Drama em Caracas: Brasil perde para a Jamaica e dá adeus à Copa América
Seleção amarga vexame de inédita eliminação ainda na primeira fase da competição continental e depende de convite para ir à Copa do Mundo
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No rosto de Marcelinho Huertas, uma expressão de tristeza e decepção. A
boca aberta de quem não acredita no que vê: o Brasil está eliminado da
Copa América de basquete. O armador até teve nas mãos a chance de
garantir a vitória para o Brasil diante da Jamaica, nesta terça-feira.
Vitor Benite também tentou, mas os dois bateram no aro do ginásio
Poliedro, em Caracas, na Venezuela. A dor tomou os brasileiros, não
apenas pela derrota dramática por 78 a 76 diante dos caribenhos, como
também pelo vexame de dar adeus à Copa América de basquete tão cedo,
ainda na primeira fase, e sem sequer uma vitória - a pior apresentação
da equipe verde-amarela na história da competição que dá quatro vagas
para a Copa do Mundo da Espanha, em 2014. Só um convite da Fiba
(Federação Internacional de Basquetebol) pode levar o Brasil ao Mundial.
O lobby terá de ser grande para garantir um posto que nem chegou perto
de ser dos brasileiros dentro de quadra.
Marcelinho Huertas não se contém após decepção de ser eliminado em Caracas (Foto: AP)
Chefe da seleção, o argentino Rubén Magnano se recusava a jogar a
toalha antes da hora. Mesmo com os pedidos de dispensas dos astros da
NBA Nenê, Leandrinho, Anderson Varejão e Tiago Splitter, mesmo com as
ausências de Lucas Bebê, Marquinhos, Augusto Lima, Paulão Prestes e
Vitor Faverani, o treinador ainda via uma luz no fim do túnel. No
entanto, a esperança de se classificar em quadra para a Copa do Mundo da
Espanha morreu diante dos caribenhos.
- Foi um jogo difícil, onde não conseguimos o nosso objetivo. Estou muito triste e decepcionado. É um sentimento que contrasta com a honra que eu tive em ajudar o Brasil a voltar a disputar as Olimpíadas - lamentou Magnano após a partida.
Depois de derrotas para Porto Rico, Canadá e Uruguai, com exibições irreconhecíveis, o Brasil contou com uma boa atuação de Benite, que saiu do banco de reservas para anotar 12 pontos e ensaiar uma reação. Com dores na coluna, Caio Torres jogou no sacrifício e também fez 12 pontos. Huertas deu 12 assistências. Não foi o suficiente para frear os velozes jamaicanos, liderados por Samardo Samuels, o cestinha da partida com 21 pontos.
Agora os brasileiros juntam os cacos. Saem de cena os jogadores, e entram em ação os dirigentes para pleitear uma das quatro vagas por convite da Fiba. A nona colocação no ranking mundial e o quinto posto nas Olimpíadas de Londres, no ano passado, pesam a favor. Além disso, apenas Brasil e Estados Unidos são os únicos países a participarem de todas as 16 edições da Copa do Mundo.
Velozes jamaicanos deram fim às esperanças brasileiras (Foto: Marceo Figueiras / FIBA)
Pressão caribenha
A apatia dos jogos anteriores ficou fora de quadra. Sem o pivô Rafael Hettsheimeir, que sofreu uma entorse no tornozelo na derrota diante do Uruguai, os brasileiros entraram mais vibrantes em quadra, encaixaram bem a marcação e compensaram a desvantagem da altura dos jamaicanos com dobras de marcação no garrafão. Marcelinho Huertas fez quatro assistências só no primeiro quarto, incluindo dois belos passes para deixar João Paulo Batista livre embaixo do aro. O experiente ala-pivô Guilherme Giovannoni também se destacou com cinco pontos.
Raulzinho entrou bem no segundo quarto, mas não
o suficiente para dar a vitória ao Brasil (Foto: EFE)
Mesmo assim, o Brasil não conseguiu deslanchar. Pelo contrário. O trio
de armadores formado por Huertas, Larry Taylor e Alex Garcia errava
muitos passes e permitia que os jamaicanos utilizassem sua maior arma: a
velocidade dos contra-ataques de Weyinmi Rose e Samardo Samuels.
