sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Jungle Fight 72 terá disputa de título dos pesados e 2 lutas internacionais

William Gigante defende cinturão pela primeira vez contra Fábio Bondesan. Card terá sete lutas do "Jungle Comunidade", entre lutadores paulistas

Por São Paulo
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William Gigante com o cinturão do Jungle Fight  (Foto: Ivan Raupp)William Gigante posa com o cinturão do Jungle
Fight após conquista do título (Foto: Ivan Raupp)
O Jungle Fight anunciou nesta sexta-feira o card de sua 72ª edição, que acontece no Ginásio Pelezão, em São Paulo, no próximo sábado, dia 9 de agosto. A luta principal terá a primeira defesa de cinturão do atual campeão dos pesos-pesados da companhia, William "Gigante" Baldutti. O lutador da XGym vai enfrentar o desconhecido Fábio Bondesan, da equipe De La Riva de Palhoça-SC, que faz sua estreia na organização.
Gigante conquistou o cinturão em novembro do ano passado, ao derrotar Caião Alencar na final de um GP da categoria, e tem cinco vitórias e duas derrotas no cartel. No Jungle, o atleta mineiro coleciona quatro triunfos e nenhum revés. Bondesan, por sua vez, tem apenas uma luta registrada em seu cartel oficial no Sherdog, site especializado em cartéis de MMA. Ele venceu Leonardo Vitorino em novembro de 2013 por nocaute técnico.
O card terá sete lutas do "Jungle Comunidade", projeto que reúne lutadores oriundos de comunidades carentes, e mais duas lutas internacionais. Veterano na organização brasileira, o mexicano Fabian Quintanar buscará sua terceira vitória seguida no Jungle ao enfrentar o brasileiro Lucas Jesus, da equipe Bronx's Gold Team. Seu compatriota Gilberto Aguilar fará sua estreia na companhia contra o brasileiro José Ricardo "Rato", da Veras Muay Thai.
Confira o card completo:
Jungle Fight 72
9 de agosto de 2014, no Ginásio Pelezão (São Paulo-SP)
CARD DO EVENTO
Peso-pesado: William "Gigante" Baldutti x Fabio Bondesan
Peso-leve: Fabian Quintanar x Lucas Jesus
Peso-pena: Gilberto "El Azteca" Aguilar x José Ricardo "Rato"
Peso-mosca: Danilo Adrian x Caio "Formiga"
Peso-pena: Kaynan "Bahia" Kruschewsky x Dioginis "Overrem"
Peso-médio: Otavio Sagas x Quemuel Ottoni
Peso-pena: Israel Ottoni x Rony Silva
Peso-mosca: Jefferson "Jeffinho" Pedro x Diego Paiva
Peso-galo: Leandro Rodrigues dos Santos x Diogo Felipe dos Santos
Peso-meio-médio: Carlos Alberto "Carlão" Silva x Douglas Candido Jordão

Amanda Nunes: "Quero ser o Anderson Silva do MMA feminino"

Brasileira mostra convicção de que em breve vencerá a campeã Rousey: "O cinturão é meu. Só está dando um tempo na mão dela até eu chegar lá"

Por Rio de Janeiro
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Amanda Nunes apresentou um claro crescimento como lutadora num espaço curto de tempo. A atleta que sofreu derrotas no Strikeforce e no Invicta FC definitivamente não é a mesma que venceu seus dois primeiros combates no Ultimate. A Leoa, como é conhecida, agora está perto de uma disputa de cinturão no octógono. Existe a expectativa de que a vencedora do duelo entre ela e a americana Cat Zingano, que ocorre no UFC 178, dia 27 de setembro, em Las Vegas, seja premiada com a chance pelo título. O segredo do sucesso recente, segundo a própria, é a equipe MMA Masters, que fica em Miami e é liderada pelos brasileiros Cesar Carneiro, mestre da trocação, e Daniel Valverde, especialista na parte de chão.
- Houve uma evolução. O treinamento está mais intenso. Estou sempre tentando melhorar a cada dia e consertar os erros. Sou uma lutadora diferenciada. Hoje tenho uma trocação limpa, com mais técnica, estou com o jiu-jítsu mais refinado também. Sou uma outra atleta pelo fato de estar com as pessoas certas. Treino num time que considero o melhor do mundo. Naquela época do Invicta eu ainda estava adaptando meu estilo ao dos meus mestres. Evoluí bastante. Procuro crescer e sugar meus treinadores, o que eles têm de melhor para me passar. O segredo é o treino, não tem jeito - disse ao Combate.com.
Daniel Valverde, Amanda Nunes e Cesar Carneiro MMA (Foto: Arquivo Pessoal)Amanda Nunes mostra boa forma entre seus mestres Daniel Valverde (esq.) e Cesar Carneiro (dir.): pronta para dar passo decisivo rumo à disputa de cinturão (Foto: Arquivo Pessoal)
Com a boa fase, veio a confiança. E Amanda Nunes tem como objetivo fazer história. Não quer ser mais uma. Longe, muito longe disso.
- Não adianta ficar treinando para ficar no mesmo nível nas lutas. Quero inovar, dar vários nocautes diferentes em todas as lutas. Quero nocautear com chute, com joelhada... Quero sempre algo diferente. Quero fazer diferença no MMA. Quero sempre decidir a luta, e não deixar nas mãos dos jurados. Quero ser o Anderson Silva do MMA feminino (risos) - afirmou.
A campeã peso-galo (até 61kg) do UFC, Ronda Rousey, é tratada por muita gente como imbatível atualmente. Mas Amanda não vê nada de muito especial na loura, especialista nas quedas de judô e nas finalizações via chave de braço:
- Eu treino jiu-jítsu a vida toda. Devo bloquear muito bem o jogo dela. Vou levar esse cinturão para o Brasil. É a única coisa que tenho para dizer. A campeã não tem trocação. Só tem aquele takedown, que vou bloquear. Vou finalizar ou nocautear. Se ela vier para cima de mim naquela pressão para me deixar acanhada, eu vou meter a mão nela também. Ela é agressiva, e eu sou agressiva também. A gente vai decidir no cage, mas o cinturão é meu. Só está dando um tempo na mão dela até eu chegar lá.
A campeã não tem trocação. Só tem aquele takedown, que vou bloquear. Vou finalizar ou nocautear. Se ela vier para cima de mim naquela pressão para me deixar acanhada, eu vou meter a mão nela também"
sobre Ronda Rousey
A Leoa está convicta de que não seguirá o mesmo caminho das oito primeiras adversárias de Ronda, finalizadas com chave de braço. Se bem que a campeã nocauteou em suas duas últimas lutas. Mas isso também é descartado. A baiana diz que há bastante tempo treina para enfrentá-la:
- Com certeza não vai me finalizar nem nocautear. A gente treina para focar em todas as lutas. A gente traça estratégia para cada luta, mas quando não tem oponente ainda, a gente só treina para a campeã.
Aos 26 anos, Amanda Nunes tem um cartel no MMA de nove vitórias e três derrotas. Ela estreou no UFC com nocaute técnico sobre Sheila Gaff em agosto de 2013, no Rio de Janeiro, e repetiu o resultado contra Germaine de Randamie três meses depois, nos EUA. Este ano enfrentou algumas lesões e teve até de sair da luta contra Sarah Kaufman, mas agora está recuperada e pronta para encarar Cat Zingano daqui a dois meses.

