Mundial de Clubes da Fifa chega à décima edição e flerta com a China
Formato satisfaz a Fifa, e entidade se anima com interesse chinês para 2015 e 2016. Mudança no modelo de disputa e ida à Europa não estão nos planos da entidade
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Começou
no Rio de Janeiro e em São Paulo. Passou pelo Japão e depois voltou para lá.
Andou pelos Emirados Árabes. Está no Marrocos. E logo pode migrar para a China.
Em 2013, o Mundial de Clubes da Fifa chega a sua décima edição. O torneio é
considerado um sucesso pela entidade, que valoriza seu formato atual enquanto
pisa em ovos ao analisar os campeões anteriores, quando a disputa não era
regida pelo órgão que comanda o futebol mundial.
Em nove edições, são cinco títulos para os europeus (Milan em 2007, Manchester United em 2008, Barcelona em 2009 e 2011 e Inter de Milão em 2010) e quatro para os sul-americanos, sempre com brasileiros (Corinthians em 2000 e 2010, São Paulo em 2005 e Inter em 2006). O formato atual foi testado em 2000, no Brasil, e depois implementado de vez a partir de 2005. As disputas anteriores (entre América do Sul e Europa) não tiveram a chancela da Fifa e ainda hoje provocam brincadeiras entre os torcedores e polêmicas em bastidores: Santos (62 e 63), Flamengo (81), Grêmio (83) e São Paulo (92 e 93) comemoraram o Mundial Interclubes, chamado oficialmente de Copa Toyota ou Copa Intercontinental.
A entidade reconhece apenas aqueles que foram campeões sob sua tutela. O site da Fifa, no espaço dedicado ao Mundial de Clubes, só lista os torneios de 2000 e a partir de 2005. Nos estádios que recebem jogos da competição, quando há referências aos campeões, aparecem os das nove edições nos quais o órgão se envolveu. Se forem contabilizadas todas as formas de disputa, são 16 títulos para os europeus e 16 para os sul-americanos. Assim, 2013 é um tira-teima.
Próxima parada pode ser a China
A Fifa se anima com a ideia de ver o torneio sair do circuito habitual do futebol – Europa e América do Sul. Vê nisso um possível incremento ao esporte no cenário local. E aproveita o forte poder econômico que os governos costumam oferecer. É bastante evidente que a entidade está assanhada com a possibilidade de o Mundial migrar para a China em 2015 e 2016. Trata-se de um mercado muito forte – e com potencial para ser explorado.
Mudanças devem acontecer, mas sutis. A Fifa deseja anunciar, de uma só vez, as sedes dos próximos quatro anos do Mundial de Clubes. Mas serão necessariamente dois países diferentes, cada um recebendo duas edições. A China pinta como favorita já para 2015 e 2016. Em 2014, Marrocos seguirá como casa do torneio.
Mas as modificações não passam disso. A Fifa dá sinais de total aprovação ao formato de disputa e não demonstra o mínimo interesse em levar a competição para centros mais famosos – em especial a Europa.
- Está funcionando. Tem um representante de cada continente, e isso é bom. Pode ter novo formato no futuro? No momento, não é uma discussão. Tem funcionado muito bem nos países em que vem sendo disputado, em diferentes continentes. Na Europa, temos jogos todas as semanas. Não tenho certeza de que lá seja o lugar para receber estes jogos. Mas é fundamental ter o campeão europeu presente – opinou Valcke.
Mas nem tudo são rosas. A Fifa já teve que lidar com o desinteresse dos clubes europeus (especificamente em 2000) e com a falta de empolgação do público (caso das disputas em Abu Dhabi, em 2009 e 2010, quando a organização chegou a pagar para torcedores irem aos jogos). Este ano, no Marrocos, paira certo temor sobre a possibilidade de os estádios não lotarem, embora a Fifa se anime com a mobilização das torcidas de Raja Casablanca e Atlético-MG, em especial.
Edição de 2013 começa nesta quarta
A partida interessa muito ao Atlético-MG. O vencedor deste encontro enfrentará o Monterrey, do México, no sábado. E aí quem ganhar pegará o Galo na semifinal, dia 18. Os mexicanos deixam os brasileiros especialmente preocupados. Vão para seu terceiro Mundial consecutivo e contam com um futebol mais desenvolvido – entre seleções, o México costuma dar trabalho ao Brasil.
O outro lado do emparelhamento pertence ao Bayern de Munique, o protagonista deste Mundial. Os alemães pegarão nas semifinais ou o Guangzhou Evergrande, da China, time de Conca, Elkeson e Muriqui, ou o Al-Ahly, do Egito. Eles também se enfrentam sábado. Os africanos disputaram o torneio em 2005, 2006, 2008 e 2012. Caíram nas semifinais em 2006 para o Inter e no ano passado para o Corinthians, sempre impondo grandes dificuldades.
Antes de cada um dos jogos, haverá uma homenagem a Nelson Mandela, líder sul-africano morto na semana passada. As partidas terão um minuto de silêncio, e os telões projetarão imagens do símbolo da luta por liberdade na África.
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