Abusando do jogo de um contra um, os caribenhos assumiram a liderança no
meio da parcial e conseguiram fechar os dez minutos iniciais com
pequena vantagem (18 a 17).
O técnico Rubén Magnano então colocou o armador Raulzinho em quadra, e o garoto draftado para a NBA correspondeu. Ele comandou a reação brasileira com seis pontos e uma assistência. O time verde-amarelo, porém, não chegou a ter uma liderança confortável e voltou a errar muito. Rose puxou os jamaicanos, que estavam com a mão mais calibrada, com melhor aproveitamento nos arremessos de curta e longa distância. O pivô Caio Torres até entrou em quadra no sacrifício, já que estava com muitas dores na coluna. Ele anotou dois pontos. Insuficiente para frear os velozes caribenhos, que foram para o intervalo com três pontos de frente (39 a 36).
Reação e fim dramático
A conversa no vestiário acordou os brasileiros. A equipe estava ameaçada de ser a responsável pelo pior resultado da seleção na história da Copa América. Uma mancha que os comandados de Rubén Magnano não queriam ter no currículo. Eles colocaram a cabeça no lugar, minimizaram os erros e pouco a pouco foram abrindo vantagem. Coube a Caio Torres, Larry Taylor e sobretudo a Vitor Benite puxar a reação e afastar o vexame. O ala do Flamengo cresceu no terceiro quarto e chegou aos dez pontos na partida. Foi dele o arremesso que deixou o Brasil dez pontos à frente da Jamaica (59 a 49), a maior diferença a favor do time verde-amarelo durante toda a competição até então. Os caribenhos ainda diminuíram, mas entraram no quarto final atrás no placar (59 a 53).
Akeem Scott converteu os lances livres que
selaram o vexame brasileiro (Foto: EFE)
Azarões, os jamaicanos não queriam deixar escapar a chance de bater os
brasileiros e avançar à decisão. Liderados por Samuels, os caribenhos
deram tons dramáticos aos minutos finais, empatando o confronto. Os
comandados de Magnano voltaram a sofrer com o excesso de erros. Se
Benite acertava uma bola de três pontos, Samuels respondia na mesma
moeda
Caio Torres cresceu nos minutos finais, bem servido por Marcelinho Huertas. Só que o armador errou a tentativa de três pontos no minuto final, quando o placar estava em 76 a 76. A Jamaica foi para o ataque, sofreu a falta, e Akeem Scott não desperdiçou os lances livres. O Brasil ainda teve a chance de empatar no arremesso de Benite, mas a bola caprichosamente bateu no aro. A seleção perdeu por 78 a 76 e amargou seu pior desempenho na história da Copa América e agora depende de um convite da Fiba para ir à Copa do Mundo da Espanha no ano que vem.
Jamaica - 78
Samuels (21), Rose (16), Durand Scott (14), Akeem Scott (9), Jordan (9), Ewing (4), Howell Ennis (3), Blair (2), Uter (0), Walker (0), Forbes (0) e Fernandez (0)
Técnico: James Vincent
Brasil - 76
Benite (12), Caio Torres (12), Alex (11), Giovannoni (11), Larry Taylor (9), JP Batista (9), Huertas (6), Raulzinho (6), Arthur (0), Rafael Luz (0), Hettsheimeir (0) e Felício (0).
Técnico: Rubén Magnano
Outros resultados desta terça-feira:
Grupo B: Paraguai 54 x 83 Rep. Dominicana
Grupo B: Argentina 98 x 78 México
- Foi um jogo difícil, onde não conseguimos o nosso objetivo. Estou muito triste e decepcionado. É um sentimento que contrasta com a honra que eu tive em ajudar o Brasil a voltar a disputar as Olimpíadas - lamentou Magnano após a partida.
saiba mais
Pela primeira vez na história, o Brasil deixa a Copa América sem sequer
uma vitória. O time verde-amarelo sempre tinha avançado à segunda fase e
em apenas duas edições fechou a competição fora do Top 4 (em 1999 e
2003).Depois de derrotas para Porto Rico, Canadá e Uruguai, com exibições irreconhecíveis, o Brasil contou com uma boa atuação de Benite, que saiu do banco de reservas para anotar 12 pontos e ensaiar uma reação. Com dores na coluna, Caio Torres jogou no sacrifício e também fez 12 pontos. Huertas deu 12 assistências. Não foi o suficiente para frear os velozes jamaicanos, liderados por Samardo Samuels, o cestinha da partida com 21 pontos.
