terça-feira, 25 de novembro de 2014

Woodley rebate "Sr. Lesionado" Lombard: "Nunca fugi de uma luta"

Peso-meio-médio americano lembra que substituiu cubano em cima da hora em Macau e diz que companheiro de equipe está querendo chamar atenção

Por Rio de Janeiro
Tyron Woodley cansou de ouvir Hector Lombard falar dele. O lutador americano enfim resolveu rebater as declarações do seu companheiro cubano na equipe American Top Team, que disse no México, durante o UFC 180, que Woodley havia rejeitado enfrentá-lo porque "sabe que vai perder". Ofendido, Woodley citou seu currículo para afirmar que não fugiu do confronto e que não o aceitou apenas por princípio: não enfrenta colegas de time a não ser que seja pelo cinturão.
montagem UFC  Tyron Woodley e Hector Lombard (Foto: Editoria de Arte)Tyron Woodley não está contente com as provocações de Hector Lombard (Foto: Editoria de Arte)
- Não acho que Kelvin Gastelum é nem um pouco menos perigoso que Hector Lombard. Não acho que Carlos Condit era nem um pouco menos perigoso do que Hector Lombard, e não acho que Rory MacDonald é nem um pouco menos habilidoso que Hector Lombard. Então, para alguém dizer que eu estou com medo, que estou (o) evitando: nunca fugi de uma luta. Aceitei lutas dentro de 10 minutos. "Ei Tyron, nós queremos que você aceite a luta do Hector Lombard" - o Sr. Lesionado, e de súbito curado - "nós queremos que você pegue a luta dele (em Macau)", e eu disse, "Deixe-me ir treinar." Estou em Cingapura de férias, vou treinar por uma hora, retorno a ligação e eu milagrosamente salvei o card. As pessoas não lembram disso. Elas têm memória muito curta, são muito condicionais, então você está certo, em um certo ponto eu estava a ponto de estourar, porque eu estava me irritando. Se você sabe de onde eu venho e sabe o que eu passei na minha vida, eu nem sempre fui a pessoa que sou hoje. Eu estar com medo de alguém não é muito provável, então quando as pessoas dizem essas coisas, você quer meio que respondê-las. Então eu simplesmente me mantenho focado - disse Woodley, em entrevista ao podcast "The MMA Hour", do site "MMA Fighting".
O acerto de contas entre os dois, por ora, vai ficar na academia; Woodley tem luta marcada contra Kelvin Gastelum em 31 de janeiro de 2015, no UFC 183, e Lombard está escalado para encarar Josh Burkman no UFC 182, em 3 de janeiro. O americano esperava que o burburinho sobre sua rejeição a uma luta entre os dois diminuísse quando ambos tivessem lutas marcadas, mas tem uma teoria para o por quê de ter de continuar a responder perguntas sobre o caso.
- Até recentemente, ninguém estava realmente falando muito sobre Hector, então ele está curtindo o seu momento. Ele está aproveitando que, pelo menos uma vez, todos estão falando não sobre mim, não sobre Robbie (Lawler), não sobre Thiago (Alves). Ele está provavelmente amargo porque estou ranqueado mais alto que ele, porque tenho mais patrocínios que ele, e mais pessoas querem trabalhar comigo porque (gostam de) como você trata as pessoas. Você tem de viver como você trata as pessoas. Se você trata as pessoas de uma certa maneira, as pessoas te tratam de certa maneira. Se você trata mal as pessoas, vai ser visto como o cara que trata as pessoas como lixo. Se Hector quiser sentar, se ele quiser conversar, estou tranquilo com isso. Mas eu sei a verdade, ele sabe a verdade, e vamos acabar com isso alguma hora - afirmou Woodley.

Barão detona Dillashaw e diz que americano teria medo de luta no Brasil

Brasileiro surpreende e afirma que atual campeão dos pesos-galos do UFC "ia ficar todo cagado" em eventual encarada com ele no país

Por Rio de Janeiro
Renan Barão não costuma dar muitas respostas de efeito. Avesso às entrevistas, o ex-campeão dos pesos-galos faz questão de dizer que prefere mostrar seu trabalho dentro do octógono apenas. Entretanto, a rivalidade da Nova União com a Team Alpha Male e algumas declarações de TJ Dillashaw parecem ter tirado o brasileiro do sério. Nesta segunda-feira, em conversa com jornalistas, o lutador se mostrou mordido para uma possível revanche contra o americano e disse que gostaria que o duelo acontecesse no Brasil. Quando foi perguntado sobre uma eventual encarada como a de José Aldo e Chad Mendes no Maracanã, que teve inclusive um empurrão por parte do campeão dos penas, Barão soltou a pérola e declarou que Dillashaw "ia ficar todo cagado".
Renan Barão x TJ Dillashaw Pesagem UFC 173 (Foto: Evelyn Rodrigues)Renan Barão e TJ Dillashaw na encarada da primeira luta: brasileiro acredita que americano sentiria pressão se a revanche entre os dois fosse no Brasil (Foto: Evelyn Rodrigues)
- O Dillashaw está falando besteira demais. Quando a gente se enfrentar de novo vai ser uma história totalmente diferente. Ele acertou uma pancada no começo da luta, mas a próxima vai ser completamente diferente. Pode anotar que, quando a gente se enfrentar, ele vai ver outro Renan Barão. Mas acho que ele não vence o Dominick Cruz. O Cruz tem mais jogo que ele, é mais experimentado e acho que leva essa. Eu até prefiro que o Dillashaw ganhe, porque seria uma parada mais apimentada, a galera falaria mais e seria briga boa. Mas não gosto muito de ficar soltando piadinha fora não. Gosto de mostrar meu trabalho lá dentro. Vou mostrar lá dentro o melhor Renan Barão que já existiu. Seria ótimo se a gente se enfrentasse no Brasil. Acho que (na hora da encarada) ele ia ficar todo cagado. Lutar em casa é fácil, quero ver aqui, é totalmente diferente. Estou focado e espero enfrentar ele e trazer o cinturão de volta. É bom ele aproveitar o cinturão porque em breve vou trazer de volta para o Brasil - afirmou.
Barão está na reta final de sua preparação para enfrentar Mitch Gagnon, no dia 20 de dezembro, pelo coevento principal do UFC: Machida x Dollaway, em Barueri-SP. O canadense é apenas o 14º do ranking da divisão até 61kg, mas o brasileiro faz questão de pregar respeito ao oponente. A intenção do lutador da Nova União é que o triunfo o alce novamenet a uma disputa de título.
Renan Barão MMA (Foto: Raphael Marinho)Barão disse estar mais "regrado" na dieta visando o
corte de peso  (Foto: Raphael Marinho)
- Como sempre falei, enfrento qualquer um que o UFC quiser, não tenho problema nenhum. O Gagnon não é tão conhecido, mas é duro. No UFC, tem quatro finalizações em cinco lutas. Estou muito bem e treinando para o melhor que eu enfrentar. Espero fazer uma grande luta para que o Dana White veja e me credencie para disputar o título. Estou muito feliz com a oportunidade de lutar no Brasil, nunca lutei aqui pelo UFC, estou bem motivado quanto a isso e prometo dar um grande show para todo mundo - garantiu.
A revanche entre Renan e Dillashaw era para ter acontecido no UFC 177, no dia 30 de agosto, mas o brasileiro teve problemas no corte de peso e precisou ser substituído na véspera do confronto. Joe Soto foi o escolhido para lutar e acabou nocauteado no quinto round. Para evitar que os problemas se repitam, Barão agora conta com o apoio de um nutricionista e acredita que a derrota para o americano, quando perdeu o cinturão dos galos, serviu como aprendizado.
- Sempre entrei bem focado nas minhas lutas, luta é luta, sempre acontecem imprevistos, estou cada vez tentando melhorar mais, focando um pouco mais, tentando regrar mais, treinando mais a parte em pé, o jiu-jítsu, focar em todas as áreas para chegar lá e trazer essa vitória. Tentei aprender tudo, melhorar na alimentação, no boxe, tudo. Derrota é derrota, serve como aprendizado e aprendi que tenho que treinar mais e focar mais. Mudei muita coisa na minha alimentação. Estou comendo de forma mais regrada. Comia pizza, macarronada, agora estou com um nutricionista que está cuidando da minha dieta. Nunca é fácil o corte de peso, mas estou muito bem. Estou dando uma regrada a mais um pouco antes e estou muito bem, vai dar tudo certo. A gente já está acostumado com o clima aqui também, vai ser bem mais fácil - finalizou.
UFC: Machida x Dollaway
20 de dezembro de 2014, em Barueri (SP)
CARD PRINCIPAL
Peso-médio: Lyoto Machida x CB Dollaway
Peso-galo: Renan Barão x Mitch Gagnon
Peso-meio-pesado: Antônio Cara de Sapato x Patrick Cummins
Peso-leve: Elias Silvério x Rashid Magomedov
Peso-meio-médio: Erick Silva x Mike Rhodes
Peso-pena: Rony Jason x Tom Niinimaki
CARD PRELIMINAR
Peso-meio-pesado: Marcos Pezão x Igor Pokrajac
Peso-médio: Daniel Sarafian x Dan Miller
Peso-pena: Darren Elkins x Hacran Dias
Peso-galo: Leandro Issa x Ulka Sasaki
Peso-meio-médio: Marcio Lyoto x Tim Means
Peso-médio: Vitor Miranda x Jake Collier

"Visualizo a minha vitória sobre Jones
todas as noites", diz Daniel Cormier

Desafiante ao cinturão dos meio-pesados do UFC treina com multicampeão Marcus Buchecha e brinca com diferença de envergadura para Bones

