Ajudado por atleticano agredido, pai lembra de drama para proteger filho
Na torcida do Vasco, Marcos Aurélio relata ajuda de torcedor do Furacão em briga na Arena Joinville. 'Ele pediu a outros torcedores para não fazerem nada com a gente'
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Marcos Aurélio e o filho, torcedores do Joinville, mas que simpatizam com o Vasco, estavam longe de uma das torcidas organizadas do clube carioca, mas no mesmo setor. Marco relatou que, devido à quantidade de torcedores vascaínos, um novo setor foi aberto. Marcos Aurélio acabou no meio da confusão e presenciou de perto a invasão dos atleticanos. Mas um deles acabou por ajudá-lo:
– Eu fui com a mão e disse para não fazer nada. Se fosse fazer alguma
coisa que fizesse comigo. Ele disse que não iria
fazer nada, então disse para ir com ele até embaixo. Ele pediu a outros
torcedores para não fazerem nada com a gente. Quando eu desci, ele
empurrou outro cara do Atlético
para o lado, não deixou chegar perto. Naquela cena, ou eu
ia para o paredão com os torcedores do Vasco para sair pela outra
entrada,
ou
esperava para ver o que ia acontecer. Decidi ficar. Segurei meu filho e
fiquei desviando dos torcedores. O torcedor que me ajudou saiu correndo
quando a polícia
chegou. Fui para o outro lado, e aí o pegaram. Logo em
seguida,
subiu a polícia, que atirou com bala de borracha. Fui para a torcida do
Vasco, saí pela entrada e fui para casa o mais rápido possível –
relembra Marcos Aurélio, que se diz aliviado por esbarrar com o torcedor
"certo" e a decisão de não ter ido com a camisa do Vasco.
– Agradeço a Deus, tenho muito fé. Ele botou
a mão em cima dele. Se desse um soco, iríamos escada abaixo, mas demos a
mão, eu
segurei no braço dele, e ele no meu. Quando deu a invasão, eu corria para
um lado e para o outro, pensava que se o meu filho caísse ali, nós
seríamos pisoteados. Deixei a camisa do Vasco em casa, fui
como cidadão. Se tivesse com camisa do Vasco... Selvageria.
Como
todo pai, Marcos Aurélio só tinha uma coisa na cabeça: proteger seu
filho. A reação foi segurar Marcos Vinícius contra seu peito, tirando a
criança como um possível alvo da ira dos torcedores do Atlético-PR. Uma
cena daquelas, para um torcedor do JEC, acostumado a jogos mais calmos,
não estava nos planos do representante comercial.
–
Imagina, eu só pensava nele. Quem é pai sabe. Só
pensava no meu filho. Se eu estivesse sozinho, tudo bem.
Ele ficou branco, não falou nada. Ficou apavorado,
é criança. Sou sócio do Joinville há dez
anos, meu filho é fanático por futebol, está na escolinha, queria ser
jogador. É
o sonho dele, mas está tão assustado que falou que não quer mais ir ao
estádio. É momento, está assustado. Nunca vi uma coisa dessa. Estou
decepcionado por ter visto uma cena aquela.
Se
depender dele, jogo na Arena Joinville de time grande, como Flamengo,
Corinthians e Vasco, como cita, nunca mais. Para evitar outras possíveis
confusões, apenas jogos menores, como do Campeonato Catarinense, já que
a polícia militar se faz presente, fato não visto no jogo entre
Atlético-PR e Vasco.
– Nunca vi um
jogo na Arena Joinville sem
polícia. Se tivesse, até poderia ter a briga, mas não com aquela
proporção. Como
só quatro seguranças são preparados para isso? Jogo de futebol, só se
for do Joinville no Catarinense
ou jogo de uma torcida só na Série B – diz Marcos Aurélio, que, com o
rebaixamento de Vasco e Fluminense e o medo de brigas, vai perder dois
jogos na Série B do Brasileiro de 2014.
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