Prestes a virar uma 'cidade', Interlagos recebe ajustes finais para GP do Brasil
Da
pintura das zebras à limpeza da pista, circuito ganha últimos retoques
antes dos carros acelerarem para a corrida brasileira. Risco de chuva
merece atenção especial
Por Alexander Grünwald e Diogo VenturelliSão Paulo
Comente agora
Zebras,
áreas de escape, arquibancadas, placas de publicidade, cabos de
telecomunicação, sistemas de drenagem... A lista de itens para que a
Fórmula 1 realize um GP em Interlagos é longa, e requer muito trabalho
de quem atua diretamente no autódromo para deixá-lo pronto para o GP do
Brasil. Todos os anos, Luis Ernesto Morales comanda a equipe responsável
por acertar cada detalhes para que pilotos, equipes e as mais de 70 mil
pessoas que comparecem ao local tenham as melhores condições, seja para
trabalhar ou se divertir. A três dias dos primeiros treinos, o
engenheiro compara Interlagos a uma cidade.
Trabalhadores cuidam dos ajustes finais de Interlagos para o GP do Brasil (Alexander Grünwald/GLOBOESPORTE.COM)
-
Funciona como se fôssemos os síndicos deste autódromo. Temos que ajudar
a mantê-lo. Verificar esgoto, água, energia, se está tudo operando
normalmente em uma área de um milhão de metros quadrados. Uma área
enorme, que se transforma em uma cidade de 80 mil pessoas que vai
funcionar por três ou quatro dias, depois todo mundo vai embora – diz
Luis Ernesto, diretor de engenharia do GP do Brasil.
Atuando
desde 2000 na organização da prova, o engenheiro conta que o trabalho
dura mais de um mês, mas algumas coisas precisam ser feitas justamente
na semana do GP. São os ajustes finais, que dão a Interlagos a “cara” a
Fórmula 1. Entre as muitas tarefas, uma é fundamental: entregar a pista
aos pilotos sem qualquer tipo de detrito. Para isso, é usado um caminhão
especial, que limpa o asfalto com pequenas vassouras giratórias
acopladas a eletroímas.
Área das arquibancadas passa por ajustes às vésperas da corrida (Alexander Grünwald / GLOBOESPORTE.COM)
- O principal é a limpeza da pista, que eu sempre alerto: retirada de
detritos e peças metálicas que possam causar algum tipo de acidente. E
também as pinturas em seu aspecto final, a tinta antiderrapante,
verificação das barreiras e grades de proteção, aberturas para as
câmeras de TV, retaguarda de box, tudo isso – conta.
Enquanto
supervisiona sua equipe, Morales afirma que tudo deve ser feito sem
margem de erro, já que a dinâmica do evento não permite que eles esperem
um problema acontecer, para então verificar o que deve ser feito. É
tudo preventivo, para deixar o circuito em condições para que os pilotos
acelerem seus carros e o os espectadores assistam à corrida sem maiores
preocupações. Prevenção, esta, que inclui a possibilidade de chuva, que
muitas vezes cai para valer nos fins de semana de corrida.
Pista do circuito passou por obras complementares para evitar problemas (Alexander Grünwald / GLOBOESPORTE.COM)
-
Na parte de pista, todo ano é feita uma vistoria minuciosa na questão
da drenagem. O próprio asfalto tem um desgaste natural, então a drenagem
superficial pode sofrer alterações, isso também é verificado. E que as
áreas adjacentes não tenham nenhum problema que possa trazer água para a
pista em caso de uma chuva intensa. Também foram feitas obras
complementares, que não aparecem para o público, para dar fluidez a esta
água da chuva, para que ela não se transforme em um problema no dia da
corrida – informa o engenheiro.
Antes da vistoria da FIA, organização faz retoques na montagem das cadeiras (Alexander Grünwald)
Nestes
últimos dias de trabalho antes da vistoria da FIA, a equipe do GP do
Brasil ainda trabalha na pintura do grid, da linha de chegada e das
zebras, além dos últimos retoques na montagem das cadeiras em algumas
arquibancadas. Em paralelo, os times da Fórmula 1 já providenciam a
montagem dos boxes, em um trabalho integrado que exige muita
coordenação, especialmente na parte logística. Mas, em meio a tantas
demandas, quando será que Luis respira aliviado, com a sensação de dever
cumprido?
- São três respiros. Um na hora da largada, duas horas
da tarde de domingo, outro no final da corrida, e outro na terça-feira,
quando a carga vai embora. Aí a gente pode dormir umas 24 horas
seguidas com tranquilidade – brinca.
Equipe ainda trabalha na pintura do grid, da linha de chegada e das zebras (Alexander Grünwald / GLOBOESPORTE.COM)
Equipe de Interlagos começa a trabalhar um mês antes da corrida (Foto: Alexander Grünwald / GLOBOESPORTE.COM)
Nenhum comentário:
Postar um comentário