Weidman: "Ficarei desapontado se não nocautear ou finalizar Belfort"

Campeão dos médios do UFC se mostra certo da vitória em dezembro e diz que brasileiro não deveria mais se incomodar em falar sobre doping e TRT

Por Nova York, EUA
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Chris Weidman coletiva UFC Las Vegas (Foto: Evelyn Rodrigues)Weidman diz que só se sentirá satisfeito se finalizar
a luta contra Vitor Belfort (Foto: Evelyn Rodrigues)
Chris Weidman é conhecido por respeitar seus adversários e evitar frases polêmicas. Nas duas lutas que fez contra Anderson Silva, o atual campeão dos pesos-médios do UFC evitava causar polêmica dizendo coisas que soassem como desrespeito ao então campeão. Mas, diante de Vitor Belfort, Weidman vem mudando um pouco o seu jeito, e frases mais provocativas começam a aparecer no noticiário. Em entrevista ao jornal "Newsday", o campeão afirmou que a vitória contra o veterano não lhe basta. Para ficar satisfeito, ele terá que vencer antes do fim do quinto round.
- Eu o respeito como lutador, e estarei pronto para guerra, para o melhor Vitor Belfort de todos os tempos. Não posso me dar o luxo de faltar com respeito ao meu adversário em uma disputa de título mundial. Posto isso, posso dizer que entrarei no octógono para finalizar a luta. Se não nocauteá-lo ou finalizá-lo, ficarei muito desapontado - disse Weidman.
O campeão também falou sobre o que espera das turnê de promoção da luta, especialmente sobre as perguntas que serão feitas aos dois lutadores sobre antidoping e TRT.
- Nesse ponto da carreira, Vitor Belfort já deveria estar acostumado a esses tipos de perguntas e de comentários. Nada deveria mais incomodá-lo. Se é algo que promove a luta e deixa os fãs animados, ele deveria encarar isso tranquilamente, assim como eu - finalizou.
UFC 181
6 de dezembro de 2014, em Las Vegas (EUA)
CARD DO EVENTO
Peso-médio: Chris Weidman x Vitor Belfort
Peso-leve: Anthony Pettis x Gilbert Melendez

UFC confirma Glover Teixeira x Phil Davis no Maracanãzinho, em outubro

Pesos-meio-pesados farão, provavelmente, o coevento principal da noite

Por Rio de Janeiro
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O card do UFC 179, que marca a volta do MMA ao Maracanãzinho, ganhou uma boa luta nesta sexta-feira. Os pesos-meio-pesados Glover Teixeira e Phil Davis se enfrentarão, provavelmente no coevento principal da noite que terá, como luta principal, o duelo entre José Aldo e Chad Mendes pelo cinturão dos pesos-penas. A confirmação da luta foi feita pelo próprio Glover, em entrevista ao site "Portal do Vale Tudo". O Combate.com havia antecipado o acordo verbal dos dois atletas para que a luta acontecesse.
Montagem Glover Teixeira x Phil Davis (Foto: Montagem sobre foto da Getty Images)Glover Teixeira e Phil Davis se enfrentam no Maracanãzinho, em outubro (Montagem sobre foto da Getty Images)
- Meu empresário me ligou ontem (quinta-feira) confirmando a luta no Maracanãzinho. Vai ser irado lutar no Brasil de novo, no Rio de Janeiro. Estou feliz e treinando. Lutar com o Phil Davis vai ser muito bom. Ele é um cara já conhecido no Brasil, pois enfrentou alguns brasileiros e venceu. Agora é a hora de me provar e começar a subir as escadas de novo. Vou treinar bastante e cair pra dentro. No ano que vem quero disputar esse cinturão de novo - disse Glover.
Vindo de derrota para Anthony Johnson no UFC 172, Phil Davis tem 29 anos e já conquistou duas vitórias contra brasileiros no Brasil: a primeira contra Wagner Caldeirão no UFC 153, e a segunda contra Lyoto Machida no UFC 163. Invicto contra lutadores do país (também venceu Rogério Minotouro e fez uma luta sem resultado contra Wagner Caldeirão), Davis possui 12 vitórias, duas derrotas e uma luta sem resultado na carreira. Já Glover Teixeira, de 34 anos, foi derrotado por Jon Jones também no UFC 172, encerrando uma sequência de 20 vitórias seguidas. Ao todo, o mineiro de Sobrália possui 22 vitórias e três derrotas como profissional.
UFC 179
25 de outubro, no Rio de Janeiro (RJ)
CARD DO EVENTO
Peso-pena: José Aldo x Chad Mendes
Peso-meio-pesado: Glover Teixeira x Phil Davis

José Aldo explica troca de farpas com Mendes: "Tem que apimentar a luta"

Campeão dos pesos-penas reconhece papel na promoção do UFC 179 e nega que rival americano esteja "em sua cabeça" antes do duelo no Brasil

