Neymar reabre história encerrada por Ronaldinho no Vicente Calderón
Do banco, Messi aplaudiu último gol de R10 pelo Barcelona, em 2008, no mesmo estádio em que contemplou o primeiro oficial de Neymar no clube
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- Espero que seja o primeiro de muitos - afirmou o camisa 11.
Do banco, Neymar assistiu, atento e tranquilo, ao primeiro tempo desastroso de seu time. Ao contrário do que aconteceu no jogo do Campeonato Espanhol contra o Levante (7 a 0), Neymar não parecia desiludido com sua condição de suplente, mas sim motivado para brigar pela vaga.
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O brasileiro acompanhou inclusive o aquecimento dos titulares e
disputou alegremente uma roda de bobo com os outros reservas. Durante os
15 minutos da brincadeira, Neymar brincou, riu, fez malabarismos e se
empenhou em roubar a bola dos companheiros sempre que estava no meio.O jogo começou, e nos primeiros minutos, o Barcelona sofreu com a rapidez e a pressão asfixiante do meio-campo do Atlético de Madri. O técnico Tata Martino assistia de pé aos contra-ataques rápidos do adversário, que se colocou em vantagem numa bonita jogada concretizada por David Villa aos 11 minutos.
O ex-culé, que mal cumprimentou Messi antes do jogo, era o protagonista da partida até a entrada de Neymar. Villa conseguiu a tão desejada vingança do argentino e dos dirigentes que o deixaram sair para contratar o brasileiro.
Mais tarde Neymar viria a justificar essa troca. No primeiro tempo, o Barcelona continuava sem encontrar soluções. O time voltou a ressentir a "ausência" de Lionel Messi, que estava em campo, mas pouco participativo por uma lesão muscular na coxa esquerda. E quando Messi está ausente, o Barça se arrisca a perder e a passar vergonha. Porém, Neymar voltou a mostrar que pode dividir protagonismo e responsabilidade com o argentino.
A situação se vislumbrava cada vez mais complicada para os culés. Tata Martino encolhia os ombros, mas não olhava na direção de Neymar. Messi foi substituído por Fàbregas no intervalo, mas o ex-meia do Arsenal pouco mudou o rumo do jogo. O treinador argentino entendeu que não podia esperar mais e mandou Neymar aquecer. O preparador físico do time acompanhou o craque junto da linha lateral e explicou ao brasileiro que era necessário acelerar seu aquecimento.
Até que aos 13 minutos, Neymar foi chamado para entrar. O ex-santista tinha mais de 30 minutos pela frente para tentar deixar sua marca num jogo que poderia ter sido catastrófico para os catalães.
de reservas do time catalão (Foto: AFP)
Um gesto que não amedrontou Neymar. O brasileiro entrou em campo decidido a dar um passe decisivo na briga pela titularidade e não falhou nas poucas chances que teve. O camisa 11 esteve ativo nos primeiros minutos, pedindo bola e se movimentando rapidamente pela lateral esquerda do campo, onde manteve um duelo aceso com o lateral-direito do Atlético, Juanfran.
No entanto, Neymar pouco tocou na bola, porque o Atlético continuava atacando, apesar de o Barcelona mostrar mais capacidade para chegar ao gol adversário do que no primeiro tempo. Aos 16, Neymar voou de cabeça conseguiu para evitar que a bola saísse pela lateral num lance que parecia impossível de chegar. Mostrou boa capacidade de elevação que viria a colocar em prática minutos mais tarde.
