domingo, 20 de novembro de 2011

Fred faz três, Flu nocauteia Figueira na etapa final e está na Libertadores
Atacante decide, após primeiro tempo equilibrado, põe clube na competição continental e mantém fio de esperança de título. Rival perde invencibilidade
 
A CRÔNICA
por André Casado
Quatro golpes mortais no segundo tempo, três deles de Fred, foram o suficiente para garantir a goleada do Fluminense sobre o Figueirense, neste domingo, em Florianópolis, que, de quebra, coloca o clube carioca mais uma vez na disputa da Libertadores, antecipadamente, por conta de uma combinação de resultados. Irresistível, o atacante tricolor resolveu jogar e atordoou os defensores rivais, se aproximando da artilharia do Brasileirão, com 20 gols - três a menos que Borges, do Santos, que não deve mais jogar. Desabou com estilo, também, a invencibilidade de 14 jogos do time da casa.
Com os 4 a 0 no marcador, o Tricolor se mantém em terceiro lugar, com 62 pontos, ainda com remota chance de título. Já o Alvinegro caiu para quinto, com 57, mas o sonho de ir pela primeira vez à competição continental segue vivo. Na próxima rodada, o Figueira recebe o líder Corinthians, no domingo, enquanto os cariocas fazem o clássico contra o Vasco, no Engenhão.
Equilíbrio e gols perdidos
O atraso de quase dez minutos para o Fluminense entrar em campo já anunciava a tensão que envolvia o duelo desta noite. Com destinos em jogo no Orlando Scarpelli, o caminho mais comum seria uma disputa estudada no início, com as equipes evitando arriscar, certo? Errado. A velocidade e o ímpeto ofensivo de ambos marcaram a etapa. Como se alvinegros e tricolores pudessem conter o líder Corinthians correndo contra o tempo e mostrando cada vez mais vontade.
Fred comemora um dos gols contra o Figueirense (Foto: Cristiano Andujar/Photocamera)Fred comemora um dos gols contra o Figueirense (Foto: Cristiano Andujar/Photocamera)
Sem medo de ser feliz, a sensação Figueira, então sustentando sua longa invencibilidade, não mudou sua característica e partiu para cima, apoiado por mais de 15 mil pessoas. Logo aos seis minutos, um cartão de visitas: Aloísio se antecipou à defesa, após passe rasteiro de Bruno Vieira, mas não conseguiu se equilibrar para concluir, já cara a cara com Cavalieri. Na sequência, uma baixa fez Jorginho queimar uma substituição. O volante Túlio sentiu fisgada na coxa, e Jackson entrou.
Pouco a pouco, o Tricolor pôs a bola no chão e passou a incomodar o time da casa. A essa altura, com a informação de que uma vitória já lhe renderia uma vaga na Libertadores, em virtude dos tropeços de Botafogo e Flamengo, mais cedo. Dos 15 aos 25, na prática, só o Flu atacou com perigo. Marquinho e Carlinhos buscavam tabelas, mas Sobis e Fred não estavam na mesma sintonia - em quase todas as vezes, o último passe vinha nas costas.
A partir daí, o árbitro Heber Roberto Lopes contribuiu para que o jogo reduzisse o ritmo. Forçou a marcação de faltas, irritando, com alguma razão, o público, que protestou muito. Foi dessa circunstância, no entanto, que os comandados de Jorginho tiveram a maioria de suas melhores oportunidades. Pelo alto, Elias colocava na área e gerava pânico entre os zagueiros do Fluminense.
Na reta final do primeiro tempo, o jogo voltou a ficar lá e cá e muito bom de se ver. Nas costas de Carlinhos, o ótimo Bruno Vieira deitava e rolava. Já aos 43, Sobis perdeu um gol incrível. Em enfiada pelo meio, o camisa 23 ficou livre para escolher o canto, mas bateu muito fraco, e Wilson defendeu. Caso semelhante aos de Wellington Nem e Elias, que tentaram duas vezes dentro da área, mas o goleiro tricolor estava atento.
Uma estrela chamada Fred
Todo o equilíbrio, porém, foi por água abaixo na volta do intervalo. Fred resolveu acordar e, marcado de longe, simplesmente resolveu a partida. Aos três, um belo toque no canto esquerdo para abrir o placar. Depois, aos 11, cruzamento de Carlinhos da esquerda, o goleiro Wilson falhou, e o camisa 9 estava lá para conferir.
Do outro lado, não havia estrela de tal nível para brilhar. Por isso, o desespero tomou conta do Figueira, que acusou o golpe. Atacava desordenadamente e, ainda que tivesse muito mais posse de bola, não assustava Diego Cavalieri. Jorginho agiu, promovendo a entrada de Somália para atuar como pivô e referência para tantas bolas alçadas. Mas nada surtia efeito.
Os contragolpes cariocas eram mortais, e em um deles, aos 27, Fred, sempre ele, achou Deco, que colocou Marquinho em ótima condição para transformar o triunfo parcial em goleada. Festa da torcida tricolor. A galera do Figueira, entretanto, não arredava pé do estádio e, num gesto bonito, ainda aplaudia o esforço do time, reconhecendo a limitação em comparação aos adversários na briga pela Libertadores.
Abel Braga ainda mexeu para poupar seus jogadores e, até o fim, havia apenas toques laterais para o tempo passar, e o Flu poder carimbar sua vaga na Libertadores, improvável para muitos depois do primeiro turno irregular. No apagar das luzes, houve tempo para um quarto gol. Lindo passe de Lanzini e o golpe final desferido por... Fred, o nome da noite.
 
Adriano marca, Timão vira sobre o Galo e retoma a ponta do Brasileirão
Numa virada épica, com o primeiro gol do Imperador, Corinthians supera o Atlético-MG no Pacaembu a duas rodadas do fim. Galo ainda corre risco
 
A CRÔNICA
por Leandro Canônico
A República Popular do Corinthians virou Império neste domingo. Graças a um gol salvador de Adriano, aos 43 minutos do segundo tempo, o Timão venceu o Atlético-MG por 2 a 1, de virada, e ficou ainda mais perto do título do Campeonato Brasileiro. Foi o primeiro gol do Imperador com a camisa alvinegra.
O jogo estava perdido até os 32 minutos da etapa final, quando Liedson, enfim, fez valer a pressão que o Corinthians exerceu durante a partida inteira sobre um retraído Atlético-MG, que abriu o marcador em jogada ensaiada. No fim, valeu a raça, a determinação e a estrela de um jogador que carrega nuvem de desconfiança sobre ele.
GALERIA DE FOTOS: Veja as imagens do jogo no Pacaembu
Com o triunfo, o líder Timão mantém dois pontos de vantagem sobre o vice-líder Vasco (67 a 65) e pode ser campeão já na próxima rodada. O Atlético-MG, que com vitória ou empate escaparia de vez do rebaixamento, continua com 42 pontos e ainda corre o risco de cair para a Segunda Divisão em 2012.
O próximo jogo do Corinthians é contra o Figueirense, domingo, em Florianópolis. O time catarinense está firme na briga por uma vaga na Libertadores. Já o Atlético-MG recebe na Arena do Jacaré o Botafogo, que também sonha com classificação para a Libertadores.
André Atlético-MG x Corinthians (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Paulinho, do Corinthians, persegue André, do Atlético-MG (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Posse de bola = poucas chances
Muita posse de bola (64%) e poucas chances. Esse foi o resumo do Corinthians no primeiro tempo do duelo com o Atlético-MG. Embora tenha tido o domínio da partida, o Timão pecou na hora de finalizar. Desperdiçou muitas faltas na barreira, chutou longe do gol e sentiu a falta de um centroavante – Liedson pouco fez.
Fora os três primeiros minutos, nos quais pressionou o rival no campo de defesa, o Atlético-MG deixou bem clara a sua postura: marcar, marcar e marcar. Não à toa, ao final da etapa inicial, a equipe de Cuca já somava 25 desarmes. Apesar de não ter criado quase nada, dentro de sua proposta o Galo obteve sucesso.
Com marcação individual de Pierre em Danilo e de Carlos César em Paulinho, o Atlético-MG inibiu duas importantes peças do Timão. O destaque corintiano nos primeiros 45 minutos, então, foi Willian. O atacante estava pilhado. Ajudou a defesa quando preciso, não poupou carrinhos, mas finalizou pouco (e mal!).
Jogadores do Atlético-MG comemoram gol (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Jogadores do Galo comemoram gol de Leonardo
Silva (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Sem conseguir driblar a boa marcação dos mineiros, o Corinthians tentou algumas vezes em cobranças de falta. Só que o Timão parece precisar de mais treinamentos de bola parada. O goleiro Renan Ribeiro não teve trabalho em nenhuma delas. Pior ainda: o defensor só teve real trabalho em cabeçada contra de Serginho.
Do outro lado, Julio Cesar também viu o primeiro tempo de camarote. À exceção de alguns poucos lampejos do Galo, nenhum deles muito perigoso, o goleiro corintiano não teve trabalho. Não poderia ser diferente, diante da postura defensiva adotada pelo Atlético-MG no jogo deste domingo no Pacaembu.
Imperador salva
As duas equipes voltaram sem alterações para a segunda etapa. E o Corinthians, soberano no primeiro tempo, foi logo para cima do Atlético-MG. Novamente com o “pilhado” Willian. O atacante girou na direita e bateu de fora da área. A bola passou bem perto do gol de Renan Ribeiro, que olhou e torceu para ir pela linha de fundo.
A impaciência tomou conta cedo da torcida do Timão, que aos nove minutos, depois de um erro de Danilo, pediu a entrada de Alex. Enquanto comemorava que Tite havia chamado o meia para entrar, uma ducha de água fria foi jogada na Fiel: gol do Atlético-MG, aos dez minutos.
Liedson faz gol do Corinthians (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Liedson faz gol do empate do Corinthians
(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Em jogada ensaiada, Bernard acionou Richarlyson. O lateral tocou para Daniel Carvalho fazer o cruzamento na cabeça de Leonardo Silva, autor do gol. Irritada, então, a torcida do Corinthians vaiou a saída de Danilo. E se irritou mais ainda aos 22 minutos, quando Tite tirou Willian para entrada de Adriano.
Ainda dono de melhor posse de bola, o Timão partiu para pressão em cima do Galo, cada vez mais com postura defensiva. Aos 23 minutos, Renan Ribeiro fez uma linda defesa em bonito chute de Alex e evitou o empate. Mas a pressão do Timão seguia. E o nervosismo aumentava a cada minuto e a cada cera dos mineiros.
Sem força na criação, o Atlético-MG tentou esfriar a pressão dos donos da casa com “cai cai” e alterações. Mas não teve sucesso. O Corinthians não desistiu e empatou a partida aos 32 minutos. E na jogada mais feita no jogo: após cruzamento na área, Liedson completou de cabeça, empatando o jogo. O resultado já recolocava o Timão na liderança do Brasileirão.
Mas a Fiel queria mais. E a virada veio, de forma espetacular: aos 43, Emerson deu uma arrancada de 43 metros no contra-ataque e serviu Adriano, que invadiu a área e bateu cruzado, de esquerda, sem chance para o goleiro Renan Ribeiro. Foi o primeiro gol do Imperador pelo Timão. E justamente num momento crucial do Brasileirão. Coisa de quem tem estrela.
Adriano, do Corinthians, chuta sem defesa para Renan Ribeiro, do Atlético-MG (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)Adriano chuta sem defesa para Renan Ribeiro, do Atlético-MG (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)
 