Por Rio de Janeiro
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Após uma troca de farpas que incluiu uma carta de cinco parágrafos de José Aldo, o lutador americano Chad Mendes afirmou nesta semana que "entrou na cabeça" do atual campeão dos pesos-penas do Ultimate, seu adversário no UFC 179, no dia 25 de outubro, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. O manauara da equipe Nova União, todavia, garante que isso não é verdade. Ele afirmou nesta sexta-feira que está apenas promovendo o evento da melhor forma que pode.
- (Risos) Nunca, jamais ele vai entrar na minha cabeça. Isso chegou a um ponto que a gente tinha que dar uma resposta. A gente está numa fase em que, hoje em dia, o Ultimate não tem mais tantos lutadores vendáveis, então a gente tem sim que dar uma apimentada na luta, para que assim os fãs possam se interessar e comprem a luta. Quanto mais pay per view vende, tanto eu quanto meu adversário ganhamos - disse José Aldo ao Combate.com nesta sexta.
jose aldo cartola (Foto: Globoesporte.com)José Aldo faz encarada de luta com a apresentadora Monique Cardone (Foto: Globoesporte.com)
O atual campeão mundial dos penas esteve nos estúdios do GloboEsporte.com nesta sexta-feira para gravar uma participação no Programa do Cartola. Nos intervalos da gravação, conversou com a reportagem sobre a mudança do local da luta, que esteve marcada para o dia 2 de agosto em Los Angeles, mas foi adiada por conta de uma lesão sofrida por Aldo no fim do mês passado. Mendes tentou impedir que o duelo viesse para o Brasil, e o campeão indicou que não teria problema se isso acontecesse.
- Com certeza, lutar em casa é um privilégio, é um fator importante para nós, mas se a luta fosse lá fora, não teria problema nenhum. Não vejo problemas em lutar aqui ou lá fora. Gosto é de estar lá dentro lutando, isso que me faz feliz - afirmou.
O Programa do Cartola vai ao ar ao vivo sempre na véspera das rodadas do Campeonato Brasileiro, às 16h (horário de Brasília). Nesta sexta, José Aldo foi o convidado e apostou suas fichas no seu time do coração, Flamengo.
UFC 179
25 de outubro, no Rio de Janeiro (RJ)
CARD DO EVENTO
Peso-pena: José Aldo x Chad Mendes
Peso-meio-pesado: Glover Teixeira x Phil Davis

Spider: luta contra Nick Diaz será uma das melhores de trocação no UFC

Brasileiro está focado em retorno ao octógono, mas não descarta chance de voltar a lutar pelo título: "Ainda tenho sete lutas em meu contrato", explica

Por Las Vegas
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O UFC realizou nesta sexta-feira uma coletiva de imprensa por telefone com o ex-campeão peso-médio Anderson Silva para falar sobre o seu retorno ao octógono, marcado para o dia 31 de janeiro de 2015, em Las Vegas, contra Nick Diaz. E Spider foi só elogios ao adversário.
- Eu aceitei essa luta porque acredito que seja uma boa luta para os fãs, para ele e para mim. Estamos há um tempo sem lutar, eu venho de lesão, mas sei que ele vai lutar em pé, vai buscar a luta, tem um boxe excelente e vai fazer uma luta em pé que todos querem ver. Eu acredito que vai ser uma das melhores lutas de trocação da história do UFC - declarou o lutador.
O brasileiro também falou sobre o longo processo de recuperação desde a lesão que sofreu na perna esquerda no duelo contra Chris Weidman, em dezembro do ano passado.
Montagem Anderso Silva e Nick Diaz ufc (Foto: Editoria de arte)Anderson Silva espera uma batalha em pé contra Nick Diaz (Foto: Editoria de arte)
- A perna está 95%. Não está como estava antes, mas está 95% e está melhorando a cada dia que passa - disse, antes de ser interrompido por seu empresário, Jorge Guimarães, que fazia a tradução da coletiva. "Joinha" lhe perguntou se ele não gostaria de mencionar que não estava ainda chutando, ao que o lutador respondeu:
- Não. Estou chutando, mas não tenho que meter o pé. Só vou fazer isso no dia da luta.
Questionado sobre o seu futuro dentro do esporte e se pretende voltar a disputar o cinturão da divisão um dia, Spider explicou que, no momento, está focado apenas em seu retorno ao octógono, mas que não descarta uma disputa de título no futuro:
- Eu tenho mais sete lutas no contrato e vou fazer todas essas lutas porque é o que eu gosto de fazer. Sou da categoria de 84kg e, se eu me credenciar novamente para lutar pelo título, é claro que eu vou querer disputar o cinturão. Mas o meu plano agora é voltar a lutar e pegar confiança de novo, quero ver como vou me comportar.
Anderson Silva também falou sobre a sua recuperação mental, a derrota para Chris Weidman e os desafios que irá enfrentar daqui para frente no esporte. Confira o que ele disse, dividido por tópicos:
Sobre a divisão dos médios desde que Weidman se tornou campeão:
- Eu tenho acompanhado. Tem grandes novos talentos surgindo. O Weidman vem mostrando porque é o campeão. Nós temos o Jacaré vindo, o Vitor (Belfort), que é um grande oponente para o Weidman. E há também os atletas que estão chegando. Eu estou tendo a oportunidade de treinar com caras que estão chegando na Blackhouse, como o Kalyl. É uma divisão que vem se desenvolvendo.
Em que momento achou que deveria voltar a lutar?
- Não existe um momento em que você fala que está pronto ou não. É uma coisa que tem que estar na sua cabeça. Você tem que estar com a sua cabeça boa pra voltar a fazer o que fazia, principalmente depois de um acidente como o meu. O que faz a diferença, no meu caso , é que tive acompanhamento dos meus medicos, fiz vários exames, estou fazendo fortalecimento e isso que é o mais importante para eu voltar a tentar.
Luta contra Nick Diaz vai ser a primeira em 10 anos que não será pelo título:
- Eu luto porque eu amo . Nunca lutei por título ou coisa parecida. Eu luto porque eu amo fazer isso. Quando eu comecei não tinha nada disso, não tinha cinturão.
Anderson Silva Treino (Foto: Reprodução)Anderson Silva chuta em treino: ele disse que está
chutando de leve por ora (Foto: Reprodução)
Do que mais sente falta?
- Eu não estou sentindo falta de nada, porque voltei a treinar e estou fazendo tudo como sempre fiz. Estou treinando e me preparando para recomeçar. Estou fazendo um treino intensivo para estar pronto para fazer tudo como sempre. O que eu estou sentindo agora é uma vontade de fazer aquilo que eu sempre  fiz. Estou me colocando mais uma vez à prova.
Família foi contra seu retorno ao octógono:
- A minha família não queria muito que eu voltasse. Eles compreendem e respeitam o que eu sinto e o que eu tenho vontade de fazer. Mas, por eles, eu não faria mais isso. Eu acho que nenhuma família que ver você indo para uma guerra, e, depois do acidente que eu tive, muito menos a minha.
Por que Nick Diaz?
- Eu sempre prestei atenção nos melhores lutadores do UFC e nos que poderiam ser meus possíveis oponentes, mas  nunca imaginei lutar com o Nick Diaz. Apesar disso, vi todas as lutas deles e acho que ele é um excelente lutador. Ele tem jiu-jítsu e um boxe excelente, acho que vai ser uma luta de muita trocação.
Sobre o lado provocador de Nick Diaz:
- Eu estou pensando em fazer o meu trabalho. Não posso falar do Nick Diaz como pessoa porque não o conheço. Tive poucas oportunidades de estar com ele e de conversar. Nick nunca me faltou com o respeito e espero que não faça isso, pois ele não tem motivos para isso. Ele não me conhece como pessoa, eu não o conheço como pessoa e vamos fazer uma grande luta.
Sobre Weidman x Lyoto:
- Eu não estou preocupado com o que o Weidman fez de bom ou com o que o Lyoto fez de bom. Acho que cada um busca o que deseja e é o que eu estou fazendo. As lutas com o Weidman estão no passado e, se eu tivesse vencido, estariam no passado da mesma maneira. Agora eu estou focando no Nick Diaz para fazer o meu retorno da forma como eu quero e para os meus fãs. Eu quero amadurecer mais e o que vai ser de agora em diante é continuar a minha vida e  a minha carreira, com sucesso.
Sobre Nick Diaz ter dito que não é uma pessoa violenta e luta porque precisa, não porque gosta:
- A arte marcial foi criada para a defesa. Através do tempo, as pessoas criaram o esporte no qual se usa a arte marcial como forma de demonstrar violência. O esporte é violento, mas você não precisa ser violento para fazer parte do esporte. Você não vai pegar um cara que dirige um carro da Nascar fazendo racha na rua, porque não é assim que as coisas funcionam. A mesma coisa acontece no nosso esporte.
Teve medo de voltar a chutar depois da cirurgia?
- Não. Foi um acidente de trabalho e agora é voltar como sempre, treinar e fazer o que eu gosto.
Pensa em tirar a placa de titânio inserida em sua canela durante a cirurgia?
- Antes dessa luta, não há chance. Não me incomoda. Na verdade, tem algumas pessoas que tiram, mas se não incomodar não precisa tirar.

