Procuradoria do STJD denuncia Furacão, Vasco, federações e árbitro
Órgão pede perda de 20 mandos de campo para Atlético-PR e Vasco por confronto entre torcedores na Arena Joinville. Julgamento deve ser esta semana
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A
Procuradoria Geral do STJD denunciou na tarde desta segunda-feira o
Atlético-PR, o Vasco, as federações de futebol do Paraná e de Santa
Catarina e o árbitro Ricardo Marques Ribeiro como responsáveis pelo
incidente ocorrido na Arena Joinville neste domingo, quando torcedores
dos dois times se enfrentaram nas arquibancadas. Segundo o texto, uma
análise através das imagens feitas do tumulto deixam claro que a torcida
do time paranaense provocou o incidente, pois teria partido para cima
dos rivais, que estavam no local destinados a eles.
A
expectativa é de que a denúncia, feita pelo procurador Rafael
Fioravante Alves Vanzin, seja julgada ainda esta semana, assim que a
Comissão Disciplinar responsável seja designada, segundo previsão do
presidente do STJD, Flavio Zveiter.
A punição
recomendada
contra o Atlético Paranaense e o Vasco é multa de até R$ 100 mil e perda
de até 20 mandos de campo. Inicialmente, em comunicado à imprensa, o
STJD informou que o Vasco corria o risco de perder apenas 10 mandos, o
que foi retificado mais tarde pelo procurador-geral do tribunal, Paulo
Schmitt.
O árbitro Ricardo Ribeiro poderá ser punido com suspensão de até 120
dias, além de multado em R$ 1 mil. O estádio municipal de Joinville
poderá sofrer interdição, e as federações de futebol de Santa Catarina e
Paraná podem ser multadas.
O
Furacão, mandante do jogo, foi enquadrado no artigo 191 do Código
Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que fala em deixar de cumprir
ou dificultar o cumprimento de medidas para garantir a segurança dos
torcedores antes, durante e após a realização da partida, além do
artigo 211, por deixar de manter o local indicado para a realização da
partida com infra-estrutura necessária a assegurar a plena garantia e
segurança para a sua realização, em relação à ausência da grade para
dividir as torcidas na arquibancada. O clube paranaense e o Vasco foram
denunciados duas vezes no artigo 213, por deixarem de tomar providências
capazes de prevenir e reprimir desordens na praça de desporto, além de
atirar objetos no gramado; as federações paranaense e catarinense foram
denunciadas no artigo 191, e o árbitro no artigo 261-A (deixar o
árbitro, auxiliar ou membro da equipe de arbitragem de cumprir as
obrigações relativas à sua função).
A segurança da
partida foi realizada por 90 agentes particulares contratados, seguindo
uma indicação do Ministério Público de Santa Catarina de que o
policiamento em eventos particulares não deveria ser realizado pela PM,
segundo o comandante da Polícia Militar de Joinville, Adilson Moreira. O
MP-SC informou que a recomendação não foi feita especificamente para a partida, e o secretário de Comunicação da Prefeitura de Joinville, Marco Aurélio Braga, falou em precipitação por parte da Polícia Militar,
pois a determinação valeria apenas para 2014. Diante do tumulto nas
arquibancadas, a polícia foi acionada para entrar no estádio.
Após o incidente, o presidente do Furacão, Mario Celso Petraglia, criticou a falta de policiais militares dentro do estádio, mas o contrato para utilização da Arena Joinville deixa claro que a responsabilidade pela segurança era do Atlético-PR,
e segundo o presidente da Fundação de Esportes de Joinville, Fernando
Krelling, o clube sabia que não haveria policiamento na partida. Diante
disso, a empresa contratada pelo clube paranaense sugeriu que o número de seguranças fosse aumentado, o que foi rejeitado.
O
promotor do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) Francisco de
Paula Fernandes Neto apontou o Atlético-PR como responsável pela
violência na Arena Joinville no domingo, no jogo contra o Vasco, e
acusou a Federação Municipal de Esportes, administradora do estádio, de
ter descumprido acordos feitos em 2009 com o órgão, incluindo a
colocação de grades para separar a torcida rival. Marco Aurélio Braga e
Fernando Krelling ressaltaram que existe uma separação por grades para a
torcida visitante, mas o clube paranaense pediu, na última sexta-feira, que o espaço fosse ampliado,
devido à grande procura para a partida. Por isso, a separação foi feita
com um cordão de seguranças privados que não foi suficiente para
impedir o confronto.
CORREÇÃO:inicialmente
foi publicado, conforme informação divulgada em comunicado pela
assessoria de imprensa do STJD, que o Vasco corria o risco de perder até
10 mandos de campo. No entanto, segundo informou mais tarde o
procurador-geral do tribunal, Paulo Schmitt, o clube carioca, assim como
o Atlético-PR, pode perder até 20 mandos de campo. A primeira versão da
notícia foi ao ar às 19h37m. Depois, ela foi atualizada às 22h01m.
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