Jogos Urbanos Indígenas atraem mais de 200 atletas em Campo Grande
Parque Sóter recebeu competições em modalidades tradicionais, como arco e flecha e arremesso de lança. Torneio serve para resgatar cultura indígena
nos Jogos Indígenas (Foto: Hélder Rafael/GE MS)
- Poke'e ke! - a instrução dos atletas é traduzida como “toca [a bola] no chão!” por Francisco Vitor, filho de terenas. Enquanto assiste ao jogo entre Estrela da Manhã e Acadêmica Indígena, no campo do Parque Sóter, ele traduz outras expressões como “kirika” (rápido) ou “vanu keke” (toca [a bola] no alto). O português é o idioma oficial para a maioria, mas a língua tradicional jamais é esquecida, passa de geração para geração.
Em Campo Grande existem 18 comunidades distribuídas em quatro aldeias urbanas, que reúnem ao todo cerca de 8 mil moradores. Os jogos urbanos atraíram este ano mais de 200 inscritos em seis modalidades esportivas: futebol society, vôlei, atletismo, arco e flecha, arremesso de lança e cabo de guerra. As três últimas fazem parte dos costumes indígenas e servem para resgatar as tradições nas aldeias.
(Foto: Hélder Rafael/GE MS)
E a rivalidade no esporte? Entre os indígenas não existem desavenças como acontece com o homem branco, na opinião do coordenador dos jogos, o terena Adierson Venancio. Isso se deve à cultura de paz nas aldeias.
- Pode brigar num dia, mas no outro faz as pazes. Ninguém é melhor do que ninguém – afirma.
Jogos brasileiros
Quatro atletas de Campo Grande conseguiram índice para disputar a 11ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas, que serão realizados em outubro na cidade de Porto Nacional (TO). Eles vão representar suas aldeias nas modalidades: arco e flecha, arremesso de lança e atletismo (corrida de 1.500m masculino e 800m feminino).
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