Raias olímpicas da vela: mesmo com pouco lixo, preocupação para 2016

GloboEsporte.com navega na Baía de Guanabara com Juliana Mota, velejadora e estudante de engenharia ambiental, que não crê em solução até os Jogos Olímpicos

Por Rio de Janeiro
Comente agora
 
Dez dias antes do Aquece Rio, evento-teste da vela para os Jogos Olímpicos de 2016, o GloboEsporte.com navegou pelas águas da Baía de Guanabara para conferir de perto a situação das raias olímpicas que a partir do próximo domingo vão receber 320 atletas de 34 países (veja no vídeo ao lado). A dupla da classe Nacra 17, formada por Juliana Mota, que também é estudante de engenharia ambiental, e João Siemsen, acompanhou a reportagem durante o percurso pelos locais considerados mais problemáticos pelos atletas: as raias do Pão de Açúcar e da Escola Naval (veja o mapa abaixo).
Na manhã da quinta-feira da semana passada, dia 23 de julho, a previsão era de bastante vento, o que traria muita sujeira. Expectativa que acabou não se confirmando. Na maior parte tempo, a superfície estava limpa. Na raia da Escola Naval, porém, uma linha de maré trouxe uma quantidade de lixo suficiente para atrapalhar uma regata
Baía de Guanabara: círculos coloridos no mapa mostram os locais onde podem acontecer competições em 2016 (Foto: Reprodução/Rio 2016)Raias olímpicas na baía de Guanabara: vermelha é a do Pão de Açúcar, e azul, da Escola Naval
(Foto: Reprodução/Rio 2016)