Em jogo sem clima de decisão, Fla e Atlético-GO empatam em 0 a 0
Time de Luxa mostra apatia na luta pelo G-5 e é vaiado por sua torcida, maioria no Serra Dourada. Donos da casa praticamente escapam da queda
 
A CRÔNICA
por Richard Souza
O título ficou para trás, e a vaga na Libertadores está sob risco. O Flamengo não para de tropeçar nas próprias pernas na reta final do Campeonato Brasileiro. Neste domingo, o time de Vanderlei Luxemburgo teve apoio quase que total no Serra Dourada, mas repetiu a atuação ruim da última quinta-feira, contra o Figueirense. Em novo empate sem gols, desta vez contra o Atlético-GO, gritos de “burro” e “time sem vergonha” foram ouvidos pelo treinador e pelos jogadores na saída de campo. Com 57 pontos, a equipe continua fora do G-5, em sexto. Pior: a duas rodadas do fim, parece sem forças para reagir.
Melhor durante quase toda a partida, o Dragão teve as chances mais claras, mas pecou na hora de decidir. Em casa, foi visitante, mas não se importou. O técnico Hélio dos Anjos soube proteger bem a defesa sem deixar de atacar. Com 44 pontos, o clube praticamente garante a permanência na Primeira Divisão. Em 13º, só será rebaixado com uma improvável combinação de resultados. O time teria de perder seus dois jogos e ver Ceará e Atlético-PR vencerem seus dois compromissos derradeiros. E não é só: o Furacão precisaria ainda tirar uma desvantagem de 18 gols de saldo nestas duas rodadas finais.
Pelas circunstâncias do jogo, o empate por 0 a 0 no Serra Dourada merece ser até comemorado pelos rubro-negros cariocas. Um detalhe chama atenção: foi o terceiro jogo seguido sem gol do Fla (perdeu para o Coritiba por 2 a 0 e empatou com o Figueirense por 0 a 0).
Na próxima rodada, o Flamengo enfrenta o Inter, às 17h, em Macaé. Um confronto direto na luta pela vaga na Libertadores, já que os dois times estão com a mesma pontuação (o Inter tem uma vitória a mais 15 a 14). O Atlético-GO pega o Grêmio, no mesmo horário, no Olímpico.
Dragão ousado, Fla sonolento
Um time engessado, lento e carente. Carente do talento de Ronaldinho, marcado bem de perto por Bida e pouco inspirado. Carente do brilho de Thiago Neves, que teve Pituca quase que o tempo todo no cangote. Uma equipe sonolenta, de alternativas limitadas e padrão de jogo pouco funcional. O Flamengo sabia que tinha de jogar bem, nem que fosse na marra, e a torcida goiana deu um empurrão. Era visitante, jogava de branco, mas tinha maioria rubro-negra na arquibancada. O Serra Dourada encheu para tentar ajudar a equipe de Vanderlei Luxemburgo a reagir na competição. Mas a torcida viu pouco na etapa inicial.
Foi um primeiro tempo de troca de papéis. Quem briga pela Libertadores abusou dos toques para o lado, da passividade. O Atlético-GO, que tinha como primeiro objetivo ficar na Série A, ousou. Criou duas boas chances antes dos dez minutos com Marcão, que assustou o goleiro Felipe. Hélio dos Anjos armou duas linhas de quatro para defender e viu seu time entrar na área adversária com facilidade. Uma das investidas, com Thiago Feltri, também levou perigo.
Na falta de inspiração, o Flamengo encontrou nos chutes de longe sua saída de emergência. Renato parou no goleiro Márcio, Thiago Neves errou o alvo, e Deivid chegou a acertar a rede, só que pelo lado de fora. Antes, Luxa tinha perdido Airton, aos 25. Após receber falta por trás de Marcão, ele torceu o tornozelo esquerdo e não conseguiu voltar. Muralha o substituiu.
A torcida que exalta também cobra. Assim como no Engenhão, no empate sem gols com o Figueirense, gritos de “queremos raça” foram ouvidos no Serra Dourada. Para encerrar os primeiros 45 minutos, mais inversão de valores. Bida jogou como Ronaldinho deveria jogar. O volante marcador, que também veste a 10, chapelou o astro da Gávea com categoria de craque.
Cenário não muda na etapa final
Luxemburgo não mudou nenhuma peça do Flamengo na volta do intervalo. A postura apática permanceu intacta. Jogadas: zero. Disposição: zero. O domínio continuava com o Atlético, que investiu em jogadas pelas laterais e procurou usar a presença de área de Marcão. Numa das tentativas, aos 15, o camisa 9 se antecipou a Alex Silva para receber passe de Juninho e foi atingido pelo goleiro Felipe na canela esquerda. A chuteira deixou marcas na perna do jogador, mas o árbitro Paulo César de Oliveira ignorou o pênalti. Pouco antes, um torcedor invadiu o campo e teve de ser retirado por policiais.
Luxa decidiu lançar Thomás e tirar Deivid. Os gritos de “burro” da última quinta-feira se repetiram. O garoto entrou para jogar do lado esquerdo de ataque, com R10 centralizado e Thiago Neves pela direita, mas quase não tocou na bola. Thiago e Ronaldinho se revezavam na área como atacantes, só que a falta de criatividade prevalecia.
Hélio dos Anjos renovou o ataque, e Juninho deu lugar a Felipe. Na pressão, o Dragão quase abriu o placar, aos 23. Felipe, goleiro do Fla, errou na saída de bola e a entregou para o xará. O cruzamento rasteiro, pela esquerda, chegou no pé direito de Marcão na pequena área, mas o desvio foi para fora.
Diego Maurício, que sequer ficara no banco na rodada passada, ganhou uma chance. Ele substituiu Thiago Neves, que novamente fez uma partida ruim. Drogbinha deu velocidade ao ataque com boa movimentação e levou perigo em duas investidas. Numa delas, aos 31, invadiu a área pelo lado esquerdo, tentou driblar o goleiro Márcio e caiu. O árbitro mandou seguir e levou jogadores reservas e integrantes da comissão técnica do Flamengo à loucura.
O Fla cresceu nos 15 minutos finais, o jogo ficou franco, mas as duas equipes abusaram dos erros de passe. Faltava sempre aquele cuidado final na hora de decidir. A torcida que encheu o Serra Dourada direcionou as críticas para a área técnica do clube carioca. Aos gritos de “Fora, Luxemburgo!”, os rubro-negros protestaram. E o time saiu de campo com a sensação de que o fim de ano se desenha cada vez mais perigoso.
 
Inter vence o Botafogo no Engenhão e entra no G-5
Leandro Damião e Oscar marcaram para o Colorado; Felipe Menezes descontou para o Alvinegro
 
A CRÔNICA
por Eduardo Cecconi
Em grande jogo disputado na tarde deste domingo, no Engenhão, o Inter confirmou a boa fase e venceu o Botafogo por 2 a 1, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. Leandro Damião e Oscar, destaques da partida, fizeram os gols colorados. Felipe Menezes descontou, e ao fim o goleiro Muriel e os zagueiros Bolívar e Rodrigo Moledo salvaram os visitantes bloqueando a pressão botafoguense.
Com a vitória, o Inter sobe para 57 pontos, chegando à quinta posição, fechando o grupo que hoje estaria classificado à Taça Libertadores a duas rodadas do fim da competição. Já o Botafogo, que perdeu a quarta partida consecutiva (já são cinco derrotas em seis jogos) segue estacionado nos 55, agora em oitavo lugar.
Na penúltima rodada, Botafogo e Inter têm compromissos marcados para as 17h (de Brasília) do próximo domingo. Os gaúchos voltam ao Rio de Janeiro, desta vez para enfrentar o Flamengo, e em Minas Gerais o Botafogo visita o Atlético-MG.
Leandro Damião gol Internacional (Foto: Futura Press)Leandro Damião comemora o primeiro gol da vitória colorada no Engenhão (Foto: Futura Press)
Tensão e raiva
Com sistemas táticos espelhados - ambos utilizando-se do 4-2-3-1 - Botafogo e Inter poucas vezes conseguiram concluir a gol. O jogo, entretanto, não se fez monótono. Pelo contrário. Cada lance foi disputado com intensa dedicação, de área a área. Ataques se alternando e velocidade.
Aos 33 minutos, confusão. Nei reclamou uma lesão, e o goleiro Muriel cedeu lateral para abreviar a entrada dos médicos. Na reposição, a surpresa: em vez de devolver a posse ao Inter, como rege a implícita regra do fair play, o lateral Alessandro deu sequência a uma jogada de ataque para o Botafogo.
A atitude de Alessandro enraiveceu os colorados. D'Alessandro partiu para cima. Ambos discutiram. Formou-se uma grande confusão. O lateral botafoguense e o meia colorado levaram cartão amarelo, punição semelhante à recebida por Kleber que, na sequência, devolveu o "fair play" de Alessandro com uma falta dura sobre o adversário - joelhada nas costas.
Em campo, parecia que faltava esta raiva ao Inter para sobrepujar o dono da casa. Porque, a partir do incidente, o Colorado controlou o jogo com agressividade ofensiva. Rangendo dentes, D'Alessandro aplicou o famoso drible "La Boba" e acertou o travessão. E nos acréscimos, curiosamente no setor defendido por Alessandro, Kleber e Oscar fizeram a jogada que resultou no gol de Leandro Damião - o primeiro após a lesão muscular que o tirou do Brasileirão e da Seleção por quase dois meses.
Alta pressão
Dos vestiários as duas equipes retornaram com mudanças. A do Botafogo foi na escalação: saiu Cortês, entrou Everton. E a do Inter foi tática. Gilberto adiantou-se, e o sistema passou do 4-2-3-1 para o 4-4-2.
Precisando ao menos empatar, o Botafogo recorreu a sucessivos cruzamentos, buscando as conclusões de cabeça com Loco Abreu e Herrera. Mas o argentino deu lugar a Caio, propondo mais velocidade.
Na sequência, o interino Flávio Tenius esgotou as alternativas trocando Thiago Galhardo, surpresa da escalação inicial, por Felipe Menezes. Dorival Júnior respondeu com o meia Andrezinho em lugar do atacante Gilberto, reconstituindo o 4-2-3-1 inicial. A esta altura, o Botafogo já se distribuía no 4-4-2 com um losango central.
E a troca do Inter deu mais resultado que as três do Botafogo. Em seu primeiro lance, aos 28, Andrezinho encontrou Oscar livre na área. E o melhor jogador em campo, de intensa participação defensiva e qualidade com a bola, fez o 2 a 0.
Felipe Menezes, egresso do banco assim como o autor da assistência colorada, respondeu marcando para o Botafogo, em chute de fora da área apenas três minutos depois. A pressão foi incrível. Muitos cruzamentos, chutes, dribles... Mas o Inter conseguiu resistir, assegurando a vitória fora de casa por 2 a 1
 
