O sofrimento do capitão: Fred torce
e chora com a queda do Fluminense
Vetado
com um edema na coxa direita, camisa 9 tricolor assiste vitória sobre o
Bahia em um dos camarotes da Fonte Nova e não segura as lágrimas com o
rebaixamento
Por Edgard Maciel de SáSalvador
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Camarote 309w, Arena Fonte Nova. Foi sentado em uma das cadeiras dessa área do estádio baiano que
Fred
viu de perto o Fluminense ser rebaixado para a Série B do Campeonato
Brasileiro. Pior: viu sem poder fazer nada. Vetado por causa de um edema
na coxa direita,ele tentou orientar seus companheiros, gritou e
lamentou as chances perdidas. Em vão. Ainda no primeiro tempo, o capitão
quase chorou. Mas na etapa final não teve jeito. Sem conseguir segurar
as lágrimas, Fred foi aos prantos antes mesmo do apito final. E nem o
gol da vitória de Samuel (2 a 1) foi suficiente para amenizar a dor de
ver seu time cair para a Segunda Divisão.
no camaroteFred chora com o rebaixamento do Fluminense à Série B
problemasGum lembra que lesões atrapalharam o ano do Fluminense
não deuFlu consegue a vitória, mas não escapa do rebaixamento
O
camisa 9 não entra em campo desde o dia 31 de agosto, quando sofreu um
estiramento na coxa direita. Em outubro, Fred chegou a iniciar a
transição entre a fisioterapia e a preparação física no gramado das
Laranjeiras. Mas o esforço para voltar logo deu origem a um edema -
próximo ao local da primeira lesão - que tirou o atacante do restante da
temporada. Nos últimos jogos, ele se aproximou mais do time. Foi ao
vestiário na vitória sobre o Náutico e acompanhou o empate com o
Atlético-MG de um camarote. Ambos os jogos foram no Maracanã. Neste
domingo, o capitão chegou a Salvador no início da tarde e se juntou ao
grupo no hotel. Já na Fonte Nova, mostrou confiança ao dizer que
"iria comemorar no final".
Fred
viu o jogo todo sentado próximo aos jogadores não relacionados, a
integrantes da comissão técnica e a membros da diretoria. No começo,
aparentava muito nervosismo e tentava orientar o time mesmo à distância.
Em certo momento, chegou a gritar pedindo para o atacante Rafael Sobis
apertar a saída de bola do Bahia. A cada boa chance do Fluminense, ele
se levantava para ver melhor o lance. Quando o rival atacava, parecia
não querer ver o perigo rondando o gol de Diego Cavalieri. O camisa 9
olhava sistematicamente o celular. Estava acompanhando os jogos de Vasco
e Coritiba lance a lance. E não escondeu o abatimento quando Luccas
Claro abriu o placar para o Coxa em Itu sobre o São Paulo. Logo em
seguida, Willian Barbio colocou o Bahia em vantagem e o capitão desceu
para incentivar os companheiros no vestiário.
- Gol do Coritiba, gol do Coritiba... - balbuciou com a cara fechada.
Com a mão na boca (à esquerda) e ao lado de Marcão, Fred parece não acreditar no que vê (Foto: Edgard Maciel de Sá)
O
Fluminense voltou melhor para o segundo tempo e ficou perto de empatar
Rafael Sobis driblou Marcelo Lomba e chutou para fora. Fred quase
comemorou o gol que não saiu. Mas bastaram poucos minutos para o capitão
pular de alegria. O próprio Rafael Sobis se redimiu e cruzou para
Wagner deixar tudo igual no placar: 1 a 1. Ainda havia esperança. Sem
largar o celular, o jogador tentava acreditar no milagre, mas já
começava a ficar agoniado. A cada minuto que passava, fazia mais cara de
procupação. A cada minuto que passava e o São Paulo não empatava a
partida contra o Coritiba, Fred via o Fluminense mais perto da Série B.
Ele
colocou a mão no rosto diversas vezes como quem parecia não acreditar
no que estava acontecendo. E diante do rebaixamento iminente, vieram as
lágrimas inevitáveis. Pouco depois, às 18h53m (de Brasília), Samuel fez o
gol da virada, aos 37, mas de nada adiantou. Apenas uma falsa alegria
segundos antes de a tragédia ser consumada. O jogo do Coritiba terminou
exatamente ao mesmo tempo, e Fred desceu para o vestiário antes do apito
final na Arena Fonte Nova. Ali, o Fluminense já estava rebaixado para a
tristeza de seu capitão e principal ídolo.
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