- Hoje foi uma questão de sorte ou azar, depende do ponto de vista. É muito sazonal, depende muito das marés. Vimos pouco lixo, mas depois encontramos uma linha de maré com lixo. Mas a gente está muito mal-acostumado a achar que só porque não tem lixo superficial ou quando vê um ecobarco, que a qualidade da água está boa. Não está. Na verdade, o problema maior é a questão do esgoto que a gente não vê nem no tratamento. É uma questão, digamos, brasileira. De ser tudo imediato, paliativo - disse Juliana, de 26 anos.   
Por outro lado, de acordo com o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea), em relação à qualidade da água, as raias olímpicas estão dentro dos padrões exigidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente. O monitoramento, feito duas vezes por mês, indica que este ano o nível de coliformes fecais esteve acima do permitido apenas em maio, em decorrência de chuvas (veja o gráfico no fim da matéria).  
- Nos pontos de prova, na maioria das vezes estão 100% do padrão estabelecido há um bom tempo. A probabilidade de contrair algum tipo de doença é praticamente nula. Há um troca de água muito grande. É distinto da costa oeste, que está ruim - disse Leonardo Daemond, gerente de qualidade das águas do Inea.  
As cidades continuam crescendo muito, sem nenhuma estrutura. Os poucos projetos que existem, na prática, estão muito devagar. 
Juliana Mota
Para dar uma dimensão da rotina de Juliana e João, que não vão participar do evento-teste, a reportagem solicitou vídeos de treinos anteriores da dupla em épocas diferentes do ano. Em um deles, o barco passa em alta velocidade por um objeto semelhante à parte da frente de um ar-condicionado. Em outra ocasião, a água fica bastante verde por causa da poluição.
A velejadora não acredita que a meta de despoluição da baía em 80%, estipulada pelo governo estadual como legado dos Jogos, seja cumprida. Mesmo que, de acordo com o secretário da casa civil, Leonardo Espínola, o objetivo, na verdade, seja tratar a mesma porcentagem do esgoto através de ecobarreiras, ecobarcos, Unidades de Tratamento de Rio (UTRs) e Centro de Tratamento de Resíduos.
- O esgoto pode até ter sido tratado, eu duvido muito. Mas a poluição não se resolve assim. Leva tempo. Não adianta fazer todas as ligações de esgoto agora e tratar tudo. A água poluída já está aí. E o lodo no fundo também - explicou Juliana. 
A estudante de engenharia ambiental enumerou os fatores que causam a sujeira na Baía de Guanabara. Primeiro, a boca de saída para o mar é muito pequena. Segundo, as saídas dos rios para o mar, chamadas de estuários, estão fechadas ou semifechadas, e dessa forma acumulam matéria orgânica. Processo acelerado pela urbanização ao redor. 
Lixo na Baía de Guanabara (Foto: Reprodução )Pedaço de plástico no meio dos barcos (Foto: Reprodução )
- As cidades continuam crescendo muito, sem nenhuma estrutura. Os poucos projetos que existem, na prática, estão muito devagar. Então, com certeza para 2016 não dá mais. Quem sabe se de repente, com a visibilidade da poluição, a gente consiga mais para frente. Nossos filhos, quem sabe... – disse Juliana, de 26 anos.
Os dois velejadores relacionam problemas de saúde à qualidade da água. Juliana nota que machucados seus demoram a curar, e João costuma ficar doente em épocas de chuva. Sobre problemas com lixo, ele se lembra da ocasião em que bateram em uma porta quando velejavam a 40km/h. Tiveram que voltar à terra rebocados. Medidas paliativas e o fato de as Olimpíadas serem realizadas em uma época de poucas chuvas poderão evitar problemas, na opinião de João. Para Juliana, o risco de uma regata olímpica ser comprometida vai depender das marés, mesmo com os ecobarcos, que recolhem o lixo flutuante das águas.  

- Essas medidas podem talvez evitar alguns transtornos. Mas se a maré estiver forte, ou depois da chuva, isso não vai ser suficiente. É torcer para que o problema não seja grande, principalmente se alguém ficar doente. Essa seria a pior questão - afirmou Juliana, que já se deparou com uma cabeça de porco na água, mas também teve a agradável surpresa de ver arraias e golfinhos.
Vela Juliana Mota e Joao Siemsen Pão de Açucar Rio de Janeiro (Foto: Leonardo Filipo) Juliana Mota e Joao Siemsen velejam em frente ao Pão de Açúcar (Foto: Leonardo Filipo)
Muitos velejadores brasileiros e estrangeiros se incomodam em falar mais da poluição do que do esporte. A questão deixa João dividido:
- Essa situação é um incômodo porque você perde a visibilidade do esporte, fica uma imagem ruim. Mas ao mesmo tempo é bom porque para nós velejadores a grande importância da Olimpíada é o legado. E o legado mais importante para nós é a limpeza da Baía de Guanabara.  Todos os cariocas querem isso. Essa conexão conosco foi importante.
Para melhorar as condições de navegação durante o evento-teste para 2016, o Inea acertou uma parceria com 12 empresas privadas que vão emprestar equipamentos e embarcações para um mutirão de limpeza. A medida é necessária para evitar que fortes chuvas, que aumentam o fluxo das águas dos rios que desaguam na Baía, o carreguem de lixo flutuante.
Gráfico monitoramento água Baía de Guanabara (Foto: Reprodução Inea)Monitoramento das águas da Baía de Guanabara: qualidade abaixo do padrão máximo de coliformes fecais por 100ml permitido pela Comissão Nacional do Meio Ambiente nas raias olímpicas (Foto: Reprodução Inea)

Dunga não descarta volta à Seleção de veteranos como Fred e Julio César

Após participar de evento em Brasília, treinador diz que todos os jogadores serão avaliados e garante que não há uma "lista negra"

Por Brasília
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A poucos dias de fazer sua primeira convocação no retorno à seleção brasileira, o técnico Dunga não descartou chamar jogadores mais experientes que disputaram a Copa do Mundo. Questionado por jornalistas se já tinha substitutos para nomes como Fred e Julio César, o treinador fez questão de dizer que ninguém estava descartado para os amistosos contra Colômbia e Equador, nos dias 5 e 9 de setembro, nos Estados Unidos

- Quem disse que eles não vêm (Fred e Julio César)? A gente está pesquisando em todos os setores, todos os jogadores. Tem a Copa América no ano que vem, que vai ser difícil. Então, este ano, até o fim, vamos poder observar alguns jogadores que poderiam estar no grupo da Copa do Mundo e não estiveram. Outros que estiveram, que precisam reconfirmar a expectativa que se tem sobre eles. Tem que montar a Seleção. Não tem lista negra. O futebol é um pouco como a vida, tem que ter competência. Temos que escolher jogadores não por aquilo que pensamos que eles podem jogar, mas por aquilo que eles estão jogando - afirmou Dunga após participar, em Brasília, de uma homenagem feita pela embaixada japonesa a jogadores brasileiros que ajudaram no desenvolvimento do futebol no país asiático.
zico dunga japão (Foto: Reuters)Dunga participa ao lado de Zico de evento promovido pela embaixada japonesa (Foto: Reuters)


Ainda segundo o técnico, o retorno da temporada europeia será um fator a ser analisado na convocação para os amistosos, dia 19 de agosto.

- A gente vai montar o quebra-cabeças pra decidir os jogadores, até pela questão da Europa, pois estão voltando de pré-temporada. Temos que ver os jogadores que entraram mais rápido em forma. Tem uns que demoram menos, tem uns que estão vindo de problema de lesão. Tudo isso tem que ser analisado. Espero que todos estejam bem para a gente poder escolher os jogadores mais aptos no momento.
 Dunga também voltou a defender que a goleada sofrida pela Seleção por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa foi um "acaso" e garantiu que o Brasil dará a volta por cima. O treinador ainda ressaltou o crescimento do futebol sul-americano e disse que a conquista da vaga para a Copa do Mundo de 2018 não será uma missão simples para a Seleção.