Por San Jose, EUA
No próximo dia 03 de janeiro, o ex-campeão peso-pesado do Strikeforce, Daniel Cormier, colocará a sua invencibilidade de 15 lutas em jogo em sua primeira disputa de título no UFC. O adversário é o campeão meio-pesado da organização Jon Jones, oito anos mais novo que “DC”, 10 cm mais alto e com uma diferença de envergadura de 32 centímetros. Tais números parecem se transformar em uma equação na cabeça do ex-atleta olímpico, que trabalha incansavelmente com seus treinadores da AKA (American Kickboxing Academy), em San Jose, na Califórnia, para usá-los a seu favor:
- Na horizontal todo mundo é igual - brincava ele durante uma sessão de treinos, na qual estudava minuciosamente alguns detalhes do jogo do adversário.
Jon Jones Daniel Cormier encarada (Foto: Evelyn Rodrigues)Daniel Cormier quer tirar cinturão de Jon Jones (Foto: Evelyn Rodrigues)
A concentração do companheiro de treinos de Cain Velásquez era tanta, que chegou a impressionar os demais lutadores da academia. Aos poucos, eles se aglomeravam ao redor da sala de treinos para acompanhar, mesmo que pelo vidro que separava a sala, os detalhes da sessão.
- Eu visualizo a minha vitória contra Jones todas as noites. Toda noite eu penso no momento em que terei a minha mão erguida, mas isso não é novo, é algo que eu tenho feito toda vez que me preparo para uma luta. Eu visualizo o resultado, porque sei que isso é determinante para o treino. A minha luta é desenhada aqui na academia. Se eu colocar todo o meu esforço e treinar o mais duro que eu conseguir, eu vou vencer. Se eu deixar coisas pendentes no treino, então eu corro risco de perder. Todo mundo aqui da AKA sabe que é assim. Eu visualizo a vitória todos os dias. Não sei como vai acontecer, mas me vejo com a mão erguida novamente e vou fazer isso de um jeito em que as pessoas vão pensar: “Jon Jones nunca foi assim tão bom ou o Daniel Cormier é algo que nós nunca vimos antes?”.
Ao lado de Cormier, o multicampeão mundial de jiu-jítsu, Marcus “Buchecha” Almeida, repassava detalhes e discutia parte da estratégia para a luta contra Jones. O brasileiro estava de passagem rápida pela academia. Seriam apenas dois dias de treino com o peso-meio-pesado, suficientes para afiar o chão do lutador:
- Eu e o "DC" estávamos estudando ali algumas coisas que poderiam ser feitas na luta dele contra o Jones. Se, por acaso, acontecer de ele cair por baixo em uma situação ruim, estávamos trabalhando mais o jiu-jítsu para esse tipo de situação e voltado para o oponente,  no caso o Jon Jones. A gente trabalhou bastante esses ataques, as saídas, as defesas e tal. O jiu-jítsu dele melhorou muito, principalmente a defesa.
Daniel Cormier Marcus Buchecha (Foto: Evelyn Rodrigues)Marcus Buchecha comanda treino de jiu-jítsu (Foto: Evelyn Rodrigues)
Aluno exemplar, Cormier é também treinador de wrestling do time e faz uma verdadeira ginástica para dar conta de todas as suas responsabilidades na academia. Capitão de MMA da AKA, o lutador acompanha todos os treinos da equipe profissional e ainda cuida de um programa de wreslting voltado para crianças. Sempre bem-humorado, ele conversou com a equipe do Combate.com sobre a sua rotina de treinos, a dedicação a outros atletas e a rivalidade com Jones:
- Toda vez que nos encontramos tem aquela eletricidade no ar, mas na semana da luta vai pegar fogo. Nós dois queremos arrancar a cabeça um do outro e eu mal posso esperar por isso. Ele nunca enfrentou ninguém tão bom quanto eu. Nunca enfrentou ninguém que vai usar o wrestling do jeito que eu uso, ou que vá colocar a pressão que eu vou impor.  Eu vou fazê-lo lutar do jeito que eu planejo que ele lute. Ele vai ser uma pessoa completamente diferente no octógono no dia 03 de janeiro.
Daniel Cormier UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)Luta contra Jon Jones está marcada para 3 de janeiro (Foto: Evelyn Rodrigues)
Confira a entrevista na íntegra:
O que mudou desde que você assumiu o posto de capitão de MMA da AKA?
- Ser nomeado do capitão do time é algo que tem um significado muito especial para mim. Eu treino aqui desde que comecei a minha carreira no MMA, vim para cá porque havia tantos lutadores bons e a academia está sempre se desenvolvendo e mudando para melhor. Alguns nomes de lutadores mudaram, mas o resultado e o produto ainda são os mesmos. É um grande momento para mim, é algo muito grande mesmo. Todo dia eu treino e tento  brincar com os caras, para melhorar o ambiente, deixar as coisas mais leves. Tentamos ter uma atmosfera onde não estamos apenas trocando porrada no dia a dia. Se há algum problema, eu tento resolver com os lutadores, conversar. Já fiz coisas que os caras não sabem, mas eu sinto que faz parte desse papel. Se alguém não está feliz, eu tento ir lá conversar, tento ser a ponte entre os atletas e os treinadores em caso de algum problema. Eu também sou um dos treinadores do time. Isso é mais do que ser apenas o capitão do time, está nas ações que eu tenho no nosso dia a dia, desde ajudar os caras, emprestar dinheiro, ser um líder.
Daniel Cormier UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)Cormier treina na AKA (Foto: Evelyn Rodrigues)
Você também tem um programa de wrestling voltado para crianças. Fale um pouco sobre ele:
- O meu time de wrestling infantil é um projeto do qual eu me orgulho muito. Esse projeto já existe há três anos e meio.  No ano passado, nós tivemos três campeões estaduais e cinco alunos na final, além de três "All-Americans". Na última temporada, nós fomos o primeiro do ranking no Estado, o que é maravilhoso. Nós nunca conseguimos imaginar o que esse pequeno clube da AKA pode fazer. Nós temos um pequeno grupo e conseguimos conquistar muita coisa com eles em um curto espaço de tempo. O meu aluno mais novo tem cinco anos de idade e o mais velhos tem 13 anos. Tive quatro ou cinco alunos com cerca de 14 anos. São 25 alunos no total e outros 12 que treinam fora daqui. Muitos deles também fazem aula de jiu-jítsu, outros só wrestling…depende. Eu tento fazer com que eles façam aulas de todas as modalidades, mas não é toda criança que quer fazer tudo.
Como é a sua rotina diária de treinos?
- A maior parte do meu tempo eu fico aqui em San José, perto da minha família. Eu amo estar perto das minhas crianças e da Celina, minha esposa, mas se eu não estou em casa, geralmente estou aqui na academia. Quando tenho gravação no UFC Tonight (programa oficial de televisão do Ultimate nos EUA), geralmente eu vou para Los Angeles num dia e volto no outro.
Como está a preparação para o duelo contra o Jones?
- A preparação tem sido ótima, estou em uma ótima fase do treino e, aos poucos vamos entrando na parte mais dura do camp, mas estou treinando muito bem. O Buchecha veio passar uns dias aqui e, quando você tem a chance de treinar com um cara como ele, você não sente isso em nenhum outro lugar, é aprendizado. Também tenho isso com o Leandro Vieira, treinador de jiu-jítsu aqui da AKA. Tenho essa aprendizagem do jiu-jítsu, de posicionamento, técnica e abordagem de luta.  Eu tiro toda a vantagem que eu puder de caras como o Buchecha e o Leandro. Eles olham para o jogo do Jones no chão e me dizem que não estão muito impressionados com o que ele faz no chão. Por isso, eu quero implementar a minha estratégia, sei que temos diferença de tamanho e alcance, mas sei como me movimentar e fechar a distância.
Eu visualizo a minha vitória contra Jones todas as noites. Toda noite eu penso no momento em que terei a minha mão erguida, mas isso não é novo, é algo que eu tenho feito toda vez que me preparo para uma luta. Eu visualizo o resultado, porque sei que isso é determinante para o treino. A minha luta é desenhada aqui na academia. Se eu colocar todo o meu esforço e treinar o mais duro que eu conseguir, eu vou vencer"
Daniel Cormier
Você e o Jones protagonizaram uma briga no lobby do MGM que teve uma grande repercussão. Como você acha que será o clima na semana da luta? Vocês se falaram depois do ocorrido?
- Eu acho que a semana da luta vai ter um clima muito tenso entre mim e o Jones. Vai ser intenso porque nós temos os nossos compromissos para vender a luta até lá. Toda vez que nos encontramos tem aquela eletricidade no ar, mas na semana da luta vai pegar fogo. Nós dois queremos arrancar a cabeça um do outro e eu mal posso esperar por isso. Nós não trocamos uma palavra desde a briga, não interagimos de nenhuma forma fora das câmeras. Eu não tenho nenhuma vontade de falar com ele e nem de tentar resolver nada com ele e não há necessidade de fazer isso, porque no dia 03 de janeiro nós vamos poder resolver isso dentro do octógono. (nota da redação: a entrevista com Cormier aconteceu antes da coletiva de imprensa realizada na semana passada em Las Vegas para divulgar o calendário de lutas do UFC em 2015. Após a coletiva, a nossa equipe conversou novamente com “DC”, que reafirmou que ainda não havia falado com Jones sem a presença da mídia).
Na audiência da Comissão Atlética de Nevada que julgou vocês dois pelo que aconteceu no lobby do MGM, você disse que agiu em legítima defesa e disse que não se considerava culpado pelo fato de a briga ter tomado a proporção que tomou…
- O que eu disse é que eu agi em resposta ao que ele fez. Ele encostou a sua testa na minha e essa nem era uma encarada na pesagem, era uma encarada em um evento para promover o duelo, mas muito no início. Não tinha necessidade de fazer aquilo.  As coisas tomaram uma proporção muito grande, mas tudo começou com ele encostando a cabeça na minha. Depois que eu o empurrei, ele tentou me acertar com um soco. Então eu acho que ele continuou ampliando a situação. Claro que eu tenho culpa na história, eu nunca disse o contrário. Não sou estúpido, não vou fugir de nenhuma responsabilidade, não sou assim. Mas que eu acredito que tudo aconteceu em resposta a uma ação que ele iniciou, isso eu acredito e foi isso que eu falei na audiência, apesar de muita gente ter entendido errado.
O Javier Mendez, treinador principal da AKA, disse que acredita que o Jones nunca enfrentou um adversário do seu nível técnico. Você concorda?
- Ele nunca enfrentou ninguém tão bom quanto eu. Nunca enfrentou ninguém que vai usar o wrestling do jeito que eu uso, ou que vá colocar a pressão que eu vou impor.  Eu vou fazê-lo lutar do jeito que eu planejo que ele lute. Ele vai ser uma pessoa completamente diferente no octógono no dia 03 de janeiro.
Como você vê o jogo do Jones?
- Jones não tem muitos buracos em seu jogo, mas ele faz coisas repetidamente que vão me dar a oportunidade de capitalizar e impor o meu jogo.
Você imagina como vai ser a luta no dia 03 de janeiro?
- Eu visualizo a minha vitória contra Jones todas as noites. Toda noite eu penso no momento em que terei a minha mão erguida, mas isso não é novo, é algo que eu tenho feito toda vez que me preparo para uma luta. Eu visualizo o resultado, porque sei que isso é determinante para o treino. A minha luta é desenhada aqui na academia. Se eu colocar todo o meu esforço e treinar o mais duro que eu conseguir, eu vou vencer. Se eu deixar coisas pendentes no treino, então eu corro risco de perder. Todo mundo aqui da AKA sabe que é assim. Eu visualizo a vitória todos os dias. Não sei como vai acontecer, mas me vejo com a mão erguida novamente e vou fazer isso de um jeito em que as pessoas vão pensar: “Jon Jones nunca foi assim tão bom ou o Daniel Cormier é algo que nós nunca vimos antes?”.