Cruzeiro e Atlético-PR empatam e seguem em situação complicada
Raposa permanece fora da zona do rebaixamento. Auxiliar erra e prejudica o Furacão no final da partida ao anular um gol legítimo de Paulo Baier
 
 
A CRÔNICA
por Fernando Martins e Leonardo Simonini
Em um duelo de pouca qualidade técnica, Cruzeiro e Atlético-PR empataram por 1 a 1, neste domingo, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Os gols foram marcados por Marcinho e Charles, ambos no primeiro tempo. Mas o time paranaense foi prejudicado no final da partida. O auxiliar Marcelo Bertanha Barison anulou, erradamente, um gol de Paulo Baier ao assinalar impedimento aos 38 minutos do segundo tempo.
O resultado foi ruim para os dois clubes, que lutam contra o rebaixamento. Com o ponto somado, o Cruzeiro se manteve na 16ª posição, agora com 39 pontos, apenas um a mais que Ceará (17º) e o próprio Atlético-PR (18º), que perde para os cearenses no número de vitórias (10 a 9). Na próxima rodada, a Raposa tem mais uma "decisão" contra o Ceará, outro adversário direto na luta contra o Z-4, em Fortaleza. Já o Furacão vai até Uberlândia enfrentar o já rebaixado América-MG. Os dois jogos serão no domingo, às 17h (de Brasília).
Calor, disposição e igualdade no placar
O Cruzeiro começou a partida pressionando. Vagner Mancini apostou em uma escalação  ofensiva com Anselmo Ramon, Wellington Paulista e Ortigoza no ataque. O Atlético-PR se propôs a esperar os contra-ataques puxados por Guerrón, pela direita, e Marcinho, pela esquerda, com Morro Garcia como referência no meio. Todos municiados por Paulo Baier.
Nervosos, os dois times não conseguiam criar boas chances de gol. O jogo era muito lutado, mas sem emoções. Até que aos 25 minutos, depois de uma parada técnica por causa do forte calor em Sete Lagoas, a partida mudou completamente. Em um lance pela direita, o lateral cruzeirense, Diego Renan, tentar dar um chutão para frente, mas furou. A bola sobrou para Wendel, que cruzou na medida para Marcinho completar de primeira. Furacão 1 a 0 para o desespero da torcida da Raposa, que lotava o estádio.
Depois do gol, o Cruzeiro se perdeu. Foram vários passes errados. Os protestos logo começaram. Diego Renan, a cada toque na bola, ouvia de tudo vindo das arquibancadas. Mas mesmo com a vantagerm e criando as melhores chances, o Furacão também vacilou. Em rápido contra-ataque, Wellington Paulista cruzou para área, Wendel cortou errado e em um lance corajoso, Charles se aproveitou da indecisão do lateral e do goleiro Renan para colocar a cabeça na bola e empatar a partida. Alívio para a torcida, já que a igualdade veio no final do primeiro tempo.
Charles Cruzeiro Guerron Atlético-PR (Foto: Washington Alves / VIPCOMM)Empate na Arena complica a vida dos dois times no Brasileirão (Foto: Washington Alves / VIPCOMM)
Erro grave prejudica o Furacão
O segundo tempo começou como o primeiro. Muita vontade e correria, mas pouca qualidade técnica. Mesmo visivelmente no sacrifício, o meia Montillo era quem criava as melhores jogadas da Raposa, mas as conclusões, ora de Ortigoza, ora de Anselmo Ramon, não chegavam ao alvo.
Como o resultado era ruim para os dois lados, os técnicos Vágner Mancini e Antônio Lopes começaram a procurar soluções no banco de reservas. De um lado entrou Roger, para a saída de Ortigoza. De outro, Cleber Santana e Branquinho, nos lugares de Renan Foguinho e Morro Garcia.
Mas quem levava perigo ao gol de Fábio já estava em campo e era um velho conhecido da torcida mineira. Pela direita do ataque, o equatoriano Guerrón infernizava Diego Renan e Cribari. Porém não conseguia colocar a bola na rede. Melhor no jogo, o Furacão chegou ao segundo gol, mas ele foi mal anulado pela arbitragem. Branquinho deu ótimo passe para Paulo Baier, que invadiu a área e tocou na saída de Fábio. Mas, erradamente, o auxiliar Marcelo Bertanha Barison assinalou impedimento inexistente no lance.
Depois disso, Fábio ainda teve tempo para fazer duas grandes defesas. Primeiro em uma pancada de Guerrón. No rebote, Branquinho soltou outra bomba para mais uma grande  intervenção do camisa 1. No final, a torcida cruzeirense vaiou muito a equipe. Foram 18.139 pagantes.

Tupi vence, estraga festa do Santa Cruz e conquista o título da Série D

Equipe mineira não se intimida com os 54 mil torcedores no Arruda
e derrota o Tricolor por 2 a 0 para levar sua primeira taça nacional

Por GLOBOESPORTE.COM Recife
Bismarck - Santa Cruz x Tupi (Foto: Antônio Carneiro)Mais de 54 mil torcedores acompanharam a final da
Série D no Arruda. (Foto: Antônio Carneiro)
Mais de 54 mil tricolores foram ao Arruda para tentar ver o Santa Cruz fechar com chave de ouro o ano de 2011. Mas o time frustrou as expectativas dos torcedores, que viram o Tupi-MG comemorar o título da Série D do Brasileirão com uma vitória por 2 a 0. A equipe mineira já havia vencido o primeiro jogo por 1 a 0, em Juiz de Fora.
A equipe pernambucana dominou praticamente todo o jogo, mas aos 34 minutos do segundo tempo, numa jogada de contra-ataque, Alan abriu o placar. Dois minutos depois, num lance parecido, Henrique deu números finais à partida.
Apesar da derrota, os torcedores corais ficaram satisfeitos com a campanha da equipe, que, apesar do orçamento modesto, conseguiu o principal objetivo do ano que era o acesso à Série C e ainda o título Pernambucano.
Festa nas arquibancadas e no gramado
Santa Cruz x Tupi (Foto: Antônio Carneiro)Defesa do Tupi levou vantagem e parou o ataque do Santa Cruz. (Foto: Antônio Carneiro)
A festa não se limitou apenas às arquibancadas. Também esteve dentro do gramado, atrasando a partida em 13 minutos, com direito a banda para executar o hino de Pernambuco e uma homenagem ao lateral-esquerdo Dutra, com pedido para desistir da aposentadoria.
Com a bola rolando, o Santa Cruz mostrou logo que iria partir para o ataque, já que precisava de pelo menos dois gols. Com isso, o técnico Zé Teodoro escalou o time com uma formação bastante ofensiva, com apenas Memo com características de defesa no meio-campo. Bismarck e Renatinho acompanharam Weslley na criação.
Com o time solto, a primeira chance de gol veio logo aos quatro minutos. Dutra cruzou para a área, e Fernando Gaúcho arrumou com o peito para Thiago Cunha bater de primeira, na entrada da área. A bola passou perto do canto esquerdo, assustando o goleiro do time mineiro.
Sufoco coral
Santa Cruz x Tupi (Foto: Antônio Carneiro)Renatinho começou como titular, mas não rendeu o
que Zé Teodoro esperava. (Foto: Antônio Carneiro)
A equipe coral continuou sufocando o Tupi, e aos nove uma parte da torcida chegou a gritar gol. Thiago Cunha recebeu na área e bateu com força. A bola foi nas redes, mas pelo lado de fora. O primeiro chute da equipe mineira veio dois minutos depois, quando Marquinhos arriscou de fora da área, mas mandou longe do gol tricolor.
Aos 21, o Santa Cruz esteve muito perto de marcar. Fernando Gaúcho recebeu um lançamento e ficou de frente para o goleiro Rodrigo. Mas o atacante tricolor não conseguiu fazer o domínio e facilitou a defesa do arqueiro do Tupi.
Precisando construir o placar que lhe daria o título, o Santa continuou desperdiçando chances. Aos 35, Thiago Cunha recebeu lançamento com açúcar do zagueiro André Oliveira e bateu com força. O goleiro Rodrigo deu rebote, mas Fernando Gaúcho não conseguiu chegar a tempo, e a bola acabou afastada pela zaga mineira.
Favorecido pelo empate, o Tupi passou a trocar passes sem se arriscar e pouco chegou ao ataque. Num dos raros lances ofensivos, aos 42, Augusto cobrou uma falta para o gol e a bola acabou batendo na rede pelo lado de fora.
Santa Cruz x Tupi (Foto: Antônio Carneiro)Weslley lutou no meio-campo, mas não conseguiu
levar o Santa à vitória. (Foto: Antônio Carneiro)
Para tentar renovar o fôlego do ataque, o técnico do Santa Cruz, Zé Teodoro, voltou com Ludemar no lugar de Fernando Gaúcho. E foi dele o primeiro lance de perigo do segundo tempo. Após boa jogada de Renatinho, a bola sobrou na área para Ludermar, que acabou derrubado no momento do chute. A torcida coral ainda pediu pênalti, mas o árbitro Cleber Abade apenas mandou seguir.
Aos 14, o treinador coral fez mais uma mudança, com a saída de Bismarck para a entrada de Washington. Apesar das mudanças, o panorama da partida não mudou. O Santa continuou sufocando, mas pecando muito nas finalizações, enquanto o Tupi cadenciava o jogo trocando passes quando estava com a posse de bola. Aos 22, o técnico da equipe mineira fechou ainda mais a equipe tirando o lateral Marquinhos para a entrada do zagueiro Adalberto.
Faltando 20 minutos para o encerramento da partida, Zé Teodoro foi para o tudo ou nada ao tirar o lateral Dutra, mandando o atacante Kiros a campo. O Tupi também modificou. Luciano Ratinho saiu para a entrada de Vitinho.
Com o Santa todo aberto, a equipe de Minas aproveitou uma jogada de contra-ataque e quase matou o jogo. Aos 29, o lateral Augusto passou pelo zagueiro Leandro Souza e bateu com força. Tiago Cardoso fez uma grande defesa e mandou para escanteio.
Contra-ataques e gols do Tupi
Mas aos 34, a equipe mineira não vacilou. Henrique, que havia entrado há pouco no lugar de Michel, foi na linha de fundo e cruzou para a área. Tiago Cardoso não saiu, e Alan apareceu para bater para o gol, abrindo o placar. Dois minutos depois, veio o segundo. Novamente Henrique, numa jogada de velocidade, ficou de frente para Tiago Cardoso e bateu por baixo do goleiro para ampliar a vantagem mineira.
Precisando de quatro gols, o Santa Cruz foi para o desespero, mas não conseguiu furar o bloquei da equipe mineira. Apesar da derrota, a torcida tricolor homenageou o time cantando nas arquibancadas do Arruda, que receberam 54.815 pessoas.
Tupi, campeão brasileiro da Série D (Foto: Antônio Carneiro)Jogadores do Tupi comemoram título inédito de campeão brasileiro da Série D (Foto: Antônio Carneiro)
Palmeiras vence Bahia, afasta risco de degola e deixa rival em apuros
Verdão joga bem, faz 2 a 0 em Salvador e se livra do rebaixamento. Do outro lado, baianos sofrem e vão decidir permanência nas rodadas finais
 
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
Nas duas rodadas finais do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras só vai querer saber de atrapalhar os rivais. Isso porque a vida alviverde já está resolvida. Jogando em Pituaçu, mas se sentindo em casa, o Verdão venceu o Bahia por 2 a 0, afastou qualquer risco de rebaixamento e ainda quebrou um jejum de dez jogos sem vitórias na competição. Respirando aliviado, o Palmeiras está garantido na Série A em 2012. Já a equipe baiana ainda terá de suar para se manter na elite.
A vitória, apenas a segunda fora de casa no Brasileirão, deixa o Palmeiras com 46 pontos e livre dos fantasmas que assolaram o clube durante toda a temporada. Problemas dentro e fora de campo impediram o time de lutar por uma vaga na Libertadores ou até por título. De qualquer forma, a fuga do rebaixamento faz o clube pensar melhor no planejamento da próxima temporada. No fim, os jogadores se abraçaram e fizeram uma corrente, comemoração tímida para um time que tinha objetivos bem maiores em 2011.
Do outro lado, o Bahia permanece com 42 pontos e ainda ameaçado. Os rivais diretos são Atlético-MG, também com 42, Cruzeiro, com 39, e Ceará e Atlético-PR com 38. O time de Joel Santana vai jogar duas decisões para tentar a manutenção na elite.
O Palmeiras pega São Paulo e Corinthians nos próximos dois domingos, às 17h (de Brasília), ambos no Pacaembu. O objetivo é tentar tirar a possibilidade de o Tricolor ir para a Libertadores, e evitar o título do Timão. Já o Bahia fecha sua participação contra o Santos, na Vila Belmiro, e Ceará, em Pituaçu.
Ricardo Bueno gol Palmeiras (Foto: Ag. Estado)Palmeirense Ricardo Bueno comemora, diante de Paulo Miranda, do Bahia (Foto: Ag. Estado)
Bola murcha, só para o Bahia
Um início sem emoções em Pituaçu dava a impressão de que um jogo sonolento viria pela frente. Por duas vezes, a bola teve de ser trocada por estar murcha, e o Bahia, principalmente, pouco fez para melhorar o panorama da noite de domingo. Coube ao Palmeiras tomar as rédeas do jogo e apostar na volta de Valdivia para armar seu ataque.
E o Mago voltou bem, depois de passar três jogos suspenso no Brasileirão. Mesmo sem brilhar, Valdivia procurou o jogo e caiu mais pelo lado esquerdo, aproximando-se de Luan e levando perigo por aquele setor. Sem os laterais titulares Marcos e Dodô, Joel Santana escolheu Jancarlos e Helder, que deram espaços demais aos rivais.
Só dava Palmeiras, que pelo terceiro jogo seguido conseguiu estabelecer posse de bola pelo chão, sem apelar para os constantes cruzamentos de Marcos Assunção. Ironicamente, foi a partir dele que o Verdão abriu o placar. Aos 20 minutos, o volante cobrou escanteio e Luan subiu sozinho para cabecear e acertar a trave. Na sobra, Ricardo Bueno mergulhou para tirar o peso das críticas que carregava sobre suas costas: 1 a 0. A arbitragem confirmou o gol para Bueno, já que a bola de Luan correu sobre a linha, mas não entrou.
Os primeiros protestos dos baianos puderam ser ouvidos em Pituaçu. Enquanto o Verdão cozinhava o jogo, o Bahia tropeçava nos próprios erros e não conseguia pressionar em busca do empate. Apenas Lulinha, em jogadas individuais, tentou mudar o ritmo do jogo. Muito pouco para um time que ainda sonha em permanecer na Série A.
Verdão soberano
Joel Santana mandou o Bahia para o ataque, trocando Camacho por Júnior e deixando a equipe com dois centroavantes, mais Lulinha e Carlos Alberto na armação. Na teoria, tudo ótimo. Na prática, o time da casa esbarrou na eficiente marcação palmeirense e na atuação impecável de Leandro Amaro, que passou de quarta opção a principal zagueiro do Palmeiras hoje – a dupla com Thiago Heleno arrumou o setor.
A segurança na defesa fez o Verdão se arriscar no ataque mesmo com a vantagem no placar. Essa tem sido a diferença do atual time de Luiz Felipe Scolari em relação àquele que iniciou o segundo turno. Com Valdivia inspirado, o time criou muitas chances e parou em Marcelo Lomba, que manteve o Bahia vivo até o último minuto. Gerley e João Vitor perderam gols quase certos, e o próprio Mago contribuiu com uma bomba de longe devidamente salva pelo goleiro do Bahia. Valdivia, de um lado, e Júnior, do outro, tiveram gols anulados. Só Marcos Assunção, de falta, aos 46, conseguiu mudar o placar: 2 a 0.
Impaciente, a torcida da casa passou a vaiar sistematicamente. Sobrou para Carlos Alberto, muito abaixo da média para um jogador que foi contratado para ser o maestro da equipe baiana. O outro maestro do jogo deu bem mais motivos para sua torcida se animar. Livre das lesões e mais leve em campo, Valdivia deu uma luz de esperança ao palmeirense. 2011, agora, acabou. Tranquilo, o Verdão só vai tentar atrapalhar os rivais nas rodadas finais. Já o Bahia precisa corrigir muita coisa para se manter na elite do futebol brasileiro.
 
Coritiba vence os reservas do Santos e fica a apenas três pontos do G-5
Leonardo marca o gol do Coxa, que ultrapassa o Peixe e mantém vivo o sonho de uma vaga na Taça Libertadores de 2012
 
CRÔNICA
por Fernando Freire
O sonho alviverde está vivo. O Coritiba venceu os reservas do Santos por 1 a 0 e, beneficiado pela derrota do Figueirense para o Fluminense, ficou a apenas três pontos do G-5. O clube catarinense é o quinto colocado, com 57 pontos. O Alviverde, com 54, é o nono. Essa é a menor distância do alviverde para o grupo desde a terceira rodada. O atacante Leonardo, criticado pela torcida alviverde no primeiro tempo, marcou o único gol do jogo na noite deste domingo, no Estádio Couto Pereira, em partida válida pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro..
O Coxa volta a campo no próximo domingo, às 17h (horário de Brasília), quando recebe o Avaí, já rebaixado para a Série B, no Couto Pereira. Depois, na última rodada, a equipe visita o ameaçado Atlético-PR na Arena da Baixada.
Já o Peixe, que se prepara para o Mundial de Clubes e poupou todos os titulares, cai para a décima posição, com 52 pontos. O próximo adversário do Peixe no Brasileirão é o Bahia, às 17h de domingo, dia 27, na Vila Belmiro. O último jogo antes do embarque para o Japão é contra o São Paulo, no dia 4 de dezembro, em local ainda indefinido.
Diogo Santos Jonas Coritiba (Foto: Ag. Estado)Coritiba de Jonas vence o Santos de Diogo no Couto Pereira: 1 a 0 (Foto: Ag. Estado)
Muita marcação, pouca criação na etapa inicial
O Coritiba, que ainda sonha com a vaga na Taça Libertadores de 2012, era mais perigoso no início. Em cobrança de falta de Léo Gago, a torcida chegou a gritar gol, mas a bola bateu na rede pelo lado de fora. O Santos, garantido no torneio continental do ano que vem e na preparação para o Mundial de Clubes, apostava nos contra-ataques puxados pelos laterais Leandro Silva e Éder Lima e nos lançamentos diretos para os atacantes Alan Kardec e Diogo.
O Coxa, que não contava com o vice-artilheiro da equipe, Marcos Aurélio, tinha o domínio da partida, mas não conseguia furar o bloqueio do Peixe, que se defendia com até dez jogadores atrás da linha da bola. Uma opção era a jogada pela lateral. Em jogada pela direita, Jonas cruzou para Leonardo, que - bastante criticado pela torcida alviverde - bateu por cima do gol de Aranha.
Após a saída de Davi, machucado, para a entrada de Everton Ribeiro no Coritiba, aos 27 minutos, o Santos cresceu. A equipe de Tata, substituto de Muricy Ramalho (que passou por cirurgia na coluna e se recupera em casa), adiantou a marcação e equilibrou o jogo. As chances de gol, que já eram poucas, tornaram-se raras. O jogo ficou concentrado ao meio-campo, com muita marcação e pouca criação.
Apoiado pela torcida, que compareceu em bom número ao Couto Pereira (foram 16.447 pagantes, para uma renda de R$ 206.990,00), o Coritiba voltou a assustar em cobrança de escanteio. O zagueiro Pereira saltou mais alto que o marcador e cabeceou à esquerda do gol santista, na última oportunidade do primeiro tempo. Na saída para o intervalo, jogadores tanto de Coritiba quanto de Santos reconheceram que faltou criatividade aos dois times:
- Tem que melhorar muito, principalmente nos contra-ataques. Temos que caprichar para furar esse bloqueio do Santos - afirmou o coxa-branca Rafinha.
- Está faltando acertar o último passe. Se a gente acertar, vamos fazer o gol - garantiu o santista Diogo.
Pressão alviverde, gol de Leonardo e festa da torcida
O Coritiba, com Geraldo no lugar de Lucas Mendes, voltou muito melhor para o segundo tempo e teve, em cinco minutos, duas chances claras, ambas pela direita. Primeiro, Rafinha bateu cruzado, a bola passou à frente de Aranha e saiu em tiro de meta. Depois, Everton Costa finalizou com perigo, à esquerda de Aranha. Geraldo, principal responsável por mudar o panorama da partida, era o mais perigoso da equipe alviverde.  Em duas jogadas seguidas, ele deixou Everton Ribeiro e Rafinha na cara do gol. O arqueiro santista defendeu uma. A outra explodiu na trave. Na sequência, Pereira cabeceou firme, mas a defesa adversária afastou o perigo.
Sem deixar o Santos respirar, o Coritiba continuou na pressão e finalmente abriu o placar. Após cruzamento de Geraldo, o até então criticado Leonardo desviou de cabeça, sem chance para Aranha. Coritiba 1 a 0 e festa da torcida alviverde. Mesmo com a vantagem, o Coxa seguiu no ataque e voltou a assustar com Rafinha, que chutou perto.
O Santos tentou dar a resposta nos contra-ataques, mas pecou na hora do último passe. Com isso, a equipe mandante continuou melhor. Leandro Donizete e Léo Gago, duas vezes, ainda ameaçaram o gol santista. Depois disso, foi só controlar o jogo e esperar o apito do árbitro Elmo Alves Resende Cunha. Festa da torcida alviverde, que gritou "olé" e "Libertadores". E sonho de vaga no G-5 mais vivo do que nunca.

Botafogo mira três nomes: Autuori, Jorginho e Marcelo Oliveira

Técnico da seleção sub-20 do Qatar é o nome dos sonhos, mas sua liberação é difícil. Oferecido, Renato Gaúcho é descartado por causa de 92

Por Thiago Fernandes Rio de Janeiro
O Botafogo trabalha com três nomes para substituir o técnico Caio Júnior. Paulo Autuori, Marcelo Oliveira e Jorginho são os mais cotados para assumir o comando do futebol alvinegro no ano que vem.
Paulo Autuori, campeão nacional pelo próprio Botafogo em 1995, é um nome dos sonhos. Contudo, a contratação dele é improvável, já que o técnico tem contrato com o Qatar (ele dirige a seleção sub-23) até maio do ano que vem e uma multa rescisória considerada muito alta. A negociação com ele seria complicada neste momento.
Montagem Botafogo Paulo Autuori, Jorginho, Marcelo Oliveira (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)Paulo Autuori, Jorginho e Marcelo Oliveira são os preferidos da lista (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)
Jorginho, atual treinador da Portuguesa, aparecia como a opção mais próxima, já que seu vínculo com a Lusa terminaria no fim do ano. No entanto, na última sexta-feira, no jogo de festa do título da Série B, quando a Lusa bateu o Duque de Caxias por 4 a 0, ele anunciou que deve permanecer no clube até 2012,  após ter acertado com a diretoria um reajuste salarial.
- Meu contrato é para permanecer até o fim de 2012, mas impus algumas condições como investimento no esporte amador, melhoria do centro de treinamento e reforços para a disputa do Campeonato Brasileiro. A diretoria tem até o fim do Campeonato Paulista para cumprir isso. Dinheiro nunca foi a minha prioridade. A única coisa que me tira daqui é o não cumprimento do que foi prometido. Isso me tira daqui seja hoje, amanhã ou no dia que for - alertou o treinador, que negou ter sido procurado pelo Botafogo.
Quem também agrada à diretoria alvinegra é Marcelo Oliveira, que comanda o Coritiba. A renovação de contrato com a equipe paranaense não seria um empecilho muito grande na visão dos dirigentes do Botafogo. Marcelo tem a seu favor o fato de ter jogado pelo Glorioso e, por isso, ter identificação com o clube.
Mesmo fora da lista dos preferidos, Oswaldo de Oliveira corre por fora para assumir o comando do time. O técnico tem a simpatia de algumas pessoas da cúpula alvinegra e é visto como um técnico campeão. O treinador, que está no Kashima Antlers (JAP), conquistou o Brasileiro por Corinthians, em 1999, e Vasco, em 2000 (no Gigante da Colina, Oswaldo saiu nas semifinais após desentendimento com o então presidente Eurico Miranda, sendo substituído por Joel Santana).

Muitos nomes oferecidos. Muitos descartados
Desde que Caio Júnior deixou o Botafogo, vários nomes foram oferecidos e especulados para a diretoria alvinegra. E quase todos foram descartados de pronto. Jorginho, que comanda o Figueirense, René Simões, Branco, Paulo César Carpegiani e Renato Gaúcho foram alguns que rondaram General Severiano. Nenhum deles agrada à cúpula alvinegra. Em especial o último, pelo qual a torcida tem forte rejeição por conta de um episódio de quando era jogador do clube.
Em 1992, Botafogo e Flamengo decidiram o Campeonato Brasileiro. No primeiro jogo das finais, o Rubro-Negro ganhou por 3 a 0 e Renato, então jogador alvinegro, foi à comemoração da equipe rival por conta de uma aposta que tinha feito com o amigo Gaúcho. A repercussão do episódio foi péssima, e Renato foi afastado do time. No jogo de volta, as equipes empataram por 2 a 2 e o título foi para a Gávea. Desde então, a torcida do Glorioso não perdoa o ex-jogador.
O nome do novo treinador só será anunciado após o Campeonato Brasileiro. Até lá, a diretoria tenta que esse assunto seja o menos badalado possível, para não tirar a concentração dos atletas que ainda buscam a vaga na Libertadores.
 

olha só que legal ou não...

R10: capítulo 50 da breve história de gols, sorrisos e questionamentos

Oito meses e 20 dias depois de chegar à Gávea, Ronaldinho Gaúcho alcança marca com a camisa do Flamengo em momento conturbado

Por Janir Júnior e Richard Souza Rio de Janeiro
Ansiedade, vai-e-vem, tensão e o acerto de Ronaldinho Gaúcho com o Flamengo depois do leilão que envolveu Grêmio e Palmeiras. Começava aí uma história com belos e decisivos gols, mas também de questionamentos pelo efeito vagalume em campo e os excessos fora dele. Anunciado em janeiro, ele fez sua estreia com a camisa 10 contra o Nova Iguaçu no dia 2 de fevereiro, pela Taça Guanabara, no Engenhão. Recebeu a braçadeira de capitão de Léo Moura pouco depois da entrada em campo, ganhou mosaico da torcida e, ainda fora de forma, demonstrou muita disposição na vitória por 1 a 0, com gol de Wanderley. Neste domingo, contra o Atlético-GO, oito meses e 20 dias depois, Ronaldinho vai completar seu jogo número 50 pelo Rubro-Negro.
MONTAGEM - ROnaldinho Gaúcho melhores e piores momentos (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com) Ronaldinho no Fla: título carioca invicto, eliminação precoce na Copa do Brasil e altos e baixos no Brasileirão (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
São 20 gols até o momento, entre eles três de pênalti, quatro de falta, dois de cabeça e um olímpico. O temperamento por vezes quente demais em campo rendeu 16 cartões amarelos (dez no Brasileirão) e uma expulsão. Ora por suspensão, ora por servir à Seleção Brasileira, R10 desfalcou o time em dez partidas, sendo sete no nacional. Na competição, foram 13 gols e sete assistências.
Com animação e sorriso, conquistou o grupo de cara. Fez seu primeiro gol, de pênalti, na vitória por 3 a 2 sobre o Boavista, logo no segundo jogo (assista ao vídeo ao lado). Pouco depois, garantiu o título da Taça Guanabara com um gol de falta sobre o mesmo Boavista. Ronaldinho puxou o Bonde sem Freio e voltou a balançar a rede nas duas partidas seguintes depois da conquista, contra Olaria e Bangu. O Flamengo acabaria campeão carioca invicto, só que o Bonde sairia dos trilhos.
O craque amargou um jejum de dez jogos sem marcar, entre Campeonato Estadual e Copa do Brasil. A badalada vida particular começou a ser questionada pela sua queda de rendimento nas quatro linhas. Era o mês de maio. No dia 5, o Flamengo sofreu sua primeira derrota no ano, 2 a 1 para o Ceará, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil. No Engenhão, o camisa 10 viu que a torcida que exalta também contesta. Pela primeira vez, foi alvo dos rubro-negros. Não de carinho, mas de vaias.
- A vaia não foi só para mim, mas para o time todo - disse o jogador, na saída de campo.
Logo na partida de volta contra o Vozão, Ronaldinho deu o passe para um dos gols de Thiago Neves, brigou muito, mas o empate por 2 a 2 eliminou o Flamengo. O time fracassara na primeira chance de chegar à Libertadores da América. A primeira frustração de R10 no clube.
Altos e baixos: rotina
ronaldinho gaucho flamengo calcanhar avaí (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)R10 se livra de dois marcadores com um toque de
calcanhar (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)
A estrela voltou a brilhar na estreia do Brasileirão, quando Ronaldinho fez um belo gol, deu passe para outro de Diego Maurício, distribuiu dribles e saiu aplaudido pela torcida em Macaé na vitória por 4 a 0 sobre o Avaí. O jogador foi eleito o melhor da rodada no Troféu Armando Nogueira. Encantou. Ronaldinho como Ronaldinho, talento puro.
O astro esteve regular até apresentar nova queda em junho, como nas atuações apagadas no empate por 1 a 1 com o Atlético-PR, em Curitiba, e no 0 a 0 com o Botafogo, no Engenhão, quando foi substituído no fim do segundo tempo. Cena rara. O sorriso deu lugar ao semblante mais fechado em alguns momentos.