- Derrota faz mal pra todo mundo, mas a gente vai ter a oportunidade de reverter essa situação e mostrar que foi um acaso. A Copa do Mundo demonstrou que os sul-americanos cresceram muito. Diferentemente daquilo que a gente pensava há uns 10, 15 anos. Temos Colômbia, Equador, Argentina, Chile, mesmo o Paraguai, que ficou fora. Não são só jogadores de Brasil e Argentina que estão na Europa. Hoje, todos estão. Está cada vez mais difícil disputar uma vaga na Copa do Mundo. A gente tem que estar preparado para isso.

Além de Dunga, também participaram da homenagem feita pela embaixada japonesa outros jogadores como Zico, Bismarck, César Sampaio e Alcindo.
zico dunga japão (Foto: Reuters)Além de Dunga e Zico, também participaram da homenagem Bismarck, César Sampaio e Alcindo. (Foto: Reuters)

 

Al Nassr confirma contratação de Hernane ao Flamengo por três anos

Notícia é publicada em perfil do clube do Twitter: "Bem-vindo ao Al Nassr". Rubro-Negro receberá quase R$ 7 milhões por 50% dos direitos do atacante

Por Rio de Janeiro
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Hernane  Al Nassr (Foto: Reprodução / Twitter)Mensagem do Al Nassr sobre contratação de Hernane (Foto: Reprodução / Twitter)
O Al Nassr anunciou em seu perfil oficial no Twitter a contratação de Hernane. O atacante está em Chapecó, onde o Flamengo enfrenta a Chapecoense no domingo, mas já estava decidido que o jogador não ficaria sequer no banco, já que o Rubro-Negro estava com a proposta do clube dos Emirados Árabes em mãos.
A oferta é de 4,5 milhões de euros (R$ 13,6 milhões) com um contrato de três anos. O Flamengo é dono de 50% dos direitos econômicos de Hernane e vai receber a sua parte, quase R$ 7 milhões, em duas vezes. O restante do jogador pertence à empresa Talents Sports, do seu empresário Paulo Pitombeira, e ao Mogi Mirim.
Hernane já esteve perto de deixar o Flamengo em outras duas oportunidades. Clubes da China e dos Emirados Árabes fizeram propostas pelo jogador, mas não apresentaram as garantias necessárias para que a negociação fosse finalizada. Agora, o adeus deve ser oficializado na segunda-feira, quando a delegação volta ao Rio depois do jogo com a Chapecoense.
Xodó da torcida do Flamengo, Hernane terminou 2013 como artilheiro do Brasil, marcando 36 gols e conquistando o título da Copa do Brasil. Este ano, participou da conquista do Carioca, mas sofreu com lesões e fez apenas seis gols. No total, desde 2012, quando foi contratado, disputou 87 jogos com 45 gols marcados.

Pai de Valdivia procura Verdão atrás do meia: "Não sei onde meu filho está"

No Chile, Luis Valdivia diz ter enviado e-mail ao clube perguntando sobre o Mago: "Eles também não sabem e estão esperando que volte"; torcedores o veem na Disney

Por São Paulo
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Valdivia no Al Fujairah (Foto: Reprodução / Twitter)Valdivia chegou a se apresentar ao Al Fujairah, mas depois voltou ao Brasil e não deu mais notícia... (Foto: Reprodução / Twitter)
O paradeiro de Valdivia começa a ganhar ares de mistério. Sem fechar a transferência para o Al Fujairah, dos Emirados Árabes, o jogador deveria se reapresentar ao Palmeiras, que pediu o seu retorno nos últimos dias. Mas o atleta está incomunicável e não tem conversado nem com parentes, como seu pai, Luis Valdivia, que relata preocupação.
No Instagram da esposa de Valdivia, há uma foto dela com o jogador na Disney. A imagem foi postada na terça-feira. Nas redes sociais, alguns torcedores postaram fotos ao lado do Mago, também na Disney, alguns dias atrás.
- Enviei um e-mail ao Palmeiras para perguntar sobre Valdivia, porque não sabemos onde ele está. E ninguém tem uma informação sobre o paradeiro dele. Não sei onde meu filho está: São Paulo, Estados Unidos... eu, a mãe e toda a família estamos preocupados. O Palmeiras diz o mesmo, que também não sabem de nada e estão esperando o seu retorno - disse o pai do jogador, que está no Chile.
Não sei onde meu filho está: São Paulo, Estados Unidos... eu, a mãe e toda a família estamos preocupados. O Palmeiras diz o mesmo, que também não sabem de nada e estão esperando o seu retorno
Luis Valdivia, pai do Mago
Segundo Luis Valdivia, o último contato com o meia aconteceu há duas semanas, quando o jogador viajou para os Emirados Árabes e até posou para fotos ao lado de dirigentes do clube. O pai do atleta diz achar que o jogador assinou contrato com o Al Fujairah, mas relata não ter certeza, pois não recebeu informações desta negociação, diferentemente das demais ocasiões.
- Se vocês (reportagem) souberem alguma notícia, agradeço por me falarem - disse Luis, por telefone.
Com contrato válido até agosto de 2015, Valdivia recebeu os salários de julho do Verdão. Ganhar os vencimentos deste mês, aliás, foi uma exigência do meia para aceitar viajar para os Emirados Árabes, segundo Osório Furlan, conselheiro alviverde e dono de 36% dos direitos econômicos do atleta.
Esposa de Valdivia posta foto com o marido na Disney (Foto: Reprodução / Instagram)Esposa de Valdivia postou foto com o marido na Disney, na terça-feira; Verdão e família do jogador aguardam notícias...
(Foto: Reprodução / Instagram)
O Palmeiras pediu a reapresentação de Valdivia, após ser notificado pelos árabes das pendências na negociação. O Al Fujairah fala em pendências no acordo e em desacerto salarial, mas o estafe do atleta informou ao time alviverde que a situação seria resolvida.

Pelo acordo, o meia seria vendido por 5,5 milhões de euros (R$ 16,6 milhões, sendo R$ 10,5 milhões do Verdão e o restante do conselheiro e investidor). Uma multa de 2 milhões de euros também seria paga ao Al Ain, ex-clube de Mago nos Emirados Árabes.

