Jornal denuncia exploração em fábrica de uniformes para Londres-2012
Segundo publicação inglesa, operários sofrem agressões, chegam a trabalhar 65h por semana e ganham salário equivalente a R$ 1,03 por hora
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A promessa era de que os Jogos Olímpicos de Londres seriam os mais “éticos” da história. Mas uma investigação publicada neste sábado pelo jornal inglês “The Independent” pode macular a tentativa dos organizadores. Segundo o periódico, os uniformes de atletas e voluntários britânicos são fabricados por operários que sofrem agressões, trabalham por 65h na semana e recebem, no máximo, R$ 1,03 por hora. As nove fábricas acusadas de exploração, na Indonésia, foram contratadas por uma das patrocinadoras oficiais do evento. O Comitê Organizador emitiu nota lamentando o episódio, o qual classificou como “extremamente sério”
Equipe britânica com os uniformes que, segundo denúncia, foram feitas por operários explorados (Foto: AFP)A marca esportiva alemã, dona da produção, espera ganhar 100 milhões de libras (aproximadamente R$ 290 milhões) com as peças olímpicas. Longe das astronômicas cifras lucrativas, diversos operários relatam que são submetidos a agressões e castigos quando não cumprem os objetivos estabelecidos pelos chefes. Alguns chegam a ser trancados em salas e ficam horas em pé, como forma de punição. Outros contam que fazem hora-extra obrigatória, e às vezes não conseguem nem ir ao banheiro.
- É difícil conseguir permissão para ir ao banheiro. Se você é realmente obrigada a ir, a pilha de trabalho fica tão grande que o líder da linha de produção te chama de cachorra, sem cérebro, sem educação... Às vezes nós deixamos de almoçar para atingirmos os objetivos – diz Yuliani, uma costureira de 23 anos de idade.
Os abusos físicos mais comuns, segundo os trabalhadores, são tapas, beliscões nas orelhas e até agressões com os próprios tênis da linha de produção, como revela Ratna, outra empregada das fábricas da Adidas.
- Se o chefe da produção fica muito irritado, ele joga o tênis em direção aos trabalhadores. Uma vez, na minha linha, eu vi um operário ser atingido por um tênis - revela.
Revoltados, dez trabalhadores decidiram se unir para tentar reivindicar seus direitos. Acabaram suspensos por um mês e, mais tarde, foram demitidos.
Atletas posam com Stella McCartney, criadora dos
modelos da Adidas (Foto: Reuters)Em nota, a Adidas afirmou que apenas uma das fábricas pagava menos que o obrigatório, e que funcionários que trabalham excessivamente são “uma exceção, e não a regra”. Segundo o comunicado, a empresa sabia de casos isolados de perseguição e abusos, mas ficou “perturbada” com a denúncia de trabalhadores sendo trancados por não atingirem as metas.
A comissão responsável por monitorar as práticas éticas relacionadas aos Jogos-2012 disse que está “muito preocupada” com as infrações. Já o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Londres também emitiu nota lamentando o episódio, o qual classificou como “extremamente sério”.
- Nós conversamos com a Adidas e eles nos garantiram que estão investigando as denúncias, e as conclusões serão divulgadas publicamente.
- É difícil conseguir permissão para ir ao banheiro. Se você é realmente obrigada a ir, a pilha de trabalho fica tão grande que o líder da linha de produção te chama de cachorra, sem cérebro, sem educação... Às vezes nós deixamos de almoçar para atingirmos os objetivos – diz Yuliani, uma costureira de 23 anos de idade.
Os abusos físicos mais comuns, segundo os trabalhadores, são tapas, beliscões nas orelhas e até agressões com os próprios tênis da linha de produção, como revela Ratna, outra empregada das fábricas da Adidas.
- Se o chefe da produção fica muito irritado, ele joga o tênis em direção aos trabalhadores. Uma vez, na minha linha, eu vi um operário ser atingido por um tênis - revela.
Revoltados, dez trabalhadores decidiram se unir para tentar reivindicar seus direitos. Acabaram suspensos por um mês e, mais tarde, foram demitidos.
modelos da Adidas (Foto: Reuters)
A comissão responsável por monitorar as práticas éticas relacionadas aos Jogos-2012 disse que está “muito preocupada” com as infrações. Já o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Londres também emitiu nota lamentando o episódio, o qual classificou como “extremamente sério”.
- Nós conversamos com a Adidas e eles nos garantiram que estão investigando as denúncias, e as conclusões serão divulgadas publicamente.
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