Boa fase, volta à Seleção, felicidade

Os gols voltaram, como num passe de mágica. R10 recuperou o brilho nas vitórias por 4 a 1 sobre o Atlético-MG e América-MG (marcou dois no 3 a 2). O atacante levou a torcida ao topo do encantamento no dia 27 de julho, na histórica vitória sobre o Santos por 5 a 4. Naquela noite na Vila Belmiro, o Flamengo perdia por 3 a 0 ainda no primeiro tempo. O craque rubro-negro, enfim, mostrou a que veio quando retornou ao Brasil. Foi genial, como há muito tempo não se via, e comandou a virada. Fez três gols e chegou a oito, assumindo a artilharia da competição. Neymar também brilhou, com dribles desconcertantes e dois gols, o primeiro antológico. Só que o duelo da genialidade teve o Dente como vencedor.
Neymar e Ronaldinho no jogo Santos e Flamengo (Foto: Ag. Estado)Em jogo épico, camisa 10 do Fla venceu Neymar em duelo de craques (Foto: Ag. Estado)
Em entrevista exclusiva concedida ao GLOBOESPORTE.COM em agosto, Ronaldinho curtia a boa fase depois da vitória sobre o Santos. Convocado para a Seleção Brasileira após um longo tempo afastado e idolatrado pela torcida.
- Eu consegui ser feliz por inteiro desde o primeiro dia. A recepção da torcida... Mesmo quando a gente estava ganhando mas eu não tinha atuações maravilhosas, os jornalistas criticavam, mas a torcida nunca deixou de me apoiar. No momento em que as coisas estavam um pouquinho mais difíceis, os torcedores do Flamengo vinham aqui no Centro de Treinamento e falavam: ‘nós estamos contigo, continue assim, no que precisar, estamos aí’. Hoje, eu me sinto 100% Flamengo. Depois, quando eu parar de jogar, me imagino torcendo pelo Flamengo pelo que estou vivendo aqui – declarou.
O craque também fez bons jogos contra Grêmio, clube que o revelou, Cruzeiro e Coritiba. Partidas em que conseguiu ser decisivo e jogar em alto nível. Pouco a pouco, no entanto, voltou a cair de rendimento. O Flamengo mergulhou numa sequência negativa de dez jogos sem vitória e passou da vice-liderança à sexta posição. Os gols de R10 rarearam. Até quando a equipe reagiu ele não conseguiu voltar a encantar.
Reencontro com gremistas, queda brusca e salários atrasados
Ronaldinho no jogo do Flamengo contra o Grêmio (Foto: Ag. Estado)R10 ouviu todo tipo de ofensa na volta ao Olímpico
e saiu de campo derrotado (Foto: Ag. Estado)
Ronaldinho está acostumado a ser o centro das atenções. É assim no mundo inteiro. Mas no dia 30 de outubro foi diferente. Era a hora do reencontro com a torcida do Grêmio em Porto Alegre. Na Porto Alegre dele, onde estão parentes e os melhores amigos. Depois de, pela segunda vez, dizer "não" ao clube que o criou, Ronaldinho foi alvo de ira. Traidor, mercenário e outras tantas ofensas impublicáveis. Vaias, vaias e mais vaias. Algo histórico no futebol brasileiro. Em campo, fez um bom primeiro tempo, acertou o travessão numa cobrança de falta, mas parou. Ele e o Flamengo. Depois de fazer 2 a 0, o Rubro-Negro permitiu a virada por 4 a 2. R10 deixou o estádio Olímpico por uma saída alternativa. Lá, ele não é bem-vindo (assista ao vídeo abaixo).
- Minha torcida é a do Flamengo – disse Ronaldinho, antes da partida.
- Para quem está acostumado com a torcida do Flamengo, isso não é muito barulho, não - afirmou, após o jogo, sobre a recepção hostil dos torcedores do seu ex-clube.
Agora, em novembro, nova onda de questionamentos. O último gol foi no empate por 1 a 1 com o Atlético-MG, no dia 21 de setembro. São sete jogos em jejum - até o jogo contra o Figueirense. Como em outras vezes, a vida fora das quatro linhas volta à pauta. R10 tem figurado na noite carioca com certa assiduidade.
Também neste mês, veio à tona a notícia de que grande parte dos últimos vencimentos do atacante não vinha sendo depositada. Isso por conta de atritos e discussões para a assinatura de contrato entre Flamengo e Traffic, parceira do clube na contratação de R10. O irmão e empresário do jogador, Roberto Assis, acompanha a negociação. Sem prazo para a solução do imbróglio, crescem os rumores sobre uma possível saída. Ao longo da última semana, Ronaldinho teve seu nome envolvido numa possível transferência. O príncipe Sultan bin Nasser Al Farhan Al Saud, da Arábia Saudita, pretende comprar o Panathinaikos-GRE e quer o craque como principal reforço do clube grego a partir da próxima temporada.
Desde a estreia, R10 marcou quatro gols no Engenhão. Mas é no Serra Dourada que ele vai disputar o 50º jogo pelo Flamengo. Em Goiânia, o camisa 10 entrará em campo sob pressão. Por ele e pelo time. Muito vaiado no empate sem gols com o Figueirense, na rodada passada, precisa dar uma resposta. O Rubro-Negro não tem mais chances de título e aposta tudo na classificação à Libertadores para evitar que a temporada que tanto prometia seja um fracasso. Com 56 pontos, a equipe está em sexto. Pouco para o Flamengo, pouco para Ronaldinho.
ronaldinho gaúcho flamengo x coritiba (Foto: Agência Estado)Contra o Coritiba, se esperava muito de Ronaldinho, mas ele decepcionou (Foto: Agência Estado)

Segundo Pelaipe, decisão sobre Roth sai apenas ao final do Brasileirão

Presidente Paulo Odone havia prometido anúncio para esta semana

Por Eduardo Cecconi Porto Alegre
Paulo Pelaipe, diretor-executivo do Grêmio (Foto: Eduardo Cecconi/Globoesporte.com)Paulo Pelaipe, diretor-executivo do Grêmio
(Foto: Eduardo Cecconi/Globoesporte.com)
Na última sexta-feira à noite o presidente Paulo Odone prometeu anunciar durante esta semana se o técnico Celso Roth teria ou não seu contrato renovado com o Grêmio.
Mas no dia seguinte, logo após a derrota para o Ceará no Estádio Olímpico, o diretor-executivo Paulo Pelaipe manteve a previsão inicial: a definição sairá apenas depois do término do Campeonato Brasileiro, em dezembro.
Odone pretende reunir-se com os vice-presidentes do Conselho de Administração, e com Pelaipe, para chegar a uma decisão de consenso. Roth foi hostilizado por gremistas na derrota de sábado, ouvindo vaias e gritos de "fora" na saída de campo.
Segundo Pelaipe, a situação segue inalterada:
- A situação do treinador...ele tem contrato até 31 de dezembro, e vai honrar o compromisso com o clube. Depois...o presidente já falou, vamos avaliar o trabalho e decidir após o Campeonato Brasileiro.
Pelaipe rejeitou ainda a possibilidade de dispensar Roth, se os dirigentes decidirem pela sua liberação, antes das duas partidas finais do Brasileirão.
- Não existe agora nenhuma necessidade de troca, ele é um treinador experiente. Vamos terminar os dois últimos jogos com Roth no comando - afirmou.
Perguntado sobre as vaias, o técnico Celso Roth disse não se importar com a má repercussão recente do trabalho, lembrando que foi bem recebido pelos gremistas quando chegou, em meio à competição:
- O clima que me importa é o da chegada, tu não acha? Até dois dias atrás a torcida aprovava nas pesquisas a minha permanência...e não que eu me importe com isso. Hoje a torcida está revoltada, e o culpado é um só. O que se abraça em um momento trinta segundos depois, se tiver um erro, não abraça depois.

O último ato do galáctico? Beckham pode se despedir dos EUA como Pelé

Ao fim do seu contrato de cinco anos com o Galaxy, astro inglês tem chance de ganhar seu primeiro e único título da MLS neste domingo, contra Houston

Por Victor Canedo Rio de Janeiro
O destino é sinônimo de incerteza. Há quem aposte em um retorno para Londres, bem perto de casa. Outros acham que o alto poderio financeiro e a grife de Paris o convenceriam a mudar de ares mais uma vez na carreira. Mas nem mesmo uma prorrogação de vínculo com o Los Angeles Galaxy está totalmente descartada. Fato é que David Beckham tem a chance de, neste domingo, se consagrar nos Estados Unidos em uma coincidência que o une a Pelé. Ao fim do seu contrato de cinco anos, o astro inglês poderá se sagrar campeão da Major League Soccer pela primeira vez, contra o Houston Dynamo, no The Home Depot Center, na grande Los Angeles, às 18h locais (0h de Brasília). E se despedir com um único caneco exatamente como fez o Rei do Futebol, em 1977, após quase três anos sem títulos.
David Beckham no treino do Los Angeles Galaxy (Foto: Getty Images)David Beckham sorri ao andar no The Home Depot Center, que receberá a final da MLS (Foto: Getty Images)

Beckham não irá parar. Aos 36 anos - disse abertamente que tem vontade de ir até os 40 -, ele faz uma temporada que convenceu a todos os críticos, ganhando vaga na seleção do campeonato e prêmio de “retorno do ano”. Foram 26 jogos, dois gols e 18 assistências – é o vice-líder da liga no quesito.
Pelé, na ocasião, parou. Na verdade, apenas confirmou o desejo adiado por uma mega proposta, à época de US$ 1,4 milhão, por cada um de seus três anos com o New York Cosmos entre 1975 e 1977. Os números do então quarentão foram impressionantes, sendo eleito o jogador mais valioso de 1976, embora conquista, no singular, apenas na “saideira”, com a NASL, precursora da MLS.

