda para fugir da guilhotina dele. E agora, qual foi o motivo?
Ah, é superstição (risos). Desde que venho raspando a cabeça eu sempre falo que vou para a guerra mesmo. É como os militares, que sempre fazem isso. Agora já se tornou um ponto ali. É uma marca registrada. Então, toda vida estou fazendo isso aí. É superstição. Tenho raspado e vou raspar em várias lutas ainda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário