De olho no mercado do Brasil, WSOF planeja criar divisão especial no país
Ideia da organização é começar o WSOF Brasil para dar
oportunidade a lutadores tupiniquins. Parceria com evento brasileiro
está sendo discutida
Por Ivan Raupp
Las Vegas, EUA
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O
World Series of Fighting traçou a meta de vir ao Brasil em 2014 com pelo menos um ou dois eventos, conforme o vice-
presidente executivo e matchmaker da organização, Ali Abdelaziz, já
havia revelado ao
Combate.com.
Mas os planos do WSOF para o país são ainda mais grandiosos do que se
esperava. Fora esses cards que virão com status de evento grande, o
objetivo é criar uma divisão especial e de menor porte, como se fosse de
acesso ao
evento principal: o WSOF Brasil. Abdelaziz explicou a estratégia e destacou os talentos tupiniquins:
- Vamos fazer no mínimo um ou dois eventos no Brasil do grande show
World Series of Fighting. E queremos começar uma divisão no Brasil.
Sabemos que lá existe muito talento. Muitos atletas estão esperando a
oportunidade. Venho de uma família pobre. Fui para os EUA em busca de
oportunidade e sei que existe muito talento no Brasil. Esses caras
também precisam de oportunidade. Vamos começar o World Series of
Fighting Brasil, assim como fizemos no Canadá. Vamos colocar o evento e
coevento principais de americano contra brasileiro. Vamos desenvolver
esse talento no Brasil. Esses caras vão ganhar uma ou duas vezes no
Brasil, vão lutar no evento evento principal nos EUA e talvez um dia vão
disputar cinturão. Queremos dar oportunidade e precisamos de algum
tempo para crescer.
Trazer o WSOF para o Brasil nesses moldes de evento de menor porte não será
tarefa fácil,
por isso o dirigente está negociando um acordo com uma organização de
MMA já existente no país. A ideia é que essa organização se una ao
evento americano para criar o WSOF Brasil.
WSOF Brasil já tem até logo para os EUA - por isso Brazil com Z (Foto: Divulgação )
- Estou conversando com um
grande evento do Brasil para fazer uma parceria. Não posso dizer o nome ainda - limitou-se a dizer Ali.
Nesta nova entrevista concedida à reportagem, Ali Abdelaziz falou em
nomes de lutadores
para o WSOF e se disse aberto às cidades brasileiras que queiram sediar
os eventos da franquia. Ele também comentou assuntos de cunho
internacional, como a concorrência pela vice-liderança do mercado com o
Bellator, atrás somente do UFC, e a quase contratação de Ben Askren, que
acabou se transferindo para o One FC. Leia a entrevista, por tópicos, a
seguir:
Concorrência com o Bellator pela segundo lugar
Tenho certeza de que somos o segundo maior evento. Promovemos ótimas
lutas que os fãs querem ver. Temos muitos ótimos lutadores. Acho que
muitos lutadores hoje em dia estão assinando só com a gente ou com o
UFC. Isso por causa do problema do Eddie Alvarez (que ficou preso ao
Bellator por questões contratuais), e os contratos conosco e com o UFC
são bem mais fáceis do que os do Bellator. Eles podem sair sem serem
"sequestrados" por nós. O Bellator agora só assina com caras russos e
não consegue assinar com caras notáveis do Brasil e do EUA porque eles
(os lutadores) estão com medo. Isso nos dá uma grande vantagem. Temos
(Rousimar) Palhares, (Yushin) Okami, Marlon Moraes, Tyrone Spong,
Anthony Johnson, Andrei Arlovski, Josh Burkman,
Jon Fitch...
Todos eles tiveram a chance de ir para o Bellator e escolheram vir para
a gente. São grandes estrelas. As empresas que hoje assinam com bons
talentos somos nós e o UFC.
