Carlos Alberto: especialista diz que doping por remédio 'não é simples'
Eduardo de Rose afirma que nunca viu contaminação de duas substâncias em medicamento. Médico explica que hormônio combate câncer de mama
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(Foto: Andre Luiz MelloAgência O DiaAg. Estado)
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- Já vi contaminação por hidroclorotiazida, mas nunca por tamoxífeno.
No entanto, encontrar os dois juntos não é algo simples. Além disso, há
substâncias permitidas e proibidas, e isso vale para aqueles atletas que
fazem, ou não, tratamentos. A não ser que tenham uma autorização para
tomar um certo tipo de medicamento – explicou De Rose.Entretanto, as substâncias encontradas na amostra de urina de Carlos Alberto são consideradas até certo ponto prejudiciais à performance de um jogador de futebol. O tamoxífeno, por exemplo, é normalmente utilizado por mulheres em tratamento de câncer de mama.
- Ele é um hormônio usado por pacientes com câncer de mama. Ele é usado em comprimidos e tomado normalmente pelas mulheres durante cinco anos após o fim do tratamento de quimioterapia. O tamoxífeno é bloqueador de estrogênio e progesterona – afirmou o oncologista Luiz Augusto Maltoni.
Eduardo De Rose explica que, no caso do esporte, este hormônio pode ser considerado um mascarante de outra substância que influencia no rendimento de um atleta.
- Ele é muito usado com o anabólico esteroide, inibindo o crescimento das mamas, que é um efeito colateral do anabolizante – disse.
Em relação ao diurético hidroclorotiazida, o membro da Wada afirmou que, mesmo mascarante, a substância é prejudicial quando se trata de um atleta do futebol.
- Por ser diurético, ele faz perder sais mineirais, que são importantes para a contração muscular – disse Eduardo De Rose.
Cielo e Dodô: casos semelhantes com fins diferentes
A linha de defesa do Vasco não é nova em casos conhecidos de doping no esporte brasileiro. Em 2011, os nadadores Cesar Cielo, Henrique Barbosa e Nicholas dos Santos foram apenas advertidos pela Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça, porque o tribunal atribuiu o doping dos atletas à contaminação de um suplemento alimentar manipulado pela farmácia Anna Terra, da cidade paulista de Santa Bárbara D'Oeste. Na ocasião, o estabelecimento assumiu a culpa, enviando um relatório no qual avisava sobre a suposta contaminação das cápsulas com a substância furosemida por falta de limpeza no balcão onde as pílulas são produzidas.
Já o caso de Dodô, em 2007, foi bem diferente. Quando o jogador foi flagrado com a substância femproporex, o Botafogo inicialmente culpou cápsulas de cafeína produzidas por uma farmácia de manipulação. O atacante chegou a ser absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, mas o caso foi parar no CAS, que suspendeu o então alvinegro por dois anos.
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