Um dos galácticos do Real Madrid orquestrado pelo presidente Florentino Pérez, Beckham surpreendeu o mundo ao anunciar sua transferência para o Galaxy em 2007. Muito dinheiro esteve envolvido, é bem verdade – ele recebeu US$ 6,5 milhões (R$ 11,3 milhões) por temporada –, mas todo o montante transformou-se em lucro em pouco tempo.
Mais de 300 mil camisas com o seu nome foram vendidas em 2007"
Grant Wahl, jornalista americano
– Beckham tem tido sucesso em uma perspectiva de negócios desde que chegou. Mais de 300 mil camisas com o seu nome e o número 23 foram vendidas no primeiro ano. Ele, o Galaxy e a Major League Soccer ganharam e muito com isso. Beckham foi um fracasso no início, mas melhorou o desempenho consideravelmente nos últimos três anos e agora tem a chance de ganhar o seu primeiro troféu. Eu acho que é importante ele ganhar esse título para valorizar a sua experiência nas quatro linhas, pois até o momento foi uma passagem de pontos altos e baixos – disse ao GLOBOESPORTE.COM o jornalista Grant Wahl, da revista americana “Sports Illustrated” e autor de um livro sobre o jogador.
Wahl se refere às pequenas crises pela qual o casamento fictício atravessou. Em 2009 e 2010, Beckham foi emprestado ao Milan e acabou prolongando o período de três para seis meses na primeira passagem, o que causou uma discussão através da imprensa com o meia americano Landon Donovan, um dos destaques do Galaxy. Na segunda, ficou marcado por lesionar gravemente o tendão de Aquiles, o que o deixou fora da Copa do Mundo da África do Sul. Entre as idas à Itália, ele perdeu a chance de conquistar a Major League Soccer com a derrota do Galaxy para o Real Salt Lake nos pênaltis, em novembro de 2009.
David Beckham é apresentado no Los Angeles Galaxy (Foto: Getty Images)Astro inglês segura a camisa que vendeu 300 mil cópias somente no ano de sua apresentação (Getty)
Os tempos atuais são definitivamente melhores. Com a melhor média de pontos da história (1,97 por jogo), o Galaxy é apontado por comentaristas – entre eles o próprio Grant Wahl – como o melhor time de todos os 16 anos de Major League Soccer. E o título consagraria de vez outros destaques como Donovan e o irlandês Robbie Keane, que deixou a Europa assim como Thierry Henry e Rafael Márquez – estes foram para o New York RB.
Greve da NBA ajuda
Para contribuir com a massificação do Galaxy, a greve que tem adiado o início da temporada da NBA parece não chegar ao fim. Sem os Lakers, equipe mais popular da cidade, o soccer ganhou o seu espaço e reconhecimento em um caminho que já trilhava através do peso comercial do nome Beckham.
Juninho do LA Galaxy com torcedor (Foto: Arquivo Pessoal)Torcida passou a gostar ainda mais do futebol
após a greve da NBA (Foto: Arquivo Pessoal)
– Estão começando a conhecer o futebol, ainda mais com o basquete parado. Não se fala mais de Lakers, e sim de Galaxy. Nas TVs e jornais os assuntos são somente sobre a final de domingo. Chegou muita gente aqui na cidade para acompanhar esse jogo, acho que irá parar alguma parte do país. O Beckham passa e arrasta milhões, mesmo quando nós jogamos fora de casa o estádio fica cheio por conta dele – afirmou o meia Juninho, titular e companheiro de Becks.
Emprestado pelo São Paulo, Juninho também não conhece o seu futuro. O seu contrato com o Galaxy acaba em dezembro e há a possibilidade de renovação. Em Los Angeles, ele já é reconhecido pela torcida.
– O pessoal me para no mercado, na beira da praia, em restaurantes pela cidade. Aqueles que gostam de futebol me cumprimentam, pedem fotos... – contou o brasileiro, que também ganhou uma bandeira em sua homenagem.
Se não arrisca um palpite nem sobre o seu destino, Juninho diz não ter quaisquer chances de desvendar o mistério de David. Mas a torcida é para que continue.

– Ele é bastante reservado, não fala de saída ou renovação. Sei que se formos campeões muita coisa pode mudar, o tratamento pode ser diferente. Do pouco que conheço, acho que ele está contente aqui, tem a família, filha nascida recentemente... Podia ficar mais uns anos (risos) – disse.
Juninho Beckham Los Angeles Galaxy (Foto: Getty Images)Juninho abraça Beckham em comemoração: brasileiro pode ficar e quer jogar com inglês (Getty Images)
Grant Wahl, por sua vez, também está confiante.
– É questão de 50% para sair e 50% para ficar. O seu filho mais velho (Romeo, de nove) acabou de começar a jogar pelo time sub-13 do Galaxy. Acho que ele pode jogar em bom nível pelos próximos dois anos e acabou de ter a sua melhor temporada.
Cenas que irão se estender nos próximos capítulos. Mas uma novela que, independente do destino final, tem tudo para ser feliz. Afinal, trata-se de um dos jogadores mais rentáveis do planeta. E que pode dizer que igualou Pelé.
– Faria tudo de novo. Não há uma coisa sequer que eu me arrependa aqui no Galaxy, jogando nessa liga. Eu queria uma nova experiência e foi exatamente o que consegui – encerrou Beckham.

Sport é o favorito para a vaga que resta. Outros quatro brigam

Na parte de baixo da tabela, seis tentam fugir do posto de última equipe rebaixada para a Terceira Divisão

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
A 37ª rodada da Série B sacramentou os acessos de Náutico e Ponte Preta. Com isso, restou uma vaga para a Primeira Divisão (a Portuguesa foi a primeira a subir). Quarto colocado com 58 pontos e 16 vitórias, o Sport é o franco favorito. Com mesma pontuação e número de vitórias está o Bragantino, atualmente no quinto lugar. O saldo, entrentato, dá a vantagem ao Rubro-Negro pernambucano (17 a 13).
Sport e Bragantino (58 pontos e 16 vitórias)
Em relação aos adversários, o Leão também tem tarefa relativamente mais fácil. Mesmo fora de casa, enfrenta o já rebaixado Vila Nova-GO. O Bragantino, por sua vez, também joga longe de seus domínios e tem como rival o Paraná, ainda ameaçado pelo rebaixamento.
Marcelinho Paraíba comemora o primeiro gol do Sport contra o Paraná (Foto: Antônio Carneiro)O Sport de Marcelinho Paraíba atualmente é o time mais perto do 'céu' (Foto: Antônio Carneiro)
Vitória (57 pontos)
Com um ponto a menos que Sport e Bragantino, o Vitória, sexto colocado, precisa vencer, em Alagoas, o ASA, ainda na luta contra a degola. Além disso, torce para que pernambucanos e paulistas não vençam seus compromissos. O time baiano esteve muito perto de ficar em situação privilegiada na disputa, mas perdeu de forma dramática para o São Caetano, com uma virada nos últimos minutos, no Barradão lotado.
Boa Esporte (56 pontos e 16 vitórias)
Na sétima colocação, o Boa Esporte, com 56 pontos e 16 vitórias, precisa vencer o lanterna Duque de Caxias, em Volta Redonda, e torce para que Vitória, Bragantino e Sport não vençam. Até poderia haver um empate em pontos com pernambucanos e paulistas, mas o número de vitórias (atualmente todos têm 16 triunfos) pesaria a favor do time de Varginha.
Americana (56 pontos e 15 vitórias)
A missão do Americana é mais difícil de todas dentre os postulantes ao acesso. Também com 56 pontos, porém apenas com 15 vitórias, a Águia tem de vencer o ABC, em Natal, e torcer por derrotas de Sport e Bragantino e, no máximo, para Vitória e Boa Esporte empatarem.
Há outra possibilidade para o Americana, porém bem mais complicada: se vencer o ABC e todos seus adversários empatarem, fica com a mesma pontuação de Sport e Bragantino. O saldo bem inferior o obrigaria a tirar uma diferença que atualmente é de 20 gols (-3 contra 17) em relação ao Sport. Em relação ao Braga, a distância atual é de 16 gols (-3 contra 13).
Luta contra o rebaixamento
Na parte de baixo, Icasa (17º), São Caetano (16º), ASA (15º), Paraná (14º), Guarani (13º) e ABC (12º) tentam afastar a degola. Confira o que precisa cada um para se salvar.
ABC (50 pontos e 12 vitórias)
Com um empate contra a Americana, em casa, o Alvinegro Potiguar, atualmente com 50 pontos, se livra do rebaixamento sem depender de qualquer outro resultado.
Guarani (49 pontos e 14 vitórias)
Uma igualdade também basta ao Bugre, que soma 49 pontos, no Brinco de Ouro da Princesa, contra o Goiás, já sem qualquer aspiração no campeonato. Com o resultado, o time até poderia ser alcançado na pontuação pelo Icasa, último integrante da zona de rebaixamento. O número de vitórias (14 dos campineiros contra 11 dos cearenses), entretanto, impediria a degola.
Paraná (49 vitórias e 13 vitórias)
Com mesmo número de pontos e também com mais vitórias do que o Icasa, o Tricolor se livra com um empate diante do Bragantino, em Curitiba.
ASA (48 pontos e 13 vitórias)
Para se salvar sem depender de outros resultados, os alagoanos, com 48 pontos, têm de vencer o Vitória, no Municipal de Arapiraca. Se empatar, torcem para que São Caetano, com a mesma pontuação, ou Icasa, com 47, não vença.
São Caetano (48 pontos e 11 vitórias)
Sua situação é a mesma do ASA. Se vencer o Criciúma, está livre. Caso empate, torce para que o Icasa não vença.
Icasa (47 pontos e 11 vitórias)
Precisa vencer de qualquer maneira a campeã Portuguesa e torcer por tropeços de ASA e São Caetano. Se estes dois vencerem, também se salva com um triunfo desde que pelo menos um dentre Guarani, Paraná ou ABC perca.

