Em busca do bi mundial, Rafaela quer voltar a fazer história para igualar Derly
Depois de se tornar a primeira judoca brasileira a vencer o Mundial, carioca pretende repetir a dose em Chelyabinsk; Ketleyn Quadros e Alex Pombo também competem
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Depois de passar o primeiro dia do Mundial em branco, o Brasil conquistou sua primeira medalha com Érika Miranda nesta terça-feira. Ela venceu a cubana Yanet Bermoy Acosta e ficou com o bronze.
Pela categoria leve (57kg), Rafaela entra em ação na madrugada desta quarta-feira no Brasil, às 2h (11h em Chelyabinsk). Cabeça de chave número 2, ela não luta na primeira rodada e estreia contra a vencedora de Vlora Bedeti (ESL) x Stefanie Tremblay (CAN). Ketleyn tem um caminho difícil. Ela encara quem passar de Chen-Ling Lien (TPE) x Corina Caprioriu (ROM). A primeira derrotou Rafaela Silva no Slam de Tyumen no mês passado, enquanto a segunda é vice-campeã olímpica em Londres. Entre os homens, Alex terá pela frente o belga Dirk Van Tichelt ou o búlgaro Martin Ivanov. O SporTV transmite as eliminatórias a partir das 2h (de Brasília) e as finais às 8h (de Brasília).
- Vai ser minha primeira defesa de título. Em Paris 2011, ganhei a prata. Ano passado entrei com o objetivo de ganhar o ouro. A prata eu já tinha e não queria regredir para o bronze. Estou treinando bastante, até mais que treinei no ano passado. Eu venho me mantendo bem desde o título no Rio. Meu objetivo é ser bicampeã mundial e entrar para a história ao lado do João Derly. No ano passado, saí do Mundial e já comentaram comigo que eu seria a única no feminino que poderia me igualar a ele. Quero me igualar e passar no futuro. É muito bom para o judô crescer - afirmou Rafaela, que ainda defende a manutenção do seu back number vermelho, exclusivo dos atuais campeões mundiais, por pelo menos mais um ano.
Para isso, ela precisa desbancar a líder do ranking mundial da categoria, a alemã Myrian Roper. No retrospecto, a brasileira ganha de lavada. Nos seis encontros entre as duas, foram seis vitórias da carioca. Rafaela conta que tem facilidade contra a rival, que tem fama de marrenta nos bastidores.
- É uma atleta que eu tenho uma certa facilidade, porque ela tem um estilo de luta parecido com o meu. Lutar muito parada, fazer muita força. Mas é uma atleta muito limitada, muito forte fisicamente, mas só faz um golpe. Se você aprende a defender aquele golpe, você faz uma luta boa com ela. A gente vê que chega em uma concentração para competição, ela pega uma atleta que acha fácil, bota um fone no ouvido e fica debochando da adversária, menospreza as atletas. O pessoal até comenta. Só que quando ela vai lutar comigo, o pessoal sente que tem um respeito. Acho que isso me ajuda bastante. É uma atleta forte e perigosa. No Mundial, só enfrento ela em uma possível final. Se tiver que enfrentá-la, espero continuar com o retrospecto das últimas seis lutas.
- As lembranças não são muito boas. Geralmente dá problema com as malas, passam do peso e querem cobrar 700 euros para liberar as bagagens de todo mundo. Tem que conversar, eles não entendem. Você pergunta uma coisa em inglês, eles respondem em russo e acham que você tem que entender. Então é muito complicado. Já tem esse desgaste todo de chegar na Rússia. A alimentação é bem difícil também. A nutricionista até fala para a gente levar um macarrão instantâneo, uma barrinha, porque a alimentação é bem complicada. Eles falam: "tem sopa de frango". Aí tem só a água com um negocinho no fundo. É um desafio para mim, até comentei com a minha psicóloga. Meu objetivo é fazer com que isso não me atrapalhe no Mundial.
Quem compete na mesma categoria é Ketleyn Quadros, bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Ela falou sobre a rivalidade interna no peso leve e a troca de experiência das duas em busca de medalhas para o país.
- Vou competir pelo título do melhor do mundo com os melhores de cada lugar. A maioria das pessoas pergunta da rivalidade. No judô a gente treina de forma direta com nossos adversários. Minha relação com a Rafa é ótima, saudável, admiro ela para caramba. Mas, quando entra no quadrado no tatame vence quem for melhor. Em Pequim, ela que me ajudou porque era da equipe júnior. Ter duas atletas tops na mesma categoria é melhor para o Brasil - disse Ketleyn.
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