Declaração de Guto Ferreira gera novo mal-estar na Portuguesa
Vice-presidente jurídico diz não se sentir confortável para comentar frase de técnico, mas ressalta que há investigação interna em curso sobre o "caso Héverton"
José Luiz Almeida, vice-presidente jurídico da Portuguesa, diz não se sentir confortável para comentar a declaração de Guto Ferreira, mas ressalta que há uma investigação interna em curso e que está perto de ser concluída.
– Se ficar comprovado que houve qualquer erro, os responsáveis serão punidos pelo clube – disse Almeida.
Orlando Cordeiro de Barros, antecessor de Almeida, ficou surpreso com a declaração de Guto Ferreira, já que ele era o técnico na época. Barros mostrou preocupação com as acusações genéricas, sem provas, sem base, sem nomes.
– Se eu tivesse visto algum ato ilícito, teria falado, teria denunciado na hora. Mas não posso ser leviano nem irresponsável, porque isso só prejudica o clube. E isso vale para dirigentes, Ministério Público, imprensa... – disse o ex-vice jurídico da Lusa.
"Escalação premeditada"
A suspeita de Guto reforça uma declaração recente do presidente Ilídio Lico. Em entrevista ao jornalista Jorge Nicola, do portal Yahoo, no último dia 29, o dirigente afirmou que a participação do atleta, de forma irregular, teria sido “premeditada”.
– Foi coisa premeditada. Não dá para falar muito, porque eu não tenho como provar e ainda vou acabar processado, mas sabemos da participação do departamento jurídico. E agora estamos tentando eliminar o Manuel da Lupa – afirmou Ilídio Lico, referindo-se a seu antecessor no cargo.
A declaração gerou constrangimento no Canindé. Em contato com o GloboEsporte.com, Lico afirmou que não poderia sustentar uma acusação como esta sem ter provas. No clube, foi duramente repreendido por outros dirigentes por levantar a suspeita sem indícios concretos.
No último sábado, quando o time venceu o Luverdense por 1 a 0 após 14 jogos de jejum, Lico não foi ao estádio – da diretoria, apenas dois membros estavam nas tribunas: os vices de comunicação, Luiz Filho, e de marketing, Armando da Costa Gonçalves. Pouco antes do duelo, torcedores se reuniram para protestar. Eles responsabilizaram tanto a antiga quanto a atual administração pela situação da equipe.
Investigação do MP-SP
Um inquérito do Ministério Público de São Paulo investiga os motivos que fizeram Héverton ser escalado naquela tarde – uma ação que encontrou também suspeitas movimentações de dinheiro de cartolas, envolvendo o banco Banif, parceiro do clube por anos.
Responsável pelo inquérito, o procurador Roberto Senise Lisboa já deu declarações sobre existência de indícios de uma suposta corrupção para que Héverton jogasse de forma proposital – nenhuma prova contundente foi apresentada até agora.
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