Cara de Sapato elogia Cummins, mas avisa: "Vou dar uma sapatada nele"

Campeão do TUF Brasil 3 volta aos meio-pesados e projeta descida para os médios no futuro

Por Rio de Janeiro
Campeão da terceira temporada do TUF Brasil 3 na divisão dos pesados (até 120kg), Antônio Carlos Cara de Sapato volta ao peso-meio-pesado (até 93kg) no dia 20 de dezembro, quando vai enfrentar Patrick Cummins no card principal do UFC: Machida x Dollaway, em Barueri-SP. O americano é dono de um wrestling de alto nível e estreou no UFC enfrentando logo de cara Daniel Cormier, que é o próximo desafiante do campeão Jon Jones. Nocauteado no primeiro round, Cummins se recuperou com vitória sobre Roger Narvaez e Kyle Kingsbury, e o brasileiro acredita que é o teste ideal para ele em sua segunda luta, após ter dominado Vitor Miranda na decisão do reality show. Confiante, Cara de Sapato prometeu uma "sapatada" no rival.
- Ele é um wrestler muito bom mesmo, duas vezes All-American, perdeu para o Cormier, mas não é demérito nenhum. Depois teve duas grandes vitórias, é muito duro e acho que isso é bom pra mim. Queria um cara duro, quero chegar o mais rápido possível lá em cima. Sei que tudo tem seu tempo, mas acho que será uma excelente luta. A estratégia é sempre a mesma, ele com certeza deve querer buscar a queda e trabalhar o ground and pound, mas vai ter que ficar atento ao jiu-jítsu, porque sabe que sou campeão mundial e posso finalizar ele. Tenho estudado o Cummins, vi as lutas dele, ganhou muito bem do Kingsbury, mas Kingsbury é Kingsbury e Cara de Sapato é Cara de Sapato. Vou dar uma sapatada nele. Estou sempre evoluindo na trocação também, treinando muito e apanhando bastante do Cigano, como vocês podem ver (risos) - afirmou, em conversa com jornalistas nesta segunda-feira, na Nova União, mostrando um machucado abaixo do olho esquerdo, fruto de uma sessão de sparring com Junior Cigano.
Antonio Carlos Cara de Sapato MMA (Foto: Raphael Marinho)Cara de Sapato enfrentará Cummins em dezembro (Foto: Raphael Marinho)

Se na estreia no UFC precisou encarar um striker, já que Vitor Miranda é especialista em muay thai, desta vez vai enfrentar um wrestler nato, mas a diferença no casamento de estilos não tira o sono do campeão mundial de jiu-jítsu.
- Isso varia muito. Hoje em dia estou confortável na trocação. Tenho treinado com grandes strikers como o Cigano e sei que ninguém vai bater mais forte do que ele. Tenho me sentido muito confiante na trocação e fiz jiu-jítsu a vida inteira. Me sinto bem no grappling, fico em casa. Minha experiência no jiu-jítsu junto com a que venho tendo no boxe tem me deixado confiante. Economizo energia e fico à vontade onde quer que a luta esteja - analisou.
Cara de Sapato ainda revelou que pretende descer para os pesos-médios (até 84kg) futuramente, mas quer trabalhar a ideia com calma.
- Temos pensado nisso de descer para os médios, mas não agora. Acho que precisamos fazer uma experiência, ver como vou me dar. Sou muito novo no esporte e de idade, tenho 24 anos e acho que podemos evoluir esse lance do peso, ver como vou me dar. Fiquei um tempo parado depois do TUF, tanto pelas lutas em sequência na casa, como pela lesão na mão. Não queria ficar mais um tempo para descer mais peso e ver como ia me sair. Teve o Vitor (Miranda) mesmo que baixou para 84kg, mas me sinto confortável na divisão até 93kg. Treino com caras pesados e acho que é um bom peso pra mim.
Enquanto não precisa se preocupar com o corte de peso para bater 84kg, Cara de Sapato pensa apenas em superar Cummins para depois poder curtir as festas de fim de ano e a estadia no Rio de Janeiro, onde mora desde março.
- Vai ser bom lutar contando com o apoio da torcida, perto do Natal e do Revéillon. Vou poder comer umas besteiras depois e aproveitar o verão do Rio. Estou aqui desde março e só treino. Quero pegar uma praia. Estou branquelo, quero relaxar a cabeça e aproveitar essa cidade maravilhosa - concluiu.
UFC: Machida x Dollaway
20 de dezembro de 2014, em Barueri (SP)
CARD PRINCIPAL
Peso-médio: Lyoto Machida x CB Dollaway
Peso-galo: Renan Barão x Mitch Gagnon
Peso-meio-pesado: Antônio Cara de Sapato x Patrick Cummins
Peso-leve: Elias Silvério x Rashid Magomedov
Peso-meio-médio: Erick Silva x Mike Rhodes
Peso-pena: Rony Jason x Tom Niinimaki
CARD PRELIMINAR
Peso-meio-pesado: Marcos Pezão x Igor Pokrajac
Peso-médio: Daniel Sarafian x Dan Miller
Peso-pena: Darren Elkins x Hacran Dias
Peso-galo: Leandro Issa x Ulka Sasaki
Peso-meio-médio: Marcio Lyoto x Tim Means
Peso-médio: Vitor Miranda x Jake Collier

Da surra na rua ao cinturão: conheça o caminho de Werdum antes da fama

Irmão e primeiro treinador relatam ao GloboEsporte.com a trajetória do campeão interino dos peso-pesados no UFC no jiu-jítsu e no mundo das lutas

Por Porto Alegre
Quando aprimorou os golpes de judô que aprendera com seus irmãos, no começo do século passado para chegar à técnica da alavanca e, assim iniciar a tradição do jiu-jítsu brasileiro, Hélio Gracie buscava dar força para os “mais fracos enfrentarem os mais fortes”. Não imaginava que a arte que difundira ao longo de seus 91 anos de vida, findados em janeiro de 2009, viessem a calhar para dar rumo à vida de um então jovem de 17 anos, que costumava escapar das aulas para “aprontar” pelas ruas de Porto Alegre. E que superou, à base de muita dedicação no tatame, um passado de desleixo para conquistar o cinturão dos peso-pesados do UFC no último dia 16 (veja no vídeo ao lado).
Fabrício Werdum desfrutava do conforto proporcionado pela mãe, Célia Silveira, que reside em Madrid, capital da Espanha, há quase 30 anos, para viver com liberdade a adolescência na capital gaúcha - morava sozinho com os irmãos sob os cuidados de uma emprega. Aproveitava a vida confortável longe do olho protetor da mãe para fazer “bagunça” e “coisas de guri” pelas vias da cidade, sem demonstrar muito comprometimento com as tarefas escolares. Encontrou no jiu-jítsu o foco e a motivação de que precisava para mergulhar em um universo que o cativasse. E graças a uma surra que levara em uma de suas andanças. Muito antes de nocautear Mark Hunt na Cidade do México, o gaúcho foi quem saiu derrotado em um embate com o ex-namorado de sua então namorada.
- Ele tinha uma namorada na adolescência. Quando ele começou a namorar com ela, o ex ainda tinha muita influência, tinha uma amizade com a família dele. Aí, o cara convidou ele para fazer um “rola”. O Fabrício não sabia que ele lutava jiu-jítsu e, como sempre foi muito autoconfiante e grandão, foi para cima do cara, que logo deu dois triângulos nele. Foi uma surra. Isso instigou ele a fazer jiu-jítsu. Hoje tu vê, ele ganhou do Feder (Emelianenko) no triângulo. Ele ainda tinha de aguentar o cara, na frente de todo mundo. Foi dessa surra que tudo começou - revela Felipe Silveira, irmão e integrante da equipe, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Fabrício Werdum jiu-jítsu início trajetória (Foto: Arquivo Pessoal)À esquerda, Fabrício Werdum é arremessado pelo mestre, no início da trajetória no jiu-jítsu(Foto: Arquivo Pessoal)

A revanche diante do algoz na adolescência ficou apenas na promessa. Pouco importa. Quase 20 anos mais tarde, se transformou em uma lembrança remota do passado. Também pudera. Vieram títulos mundiais de jiu-jítsu, a marca de ser o único lutador da história a finalizar os mitos Fedor Emelianenko e Rodrigo Minotauro, e o recente cinturão interino. Além da gratidão que demonstra até hoje ao primeiro treinador, Marcio Corleta, dono de uma academia em Porto Alegre, expressa por uma mensagem de áudio no celular, mesmo diante da relação mais distante entre a dupla atualmente
- Tu vê, foi só falar do cara, que ele aparece. O Fabrício acabou de me agradecer aqui, algo que eu sempre enchia muito o saco dele, para ele trabalhar, que são as técnicas de defesa pessoal. Ele disse que foi nisso que levou vantagem sobre o Mark Hunt - afirma o treinador.
Marcio Corleta treinador Fabrício Werdum (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)Primeiro treinador, Marcio Corleta recebe a gratidão de Werdum (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
Como o início no mundo das lutas já indica, a trajetória de “Vai, Cavalo!” até colher os frutos de suas vitórias no octógono não se desenhou com facilidade. Sem contar com o apreço inicial da mãe, encontrou no apoio de Corleta as condições para disputar as primeiras competições da carreira.
- Ele não tinha muito apoio, muita grana para investir e bancar as viagens. Eu só exigia dele que chegasse no horário e se dedicasse ao máximo nos treinamentos. A gente fazia um esforço para que ele fosse aos campeonatos e aos acampamentos de treino, realizados no Rio de Janeiro. Às vezes, eu acabava bancando, às vezes íamos de carro - relata Corleta.
E Werdum soube retribuir. Trocou os tempos de “maloqueiro” pela dedicação nos treinamentos do novo esporte e, em pouco tempo, já começou a ver florescer os primeiros louros do esforço para aprender as técnicas do jiu-jítsu.

