Caso Cristiano: Criciúma recupera três pontos em definitivo no Pleno do STJD
Em julgamento nesta quinta, tribunal decide, em votação apertada, que erro não é da equipe catarinense por escalação irregular do atacante na partida diante do Goiás
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O
Criciúma conseguiu reaver os três pontos perdidos pela escalação
irregular do atacante Cristiano, em partida pela segunda rodada do
Campeonato Brasileiro. Na tarde desta quinta-feira, o Pleno do Superior Tribunal de Justiça
Desportiva (STJD) julgou o recurso do clube, que recorreu da decisão da
Segunda Comissão Disciplinar do tribunal, em 10 de junho. O
departamento jurídico da agremiação catarinense alegou que foi induzido
ao erro porque os registros da CBF não apontavam nenhuma punição a
cumprir em competições nacionais.
A defesa foi
embasada nos mesmos argumentos do primeiro julgamento, quando o Criciúma
foi punido por unanimidade com a perda dos três pontos pela escalação
do jogador, e multa de R$ 1 mil. No recurso, no entanto, o Tigre
apresentou novos documentos a fim de comprovar que houve falha na
comunicação entre STJD e CBF. Os advogados do clube catarinense, Osvaldo
Sestário e Albert Zilli, apresentaram documentos em que provam a busca
pela ficha disciplinar do atacante. Nos memoriais, constavam consultas,
e-mails e ofício em que a confederação explica o trâmite na divulgação
dos dados dos atletas.
A mudança no setor de registros na própria Confederação Brasileira de Futebol também foi utilizada na argumentação de que há recorrência de erros no setor. Os auditores compreenderam as alegações e absolveram o clube com a maioria dos votos - quatro a favor (do relator Paulo Salomão Filho e os auditores Alexander Macedo, Miguel Cançado e Caio Rocha) contra dois que votaram em manter a decisão anterior (Flávio Zveiter e José Perdiz).
Para o procurador geral do STJD, Paulo Schmitt, favorável ao mantimento da pena, em entrevista ao site do tribunal, o clube foi displicente ao optar por escalar um atleta sem ter a certeza de sua situação disciplinar.
- Primeiro não é crível supor que esse atleta não sabia que foi punido. Foi uma cabeçada, agressão e cinco partidas não é "esquecível". Segundo que o Criciúma fez uma consulta, não teve a resposta e optou por colocar em campo o atleta sem saber se poderia ou não.
Apesar do discurso do procurador, a maioria votou pela absolvição do Criciúma. Feliz com o resultado do julgamento, o diretor de futebol do clube, Cláudio Gomes, reforçou o compromisso e a seriedade do Carvoeiro.
- Divido a alegria com Criciúma e as pessoas que acreditaram na seriedade. Estender ao presidente Delfim (mandatário da Federação Catarinense de Futebol), que esteve lá, equipe jurídica e departamento de futebol que acreditou. Agradeço ao Pleno e à comissão disciplinar. Parabéns a todos e que sirva de exemplo, acreditando e com seriedade se alcançam objetivos - disse o dirigente - disse à reportagem do GloboEsporte.com
Antes do julgamento, o Criciúma nutria esperanças de conseguir reaver os pontos por ter recebido o efeito suspensivo ao recorrer à primeira decisão. Agora, o time catarinense acumula 15 pontos na classificação do Campeonato Brasileiro de forma definitiva.
A mudança no setor de registros na própria Confederação Brasileira de Futebol também foi utilizada na argumentação de que há recorrência de erros no setor. Os auditores compreenderam as alegações e absolveram o clube com a maioria dos votos - quatro a favor (do relator Paulo Salomão Filho e os auditores Alexander Macedo, Miguel Cançado e Caio Rocha) contra dois que votaram em manter a decisão anterior (Flávio Zveiter e José Perdiz).
Para o procurador geral do STJD, Paulo Schmitt, favorável ao mantimento da pena, em entrevista ao site do tribunal, o clube foi displicente ao optar por escalar um atleta sem ter a certeza de sua situação disciplinar.
- Primeiro não é crível supor que esse atleta não sabia que foi punido. Foi uma cabeçada, agressão e cinco partidas não é "esquecível". Segundo que o Criciúma fez uma consulta, não teve a resposta e optou por colocar em campo o atleta sem saber se poderia ou não.
Apesar do discurso do procurador, a maioria votou pela absolvição do Criciúma. Feliz com o resultado do julgamento, o diretor de futebol do clube, Cláudio Gomes, reforçou o compromisso e a seriedade do Carvoeiro.
- Divido a alegria com Criciúma e as pessoas que acreditaram na seriedade. Estender ao presidente Delfim (mandatário da Federação Catarinense de Futebol), que esteve lá, equipe jurídica e departamento de futebol que acreditou. Agradeço ao Pleno e à comissão disciplinar. Parabéns a todos e que sirva de exemplo, acreditando e com seriedade se alcançam objetivos - disse o dirigente - disse à reportagem do GloboEsporte.com
Antes do julgamento, o Criciúma nutria esperanças de conseguir reaver os pontos por ter recebido o efeito suspensivo ao recorrer à primeira decisão. Agora, o time catarinense acumula 15 pontos na classificação do Campeonato Brasileiro de forma definitiva.
Entenda o caso
Pela
segunda rodada do Campeonato Brasileiro, o atacante Cristiano foi
escalado para o jogo diante do Goiás, em que os catarinenses perderam
por 1 a 0, fora de casa, quando tinha punição recebida em 2013 a ser
cumprida. O Tigre foi denunciado no artigo 214 do Código Brasileiro de
Justiça Desportiva (CBJD), que indica "incluir na equipe, ou fazer
constar da súmula ou documento equivalente, atleta em situação irregular
para participar de partida, prova ou equivalente”. A pena é de “perda
do número máximo de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da
competição, independentemente do resultado da partida, prova ou
equivalente, e multa de R$ 100 (cem reais) a R$ 100.000 (cem mil
reais)”.
Quando defendia o Naviraiense, no ano passado,
Cristiano foi expulso por agressão a um adversário. Ele foi punido com
cinco jogos de suspensão. Porém, só cumpriria um, automaticamente, na
segunda partida diante do Paysandu, pela Copa
do Brasil. Posteriormente, o atacante não voltou a participar de
competições nacionais e não pôde terminar de cumprir a pena naquele
mesmo ano. O jogador foi contratado após o Campeonato Paranaense, no
qual defendeu o Londrina, já em 2014. A equipe catarinense alegou que
não havia restrições no sistema da CBF ou mesmo foi informado quando
pediu consulta sobre ao atleta.
Cristiano chegou a
entrar em campo por 35 minutos contra o Goiás, fazendo sua estreia sem
que o clube soubesse da suspensão. No julgamento, em 10 de junho, os
advogados do time catarinense alegaram que os sistemas da CBF não
apresentavam registros de punição. Além da perda de três pontos, o
Criciúma recebeu multa de R$ 1 mil. Há duas semanas, conseguiu reaver
temporariamente os pontos em virtude de um efeito suspensivo, em vigor
até o julgamento desta quinta, em que o clube foi absolvido.
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