Surdo e mudo, amazonense vence
11ª luta de MMA e emociona torcida
Helderson Filhão, ou "Mudinho", treina desde os 12 anos de idade e supera barreiras da deficiência para seguir o sonho no esporte e ressalta: "Nós também podemos"
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- A minha vontade, desde pequeno, era entrar em uma grande academia, treinar, e me tornar o melhor possível. Estabeleci meus objetivos e nunca me permiti desistir. Sempre tive muita vontade, e encontrei uma academia que me apoiou, em todos os momentos. Mesmo sendo surdo, eu tenho muita sorte em poder lutar. A verdade é que nós, surdos, temos que persistir. Nós também podemos e, se nos esforçarmos, seremos recompensados – contou.
- Eu costumo dizer que o jiu-jitsu é uma língua mundial. Para ele, de certa forma, ser surdo ajuda muito. Ele, por exemplo, não tá ligado no barulho e nas conversas da academia. O foco dele é única e exclusivamente para a posição que a gente está ensinando e para o que acontece no treino. Ele sempre foi assim, dede que chegou na minha academia aos 12 anos. Ele cresceu lá dentro, cresceu comigo, e tem um caminho muito bonito pela frente ainda – narrou Chiquinho.
- Não precisamos fazer barulho para ele, então preferimos só mostrar que estamos do lado dele – justificou um dos torcedores.
No corner, durante o intervalo entre os round, Filhão recebia as instruções do intérprete. No apito final de cada round, o árbitro precisava alertar sobre o fim. “Não tenho como ouvir o apito, né?” explicou Mudinho, sempre com bom humor.
Por enquanto, o manauara não tem próxima luta definida. Como se recupera de uma cirurgia e fez sua primeira luta desde então, ele pretende tirar algum tempo para descansar. A promessa, no entanto, é de um retorno breve.
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