Agora os brasileiros juntam os cacos. Saem de cena os jogadores, e entram em ação os dirigentes para pleitear uma das quatro vagas por convite da Fiba. A nona colocação no ranking mundial e o quinto posto nas Olimpíadas de Londres, no ano passado, pesam a favor. Além disso, apenas Brasil e Estados Unidos são os únicos países a participarem de todas as 16 edições da Copa do Mundo.
A apatia dos jogos anteriores ficou fora de quadra. Sem o pivô Rafael Hettsheimeir, que sofreu uma entorse no tornozelo na derrota diante do Uruguai, os brasileiros entraram mais vibrantes em quadra, encaixaram bem a marcação e compensaram a desvantagem da altura dos jamaicanos com dobras de marcação no garrafão. Marcelinho Huertas fez quatro assistências só no primeiro quarto, incluindo dois belos passes para deixar João Paulo Batista livre embaixo do aro. O experiente ala-pivô Guilherme Giovannoni também se destacou com cinco pontos.
o suficiente para dar a vitória ao Brasil (Foto: EFE)
O técnico Rubén Magnano então colocou o armador Raulzinho em quadra, e o garoto draftado para a NBA correspondeu. Ele comandou a reação brasileira com seis pontos e uma assistência. O time verde-amarelo, porém, não chegou a ter uma liderança confortável e voltou a errar muito. Rose puxou os jamaicanos, que estavam com a mão mais calibrada, com melhor aproveitamento nos arremessos de curta e longa distância. O pivô Caio Torres até entrou em quadra no sacrifício, já que estava com muitas dores na coluna. Ele anotou dois pontos. Insuficiente para frear os velozes caribenhos, que foram para o intervalo com três pontos de frente (39 a 36).
Reação e fim dramático
A conversa no vestiário acordou os brasileiros. A equipe estava ameaçada de ser a responsável pelo pior resultado da seleção na história da Copa América. Uma mancha que os comandados de Rubén Magnano não queriam ter no currículo. Eles colocaram a cabeça no lugar, minimizaram os erros e pouco a pouco foram abrindo vantagem. Coube a Caio Torres, Larry Taylor e sobretudo a Vitor Benite puxar a reação e afastar o vexame. O ala do Flamengo cresceu no terceiro quarto e chegou aos dez pontos na partida. Foi dele o arremesso que deixou o Brasil dez pontos à frente da Jamaica (59 a 49), a maior diferença a favor do time verde-amarelo durante toda a competição até então. Os caribenhos ainda diminuíram, mas entraram no quarto final atrás no placar (59 a 53).
selaram o vexame brasileiro (Foto: EFE)
Caio Torres cresceu nos minutos finais, bem servido por Marcelinho Huertas. Só que o armador errou a tentativa de três pontos no minuto final, quando o placar estava em 76 a 76. A Jamaica foi para o ataque, sofreu a falta, e Akeem Scott não desperdiçou os lances livres. O Brasil ainda teve a chance de empatar no arremesso de Benite, mas a bola caprichosamente bateu no aro. A seleção perdeu por 78 a 76 e amargou seu pior desempenho na história da Copa América e agora depende de um convite da Fiba para ir à Copa do Mundo da Espanha no ano que vem.
Jamaica - 78
Samuels (21), Rose (16), Durand Scott (14), Akeem Scott (9), Jordan (9), Ewing (4), Howell Ennis (3), Blair (2), Uter (0), Walker (0), Forbes (0) e Fernandez (0)
Técnico: James Vincent
Brasil - 76
Benite (12), Caio Torres (12), Alex (11), Giovannoni (11), Larry Taylor (9), JP Batista (9), Huertas (6), Raulzinho (6), Arthur (0), Rafael Luz (0), Hettsheimeir (0) e Felício (0).
Técnico: Rubén Magnano
Outros resultados desta terça-feira:
Grupo B: Paraguai 54 x 83 Rep. Dominicana
Grupo B: Argentina 98 x 78 México
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