Segundo Furlan, o Palmeiras o consultou sobre a venda de Valdivia no dia 14 de julho com os seguintes termos: 5,5 milhões de euros líquidos, a serem pagos em cinco parcelas de 1,1 milhão de euros, sendo uma no ato da assinatura do contrato e as outras quatro em dezembro deste ano, junho de 2015, dezembro de 2015 e a última em março de 2016.

Depois de posar com dirigentes árabes, Valdivia ganhou 10 dias de folga e viajou para os Estados Unidos. Seu planejamento era se apresentar para a pré-temporada no dia 4 de agosto.

Apesar de o jogador ter se despedido dos torcedores do Palmeiras por meio de uma rede social, o clube paulista nunca anunciou a transferência. Tanto que ainda mantém o Mago em sua página oficial como um dos atletas do atual elenco comandado por Ricardo Gareca.

Ícone de geração multicampeã, Giba se aposenta do vôlei: "Bem resolvido"

Aos 37 anos, ponteiro encerra ciclo como atleta e só joga de brincadeira na praia

Por Rio de Janeiro
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Os passos até a quadra são feitos lentamente. Giba não carrega na bolsa mais o velho material, mas sim as três medalhas olímpicas. Não tem ciúme. Permite que quem se interessa por elas possam segurá-las. Diz que não são dele, "são nossas". No lugar do uniforme, calça, camisa social e sapatos. O ponteiro de tantos títulos, que marcou uma geração vitoriosa do vôlei brasileiro, estava pronto para ser chamado de ex-jogador. Nesta sexta-feira, Giba colocou um ponto final em sua carreira de atleta. Aos 37 anos, quer começar uma nova história. E mesmo que as palavras dissessem que estava tranquilo, os olhos teimavam em mostrar que aquele momento era difícil. Durante a entrevista, se emocionou várias vezes.
O primeiro ensaio de aposentadoria foi no ano passado. Não espontâneo, mas forçado. Depois de se despedir da seleção nas Olimpíadas de Londres, Giba fez as malas e foi defender o Bolívar, da Argentina. A ideia era jogar mais uma temporada e parar de vez. Mas a passagem por lá não saiu da maneira que imaginava. Sem receber salários durante sete meses e passando pelo processo de divórcio, não disputou as semifinais da Liga e voltou ao Brasil. Acreditava que se recolocaria rapidamente no mercado. Poucas propostas boas apareceram. Até que o Taubaté entrou em cena e o fez recuperar o fôlego. Queria se divertir e dar uma resposta: mostrar que continuava sendo o Giba. A permanência foi breve. O convite para atuar 12 meses como jogador e mais cinco anos como consultor do Al Nasr de Dubai, nos Emirados Árabes, o levou a rescindir o contrato com a equipe paulista. Após três meses de experiência, o contrato foi rompido.
Giba vôlei (Foto: Danielle Rocha)Giba quer iniciar uma nova fase tão vitoriosa quanto a que teve nas quadras (Foto: Danielle Rocha)

- Acabei supertranquilo. Ali (em Taubaté) já tinha resolvido parar. Aí veio a proposta de Dubai. Resolvi jogar mais um ano. Condição física eu tinha, estava saltando bem de novo e com bom aproveitamento no ataque. Fiz 11 jogos lá, mas a cultura era diferente e não deu certo. Hoje acho que o que tinha que fazer eu fiz. É melhor você parar do que pararem você. Não sinto falta de nada. Nada mesmo. Acabei bem resolvido, feliz com que fiz. Uma hora tem que acabar... É complicado (se emociona). Não tem como descrever o que está passando dentro de mim. Só quero agradecer às pessoas que me ajudaram, que estiveram ou estão ao meu lado. E que me desculpem alguma coisa que eu tenha errado. A sensação é de dever cumprido. De saber que dei o meu máximo em todos os momentos. Fui um jogador bom, não me considero o melhor. Um jogador que fez parte de uma geração maravilhosa. Vai ser difícil um outro time bater o que a gente fez em 12 anos. O conjunto fez o melhor time. Eu fui uma peça dentro da engrenagem  - disse o campeão olímpico em 2004 e mundial em 2002, 2006 e 2010.
Giba vôlei (Foto: Danielle Rocha)Giba se emocionou várias vezes durante o anúncio da despedida (Foto: Danielle Rocha)
Giba garante que faria tudo igual. De erros a acertos. Aprendeu com todos e pôde corrigir rumos. Um deles foi voltar a falar com o levantador Ricardinho, com quem dividiu quarto por 11 anos nos tempos de seleção. Foram cinco anos afastados até a reaproximação. Juntos novamente, conquistaram a medalha de prata nos Jogos de Londres 2012. Desde então, aprendeu a acompanhar a equipe nacional apenas como espectador.
Vez ou outra, volta a dar suas cortadas numa rede na Praia do Pepê. Joga com anônimos e se diverte com suas reações ao vê-lo ali, dividindo a quadra com eles.
- Agora jogo só na "rataria", sem regras. Outro dia fui com meu sogro à praia, e ele foi lá na rede perguntar se podia jogar. E aí o chamaram, e ele disse que tinha mais um. Levantei e fui até lá. O pessoal olhou e falou: "Você está de sacanagem, né?" É engraçado ver essa resposta do público de diferentes idades. Teve uma vez que um senhor me abordou, e eu fui me levantar para falar com ele. Eu disse que era um prazer conhecê-lo, e ele me falou que eu já era íntimo dele: "Sabe quantas vezes você entrou na minha casa de madrugada?" (risos)  Eu me sinto lisonjeado por ter recebido isso da vida.
Confira abaixo o restante da entrevista:
Vôlei Brasil 2004 (Foto: Agência O globo)Giba com seus companheiros de seleção no pódio de Atenas 2004 (Foto: Agência O globo)

