Santos e Inter, sem nenhuma inspiração, ficam no 1 a 1 na Vila
Equipe santista entrou em campo totalmente desfigurada. Nem Muricy apareceu. Já o Colorado, melhor em campo, não conseguiu se impôr
O Santos entrou em campo com um time tão reserva que nem Muricy Ramalho estava no banco. Gripado, ele não foi à Vila Belmiro comandar o expressinho que armou para poupar os titulares, guardados para as semifinais da Taça Libertadores. O auxiliar Marcelo Martelotte ficou à beira do campo. O Inter, não. Fora da competição continental - foi eliminado nas oitavas de final - o Colorado mandou a campo o melhor time possível. D’Alessandro, Andrezinho e Nei, machucados, não puderam estar na Vila Belmiro. O restante da equipe é o mesmo que o torcedor colorado está acostumado a ver.
Mais qualificada tecnicamente, a equipe gaúcha manteve a bola sob o seu comando durante a maior parte do primeiro tempo. Um meio de campo consistente, formado por Guiñazu, Bolatti, Tinga e Oscar, trocava passes certos, tentando aprofundar jogadas para Zé Roberto e Leandro Damião. A princípio, a bola não chegava, pois a marcação santista esteve atenta. Isso acabou tornando o jogo um tanto quanto monótono. O Santos, retraído e desentrosado, tentava explorar algum erro do Internacional. Apesar de escalado com três zagueiros (Bruno Aguiar, Vinícius e Bruno Rodrigo), o Peixe não jogava no 3-5-2, mas num 4-4-2 como o rival, com Bruno Aguiar caindo pela direita, mas apenas marcando, e Alex Sandro na lateral esquerda, saindo só na boa.
A Vila Belmiro recebeu um público pequeno, 4.532 pagantes. A promoção feita pela diretoria, que derrubou os preços dos ingressos (as arquibancadas, que na Libertadores custam R$ 50, caíram para R$ 20), não animou os alvinegros a comparecerem ao estádio para ver o time reserva. Os colorados, por sua vez, marcaram presença e praticamente lotaram o setor reservado aos visitantes. Animados, eles não remoeram muito o gol sofrido. Bem mais experiente, a equipe gaúcha não se perdeu. Seguiu comandando as ações e foi cercando o Santos até empatar a partida, com Zé Roberto, aproveitando-se de uma falha generalizada do sistema defensivo santista e completando cruzamento de Oscar.
Tudo igual na etapa final
Os visitantes continuaram dominando as ações no segundo tempo. Era o mesmo panorama da etapa inicial: o Peixe retraído, esperando um erro do adversário, e o Inter dominando a posse, jogando como se fosse o mandante, alugando todos os espaços do campo. Faltava ao Colorado, porém, jogadas mais agudas. O time gaúcho parecia satisfeito com o empate, sem muito apetite, errando passes e arremates quando chegava perto da área. Zé Roberto ainda tentava fazer algo, driblando, correndo se deslocando, pedindo e recebendo. Só que foi um elemento solitário no ataque gaúcho, já que Leandro Damião, disperso, errou todos os lances que tentou. O Santos, por sua vez, vivia de contra-ataques. O problema do Peixe é que faltava uma maior aproximação entre jogadores de meio e de frente. Keirrison, preso entre os zagueiros, só via a bola passando por cima.
A falta de emoção dentro de campo fez o público santista dispersar. Garotos conversavam, casais namoravam. Os alvinegros, normalmente exigentes, não esboçaram sequer vaias. Já os colorados seguiam cantando músicas de apoio ao time. Não conseguiram, porém, inspirar seus jogadores. O apito final acabou caindo bem.
Aranha, Bruno Aguiar, Bruno Rodrigo e Vinícius; Pará, Charles, Possebon (Anderson Carvalho), Felipe Anderson e Alex Sandro; Keirrison, Tiago Alves (Rychely) | Renan, Daniel, Bolívar, Juan e Kleber; Guiñazu, Bolatti (Fabrício), Tinga e Oscar (Cavenaghi); Zé Roberto (Ricardo Goulart) e Leandro Damião. |
Técnico: Marcelo Martelotte (interino) | Técnico: Falcão |
Gols: Keirrison, aos 28, Zé Roberto, aos 34 minutos do primeiro tempo. | |
Cartões amarelos: Charles, Bruno Aguiar (Santos), Bolatti, Daniel (Inter) | |
Local: Vila Belmiro. Data: 21/5/2011. Árbitro: Sandro Meira Ricci. Auxiliares: Marrubson Melo Freitas e Carlos Emanuel Manzolillo. Público e renda: 4.532 pagantes/R$ 78.170,00 |
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