sábado, 18 de janeiro de 2014

Árbitro diz que parou luta no Jungle Fight 64 devido a corte no supercílio

Atleta Sidney Abedi sofreu ferimento acima do olho direito. 'Minha principal função é preservar a integridade física do atleta', afirma Alessandro Souza

Por Campos de Goytacazes, RJ
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A luta principal do Jungle Fight 64, realizado na sexta-feira em Campos-RJ, terminou com muita reclamação por parte do derrotado. Sidney Abedi perdeu para o campeão peso-mosca, Rayner Silva, por nocaute técnico no finzinho do segundo round, mas alegou que tinha condições de continuar e foi contra à interrupção do árbitro Alessandro Souza. Este, por sua vez, defendeu seu ponto de vista e ressaltou que parou o duelo por conta de um corte no supercílio direito do atleta:
- Eu acho que interpretei de maneira correta aquela situação, porque na hora em que ele (Abedi) caiu no chão e estava na guilhotina o ferimento já estava aberto. Eu aguardei um pouco, pois ele estava com o rosto no chão. Quando levantou e foi para a trocação, eu não tinha como parar, já que era uma ação contínua. A partir do momento em que ele encostou na tela, eu percebi que o ferimento era grave e mais um soco poderia deixá-lo até cego. Minha principal função é preservar a integridade física do atleta. Sempre vou prezar por essa questão.
Sidney Abedi supercílio aberto   (Foto: Divulgação/Fernando Azevedo)Sidney Abedi com o supercílio aberto (Foto: Divulgação)
O médico que estava a serviço da organização, Dr. Miquele Franceso, concordou com a atitude de Alessandro Souza e detalhou os procedimentos realizados em Abedi após o combate:
- Ele teve uma lesão de aproximadamente 5cm no supercílio direito. Eu tive de fazer uma sutura com quatro pontos que foram extremamente necessários. Foi uma decisão acertada. A pálpebra direita dele chegou a cair, então fez sentido a luta ter sido interrompida.
Flávio Almendra reconhece erro
Outra decisão de árbitro contestada ocorreu na luta entre Iskar Waluyo e Magno Magu. O mexicano venceu o brasileiro por nocaute técnico aos 32 segundos do primeiro round, mas também houve reclamação do derrotado. Waluyo acertou dois bons golpes na trocação e levou Magu à lona. Este caiu consciente e se defendendo, mas Flávio Almendra interrompeu o combate. O árbitro reconheceu o equívoco e pediu desculpas a Magu:
- Na hora em que o Magu tomou o soco do mexicano ele "desligou", desceu nocauteado, mas bateu no chão e já voltou nas pernas do oponente. Teve uma recuperação muito rápida, mas como estava muito em cima do lance fui em cima para paralisar o duelo. Não tenho como voltar atrás após botar a mão no atleta. Peço desculpas, talvez minha interrupção tenha sido prematura, mas minha intenção foi preservar o atleta.
Presidente do Jungle Fight, o ex-lutador Wallid Ismail prestou solidariedade aos árbitros da organização e falou da importância em torno da integridade física dos atletas:
- Existem pessoas que estão em casa e não veem o que realmente acontece dentro do cage. Temos que ter cuidado ao julgar, já que o atleta (Sidney Abedi) teve um ferimento bem sério no supercílio. O importante no Jungle é sempre preservar a integridade dos lutadores. Erros acontecem, mas eu prefiro que o erro aconteça e o atleta não tenha um problema grave do que o profissional ir até o seu limite e ter um problema mais sério. Os árbitros do evento são sempre instruídos a defender a integridade física. Esse é um esporte de guerreiros que nunca desistem e para isso servem os juízes, e eu confio muito neles.

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