- Ele soube aproveitar. Aprendeu e evoluiu muito de acordo com o método de ensino. Chegou à faixa preta em cinco anos. Ganhou dois mundiais nas faixas azul e na roxa. Não venceu na marrom, mas pegou a preta e ganhou o mundial. É um cara que corria atrás. Sabia o que queria e onde queria chegar. Eu brinco que ele é ex-maloqueiro, mas, apesar da malandragem, sempre teve uma boa índole - analisa Corleta.
Marcio Corleta treinador Fabrício Werdum (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)Primeiro treinador, Marcio Corleta relembra o início da trajetória de Werdum (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)

"Bicos" na Europa para bancar início da carreira
A distância e as saudades da mãe levaram Werdum a se mudar para Madri. Mas não o fizeram desistir do jiu-jítsu. Fabrício morou na capital espanhola durante seis anos. Por lá, procurava dar aulas em uma academia para se manter ligado ao esporte. Também complementava a renda para custear as viagens ao Rio de Janeiro para disputar os campeonatos da modalidade com “bicos” em empregos temporários.
Antes de se firmar como um dos principais nomes da luta, o gaúcho trabalhou como segurança de boate e na carga de equipamentos para shows e espetáculos na Europa. O ingresso no MMA foi quase por acaso, depois de um convite de um aluno para um combate em Londres.
- Ele não tinha noção nenhuma de boxe, na época só treinava jiu-jítsu. Era fã do Wanderlei SIlva e do Minotauro e ficava instigado para provar esse “tal de vale-tudo”. Estava com aquilo na cabeça de provar. Pintou a oportunidade, a gente foi para Londres sem receber para isso. O Fabrício acabou ganhando duas lutas e, a partir disso, engrenou - relata Felipe.
Mosaico Werdum 1  (Foto: Editoria de arte)Ex-treinador e irmão contam início da trajetória de Fabrício Werdum (Foto: Editoria de arte)

O início vitorioso surtiria boas consequências. Werdum sairia “do nada” para bater Tom Eriksson em sua estreia no Pride, diante de 40 mil pessoas, em 2005. No mesmo período, treinou por dois anos com Mirko Filipovic, o Cro Cop, na Croácia, experiência tida como vital na evolução do Cavalo no mundo das lutas.
- Foi o nosso primeiro contato com uma pessoa 100% profissional. Ele mostrou como seria um profissional. Considero um dos melhores que já conheci. Ele tinha toda uma estrutura voltada para ele. Treinava embaixo da casa, em um espaço de 300 metros quadrados. Descia uma escada, treinava e voltava. Era muito focado. Foi uma pessoa muito inspiradora - pondera Felipe.
Fabrício e Felipe Werdum (Foto: Reprodução/Instagram)Felipe acompanhou toda a carreira do irmão, Fabrício(Foto: Reprodução/Instagram)

Aos poucos, Werdum foi consolidando seu nome em competições como o Pride e o Strikeforce e conquistando o apoio da mãe. À medida em que o profissionalismo rendia frutos, dona Célia se rendeu à paixão do filho pelo esporte, a ponto de se tornar a "fã número 1" do lutador.
- No começo, era totalmente contra, depois com o tempo, viu o profissionalismo, viu o Fabrício ganhar um monte de campeonatos na carreira. Foi aceitando e acabou admirando, inclusive, a modalidade - afirma Felipe.
Werdum teve uma breve passagem pelo UFC em 2007, mas acabou deixando o cartel de lutadores da organização ao ser nocauteado por Junior Cigano. Mas para um lutador predestinado, até uma derrota dolorosa renderia glórias no futuro, no Strikeforce.
Triunfo sobre mito é comparado à conquista do cinturão
UFC Fabricio Werdum e Fedor Emelianenko (Foto: Arquivo Pessoal)Algoz, Werdum reencotnra mito do MMA em Porto Alegre(Foto: Arquivo Pessoal)
Posicionado no posto mais alto da trajetória de conquistas do Cavalo no MMA, o almejado cinturão interino dos peso-pesados no UFC divide espaço com outra importante vitória no cartel do gaúcho. Em 2010, Werdum foi o primeiro lutador a bater o mito da categoria, Fedor Emelianenko pelo Strikeforce, quebrando uma hegemonia de mais de uma década. E em apenas dois minutos de luta, no primeiro round, por uma finalização. Como não podia ser diferente, o irmão, que o acompanhou ao longo de toda a trajetória, teve papel fundamental no triunfo.
- A gente viu duas vitórias do Fedor contra o Minotauro, e eu comentei com o Fabrício: “Pô, se ele entrar na tua guarda desse jeito, tu pega ele fácil”. Falei com fé, mas era só um comentário. Papo de irmão. Quando pintou a oportunidade, todo mundo pensou que ele ia tomar uma surra. Foi muito impactante. A gente era fãs do cara e ver o cara do outro lado, encarando…Vai lutar com o “monstro”. E de repente, em menos de dois minutos, o Fabrício pega ele e finaliza e bate aquele espanto. O cinturão tem muito valor, mas, até hoje, essa conquista foi a maior - analisa Felipe.
O triunfo diante do mito russo e a trajetória vitoriosa no Strikeforce o colocaram no caminho da academia Chute Boxe, por onde já passaram Anderson Silva, Maurício Shogun e Vanderlei Silva, para aprimorar o Muay Thai eo Thai Boxe. Também o credenciaram a um retorno ao UFC, concretizado em fevereiro de 2012. A partir de então, Werdum superou obstáculo atrás de obstáculo para chegar ao cinturão. Técnico do The Ultimate Fighter Brasil, bateu até mesmo o ídolo Rodrigo Minotauyro, em 2013, ao finalizá-lo no segundo round.
Férias com a cabeça em Cain Velázquez
Dois meses recluso em preparação intensiva, alternada na altitude de Nevado de Toluca e de Jiquipilco, no México - com direito a susto e quase morte por intoxicação. Sofrimento diante da mão pesada de Mark Hunt e superação para se recuperar  na luta e levar o adversário ao chão no UFC 180, na Cidade do México. Emoção e felicidade ao vestir o cinturão interino dos pesos-pesados. Passada a epopeia pelo título interino, é de se imaginar que Werdum não almeje nada além do carinho da família para saborear dos louros da conquista.
Fabrício Werdum treinamento méxico (Foto: Reprodução/Instagram)Werdum posa ao lado da equipe, durante o período de treinamento no México (Foto: Reprodução/Instagram)

De volta a Los Angeles, onde reside e é dono de uma academia própria, após o combate, o gaúcho aproveitou a semana de folga para relaxar ao lado da esposa, Carina, das filhas, Joana e Julia, e do irmão, Felipe. A trupe aguardava apenas a chegada da mãe, Célia Silveira, desde Madri, para embarcar rumo a São Francisco, no último sábado, e desfrutar de uma merecida semana de férias.
- A Califórnia é muito boa. Temos nossa academia aqui, nosso centro de treinamentos. Gostamos de viajar bastante. Damos alguns tiros, nos estandes. Vamos para praia. Gostamos muito de programas familiares e de viajar, visitar. Vamos bastante aos parques naturais que têm pela região - relata Felipe Werdum.
Mas o descanso tem lá suas ressalvas. Ainda com as memórias pela conquista recente ainda vivas, os Werdum já começam a planejar os treinamentos para dar o passo definitivo na história do UFC. Buscam assegurar a mesma logística que dera certo diante de Hunt para superar Cain Velázquez na luta pela unificação do cinturão.
- A gente saiu de férias, mas estamos pensando na luta. O Fabrício vai lutar com o Velázquez. Só aguardamos o local da luta para definir o treinamento. Se for no México, ou nos Estados Unidos, vamos fazer o mesmo "camp" de trabalhos. Se deu certo uma vez, vai dar certo na outra - projeta Felipe.
Mosaico Família Werdum  (Foto: Editoria de arte)Werdum aproveita período de férias ao lado da família, na Califórnia (Foto: Editoria de arte)

De acordo com o presidente da organização, Dana White, o embate deve ocorrer em 13 de julho de 2015, no UFC 188, na Cidade do México, território do rival, americano com raízes mexicanas. Pois é justamente do apreço pela terra natal, o Rio Grande do Sul, que Fabrício encontra a força para derrotar o adversário e vestir o cinturão definitivo, com direito a um desejo especial, que beira o sonho: lutar na Arena do Grêmio, clube do coração.
- Desde pequeno, o Fabrício sempre foi autoconfiante. Até mesmo antes de fazer luta. Sempre senti isso muito forte. Não tenho dúvidas. Ele nunca teve dúvidas. Se pudesse ser na Arena,  a gente ia lotar aquele estádio de gremistas, de colorados, de gaúchos. Ia ser impossível perder o cinturão. A gente tem muito orgulho de ser gaúcho, de ser do Sul. A nossa força vem da terra - ressalta o irmão, Felipe.
- Atualizado em

Lineker x Ian McCall é remarcado para UFC 183, em 31 de janeiro de 2015

Luta deveria ter acontecido no início do mês, em Uberlândia-MG, mas americano foi impedido de lutar após passar mal na véspera do combate