Nos lances de ataque do Atlético de Madri, o brasileiro permanecia perto do gol contrário, como jogador mais avançado do Barcelona. Os companheiros o procuravam sempre que era preciso colocar rapidamente a bola na área. E foi de um lance caricato do jogo que surgiu o gol. Aos 20, o craque caiu sozinho de forma espetaclar, durante um lance dividido com Juanfran na lateral. O jogador do Atlético deu risada no momento da queda de Neymar que ficou protestando, mas o Barça recuperou a bola e muito rapidamente, o camisa 11 se levantou, ultrapassou Juanfran na sua corrida e apareceu como um raio em cima do gol de Thibaut Cortois. Do outro lado, estava Daniel Alves que observou a inteligente movimentação de Neymar e cruzou para o lado do amigo. Num lance 100% brasileiro, o ex-craque do Santos cabeceou para o fundo do gol, balançou a rede e correu para festejar de braços abertos na direção do lateral. Após alguns momentos de euforia, Neymar vibrou primeiro com seus companheiros, os reservas que faziam aquecimento e depois o treinador.
O Vicente Calderón fez silêncio, e pela primeira vez na noite se escutaram os gritos dos torcedores do Barcelona. O momento era de Neymar. Do banco de reservas, Messi aplaudia, assim como tinha feito no último gol de Ronaldinho no mesmo estádio.
As coincidências do primeiro gol oficial de Neymar com a camisa do Barça não ficam por aqui. No final do encontro, o camisa 11 reconheceu que não marca muitas vezes de cabeça, mas, quando marca, são gols importantes. O craque mencionou indiretamente o seu primeiro gol pelo Santos que também foi de cabeça, em 15 de março de 2009, no Pacaembu, contra o Mogi Mirim (vitória de 3 a 0). O astro da seleção brasileira também começou seu percurso com a amarelinha anotando um gol de cabeça em um amistoso contra os Estados Unidos em 2010. Neymar já tinha marcado pelo Barcelona em dois amistosos, contra as seleções de Tailândia e Malásia, mas o gol frente ao Atlético de Madri foi o primeiro oficial e logo na disputa de seu primeiro título.
de cabeça pela Seleção (Foto: Agência Reuters)
- Feliz pelo gol, mas o mais importante é a vitória do time. Estou contente por ter ajudado a minha equipe. Era um jogo difícil, o Atlético de Madri é uma grande equipe, com grandes jogadores e trabalhou muito bem a pressão. Foi um jogo emocionante, o próximo jogo é em Camp Nou e temos de ser campeões - concluiu Neymar, sem disfarçar sua enorme felicidade pelo protagonismo.
O craque, porém, não terminou seu discurso sem deixar os habituais elogios a Messi, que nem foi lembrado pelos jornalistas.
- Foi uma pena não ter jogado com o Messi, porque ele é o melhor, e todos querem jogar com ele - repetiu o brasileiro (uma frase que para a maioria dos jornalistas espanhóis já se tornou cansativa).
Consagração de Neymar
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Após o gol do craque, o Vicente Calderón não voltou a ser o mesmo, o
jogo abrandou visivelmente o ritmo e os coros das arquibancadas eram
mais suaves. Os dois times se mostraram um pouco cansados na etapa
final, mas Neymar continuou se movimentando, levantava o braço pedindo
bola e aos 26 do segundo tempo até se atreveu em se aproximar num
momento de cobrança de falta perto do gol do Atlético de Madri. Porém,
Xavi e Iniesta pegaram na bola e Neymar regressou para a área.- <h3> Messi tem lesão na coxa confirmada e é dúvida para duelo contra o Málaga</h3>
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Poucos minutos depois, novamente na frente do gol, o camisa 11 podia ter chutado, mas não foi egoísta e ofereceu a bola a Sanchez, que chutou em cima da zaga. O brasileiro se animou e ainda tentou algumas fintas em cima de Juanfran e Miranda mas não teve muito sucesso. Na hora da marcação, Neymar voltou a falhar e viu o segundo cartão amarelo em seu segundo jogo oficial. Cinco minutos antes do final do encontro, o ex-santista cometeu falta sobre Gabi numa disputa de bola e o juiz o puniu.
Os árbitros espanhóis dão a entender que Neymar não vai ter vida fácil nos gramados ibéricos. Além de facilitarem algumas faltas dos adversários sobre o craque – que chegou à Espanha com fama de cair com facilidade – os juízes não vão perdoar as marcações faltosas do brasileiro.
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