Rival de Massaranduba, polonês sabe capoeira e não teme a torcida mineira
Membro da marinha polonesa, Piotr Hallmann não teme torcida: 'Já lutei contra um montenegrino nos Bálcãs. Estou preparado para qualquer coisa'
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COMBATE.COM: Como você entrou MMA, quando você começou a treinar artes marciais e quem eram seus ídolos?
Hallmann: Eu comecei a treinar no caratê aos seis anos, depois fiz capoeira e joguei futebol por um tempo. Venho treinando MMA regularmente desde 2008, e comecei a competir um ano depois. Meus ídolos são o lendário Kazushi Sakuraba, por sua criatividade e por estar tão à frente de seu tempo; Joachim Hansen, por ser o primeiro europeu a realmente se destacar no circuito internacional; Georges St-Pierre, por sua perfeição, postura e humildade apesar de ser uma estrela absoluta e uma dos grandes nomes do esporte; e por último, mas não menos importante, o meu treinador Grzegorz Jakubowski , que é um dos pioneiros do MMA na Polônia, e que me ensinou tudo o que sei sobre a luta de hoje.
polonesa e estreará no UFC (Foto: Tim Leidecker)
Vamos ver... Não posso falar muito do meu plano de luta agora...
Esta será a sua primeira vez no Brasil, e você sabe como os fãs brasileiros são apaixonados por seus lutadores. Você está pronto para ouvir os gritos de "Uh, vai morrer!"?
Eu cresci acostumado a lutar diante de torcidas hostis. Lutei contra um alemão na Alemanha, um finlandês na Finlândia e um montenegrino nos Balcãs. Especialmente essa luta, contra Vaso Bakocevic, teve o que podemos chamar de uma alta dose de emoções e agressão. Por isso, eu diria que estou bem preparado para o que vou enfrentar em Belo Horizonte.
O que você sabe sobre Francisco Massaranduba? Você viu suas lutas no UFC e no circuito brasileiro?
Minha equipe e eu acompanhamos Massaranduba por um longo tempo, ouvimos falar dele pela primeira vez quando ele finalizou contra Buscapé e, em seguida, nocauteou Flavio Alvaro em apenas três meses, em 2010. Eu sei que ele é um grande lutador, muito emocionante, muito completo e adorado pelos fãs no Brasil pela sua personalidade. Ele gosta de trocar em pé, mas também é muito bom no chão, especialmente no "ground and pound" por cima, além de ter um grande arsenal de finalizações por estrangulamento. Vou ter que ser melhor do que ele durante toda a luta se quiser ganhar.
(Foto: Tim Leidecker)
Eu vim da Polônia e posso falar bem sobre pobreza também. Tenho 26 anos de idade e eu ainda moro com a minha mãe, porque eu não posso pagar um apartamento próprio. Estou dirigindo um Fiat 1999 que foi totalmente destruiído três vezes, e eu o reconstruí pessoalmente todas as vezes, porque não posso pagar um carro novo e eu preciso dele para ir trabalhar. Meus amigos e companheiros de equipe me zoam por ainda dirigir esse carro. Eu gostaria de casar com a minha namorada, mas eu não posso pagar a festa do casamento - vou ter que esperar até ganhar algumas lutas no UFC. Investi a maior parte de minhas economias no campo de treinamento para essa luta. Portanto, não tenho uma vida confortável. Acho que Massara e eu estamos lutando pelo mesmo sonho: o de proporcionar uma vida melhor para nossas famílias.
Nós ouvimos que o UFC está planejando ir para a Polônia em 2014. O que você acha disso? O MMA é muito popular no seu país? Você acha que este evento na Polônia será um sucesso?
Estou animado com a notícia, e realmente espero que isso se torne realidade. Ter o UFC na minha cidade natal, Gdansk, e estar nesse evento seria a realização de um sonho! Nós já temos dois grandes eventos na Polônia: o KSW e o MMA Attack, que estão atraindo grandes audiências. Mesmo que a Polónia não senha tão rica quanto outros países europeus como a Inglaterra, a França ou a Alemanha, os fãs são muito apaixonados pelo esporte e temos muitos grandes lutadores. Se o UFC for para a cidade certa e levar os melhores lutadores, um evento na Polônia será um enorme sucesso.
Massaranduba lutou como peso-médios em TUF Brasil 1 . Agora ele luta como peso-leve. Alguma vez você já lutou contra alguém que veio das categorias mais pesadas? Já quis lutar em qualquer outra categoria de peso diferente da dos leves?
Lutei como meio-médio nos três primeiros anos de minha carreira. Alguns dos caras contra quem lutei pesavam mais de 85kg no dia da luta . Eu também sou menores e mais leves do meu clube, o Mighty Bulls Team, então estou acostumado a encarar caras que pesam 90kg ou mais.
A estreia é sempre diferente das outras lutas, porque ela é geralmente um pouco nervosa, especialmente quando você está estreando no UFC. Como você se sente sobre isso? Você acha que lutar no UFC vai ser muito diferente dos outros torneios que você já lutou?
Minha equipe e eu fizemos o possível para simular todas as situações que fazem o UFC ser tão diferente e especial. Viajei para vários países para lutar. Lutei em clima e fuso-horários diferentes. Tive que cortar peso em circunstâncias difíceis, e lutei em shows com muita de atenção da mídia, com câmeras e microfones na minha cara o tempo todo. Acho que fizemos tudo o que podíamos fazer para me preparar para isso. Mas não posso garantir que não vá ter o famoso "nervosismo de octógono" quando entrar na jaula do UFC pela primeira vez. Mas isso não é nada que me preocupe muito, pelo menos não agora.
ter sido apelidado de "Baleia" (Foto: Tim Leidecker)
É um apelido meu treinador Jakubek me deu. Significa "Baleia", acho que por causa do meu nariz, que é meio grande, e porque eu soprava como uma baleia depois de um dos meus primeiros treinos com ele!
Você já escolheu sua música de entrada? Se sim, qual?
Eu costumo ir para as lutas com " Sic", do Slipknot. Mas não sei se o Dana White vai gostar disso...
O que vem à sua mente quando você pensa sobre a luta contra um brasileiro no Brasil , o país onde nasceu MMA?
Não existe nada melhor do que isso! Eu amo a energia e a emoção a torcida brasileira, e não consigo entender os lutadores que não querem ir para o Brasil, porque dizem que os adversários são muito difíceis. Meu trabalho é lutar, e quero competir com os melhores, e não esmagar os idiotas. Ir para o Brasil na minha estréia no UFC é uma grande honra!
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