Por Rio de Janeiro
A luta entre John Lineker e Ian McCall tem nova data para acontecer. Os dois rivais do peso-mosca foram escalados para se enfrentarem no UFC 183, em 31 de janeiro de 2015, em Las Vegas. Será a segunda tentativa da organização de realizar o confronto, marcado originalmente para 8 de novembro passado, em Uberlândia-MG.
Pesagem - Ian McCall x John Lineker ufc (Foto: Jason Silva)Ian McCall e John Lineker se encaram na pesagem em Uberlândia, em 7 de novembro (Foto: Jason Silva)
O combate, cercado de rivalidade e considerado potencialmente determinante para a posição de desafiante número 1 ao cinturão de Demetrious Johnson, foi cancelado na madrugada anterior à sua realização. McCall passou mal durante o processo de reidratação pós-pesagem e foi impedido de lutar pelos médicos do UFC. Ele compareceu ao "UFC: Shogun x St. Preux" no dia do evento e pediu desculpas à organização e aos fãs pelo incidente. Lineker, por sua vez, pediu uma oportunidade direta de disputar o cinturão.
O Ultimate, todavia, decidiu remarcar o duelo. McCall é atualmente o terceiro colocado do ranking dos moscas do UFC, enquanto Lineker ocupa a sétima posição após a atualização desta semana. Os dois trocaram muitas provocações nos últimos meses. O americano vem de vitórias sobre Iliarde Santos e Brad Pickett, enquanto o brasileiro tem cinco vitórias nas últimas seis lutas na categoria. Confira o card atualizado:
UFC 183
31 de janeiro de 2015, em Las Vegas (EUA)
CARD DO EVENTO
Peso-médio: Anderson Silva x Nick Diaz
Peso-meio-médio: Kelvin Gastelum x Tyron Woodley
Peso-galo: Miesha Tate x Sara McMann
Peso-mosca: Ian McCall x John Lineker
Peso-meio-médio: Thiago Alves x Jordan Mein
Peso-médio: Thales Leites x Tim Boetsch
Peso-pena: Diego Brandão x Jimy Hettes
Peso-médio: Thiago Marreta x Andy Enz
Peso-médio: Ildemar Marajó x Rick Monstro

Projeto da nova Marina da Glória é aprovado de olho nas Olimpíadas

Após fracasso da EBX, nova concessionária investe R$ 60 milhões em obras para entregar marina mais voltada para a náutica em fevereiro de 2016

Por Rio de Janeiro
Local das disputas da vela olímpica e paralímpica dos Jogos Rio 2016, o novo projeto da Marina da Glória foi aprovado na semana passada. As obras serão feitas pela BR Marinas, nova concessionária do local, após a saída da EBX. Custarão R$ 60 milhões e têm previsão de conclusão para fevereiro de 2016, seis meses antes das Olimpíadas.

Se o polêmico projeto de Eike Batista previa um centro de convenções e um shopping, neste aprovado pela prefeitura, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), sua função primária de atender ao setor náutico será resgatada. Para isso, o espaço que conta hoje com 167 vagas para barcos dentro da água e 73 vagas secas, passará para 415 e 240 vagas, respectivamente. O número de lojas também sofrerá mudanças, sendo reduzido de de 40 para 24.
Novo projeto da Marina da Glória (Foto: Divulgação )Novo projeto da Marina da Glória: cobertura de lona será substituída por um jardim (Foto: Divulgação )


Para incentivar a circulação na marina, as 510 vagas de automóveis ficarão concentradas em um estacionamento único, em parte no subsolo. O projeto atual pretende ocupar uma área total de 12.261 metros quadrados, um terço do que o projeto da antiga concessionária previa. Orçado em R$ 60 milhões, o projeto custeado pela BR Marinas é assinado pelo arquiteto Eduardo Mondolfo, que já trabalhou com Oscar Niemeyer. Na principal mudança estética, a cobertura pontiaguda de lona será substituída por um jardim.

Diretor da Marina, Pedro Guimarães ressalta que a Marina voltará a integrar o Parque do Flamengo e que a nova instalação será capaz de absorver toda a infraestrutura dos Jogos Olímpicos.

- Fizemos um evento-teste esse ano, com uma infraestrutura acanhada, longe do que merece a Marina. A concepção do projeto também foi discutida com o Comitê Rio 2016 e com a Empresa Olímpica Municipal, com todas as necessidades previstas para 2016. Haverá novos píeres e atracadores. A instalação futura vai fornecer todo o universo náutico - esporte, lazer, e competições.
Novo projeto da Marina da Glória (Foto: Divulgação )Novo projeto da Marina da Glória (Foto: Divulgação )

Valdivia questiona discursos no clube e dispara: "Todo ano é a mesma coisa"

Chileno questiona planejamento do clube e se diz envergonhado com a má fase: "Antigamente era: se ganha título, vira ídolo; agora, se deixa na Série A vira ídolo"

Por São Paulo
Valdivia coletiva Palmeiras (Foto: Marcelo Hazan)Valdivia em entrevista coletiva na Academia de Futebol, nesta terça-feira (Foto: Marcelo Hazan)
Valdivia pode ser apontado como a principal esperança de dias melhores (ou menos piores) para o Palmeiras na reta final do Campeonato Brasileiro. Capitão da equipe desde que Dorival Júnior assumiu o comando, em setembro, o chileno tem adotado uma postura de liderança dentro e fora de campo. Sem medo de adotar um discurso forte e de impacto, o Mago disparou contra a vida política do Verdão e o planejamento do clube em entrevista coletiva nesta terça-feira, na Academia de Futebol.
Envergonhado e preocupado com o momento vivido pelo Palmeiras na temporada, Valdivia disse que a luta contra o rebaixamento não pode ser tornar uma realidade constante da equipe, que já encarou dois rebaixamentos em sua história, em 2002 e 2012, e está ameaçado novamente. O Mago pede dedicação total da equipe na reta final do Brasileirão, mas reitera que tal campanha não merece ser enaltecida.
- Título é muito importante, é o que mais interessa na carreira, o que o torcedor mais gosta. É por isso que acordamos para trabalhar, para sermos os melhores e vencedores. Pelo momento que estamos passando, deixar (o clube) na Série A não é um título, mas será um fato muito importante para ser lembrado. As pessoas pedem isso. Antigamente era: se ganha título, vira ídolo; agora é: se deixa na Série A vira ídolo. Sou contrário. Pela situação do time, temos de nos doar ao máximo, não só eu como o grupo será lembrado - citou.
O Palmeiras vai para as duas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro precisando apenas das próprias forças para se garantir na Série A. Com 39 pontos, o Verdão ocupa a 16ª colocação e tem um ponto de vantagem para o Vitória, hoje na 17ª posição e primeiro integrante da zona de rebaixamento. Depois do confronto contra o Internacional, em Porto Alegre, o time do técnico Dorival Júnior terá pela frente o Atlético-PR, em seu novo estádio.
Para o camisa 10, o principal problema encontrado pelo Palmeiras no ano do seu centenário foi a montagem do elenco. Ele cita os mineiros Cruzeiro e Atlético como exemplos a serem seguidos no futebol brasileiro. Mago criticou também os candidatos à presidência, que no próximo sábado disputarão pleito na sede social alviverde.
- Pelo o que Paulo (Nobre) e (Wlademir) Pescarmona estão falando, querem formar time forte. Mas todo ano é a mesma coisa. O papo é o mesmo, equipe forte, que dispute título, com jogadores... Não é questão de trazer Messi e Cristiano Ronaldo, mas tem de ter elenco para um jogador só não levar a responsabilidade. Concordo com tudo o que estão falando de time grande, de fazer contratações do tipo que estão falando. Mas, às vezes, não garante título. Cruzeiro contratou muito pouco e foi campeão de novo. Atlético perdeu grandes jogadores, mas tem elenco grande e de qualidade - afirmou o atleta.
- Quando resultado não vem, perde confiança, capacidade de acreditar em você mesmo. Isso acontece, já passei por isso em 2012. Às vezes, jogava e não me sentia bem, perdia confiança em mim mesmo. Continuo acreditando que nosso time é bom. Não é o pior do Brasileirão, tenho certeza - completou.
Confira a entrevista coletiva de Valdivia:

Rebaixamento em 2012

- Em 2012 foi diferente. Caímos com muita antecedência e não dependia apenas do Palmeiras. Dependia de outros resultados. Agora a situação é um pouco diferente, o que se fala não é de Libertadores, de título, mas de novo, no ano do centenário do clube, a briga é para não cair. É difícil lidar com isso, dentro do grupo tem muitos jovens, criados em casa, e outros que nunca caíram para Série B. Eu e mais alguns sabemos o que isso significa. É complicado porque você treina a semana toda e chega no jogo sem fazer aquilo que realizou nos treinos. A confiança não é a mesma. A cabeça fica totalmente diferente. E como tem muita gente jovem, é difícil passar tudo o que significa cair para uma equipe como o Palmeiras. Mas vamos brigar até o último jogo para que isso não aconteça de novo. Neste ano que foi tão ruim, a nossa obrigação de deixar o Palmeiras a Série A precisa ser mantida.
Responsabilidade
- Quando o Palmeiras caiu, eu não era capitão, estava fora, e vocês (jornalistas) citaram que o maior culpado pela queda era eu. Agora que eu sou o capitão e e estou jogando, espero que a responsabilidade possa ser compartilhada, como pedi naquele momento. Em 2012, falei que não era o Valdivia, era todo mundo. E agora não muda muita coisa. Sou capitão, mas sempre que falei com vocês fui bem claro: não adianta um querer e os outros não. Tem jogadores que estão com contrato acabando, não sabe se vai ficar. É difícil para eles. A minha responsabilidade é a mesma de todos. Claro que você tem de exigir algo a mais pela experiência, pelos anos de clube, mas na hora que está lá dentro, todo mundo sabe o que tem de fazer. Se o Palmeiras cair não será apenas o Valdivia que vai para a Série B.
Fica se cair?
- Como o Palmeiras não caiu ainda, não posso responder a essa pergunta. Mesmo diante de tudo o que vem acontecendo neste ano com o Palmeiras, acredito muito (na permanência). Depende apenas dos jogadores, da comissão técnica e da diretoria. Em relação à continuidade aqui, meu contrato vai até agosto de 2015. Depois disso (Série A ou B) a gente vê, repensa e conversa sobre uma renovação. Como o Palmeiras não está na Série B, não posso responder.  
Dorival disse que você é o único diferente. Caiu mal no grupo?
- Não sei se essa declaração pode cair mal  no grupo, até porque ninguém veio a publico criticar as declarações do treinador, ou mostrar um tipo de crítica sobre isso. Acho que o treinador tem o direito de expressar. Todos sabem da sua importância aqui e não podem ficar incomodados por tudo o que o treinador fala.
Jogadores em fim de contrato atrapalham?
- Final de contrato é muito complicado. Acredito que seja difícil para quem está nessa situação, porque tem jogador que pensa: "meu contrato está acabando e não vou me expor a ser xingado ou culpado pela queda". Isso acontece, não posso ser falso. Mas quem está terminando o contrato precisa pensar ao contrário: "eu posso permanecer no clube e vou mostrar que a diretoria e o treinador podem confiar em mim". Tem esses dois tipos de jogadores. Independentemente disso, precisa ter muita consciência do que isso significa. Eu sei o que é e espero que não aconteça no ano do centenário. 
Transferência não concretizada atrapalhou?
- Não tem como responder porque eu voltei, joguei e teve jogos que o Palmeiras não ganhou. Outros jogos, eu não joguei, e o Palmeiras ganhou. Não posso responder se o time estaria em uma situação pior do que está hoje.
Mala branca para o Flamengo
- Eu não me preocupo com especulação, não posso responder sobre isso, até porque é difícil comprovar. Não sei se é verdadeiro. Até porque o Palmeiras dá 10, mas o Vitória pode dar 20. Não me preocupo se o Vitória vai ganhar, se vai ter dinheiro para o Flamengo. Eu quero ficar 100% preparado e treinado. A minha preocupação é o Palmeiras e ver que o grupo está motivado. Nesse momento, tem muita grana que pode motivar um ou outro. Acho que você é pago para jogar e ganhar. Tem, acontece, mas que eu saiba até agora ninguém veio falar comigo para entrar em contato com jogadores do Flamengo, até porque o Vanderlei (Luxemburgo) falou que não tem essa questão de não querer ganhar. Insisto que não posso responder a pergunta se tem grana. Posso responder que o Palmeiras tem duas chances para seguir na Série A: Inter e Atlético-PR.
É mais complicado decidir tudo em casa na última rodada?