Após susto na estreia, Dante passará por exames; Marlon não preocupa

Ponteiro sentiu fisgada no abdômen, enquanto levantador reclamou de dores na panturrilha esquerda na vitória contra o Egito, na Copa do Mundo

Por GLOBOESPORTE.COM Kagoshima, Japão
Protagonistas dos dois sustos na fácil vitória do Brasil sobre o Egito na estreia na Copa do Mundo, Dante e Marlon estão sendo avaliados pela equipe médica da seleção brasileira. O ponteiro passará por exames para saber a gravidade da fisgada no abdômen que o tirou da partida no segundo set. Já o levantador, a princípio, não é problema.
- Não foi nada demais. Foi só uma joelhada do Murilo, que pegou na minha panturrilha, e na hora doeu bastante. Acidentes acontecem, mas amanhã (segunda) estou pronto para o jogo - afirmou Marlon.
Na metade do segundo set, Dante, que vinha bem na partida, sentiu dores no abdômen e pediu para sair. O jogador passou a fazer tratamento à base de gelo ainda no banco de reservas. Marlon, por sua vez, se chocou com Murilo na rede e saiu de quadra mancando, reclamando de dores na panturrilha esquerda. O problema, a princípio, não é grave.
Neste domingo, a seleção venceu o Egito por 3 sets a 0, parciais 25/19, 25/13 e 25/19. Na segunda partida do grupo B, nesta segunda-feira, às 4h (horário de Brasília), o Brasil encara os Estados Unidos, atuais campeões olímpicos. Na estreia, os americanos passaram com facilidade pela China, também por 3 sets a 0 (25/14, 25/23 e 25/21). A competição garante três vagas nos Jogos Olímpicos de Londres, no ano que vem.
 

Para médico do Pinheiros, antidoping deveria acusar consumo de álcool

Substância não entra na lista de drogas apontadas no exame. Turíbio Leite acredita que atletas não devem ingerir bebidas alcoólicas

Por SporTV.com São Paulo
O álcool não entra na lista de substâncias apontadas no exame antidoping. Isto porque, do ponto de vista da legislação esportiva, a bebida não é considerada uma substância que melhore o rendimento. Pelo contrário. Para Turíbio Leite, médico do clube Pinheiros, a bebida causa dependência e deveria ser acusada no exame. (Veja no vídeo ao lado)
- Na verdade, se nós formos caracterizar os prejuízos do doping tanto de ponto de vista físico, como do ponto de vista social, o álcool deveria cair na mesma classificação dessas drogas, dessas substâncias mais pesadas. Pelo ponto de vista da dependência e até de prejuízo moral. Quem sabe até venha a ser um dia, num futuro próximo, também considerada uma substância proibida pela legislação antidoping - afirmou em entrevista ao "SporTV Repórter".
Médico do Pinheiros SporTV Repórter 3 (Foto: Reprodução/SporTV)Turíbio Leite afirma que atletas têm que fazer escolhas quando são profissionais (Foto: Reprodução/SporTV)
Se o álcool não entra nessa lista, abre-se uma margem para que os atletas bebam indiscriminadamente, acredita o médico.
Para ele, ao escolher o esporte, os jovens devem colocar a vida profissional em primeiro lugar. Para isso, têm que se privar de algumas coisas, como a bebida, por exemplo.
- Eu não acredito que haja nenhuma situação em que o consumo do álcool, ou a liberação para esse consumo, possa ser positivo do ponto de vista de desempenho. Evidentemente, o atleta, fora do ambiente de esporte, é uma pessoa comum. Mas ele sabe que existe um preço que ele tem que pagar por um desempenho esportivo. Sem dúvida nenhuma, ele tem consciência disso. E faz parte daquilo que ele entende como uma rigidez necessária à vida esportiva. No esporte de alto rendimento deve se privar de algumas coisas. Eu acho que o álcool está dentre essas privações que, infelizmente ou felizmente, ele é obrigado a aceitar.

Muricy observa Ganso mais forte e avisa: ‘Ele é o cara para 2014’

Treinador santista afirma que meia tem mostrado novas características para o seu currículo, como desarmar o adversário

Por Julyana Travaglia Santos, SP
Paulo henrique ganso santos treino (Foto: Ricardo Saibun / Agência Estado)Paulo henrique Ganso, em treino do Santos no CT
(Foto: Ricardo Saibun / Agência Estado)
Muricy Ramalho tem observado novas características no futebol de Paulo Henrique Ganso. O atleta, que se recuperou recentemente de um problema muscular, está mais forte e resistente aos marcadores, como mostrou na partida da última quinta-feira, contra o Atlético-GO. O gol de empate no Pacaembu foi alcançado graças a um golaço do camisa 10.
– Ele roubou bola e, se não estivesse forte, não iria conseguir. Tem de mostrar que fez isso porque está bem. E parece que ele está comprando essa ideia, de que vai ser bom para ele, para o Santos e para a Seleção Brasileira. Ele é como jogador do meu tempo, gosta de passar, fazer uma jogada inteligente. É um atleta diferente, chutar em gol não é a dele. Mas no passe ele é mestre – disse Muricy, revelando que conversou com o atleta sobre suas novas qualidades, incluindo o chute para o gol.
Muricy também alertou para o fato de que este novo Ganso deve se repetir também com a camisa da Seleção Brasileira. Segundo o treinador, Neymar já é uma realidade para Copa de 2014, mas o meia ainda precisa reconhecer de que tem uma função especial no Mundial do Brasil.
– Ele é o futuro, o cara para 2014. Pode fazer a diferença também por achar espaço (para o passe) e encontrar os buracos. Mas ele tem de saber disso. Os caras estão batendo e ele não cai. Ele está forte e, além do gol, está jogando bem.

Náutico é recebido com festa pela torcida no Aeroporto do Recife

Nem mesmo o horário do voo, que chegou às 5h, impediu os alvirrubros de comemorarem o acesso à Série A

Por Lula Moraes Recife
Pareceu uma recepção de campeão, mas foi o acesso à Série A que levou a torcida do Náutico ao Aeroporto dos Guararapes, neste domingo, para receber os jogadores que fizeram o Clube da Rosa e Silva retornar a elite nacional, depois de dois anos na Série B. A derrota por 2 a 1 para o Boa Esporte, em Varginha, não tirou a empolgação dos alvirrubros, que apesar do desembarque estar marcado para 5h28, marcaram presença para receber o time.
Já as 4h da manhã e o N-Á-U-T-I-C-O ecoava pelo ambiente normalmente tranquilo das madrugadas do aeroporto. Bandeiras e camisas alvirrubras para tirar o terminal de passageiros da rotina. A maioria emendou o início da tarde do sábado, no pré-jogo, até a recepção, ou seja, cansaço para quem foi receber os heróis da classificação.
- Cheguei às 13h na sede para assistir a partida. Foi espetacular, vibramos demais. Depois caímos na folia em bares no Bairro do Recife, até dar a hora de virmos para cá - explicou o universitário Alysson Rocha, 22 anos, um exemplar perfeito de quem decidiu aparecer no aeroporto
Náutico aeroporto (Foto: Lula Moraes)Torcida em festa para receber o Náutico no Aeroporto do Recife (Foto: Lula Moraes)
A cantoria não cessou. Teve gente, de paletó e gravata, prestes a embarcar, que entrou na brincadeira e incorporou a chefia de torcida, puxando gritos de guerra. No meio do borrão vermelho e branco, quatro homens usando um uniforme preto estavam misturados aos alvirrubros. Eram torcedores do Tupi, adversário do Santa Cruz na final da Série D, que tinham acabado de chegar ao Recife para a partida decisiva.
- Tupi, Tupi, Tupi - gritou a torcida.
- O Santa Cruz não vai fazer dois gols de jeito nenhum. Vai ser vice-campeão em casa. Ei gosto assim - afirmou um torcedor, lembrando da necessidade do rival em vencer por dois gols dois diferença para levar o caneco.
E falando em rival, o grande inimigo do Náutico foi lembrando diversas vezes. Dentre um e outro grito louvando o Timbu, vinha um canto xingando o Sport. A velha rixa não desapareceu mesmo no momento de alegria.
- Estou muito feliz pelo acesso, foi inesquecível, mas a festa foi prejudicada um pouco com a entrada do Sport no G-4. Não sei como isso foi acontecer - lamentou Tamara Azevedo, que largou um casamento para receber o Náutico.
Uma hora e meia depois, o aglomerado no desembarque estava grande. Quando os primeiros jogadores apareceram, aconteceu o frenesi. Não se conteram, pularam nos atletas. Gideão, Eduardo Ramos, Kieza, todos foram ovacionados.
- Estou emocionado com a recepção. A torcida apareceu de madrugada para nos receber, com essa gritaria, alegria. Está todo mundo de parabéns. Esse acesso ficará marcados nas nossas vidas - revelou o volante Derley.
Mas nenhum atleta foi mais elogiado, aclamado, parabenizado e agarrado do que o técnico Waldemar Lemos. Tido como o principal responsável pela façanha do Náutico, os torcedores quase que o sufocaram. Waldemar teve que entregar os óculos e mochila para um segurança, pois iria acabar tendo prejuízos. Foi jogado ao ar, com gritos de "ah, é Waldemar". Ganhou um beijo que deixou sua testa marcada de batom.

Festa seguiu pelas ruas
Após a recepção no aeroporto, a festa alvirrubra seguiu pelas ruas em carreata. Os torcedores invadiram o bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da cidade, e tomaram praticamente toda a Avenida Boa Viagem.
Carreata do Náutico (Foto: Lula Moraes)Torcida alvirrubra toma conta das ruas do Recife em carreata (Foto: Lula Moraes)