Com dúvidas no antidoping, FIVB derruba suspensão de Pedro Solberg

Contraprova confirma presença de esteroide, mas indícios de erros motivam Federação Internacional a liberar o atleta até que o caso seja julgado

Por Amanda Kestelman Rio de Janeiro

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Pedro Solberg treinou na praia nesta quinta-feira
(Foto: Amanda Kestelman/SporTV.com)

Com dois capítulos novos na manhã desta quinta-feira, o caso de doping do jogador Pedro Solberg, do vôlei de praia, sofreu uma reviravolta. Horas depois de receber a notícia de que a contraprova do exame tinha confirmado a presença do esteroide androstane, o atleta foi informado por seu advogado que a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) derrubou a suspensão até que o episódio seja julgado, o que acontecerá nas próximas semanas. A decisão foi tomada a partir de uma carta enviada pelo médico Eduardo de Rose, responsável pelo programa antidoping do Comitê Olímpico Brasileiro. O documento levantava uma série de dúvidas sobre o modo como exame foi feito.
- Pela carta que recebi do Dr. De Rose, existem vários indícios que geram dúvidas. A suspensão caiu baseada neste fato. Não seria justo eu ser punido por algo que não fiz – disse Pedro.
O resultado do exame demorou mais de um mês para sair, por diversos motivos: primeiro, o laboratório Ladetec estava com a agenda lotada por causa da demanda dos Jogos Mundiais Militares. Em seguida, quando a contraprova começou a ser feita, uma equipe de químicos contratada por Pedro foi informada de que o exame tinha sido cancelado e refeito por causa de um erro cometido pelo próprio laboratório.
- Depois desse erro tivemos que esperar mais duas semanas, porque eu não abri mão da presença dos meus químicos – contou o jogador.
Pedro revelou também que, durante todo o processo, foram levantadas questões importantes que podem ter influenciado no aparecimento da substância proibida em seu exame.
- A amostra do exame tem que ficar em uma temperatura específica, que tem chande de não ter ficado. Pesquisamos que se acontecer de ficar acima da temperatura, substâncias, isso inclui o esteroide da minha prova, podem aparecer no exame. Outras coisas também foram questionadas, como por onde a amostra passou de fato – disse Pedro.
O laboratório Ladetec, por sua vez, afirmou que não pode se pronunciar sobre o assunto por conta de uma exigência contratual feita pela Agência Mundial Anti-Doping (WADA).
Retorno deve acontecer na etapa da Holanda
Livre para voltar competir até o julgamento, Pedro acredita que dificilmente estará pronto para jogar na etapa da Finlândia, que acontece já na próxima semana. Ele confirmou que Rhooney Ferramenta será seu parceiro até o fim da temporada e o projeto ao lado de Ricardo, que atualmente joga com o Pedro Cunha, só deve começar o trabalho no ano que vem.
- Na verdade, não quero falar muito sobre isso por enquanto. Já falei com o Ferramenta e vamos voltar a treinar juntos. Dificilmente vamos conseguir estar na Finlândia, mas acredito que na Holanda, se tudo correr bem, vamos competir - revelou Pedro.