- Sim, concordo. Se acontecer uma derrota do Flamengo e acontecer uma fatalidade do nosso lado, o último jogo vai ser muito complicado. Se conseguirmos o resultado positivo, mesmo que o Vitória vença, vai ser ainda mais complicado. Dos dois jeitos será difícil.
A administração Paulo Nobre pensou pequeno?

- Não tem um presidente no Palmeiras, no Santos, no Cruzeiro ou qualquer outro clube, que pensa pequeno. Menos ainda quando você é presidente do Palmeiras no ano do centenário. Não foi esse o pensamento do Paulo. Erros todo mundo cometem. Agora, quando você é homem e reconhece que cometeu erros, é um passo importante. Perdemos grandes jogadores, por vários motivos. Mas não adianta no dia 25 de novembro ficar lamentando a perda de jogadores que eram importantes para o grupo. O Paulo também é torcedor e nunca vai desejar o mal para o Palmeiras, mas nosso momento é um dos piores.

Por que o Palmeiras chegou a essa situação?

- Começamos bem. Antes da Copa do Mundo o Palmeiras estava em sexto. Veio outro treinador, que não conhecia o futebol brasileiro (Ricardo Gareca) e demorou muito para tomar conhecimento. Infelizmente, havia muitos jogadores no departamento médico. Não fiquei muito tempo com ele (Gareca), porque teve a negociação para os Emirados. Mas perdemos muitos jogos seguidos, e aí a confiança muda. Tivemos bons resultados com o Dorival e depois sofremos um 6 a 0 para o Goiás. Mais adiante tivemos bons jogos nos confrontos de seis pontos: Botafogo, Bahia, Chapecoense... Depois da Copa foi o momento mais difícil. E o segundo está sendo agora: estamos sem ganhar há quatro jogos, sem fazer gols e não estamos jogando mais como antes.

Dores no quadril
- Teve um lance em que recebi um golpe na mesma região em que já tinha sofrido do Elias, contra o Corinthians. Senti muito, porque sofri uma ruptura no quadril. Foi na semana do jogo do Bahia, mas joguei com uma faixa. Contra a Venezuela (pela seleção do Chile) teve um golpe também e senti novamente. Depois descansei e senti o incômodo no (músculo) posterior da coxa. Antigamente, uma lesão me tiraria por um ou dois meses. Agora não é mais assim. O risco de jogar contra o Sport era agravar uma lesão que me tirasse da reta final. Contra o Coritiba, voltei a sentir o mesmo incômodo nos dez minutos iniciais, mas fui até onde deu e no intervalo houve a troca pelo Diogo. Acho que foi a melhor opção, porque não aguentaria. Essas duas últimas partidas significam o mesmo que uma Copa do Mundo para mim.
Antes quase livre; agora perto do Z-4
- Futebol é muito dinâmico. Eu sempre disse que não dava para respirar tranquilo, porque havia jogos que definiriam o nosso final de campeonato. Tivemos resultados ruins que acabaram nos levando a essa situação. É difícil de explicar e argumentar. Hoje, mais do que nunca, não é o momento para pensar nos jogos que passaram, mas de saber que se perdermos esses dois últimos jogos viveremos um inferno. 
Eleição: Nobre ou Pescarmona?
- O melhor para o futuro do Palmeiras é que o presidente saiba da grandeza que o clube tem. Se o Paulo continuar, tenho certeza que ele vai fazer tudo o que deixou de fazer esse ano. Se o Pescarmona vier, pelo o que ele esta falando, vão muitos jogadores embora e ele vai contratar grandes jogadores. Acho que grandes jogadores na história do futebol não ganharam nada, mas, sim, grandes homens.

Rogério Ceni poderá enfrentar o Figueirense com camisa "polêmica"

São Paulo ficou satisfeito com postura da Penalty em reunião no Morumbi e falou com goleiro sobre possibilidade de usar camisa, anunciada como sua última no clube

Por São Paulo
Ceni goleiros São Paulo (Foto: site oficial / saopaulofc.net)Ceni treinou nesta terça com chuteiras de marca norte-americana (Foto: site oficial / saopaulofc.net)
A polêmica da camisa feita pela Penalty para Rogério Ceni foi amenizada em reunião na última segunda-feira, no Morumbi, entre o presidente da fornecedora de material esportivo, Paulo Ricardo de Oliveira, e diretores do São Paulo. Tanto que, nesta terça, iniciou-se uma conversa para que o goleiro utilize o novo uniforme no próximo domingo, contra o Figueirense, em jogo válido pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro.
Na semana passada, no dia da primeira semifinal da Copa Sul-Americana, que o Tricolor disputou com o Atlético Nacional (COL), a empresa anunciou uma entrevista para Rogério anunciar o fim de sua carreira. A camisa foi feita com esse intuito: ser usada pelo capitão nos últimos momentos de sua trajetória como goleiro.
Pelo momento importantíssimo e também por sua incerteza em relação à aposentadoria, Ceni ficou muito insatisfeito. O São Paulo também, e cogitou acionar seu departamento jurídico para romper o contrato com a Penalty, que vai até o fim de 2015. Outras fornecedoras, como Puma e Under Armour, já manifestaram ao clube interesse em fabricar seus uniformes.
Porém, depois da reunião de segunda, a diretoria é só elogios ao presidente da atual parceira. Ressaltou sua "hombridade", os inúmeros pedidos de desculpas e as demissões dos responsáveis pelo anúncio precoce.
Ficou decidido que o contrato será cumprido. O rompimento foi descartado. O São Paulo gostaria de ter em sua camisa uma marca de maior influência internacional, mas não vê, neste erro da empresa, razão para uma briga judicial.
Curiosamente, um dia depois da reunião e em meio à polêmica com a fornecedora, alguns dos principais jogadores do clube, inclusive Ceni e o atacante Luis Fabiano, usaram chuteiras da Under Armour no treino desta terça. A empresa norte-americana tenta entrar no mercado brasileiro e também ganhar força no "soccer", já que é poderosa no futebol americano. Um acordo com o São Paulo seria um passo importante nesses dois objetivos.
A diretoria alegou que não há nenhuma relação entre o uso das chuteiras e as conversas para fornecimento de material. Aliás, o que cada atleta veste não tem vínculo com o contrato do clube com sua fabricante. Cada um tem seu próprio patrocínio.
Nesta quarta-feira, às 22h, o Tricolor decidirá seu futuro na Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional. Derrotado por 1 a 0 na semana passada, o time brasileiro precisa vencer por dois gols de diferença para evitar a disputa de pênaltis - que só será realizada caso o São Paulo ganhe por 1 a 0. A semifinal terá transmissão da TV Globo, do Sportv 2, e também poderá ser acompanhada em Tempo Real no GloboEsporte.com.
Camisa Rogerio Ceni (Foto:  Leandro Canonico)Camisa de Rogério Ceni poderá ser usada contra o Figueirense, no próximo domingo (Foto: Leandro Canonico)

Guerrero acredita que o Timão tenha como bancar o que ele está pedindo

Peruano diz que ainda não chegou a um acordo com clube, mas explica que não tem pressa. "Tenho mais seis meses de contrato. Então, vou encarar com tranquilidade"

Por São Paulo
Guerrero (Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians)Paolo Guerrero, durante o treino desta terça-feira
(Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians)
O Corinthians escalou o atacante Paolo Guerrero para conceder entrevista coletiva nesta terça-feira, no CT, e criou a expectativa de que ele pudesse anunciar sua renovação de contrato. Nada disso. O artilheiro do Timão disse que as conversas seguem, que acredita que o clube tem condições de bancar o que ele está pedindo, reiterou o desejo de ficar, mas avisou que ainda não há nenhum acordo.  
- Sempre foi a intenção do Corinthians renovar por três anos e a minha também, porque gosto de jogar aqui e estou feliz aqui. A imprensa sempre especula, e todo mundo fica imaginando coisas. Não podemos ser assim. As coisas têm de estar certas, tanto pelo Corinthians quanto por mim. Acho que o Corinthians está dentro da possibilidade de fazer um contrato dentro do que estou pedindo - afirmou.   
O Timão aceita pagar R$ 4 milhões de luvas (espécie de prêmio pela renovação), valor que seria dividido em 36 meses (o que daria R$ 111 mil por mês, além dos R$ 500 mil de salários). Guerrero, porém, quer boa parte desse valor à vista.   
- Ainda tenho mais seis meses de contrato. Então, tenho de encarar tudo com tranquilidade. Sei que chegaram ofertas ao Corinthians, mas eles não tiveram a intenção de me vender. Estou feliz aqui e vamos ver o que nos espera no futuro.
Confira abaixo os tópicos da coletiva:

Novidades sobre a renovação?

- Ainda não tive novidades, como falei domingo depois do jogo, meu representante está em conversações com a diretoria e espero que em breve possa se resolver e assinar um contrato por mais três anos. Estou aguardando e tranquilo, fazendo meu trabalho.

