Má pontaria, desentrosamento, bolas nas costas: os erros de Flu e Vasco
Rivais, que se enfrentam no Maracanã neste domingo, estão entre os que mais perderam no início da competição e apresentam problemas distintos
(Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Vindo de três rodadas sem pontuar, tem sido comum a imagem de Abel Braga com as mãos na cabeça, lamentando uma oportunidade perdida. Isso ocorreu com frequência nos duelos com Botafogo e Inter, quando o Tricolor apresentou maior volume de jogo, mas não soube transformar a superioridade em vitória. Foram dois gols marcados, quatro sofridos e titulares importantes com rendimento em queda livre em comparação com outros momentos.
Em São Januário, a situação é ainda mais preocupante. Dorival Júnior, o terceiro técnico na temporada, tem a missão de dar padrão a um time em constante mutação, ainda recebendo reforços e que vinha sofrendo, como atenuante, com grave crise financeira, aos poucos contornada pela entrada de novos patrocinadores e de acordos para dívidas trabalhistas e fiscais.
O GLOBOESPORTE.COM listou, analisou e repercutiu os principais erros dos rivais. Confira:
Na vitoriosa campanha do Fluminense no Brasileiro de 2012, o time era considerado mortal. Muitas foram as partidas em que jogou mal, levou sufoco, viu o adversário bombardear a meta de Cavalieri e, mesmo assim, venceu os jogos. Bastava um ataque bem armado para assegurar mais três pontos. No atual nacional, no entanto, a história tem sido diferente. O Tricolor tem apresentado volume de jogo e finalizado mais que os adversários. Porém, a bola parou de entrar.
- São coisas do futebol. No ano passado, muitas vezes jogamos mal e vencemos. Agora estamos jogando bem e não vencemos. Criamos as oportunidades, e a bola não entra. Acho que é falta de sorte, daqui a pouco isso muda - analisou o lateral-direito Bruno.
Selecionáveis apagados
por Abel (Foto: Marcelo Theobald / Ag. O Globo)
Nas rodadas em que foi titular no começo e destaque do time, o meia-atacante teve média de 4,6 roubadas de bola por jogo e recebia quatro faltas por partida. Depois da pausa da competição, roubou só 1,5 bola por duelo e sofreu somente uma falta em dois confrontos.
- O Rhayner chegou ao Fluminense e passou por uma fase de adaptação. Jogou muito bem e fez grandes partidas pela equipe, mas depois teve uma queda leve, o que é normal - analisou Abel Braga.
Apagão no fim dos jogos
tricolores à sua frente: reclamação de Abel Braga
- Acho este fato uma coincidência. Mas sempre no futebol o gol sai de algum erro, seja individual ou de posicionamento. Contra o Botafogo teve ambas as coisas - disse Abel.
O vascaíno menos atento pode não ter reparado ainda, mas a pior defesa do Brasileirão (ao lado de Náutico e Atlético-PR) tem um ponto fraco mais evidente: as jogadas pelas pontas. Foram pelos lados do campo que surgiram nove dos 14 gols sofridos. Lances em que a marcação afrouxou, foi envolvida ou simplesmente não existiu são corriqueiros.
- O Dorival chegou e logo tocou num ponto chave: não devemos deixar o adversário vir tão livre. Precisamos aumentar nossa pegada, como até fizemos um pouco mais no segundo tempo do último jogo (contra o Flamengo). Temos que continuar assim. Tivemos momentos bons de marcação e mais frouxos, mas não conseguimos em momento algum jogar. O conjunto todo tem que funcionar. Nós levamos dez gols em dois jogos (contra São Paulo e Inter). São números muito altos. Temos que diminuir - constatou o zagueiro Renato Silva.
Metamorfose ambulante
A repetição da escalação é algo raro na Colina. Muito por conta das mudanças de técnico. Paulo Autuori começou o Brasileirão quando não tinha nem dois meses de trabalho e deixou a nau, incomodado com promessas não cumpridas. Antes, Gaúcho orientou um grupo que ainda não tinha oito nomes que desembarcaram recentemente. Entre quatro ocasiões, houve de quatro a seis alterações de um jogo para o outro. O mínimo foram duas trocas - não por acaso, após os únicos triunfos, sobre Portuguesa e Atlético-MG.
Como consequência, a falta de entrosamento é um vilão que persegue o Vasco. Foram 25 jogadores utilizados. Há nove opções para o ataque, e três delas - Leonardo, Robinho e Reginaldo - ainda sequer entraram em campo. O reflexo, além dos erros no sistema defensivo, é um alto número de passes errados. Em seis das sete rodadas, a equipe cruz-maltina entregou mais bolas do que o adversário, mesmo com posse de bola bem menor em quatro deles.
A falta de um camisa 10
Em finalizações e roubadas de bola, o Cruz-Maltino também se aproxima da zona de rebaixamento. Ciente destes índices, Dorival pede calma e tempo para melhorar.
- É muito pouco tempo para ter uma assimilação completa do trabalho. Vai ser necessário um tempo maior. Com o Paulo (Autuori) estava em processo de formação, é natural que leve mais um tempo. É mais que necessária essa boa transição de bola, e com dois meias deve melhorar. As características do Juninho, que retém mais a bola, que dá um timing para a equipe, serão importantes - avaliou o treinador, nesta sexta-feira.
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