Ali Abdelaziz é o vice-presidente executivo e
matchmaker do WSOF (Foto: Divulgação)
Ben Askren
Eu gosto do Ben e trabalhei muito duro nesse acordo com ele. Nós
oferecemos mais dinheiro do que o One FC ofereceu. Mas ele teve que
fazer uma escolha para ele e para a família dele. O One FC tem ótimos
caras lá, são meus amigos, não tenho nada contra eles, mas acredito que
se Ben Askren viesse para o World Series of Fighting, teria desafios
muito duros. A primeira luta dele seria contra o (Rousimar) Palhares. Se
eu fosse ele, com três ou quatro filhos, e tivesse que lutar contra o
Palhares no UFC, eu lutaria. Mas lutar contra o Palhares fora do UFC é
uma luta muito perigosa, porque poderia perder e acabar com a minha
carreira. Acho que ele venceria vários lutadores no World Series e no
UFC. Essa foi a luta que ofereci a ele. Não estou dizendo que ele estava
preocupado com a luta, mas acho que ele teve uma boa decisão de
negócios assinando com o One FC. Eles também fizeram boa oferta a ele,
mas os oponentes não são os mesmos. Fui honesto com ele e disse que era
para enfrentar o Palhares. E confie em mim, ninguém no mundo quer
enfrentar esse cara, especialmente nos meio-médios (até 77kg). Acredito
que ele (Toquinho) pode ser um dos melhores do mundo nessa categoria
porque, em termos de estilo, ele é uma luta ruim para todos os
wrestlers. Foi uma decisão esperta de negócios do Ben Askren, e desejo a
ele toda a sorte. Acho que o ego do Ben não o deixou vir conosco,
porque o Dana (White) disse (que ele deveria ir para o WSOF), e ele não
quer fazer o que Dana diz. O contrato dele era fácil: um ano, três
lutas. E sabe de uma coisa? Se depois de duas lutas o UFC o quisesse, eu
o liberaria para lá.
Contratando atletas ex-UFC
O UFC é a NFL (principal liga de futebol americano do mundo). Nós somos
a liga universitária. Eles fazem bilhões de dólares. Nós podemos fazer
centenas de milhares de dólares, entende? Se você olhar para a situação
do Okami... Ele é um top 10. Bateu Hector Lombard, que está no UFC.
Entendo a visão do UFC. Ele não é muito notável no UFC, mas é um lutador
top 10, um dos melhores do mundo. Acho que seria estúpido não
contratá-lo. Todos esses lutadores têm família e carreiras. Qual foi a
melhor contratação: Okami, que é um top 10, ou Tito Ortiz, que perdeu as
últimas sete lutas (e foi para o Bellator)? Ou Jon Fitch, que quando
foi cortado também era top 10? Fitch foi top 10 pelos últimos cinco ou
seis anos. É sem noção as pessoas dizerem que contratamos caras que
foram rejeitados. Se o cara quer provar algo a ele mesmo e quer lutar,
vou dar um trabalho a ele. Não me importa de onde é, qual é o cartel
dele. Desde que esteja afim de lutar e dar um show, vou dar a chance a
ele.
WSOF Brasil
É mais como um Strikeforce Challenger. Mas ainda assim vai ter uma
ótima luta principal. Nós e o UFC precisamos fazer o esporte crescer. O
Dana sempre diz coisas boas sobre nós porque ele realmente ama o esporte
e quer que ele cresça. Nós fazemos um trabalho limpo. E sou um grande
fã do Dana. Queremos fazer do MMA um esporte olímpico.
Jorge Patino Macaco luta neste sábado no
WSOF 8, contra Luis Palomino (Foto: Ivan Raupp)
Nomes brasileiros
Temos Ronys Torres sob contrato. Rolles Gracie, Igor Gracie, Gregor
Gracie... Estou trabalhando com alguns nomes, como o Gilbert (Durinho)
Burns. Ainda não fechei com ele, mas estou tentando. Tenho alguns outros
caras, mas não lembro os nomes, para ser honesto.
Cidades brasileiras
Estamos abertos a conversas com qualquer cidade. Podem me contactar. Se
eu tiver que ir ao Brasil, vou no dia seguinte. Quero promover grandes
eventos com ótimos lutadores no Brasil. É meu sonho.
O WSOF, por sinal, realiza neste sábado a sua oitava edição. O local do
evento é o Seminole Hard Rock Hotel e Casino, em Hollywood, na Flórida
(EUA). Haverá duas disputas de cinturão, uma masculina e a outra
feminina, e a presença de cinco brasileiros: Jorge Patino Macaco, Valdir
Araújo, Sidemar Honório, Freddy Assunção e Anderson Melo.
WSOF 8
18 de janeiro de 2014, em Hollywood, Flórida (EUA)
CARD PRINCIPAL
Justin Gaethje x Richard Patishnock - pelo cinturão inaugural peso-leve
Anthony Johnson x Mike Kyle
Jessica Aguilar x Alida Gray - pelo cinturão inaugural peso-palha feminino
Cody Bollinger x Tyson Nam
Luis Palomino x Jorge Patino Macaco
CARD PRELIMINAR
Valdir Araújo x Tyler Stinson
Scott Barrett x Derrick Mehmen
Sidemar Honório x Alexis Vila
Freddy Assunção x Brenson Hansen
Jose Caceres x Anderson Melo