Pediu valores altos?
- Acho que os valores que estão saindo aí não são certos. Pelo conhecimento que eu tenho, não tem nada a ver esses números. Não quero entrar em detalhes porque é coisa da diretoria com meu empresário. No momento estou tranquilo, trabalhando forte, e quero encerrar bem o Campeonato Brasileiro.

Tem propostas de outros clubes?
- Se chegaram algumas coisas para o meu empresário, não estou sabendo. Ele me conhece muito bem e sabe que gosto de ficar concentrado. Faltam dois jogos para acabar o Campeonato Brasileiro e é importante. Depois posso dar mais detalhes.

Se sair, qual o destino?
- Sou um jogador profissional e estou aberto a tudo. Quero ficar no Corinthians, mas se não tiver oportunidade minha intenção é voltar para a Europa. A decisão é do Corinthians. Se não der, minha intenção é voltar para a Europa. Sei que tenho 30 anos, mas ainda estou com força, muita vontade de seguir jogando futebol.

Próximo técnico
- Não sei se o Mano vai sair, se vai chegar o Tite, não sabemos disso. Não tem nada confirmado. O grupo está concentrado no trabalho e na vaga para a Libertadores. Não falamos sobre isso, sobre o treinador que pode chegar na próxima temporada.

Jogaria em outro clube no Brasil?
- Já falei um monte de vezes que no Brasil só jogo pelo Corinthians.

Novos empresários
- Já vínhamos conversando há muito tempo com a empresa OTB Sports (de propriedade de Marcelo Goldfarb, Marcelo Robalinho e Bruno Paiva), conhecia as pessoas. São pessoas sérias, que trabalham de um jeito que eu gostei. As intenções são boas e por isso tomei a decisão de trabalhar com eles.

Motivos para ficar
- Quero ficar no Corinthians pelo carinho que peguei pelo clube. Tiveram muito carinho comigo desde a minha chegada, e isso me incentivou a ser mais um corintiano. Isso influencia na minha decisão de ficar aqui.

Encerra a carreira no Corinthians?
- Minha intenção é encerrar a carreira no Alianza Lima, pois saí de lá com 17, 18 anos, sempre falei isso. Mas vamos ver como será.

Contra o tempo: gramado do Mineirão é ajustado para evitar poças na final

Diante da previsão de chuva na quarta, Minas Arena faz descompactação do campo, mas atletas minimizam problema. Agrônomo diz que solução seria replantio da grama

Por Belo Horizonte

Impraticável e alagado foram os adjetivos usados por Éverton Ribeiro para descrever o estado do gramado do Mineirão no último domingo, na vitória por 2 a 1 do Cruzeiro diante do Goiás. A forte chuva que caiu em Belo Horizonte castigou o palco da partida que marcou o bicampeonato brasileiro da Raposa. Diante da previsão de mais chuva – e das críticas após o jogo do último domingo – para esta quarta-feira, quando o time celeste enfrenta o Atlético-MG na final da Copa do Brasil, a Minas Arena, concessionária do estádio, agiu.   
Nos dois dias que antecederam a decisão, o Consórcio fez uma descompactação do gramado do Gigante da Pampulha. O recurso, que é uma solução emergencial, serve para auxiliar no escoamento da água. Uma máquina com pinos ocos e maciços faz até 100 furos por metro quadrado. As laterais do campo, onde houve maior acúmulo de poças d’água no último domingo, foi o local priorizado no trabalho.   
Gramado do Mineirão (Foto: Maíra Lemos/TV Globo)Detalhe da área lateral do gramado do Mineirão, fora das quatro linhas: campo passou por descompactação
(Foto: GloboEsporte.com)

O GloboEsporte.com tentou contato com a Green Leaf, responsável pela manutenção do gramado do estádio, mas a assessoria da empresa informou que só se manifesta com autorização da Minas Arena. A concessionária, por sua vez, informou que a Green Leaf não está permitida a comentar sobre o assunto no momento. Para o engenheiro agrônomo, projetista e consultor em gramados esportivos Artur Melo, que liderou o plantio das gramas de cinco estádios da Copa do Mundo, a descompactação é a melhor solução para esta quarta.
- Se a rotação da máquina for alta e conseguir fazer até 100 furos por metro quadrado e em uma velocidade lenta, é possível descompactar os primeiros dez centímetros abaixo da grama, que tem grãos de areia mais finos que o ideal. Isso faz melhorar a velocidade com que a água escoa. A granulometria (dimensão dos grãos no solo) é fina demais, em quantidade fina. Não trabalhei no Mineirão, o que estou dizendo é corrente no mercado, todos sabem disso. E a explicação oficial da Minas Arena foi totalmente coerente – opina Artur.  
Gramado do Mineirão (Foto: Maíra Lemos/TV Globo)Gramado passou por descompactação para melhorar escoamento, principalmente nas laterais (Foto: GloboEsporte.com)
Melo é responsável pelos gramados da Arena da Amazônia, Arena das Dunas, Arena Corinthians, Arena Pernambuco e da Fonte Nova. Ele se referiu à nota divulgada pela Minas Arena que justificou o baixo escoamento do campo devido ao processo de plantio feito de acordo com as exigências da Fifa. A entidade recomendou o uso de uma camada de 10 centímetros de areia mais fina e uma quantidade maior de fibra sintética para dar estabilidade ao gramado, evitando que pedaços se soltem. Com a descompactação, segundo Artur Melo, dificilmente o aguaceiro do último domingo será repetido. A previsão, segundo o site Climatempo, é de um volume de 20 mm de chuva para esta quarta, menor que o nível temido pelo especialista.  
- Depende da intensidade e da hora da chuva. Se chover 70 mm, mesmo que não tenha fibra, terá problemas. Mas numa precipitação normal provavelmente não haverá problema. A descompactação foi mais nas laterais, no caimento, para que a parte central fique seca. Pode ser que o raio caia duas vezes no mesmo local. É um risco calculado, com a descompactação, só se houver chuva forte. Se houver 50, 60 mm em meia hora dentro do jogo, claro que terá problemas. Já teria problema em gramado sem essas condições. Mas é difícil ter uma chuva tão concentrada como foi no domingo passado – analisou Artur.  
previsão de chuva não intimida jogadores
Principais interessados na história, os jogadores de Cruzeiro e Atlético-MG minimizaram a possibilidade de chuva para esta quarta-feira em Belo Horizonte. O discurso de foco total na decisão reinou. No entanto, a torcida é para que a previsão do tempo esteja errada.  
- Isso a gente vai ter que avaliar, caso chova. Temos que nos adaptar dentro do jogo o mais rápido possível. Temos que utilizar a raça e a vontade com a camisa do Atlético-MG – comentou o capitão atleticano, Leonardo Silva. 
- Não tenha dúvida que atrapalhou bastante contra o Goiás, mas conseguimos superar e fazer os gols. Vamos focar a partida e esperamos que a chuva seja tranquila para não atrapalhar – analisou o atacante cruzeirense Willian.
Tardelli vai além. Reforça que o campo pesado prejudicaria o estilo de jogo dos dois times.
- Os dois clubes saem prejudicado porque sabem jogar. Colocam bola no chão, são técnicos. A chuva deixa o jogo mais truncado. Se vier a chover, seria ruim. Mas com chuva, mesmo que um raio caia no campo, estamos preparados – declarou o atacante.
Para que o assunto deixe de incomodar clubes e jogadores, a solução é vista em longo prazo. Em sua nota, a Minas Arena ressaltou que tentará usar o período sem jogos no fim do ano para “realizar os ajustes e trabalhos necessários para que o campo volte a ter um perfeito escoamento da água e a qualidade que sempre apresentou". Entretanto, segundo o agrônomo Artur Melo, é preciso mais tempo - até três meses com o Mineirão parado.  
- O ideal é fazer duas ou três descompactações fortes, retirar um pouco desses materiais, esses primeiros dez centímetros, recolocar sem a fibra e a partir daí replantar a grama. Isso envolve a paralisação total do campo. São de 60 a 90 dias sem jogos, e aí muito está em jogo. A Fifa errou na recomendação? Não. Para o evento Copa do Mundo, em um período de inverno em Belo Horizonte, as condições foram acertadas. Foi um dos melhores gramados da Copa. Fora do evento, em precipitações fortes, como o material é fino, houve problema – reforçou Artur.  
Até lá, como ressaltou Leonardo Silva, a esperança é de dias mais ensolarados nos jogos disputados no Mineirão.  
- Que a natureza não atrapalhe – disse o zagueiro.
*com a colaboração de Alexandre Alliatti, Cahê Mota, Fernando Martins y Miguel e Marco Antônio Astoni

Egídio, "bem bagunceiro", estaciona seu bonde em trilho de amor mineiro

Renascido no Cruzeiro, lateral admite excessos no Fla, se desmancha por esposa e revela recusa bem-humorada a convite de R10 para hospedá-lo: "Está maluco?"

