No dia deles, os finalistas do Paulista atestam: goleiro bom se faz em casa
Rogério Ceni, Rafael, Deola e Julio Cesar, semifinalistas do estadual, passaram pelas divisões menores antes de se firmarem como titulares
Quando eu parar, um dia, quem sabe não vejo um deles na Seleção"
Ceni, sobre Julio, Rafael e Deola
A homenagem teve início através de uma ideia do tenente Raul Carlesso e do capitão Reginaldo Pontes Bielinski, professores da Escola de Educação Física do Exército do Rio de Janeiro, em meados dos anos 70. O dia escolhido não foi por acaso. É a mesma data do nascimento de Manga, ídolo das torcidas de Botafogo e Internacional e goleiro da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra.
- É diferente porque as pessoas vão para o futebol para ver o gol e nós estamos ali para evitar que isso aconteça. Então, é uma posição diferente mesmo. Os considerados grandes jogos são aqueles em que saem muitos gols. Então, nós goleiros estamos sempre nessa contramão. Acho que, por tudo isso, merecemos, sim, ter um dia só nosso - celebrou o santista Rafael.
No San-São, um duelo de gerações
(Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Foram anos de paciência até que, em 1997, com a saída do bicampeão mundial, Rogério assumiu definitivamente a vaga, iniciando um período histórico e se transformando em um dos maiores jogadores da história do clube. São 972 partidas, 101 gols marcados (recorde para um atleta da posição) e uma série impressionante de títulos, com duas Libertadores, dois Mundiais, três Brasileiros e três Paulistas.
(Ricardo Saibun / Site Oficial do Santos)
- Isso (ser da base) é muito bom, pois prova que os quatro clubes investem bem em suas categorias de base. Eu fico feliz. Com apenas 20 anos, já sou titular da equipe - afirmou o goleiro que, em 2009, fraturou a perna direita durante um treino após uma entrada do zagueiro Domingos.
O paciente Julio Cesar e o 'cigano' Deola
Na outra semifinal, outros dois goleiros que vieram das divisões menores de seus clubes, mas precisaram de muito mais paciência para ganharem destaque. Poucas pessoas conhecem tão bem os corredores do Parque São Jorge quanto Julio Cesar. Praticamente metade da vida dele está ligada ao Corinthians. Contratado com apenas 15 anos em 2000, passou por todas as categorias da base alvinegra. Os títulos começaram por lá. Em 2004 e 2005, brilhou na conquista do bicampeonato da Copa São Paulo de Juniores, feito que o levou ao elenco profissional.
(Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
- É sempre bom comemorar o nosso dia. Todo goleiro é meio louco. O trabalho de base com os goleiros vem crescendo há tempos. Estamos tendo mais espaço. O goleiro precisa de confiança e uma sequência de jogos para se firmar. É sempre difícil ter uma chance, mas o Corinthians me deu essa oportunidade e consegui ficar - disse Julio Cesar.
Não é fácil conviver com a sombra de São Marcos, principal jogador do elenco e ídolo maior da torcida. Mas Deola, a cada dia, se firma como o herdeiro da camisa 1 do Palmeiras assim que o santo goleiro pendurar as chuteiras, provavelmente no fim de 2011. Aos 28 anos, o camisa 22 só virou titular no segundo semestre do ano passado, porém, sua história com o Verdão é bastante longa.
Juvenil, Deola foi contratado pelo Palmeiras no fim de 1999 depois de se destacar em um amistoso contra o Alviverde atuando pelo Atlético Sorocaba. A chegada ao elenco principal demorou. Foram empréstimos para Sãocarlense-SP, Guarani, Juventus-SP, Grêmio Barueri e Sertãozinho-SP. A chegada à equipe principal aconteceu apenas em 2009. Com Marcos machucado e Bruno instável, Deola dominou o posto.
(Agência Estado)
Apesar da fama e de caírem nas graças de seus torcedores, os goleiros ainda têm algo a reclamar da profissão: os salários. Segundo eles, os vencimentos continuam muito abaixo do que os atacantes recebem.
- Com certeza, o goleiro ainda é o jogador que menos ganha. Não dá para comparar com um atacante - disse Deola.
Dinheiro à parte, o trio de goleiros recebe elogios rasgados do “vovô” da turma. Em suas últimas temporadas, o camisa 1 do São Paulo exalta seus concorrentes e acredita que, em breve, poderá vê-los com a camisa da Seleção Brasileira.
- O Julio Cesar e o Deola são um pouco mais experientes. O Rafael é mais jovem, mas já vem com experiência de Libertadores. Não tenho dúvida de que são goleiros que têm tudo para defenderem suas equipes por vários anos. Quando eu parar, um dia, quem sabe não vejo um deles na Seleção. Torço por eles - finalizou Rogério Ceni.
É esperar para ver.
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