Entrevista de 21 minutos mostra
'novo Neymar' antes da Espanha
Mais sorridente do que em coletiva de duas semanas atrás, atacante brinca com parceiro, revela admiração por rival e repete 11 vezes a palavra 'feliz'
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Um discurso que bateu em várias teclas. Neymar repetiu dez vezes a palavra "feliz". Já os termos "campeão" e "vencedor" saíram de sua boca em sete oportunidades. O respeito ao adversário também ficou claro. "Admiração" foi uma das palavras mais citadas, e o craque também falou por mais de sete vezes que a Espanha é a melhor seleção do mundo.
Neymar entrou no auditório quando o volante Luiz Gustavo ainda concedia entrevista com mais de meia hora de atraso. Ele passou por trás do companheiro e atraiu todos os flashes dos fotógrafos. Cada movimento leve os fazia disparar. Primeiro ao colocar o casaco e arregaçar as mangas. Depois ao colocar o cabelo para dentro do boné, com aba para trás.
Até ao tossir ele foi fotografado. O atacante parecia levemente gripado. Isso, aliás, tem preocupado o técnico Luiz Felipe Scolari. O volante Paulinho e o auxiliar Murtosa são as maiores vítimas até agora.
Logo na primeira manifestação, Neymar provou que está muito mais leve do que no dia em que deu respostas aborrecidas, ainda na preparação. Deu boa tarde a todos, e brincou com o vozeirão de Luiz Gustavo.
- Depois da voz grossa do Luiz Gustavo vem essa minha (risos).
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Lá pela metade da coletiva, ele também provou o óbvio: estava
incomodado antes de o torneio começar, quando sofria com críticas às
suas atuações, e vivia um jejum de nove jogos sem marcar. Isso ficou
evidente quando disse que o gol na estreia contra o Japão foi seu
momento mais importante na Copa das Confederações.- Foi bom para qualquer acabar com qualquer conversinha.
Sua primeira resposta teve duração de 55 segundos. Logo na terceira, não concordou com a comparação do repórter entre a final do próximo domingo e a decisão do Mundial de Clubes de 2011, quando o Santos foi goleado pelo Barcelona. Mas em vez de dar uma patada, também optou por sorrir, gesto que repetiu durante toda entrevista.
- Acho que nem preciso te responder, mas tá tranquilo - disse antes de falar por 31 segundos que eram situações diferentes.
A cada frase, o atacante do Barcelona parecia realmente estar próximo de um dia inesquecível. Ele até comentou com Thiago Silva que gostaria de entrar logo em campo, e falou com encantamento da possibilidade de enfrentar ídolos de videogame: Casillas, Xavi, Iniesta, Sergio Ramos... Nenhum termo foi mais batido do que "grande partida", acompanhado da expressão "histórica".
Em apenas 14 segundos, ele não quis apontar um palpite em um hipotético bolão, mas disse que cravaria vitória do Brasil. Diante do silêncio total dos jornalistas na sala, Neymar convocou, também com sorrisos:
- Vamos acreditar, gente!
Para entender uma pergunta em inglês, sobre as manifestações que têm ocorrido em todo país, o jogador teve de colocar o fone de ouvido com a tradução. Respondeu que todos são a favor de tudo que busque um país melhor, desde que pacificamente.
Depois da última resposta, de 27 segundos, Neymar se levantou e foi embora deixando uma impressão muito diferente daquele semblante fechado visto em Brasília. E até um elogio de Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF:
- Grande entrevista, muito boa.
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