Por Belo Horizonte


Egídio freou. Copiloto de Ronaldinho Gaúcho no bonde descarrilado do Flamengo em 2011, o lateral-esquerdo mudou. Absoluto no Cruzeiro que disputa na quarta-feira, no Mineirão, o título da Copa do Brasil contra o Atlético-MG, nem de longe parece o jovem que trocou o futuro promissor na Gávea pelo agito ao lado de estrelas que por lá passaram. Em Belo Horizonte, não é difícil ouvir mineiros com sotaque carregado afirmarem: "Esse é quietim." A responsável por isso é Thaísa. Loira de cabelos longos, a esposa o fez trocar o funk carioca pelo sertanejo de Luan Santana. Os planos são embalados pela música "Eu, você, dois filhos e um cachorro". Mas, enquanto os herdeiros não chegam, ele se contenta com mais dois títulos para completar, ao lado da pug Tunica, a família neste fim de ano.
A frieza dos números é capaz de decretar a diferença de Egídio. Em oito temporadas entre a estreia e o adeus no Fla, foram somente 41 jogos. Em menos de duas no Cruzeiro, já são 104. O encontro transformador aconteceu logo no início da passagem em BH, quando, em uma festa em casa, conheceu Thaísa. Um ano e dois meses depois, já estavam casados, e um episódio sepultou qualquer dúvida a respeito do novo homem que veste a 6 cruzeirense: domingo de folga, dia seguinte ao empate com o Botafogo no Maracanã, e lá estava Egídio entre os poucos que não ficaram no Rio, apesar de ser carioca. Não aguentava de saudades da amada.
Mudei completamente. Hoje, sou um novo homem. Muito família, muito caseiro. Tudo é passado e não sinto saudade de mais nada. Antes, gostava sair para balada. Curtia festa para lá, festa para cá. Vi que tudo isso era ilusão 
Egídio, lateral do Cruzeiro
- Mudei completamente. Hoje, sou um novo homem. Muito família, muito caseiro. Gostamos muito de permanecer no nosso lar, ver um filmezinho, ir ao restaurante, shopping, e não muito para noite, essas coisas. Tudo é passado e não sinto saudade de mais nada. Antes, gostava de sair para balada. Curtia festa para lá, festa para cá. Vi que tudo isso era ilusão.
Ao desembarcar na Toca da Raposa, uma tentação do passado chegou a cutucar. Do outro lado da linha telefônica, Ronaldinho, ídolo do Galo, ligou para o amigo e sugeriu: "Não gasta com aluguel. Vem morar comigo." A resposta foi um sorriso seguido de um "Está maluco?", que serviu também como obrigado. Egídio já não estava mais sem freio, antes mesmo de encontrar aquela que o colocou definitivamente nos trilhos.
No aconchego de seu apartamento - lugar que garante não trocar mais por bagunça nenhuma - Egídio recebeu o GloboEsporte.com, passou a limpo o passado, admitiu os excessos, mas garantiu:
- Sempre fui um bom menino, desde pequeno. Por mais que fosse bem bagunceiro, sempre tive um coração muito bom e contagiava as pessoas ao redor. Desde a base, sempre tive grupinho. Quando o Souza era um dos principais jogadores, ele me abraçou. Depois, veio o Ronaldinho. Mas isso não era só com os caras que gostavam de bagunça.
Egidio e Esposa (Foto: Cahê Mota)Egídio, Thaísa e a cadela Tunica. Casal projeta dois filhos para repetir canção de Luan Santana (Foto: Cahê Mota)
Confira abaixo a entrevista.
Quem te conheceu no Flamengo sabe que você era uma promessa, mas com fama de "pipa avoada" fora dos campos. No Cruzeiro, os próprios números comprovam essa diferença e, em BH, dizem que você agora é quietinho. É isso mesmo? A mudança de postura determinou essa renascimento?
Sim. Eu cheguei no Flamengo com 11 anos de idade, tive ali toda a minha juventude, me profissionalizei em 2006 e vivi muito mais baixos do que altos. Fui emprestado para diversos times e não consegui me firmar como no Cruzeiro. Tinha minha mãe, que me apoiava, mas acabei me desleixando. Tinha contrato longo e ficava naquela que depois ia jogar. Isso me complicou. Agora, estou muito bem casado, com uma esposa maravilhosa, e esse relacionamento já faz parte dos meus títulos. Ganhamos o Mineiro, o Brasileiro do ano passado e temos tudo para ganhar mais. Devo esse meu bom desempenho a ela.
Basicamente, mudou o que fora de campo? Você era muito baladeiro e agora é mais caseiro?
Mudei completamente. Hoje, sou um novo homem. Muito família, muito caseiro. Gostamos muito de permanecer no nosso lar, ver um filmezinho, ir ao restaurante, shopping, e não muito para noite, essas coisas. Tudo é passado e não sinto saudade de mais nada. Antes, gostava de sair para balada. Curtia festa para lá, festa para cá. Vi que tudo isso era ilusão.
Egidio e Esposa (Foto: Cahê Mota)Egidio e Thaísa: beijo apaixonado para celebrar união que acalmou o lateral (Foto: Cahê Mota)
No Rio, você tinha fama de sempre ser o amigo do principal jogador do time. Era colado no Souza, depois no Ronaldinho Gaúcho... Isso atrapalhou? No Cruzeiro, também tem isso?
Na verdade, sempre fui um bom menino, desde pequeno. Por mais que fosse bem bagunceiro, sempre tive um coração muito bom e contagiava as pessoas ao redor. Desde a base, sempre tive grupinho. Quando o Souza era um dos principais jogadores, ele me abraçou. Depois, veio o Ronaldinho. Mas isso não era só com os caras que gostavam de bagunça. O Fábio Luciano era o capitão e também me abraçou, o Léo Moura também gosta muito de mim. No Cruzeiro, meu irmão é o Ricardo Goulart. Somos parceiros de concentração, viemos juntos do Goiás. Mas me dou bem com todo mundo, brinco com todo mundo. Gosto de ser assim.
Sua amizade com o Ronaldinho Gaúcho foi uma coisa que marcou muito no Flamengo, e depois vocês passaram a morar na mesma cidade jogando por clubes rivais. Como era a relação de vocês?
Tivemos uma relação que não era tão próxima como na época do Flamengo, até por causa da rivalidade. Estive na casa dele algumas vezes, levei minha noiva para conhecer. Ela achava que ele era isso, isso e aquilo, e eu dizia que era uma boa pessoa. Depois que ela o conheceu, teve uma outra imagem, que foi respeitador, tranquilo. Criamos uma amizade muito forte lá no Rio e nos reuníamos muito também em família, não era só bagunça. Quando saí do Flamengo, o Ronaldinho manteve contato para ajudar minha mãe para o que precisasse. Temos uma irmandade.
É verdade que ele te convidou para morar na casa dele quando o Cruzeiro te contratou?
Ele falou uma vez na brincadeira, mas nem tinha como (risos). Disse para eu não gastar dinheiro com aluguel, morava com ele. Eu disse: "Está maluco?".
Ele falou na brincadeira, mas nem tinha como (risos). Disse para eu não gastar com aluguel, morava com ele. Disse: "Tá maluco?"
Sobre convite de R10 em BH
No Flamengo, você foi o responsável por batizar o time campeão carioca de 2011 como o "Bonde sem freio". O Cruzeiro atual já é um time histórico. Tem alguma música ou apelido?
Naquela época, foi muito legal. Colocamos a música no nosso grupo e caiu bem. Fomos campeões invictos. Aqui, no Cruzeiro, não. Se tiver, é só um louvor que escutamos indo para o jogo. Há muitos evangélicos no elenco. Isso também faz a diferença. Nosso time é muito unido.
Então, não tem uma trilha sonora?
A gente brinca. Nosso DJ é o Nilton, que bota umas músicas que só a gente aguenta (risos). Mas nosso grupo não tem nenhuma música que seja a marca.
Você passou por muitos clubes emprestados e não dava certo. Quando se sentiu no limite de que tinha que mudar o comportamento ou teria dificuldades no futebol?
Quando botei na minha cabeça que vai ser esse ano ou não vai ser foi no Goiás. E era time de Série B. Pedi ao meu empresário para jogar a Série A, e ele me convenceu, disse para acreditar nele, que seríamos campeões, as portas iam se abrir. Fui chateado, mas era o último ano de contrato com o Flamengo. Se não desse a vida, se não me concentrasse, ia ficar rodando em time mediano. Foi minha última chance. E foram oito gols e 28 assistências. Tanto que vieram três times grandes me querendo. Optamos pelo Cruzeiro.
Esse momento foi quando percebeu também que tinha que dar um tempo nas saídas fora de campo, que estava perdendo a linha?
Minha mãe, na época do Flamengo, brigava comigo, falava para parar, que estava saindo muito. Em 2012, no Goiás, eu perdi minha mãe. Papai do céu levou. Acho que isso me deu mais responsabilidade. Já tinha perdido meu pai e senti muito. Isso me deu mais cabeça. O sonho dela era me ver profissional, em time grande, na Seleção. A partir dali, o que eu tinha de bagunça deixei de lado.
Ronaldinho Gaúcho no treino do Flamengo com Thiago Neves e Egídio (Foto: Maurício Val / VIPCOMM)Ronaldinho e Egídio, parceiros inseparáveis nos tempos de Fla (Foto: Maurício Val / VIPCOMM)
Dentro do elenco, mantém essa bagunça? Você é o brincalhão do Cruzeiro?
Ah, eu faço uma baguncinha, sim. Umas brincadeiras sadias. Sou um dos que mais brincam. Isso eu não perdi. Eu, Dedé e, na época, o Luan, tocávamos o terror. Agora, fico com o Dedé. Um zoa o outro, faz pegadinhas, são diversas brincadeiras. Gostamos de cantar versando, rimando. O Dedé monta a música dele, eu venho incrementando. O Marcelo Oliveira até fala: "Pô, Gidão, você é fogo mesmo. Carioca não tem jeito. Você e Dedé fazem uma bagunça!".
Quais as principais diferenças entre Rio e BH? Isso ajudou a te acalmar?
Belo Horizonte é muito bom, ainda mais com essa mineira que é meu presente de Deus (a esposa). Já falei com ela que sou carioca, mas até quero morar aqui quando parar de jogar. Vou ter as minhas coisas no Rio, mas é rapidinho para viajar.
No Rio, fala-se que você tem uma tatuagem do Flamengo. É verdade? E aqui no Cruzeiro, você pensa marcar na pele essa passagem?
É verdade. Desde pequenininho sempre fui flamenguista, ia para estádio, ficava na torcida, e tinha o Róbson, volante, que era muito meu amigo. Éramos muito apegados, íamos para a Torcida Jovem, e na doideira tatuei o Che Guevara, por causa da torcida. Por coincidência, aqui no Cruzeiro também tem a bandeira do Che Guevara. Mas tudo isso é passado. Não tem mais tatuagem.
Há oito anos, você estava numa final de Copa do Brasil entre rivais (Flamengo x Vasco), mas venceu o primeiro jogo por 2 a 0. Agora, a experiência é oposta. Como se comportar no Mineirão para buscar essa virada?
O que aconteceu com o Atlético-MG diante de Corinthians e Flamengo era que eles só tinham a torcida deles. Agora, somos nós. Vai ser um jogo de inteligência. Não podemos ser imaturos, partir para cima e abrir lá atrás. Se fizermos um gol logo no comecinho, vamos incendiar a torcida e temos que ter cuidado. Nosso time é forte, com jogadores rodados, experientes, e não vamos mudar a vontade de ser campeão por conta do 2 a 0. Queremos a tríplice coroa. Não mudou nada. O placar é complicado, mas com um golzinho mudamos a história do jogo.
Egidio e Esposa (Foto: Cahê Mota)Egidio e Thaísa mostram aliança: casamento aconteceu com um ano e meio de relacionamento (Foto: Cahê Mota)