Atrás de renovação, Rubinho rebate críticas à F-1 atual: 'A gente se diverte'
Brasileiro elogia busca da categoria por mais emoção e ultrapassagens
corridas mais emocionantes (Foto: Carsten Horst)
Disputando sua 19ª temporada na categoria, Rubinho rebateu as declarações do campeão mundial Jacques Villeneuve, que esteve no Brasil na última semana para disputar a Corrida do Milhão, da Stock Car. O canadense afirmou não gostar do que chamou de “sistemas artificiais de competitividade”.
- Tem muita gente que fica dizendo que os tempos antigos eram melhores. A realidade é que a gente se diverte nos tempos atuais, como vai se divertir no futuro. A Fórmula 1 é aquilo que eu sempre sonhei, e veio se modificando. Hoje em dia é mais segura, tem muito mais trabalho de relação pública, os pilotos não tem muito sossego. Mas, fora isso, é atrás do volante que importa. Aqueles que falam mal da asa traseira vão falar mal de qualquer coisa. Antes criticavam porque ninguém ultrapassava, e agora criticam porque tem ultrapassagens demais. Não faz sentido – avaliou Barrichello, que está na categoria desde 1993.
- A Fórmula 1 apresenta surpresas, nunca dá para garantir que algo é fixo. Pelo que a gente consegue enxergar, só no topo as coisas estão praticamente decididas. Como as equipes que andam no meio do pelotão dependem de outros fatores, pode pintar alguma coisa até o fim do ano.
Barrichello também falou sobre a onda de pilotos pagantes, que apesar dos títulos em categorias de base chegam à categoria bancados por fortes investimentos de seus países de origem. Caso de seu próprio companheiro na Williams, o venezuelano Pastor Maldonado.
- Isto já é uma realidade. O mundo da Fórmula 1 necessita de muito dinheiro, é um automobilismo caro, não tem muita saída. A sorte destes pilotos é que os países deles apoiam muito. Não adianta termos categorias de base se o país não empurrar, precisa de um apoio forte para poder dar chances a novos talentos. Se não fosse uma pessoa extraordinária que me ajudou com patrocínio no início da carreira até a Fórmula 1, eu não teria chegado a lugar algum.
- Ninguém jamais terá uma equipe tão feita para um piloto como o Schumacher teve. Mas o Vettel tem capacidade e talento para ganhar vários títulos – analisou o vice-campeão das temporadas 2002 e 2004, período em que guiou pela Ferrari ao lado do heptacampeão, hoje na Mercedes.
- Espero despontar em algumas corridas entre os seis primeiros, já que algumas pistas devem nos favorecer. Quanto à renovação, não tenho que ficar sofrendo com ansiedade, mas é lógico que eu gostaria de fazer parte deste processo. Visitei a fábrica, vi alguns rostos novos, deu para ter noção do que está acontecendo. A equipe terá motor Renault no ano que vem e está se reestruturando, então tudo nos faz crer que terá um carro melhor em 2012 – disse, esperançoso, enquanto aguarda um novo contato do time inglês.
A indefinição quanto ao novo regulamento de motores, previsto para vigorar a partir de 2014, não incomoda Barrichello, que pretende estar curtindo férias junto da esposa Silvana e dos filhos, Eduardo e Fernando, quando as regras entrarem em vigor.
- Existe uma guerra interna muito grande, falavam em motores V4 (quatro cilindros em V), já mudou para V6... Até que seja anunciado, não temos certeza do que pode acontecer exatamente. Mas isso é para daqui a três anos. Nessa época, já não estarei mais na Fórmula 1, e sim “hospedado” na Disney, comendo hambúrguer e andando de montanha russa – comentou o piloto, que já acumula 317 participações na F-1.
- Eu não vivo sem a velocidade, seja no kart, no simulador ou jogando na internet. Alguma coisa, com certeza, vou buscar para fazer no futuro, senão vou começar a saltar de paraquedas e fazer outras maluquices procurando adrenalina – brincou.
O próximo desafio de Rubens Barrichello e da equipe Williams será no dia 28 de agosto, em Spa-Francorchamps, onde será disputado o GP da Bélgica de Fórmula 1.
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