A vitória da 'gangue' das bicicletas e dos alpinistas rubro-negros no Ceará
Depois de chegarem em comboio pedalando e escalarem muro, torcedores recebem como prêmio alguns minutos perto dos ídolos no treino em Itaitinga
(Foto: Janir Junior/Globoesporte.com)
A primeira cena foi desoladora. Portões fechados e segurança reforçada. Mas, aos poucos, a esperança de ver os jogadores de perto venceu o medo da decepção.
- Bicicleta e moto são os principais meios de transporte por aqui. Parece até uma gangue, não é?! Tu é doido – divertiu-se Maylson Perez, usando uma gíria local, e que fez questão de que seu nome fosse escrito corretamente.
Com a camisa do Flamengo, ele se juntou a um grupo que começou tímido, mas logo ganhou mais algumas dezenas de integrantes. Na primeira brecha dada pelos policiais, os torcedores viraram alpinistas e escalaram muros, portões e árvores. Qualquer buraco parecia o passaporte para a visão do paraíso.
Os jogadores treinavam num campo bem próximo aos muros. Do lado de fora do CT, a concentração de torcedores era maior do que a no desembarque do time na segunda-feira à noite, quando a torcida foi menor do que o séquito de seguranças no Aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza.
Quase no fim da atividade, com o aval do clube, os policiais liberaram a entrada de quem estava do lado de fora. Foi possível ouvir alguns gritos de comemoração. Por um portão lateral, os torcedores quase se atropelaram para entrar no CT. Depois de amontoarem suas bicicletas no alambrado, eles saudaram os jogadores e tiraram fotos.
- Sempre somos tratados com muito carinho quando estamos aqui. Isso é bom, esperamos retribuir - declarou Thiago Neves.
Em Itaitinga, o torcedor do Flamengo provou que quem espera, pedala ou escala sempre alcança.
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