Do que você vai sentir saudade?
Das pessoas, dos amigos que fiz, das línguas que aprendi, dos lugares que conheci. Não é qualquer um que vai 16 vezes ao Japão. Nós criamos uma família na seleção. Peguei as filhas do Ricardinho no colo e agora a mais velha já tem 16 anos. Ricardo, desculpa se ficou alguma mágoa. Espero que a gente continue essa amizade. Eu e Serginho íamos parar com a seleção depois de Pequim. Mas o Bernardo pediu para que fizéssemos um esforço para poder ajudar a preparar a nova geração. Aceitamos o desafio e ficamos até Londres. Mas agora eu preciso estudar, pensar no que fazer. Estou próximo dos 40. É uma nova fase.
Giba vôlei (Foto: Danielle Rocha)Giba e suas três medalhas olímpicas
(Foto: Danielle Rocha)
Trabalhar com gestão esportiva segue nos seus planos?
Acho interessante. Tenho experiência dentro de quadra, mas posso fazer a quadra melhor agora do lado de fora. Estou voltando a estudar, fazendo os cursos do Comitê Olímpico Brasileiro. Tenho projetos, dou palestras.
Não pensa em ser técnico? 
Não quero. Mas nunca diga nunca... Acho que aí estaria voltando a fazer o que sempre fiz. Vai acabar sendo a mesma coisa. E eu quero novas experiências. Se você não estimula o cérebro, fica burro. E quando a gente é atleta não pensa em nada. As pessoas te falam a hora de acordar, de dormir, que roupa vestir. A geração da gente foi muito legal. Nalbert, Gustavo, André Heller... A gente levava livros para as viagens e trocava. Queria conhecer coisas novas.

Você continua sendo uma referência muito forte na atual seleção. Sempre acaba sendo citado por um ex-companheiro ou pelo Bernardinho. Esperava por isso?
Nunca conquistei prêmios individuais porque queria ganhar. O importante sempre foi a medalha. Sei que influenciei, que fui um espelho para muita gente. Não só no vôlei. Conheci um menino em Recife e entreguei uma bola para ele. Aí ele perguntou o meu nome. Eu disse que era Giba. Ele perguntou de novo o nome de verdade. Eu falei que era Gilberto. Ele me falou assim: "Eu também sou Gilberto, tenho o mesmo problema que você teve (leucemia), vou me curar e te achar para contar. Dois anos depois, ele fez 2.000km para falar comigo em Brasília. Quando o vi descendo a escada com a mãe não consegui treinar. Lembro que ele falou: "Não disse que ia me curar?" Teve também uma menina que me abraçou num aeroporto e disse que a avó e a mãe tinham morrido e que ela se apegou a mim para não se matar. Sei que ajudei muita gente a se superar, como eu também fiz na minha vida.
Giba e Bruninho, Vôlei (Foto: Agência Reuters)Giba e Bruninho no pódio das Olimpíadas de Londres (Foto: Agência Reuters)
Bruninho diz que a final olímpica de Londres segue viva na lembrança dele até hoje. Você também relembra aquele  momento?
A única vez que chorei no pódio foi lá. Mas não era porque tínhamos perdido a medalha de ouro, e sim pelos 20 anos que tinha passado defendendo a seleção e ver que aquilo tinha acabado ali. Claro que perder do jeito que perdemos também foi ruim. Mas para mim foi aquela sensação: " E agora?" Acabou tudo". Ele (Bruninho) não. Ele tem mais três Olimpíadas e tempo para chorar só que pela conquista de novos ouros.

Você acredita que o Brasil tem chances de conquistar o tetracampeonato mundial na Polônia?
Quando estavam disputando a Liga Mundial, e as coisas não estavam saindo do jeito esperado e todo mundo estava criticando eu falei: "Esperem porque eles vão chegar de novo". E foram para a fase final e ficaram com a prata. Estou confiante e acho que vão chegar ao Mundial com muitas chances. A Rússia perdeu o líbero e o oposto. Acho também que nos Jogos eles vão bem. A renovação é natural, e o Bernardo teve essa capacidade de vislumbrar o futuro, levando Sidão, Bruninho, Eder e Murilo para ir treinar com a gente e ganhar experiência. Estamos há quatro ciclos olímpicos no pódio. Confio muito nesse grupo.

Seus filhos jogam vôlei?
Não (risos). Ela faz atletismo, ele gosta de judô. Para Nicoll, o vôlei foi o que tirou o pai dela de casa. Diz que não quer por isso. Ela tem 10 anos e é ciumenta. Vai ao shopping e fala que hoje o pai é dela, que ninguém vai parar para tirar foto comigo. Patrick é moleque. Está com 6 anos e gosta de futebol e judô. Os dois praticam muito esporte.
vôlei Giba olimpíadas (Foto: Getty Images)Giba durante as Olimpíadas de Londres (Foto: Getty Images)

O que foi mais sofrido durante toda a carreira?

Nicoll e Patrick são os meus tesouros. Quando eles nasceram foi bem difícil. Eu viajava muito. Lembro que estava na Coreia, e ela não queria falar comigo pelo computador porque eu estava há 25 dias fora de casa. Ela então olhou para tela e disse: "Oi, papai. Não me obrigue mais a falar com você pelo computador porque eu sinto saudade." (chora) Doeu não ver essa parte do crescimento dela. Patrick também é maravilhoso e reclamava, pedia que eu não viajasse de novo. Ela nasceu quando eu estava nas Olimpíadas de Atenas. E ele, depois das de Pequim. Nicoll sempre brinca: A minha medalha é de ouro, a sua é de prata".
Giba Dança dos famosos (Foto: Instagram)Giba durante ensaio para o quadro Dança dos Famosos (Foto: Instagram)
O espírito competitivo do ex-atleta vai estar na Dança dos Famosos?
Não gosto de perder nem em par ou ímpar (risos). Os outros participantes são fortes, mas estou me esforçando. Não sabia dançar, não. Estamos ensaiando duas horas por dia e chego em casa cheio de dores. Vamos ver a partir de domingo como vai ser (risos). Acho que fui bem. Camila, a bailarina que é minha professora, é muito boa e já deu para aprender bastante.
principais títulos da carreira
3 medalhas olímpicas (ouro em Atenas 2004, prata em Pequim 2008 e Londres 2012)
3 ouros em Mundiais
3 Copas dos Campeões
2 Copas do Mundo
1 Pan-Americano
8 Sul-Americanos                                                                                                                   Integrante do Hall da Fama do Vôlei