Após exame, corte é descartado,
e Ganso segue com a Seleção
Com dores na coxa esquerda, meia sequer foi relacionado para a partida contra a Nova Zelândia. CBF ainda não divulgou resultado
Por Márcio Iannacca
Direto de Newcastle, Inglaterra
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Após ser submetido a exames mais aprofundados para saber a gravidade do
problema na coxa esquerda, na noite desta quarta-feira, em Newcastle, o
meia
Paulo Henrique Ganso
segue com a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos. O corte do atleta,
que chegou a ser cogitado, foi descartado após os resultados.
Ganso sequer foi relacionado para a partida contra a Nova Zelândia e
assistiu à vitória brasileira na arquibancada do estádio St. James Park,
em Newcastle. Após a partida, o meia seguiu com o médico José Luís
Runco para uma clínica na cidade, onde realizou o exame. Por volta das
15h30 de Brasília, os dois retornaram ao hotel da Seleção. No local, se
reuniram com o fisioterapeuta Odir Souza. A permanência do jogador do
Santos foi definida no encontro.
Ganso acompanhou a vitória brasileira das arquibancadas do St James Park (Foto: Márcio Iannacca / Globoesporte.com)
Mesmo com o corte descartado, a CBF ainda não divulgou o resultado do exame.
Antes de saber o resultado do exame, o técnico Mano Manezes admitiu a
possibilidade de aguardar a recuperação de Ganso, mesmo que ele fique
fora do próximo jogo.
- Se for algo leve, que permite uma recuperação rápida, ficar fora de
uma partida apenas, poderíamos pensar (em deixá-lo no grupo) sem dúvida
nenhuma. Vou esperar o exame porque sempre fizemos dessa forma. Não
vamos apressar os fatos. Existe uma boa possibilidade de ele não ter uma
lesão mais grave. A cabeça do jogador fica preocupada quando você tem
sucessivas lesões. Uma pequena fisgada precisa de um esclarecedor
material, que é o exame. Você já pensa que é algo grave. E cabeça de
jogador significa 70%. Sem ela, ele não vai a lugar nenhum - analisou
Mano Menezes, após a vitória por 3 a 0 sobre a Nova Zelândia.
O Brasil volta a campo no sábado, quando enfrenta Honduras, às 13h (de
Brasília), em Newcastle, pelas quartas de final do torneio olímpico.
Histórico de lesões
Ganso estreou na Seleção junto com Mano: na vitória de 2 a 0 sobre os
Estados Unidos, em Nova Jersey, em agosto de 2010. Camisa 10, o atleta
do Santos foi um dos destaques da partida ao lado de Neymar e passou a
ser considerado nome fundamental para a Copa do Mundo de 2014.
Mas enquanto o amigo santista virou a referência da equipe, Ganso
sofreu com lesões, caiu de produção e perdeu espaço na Seleção. Nas
Olimpíadas, ficou com a camisa 16 e viu Oscar, recém-negociado pelo
Internacional com o Chelsea, assumir o número 10 e a vaga de titular.
Depois da estreia com a amarelinha, Ganso ficou fora alguns meses por
uma grave contusão no joelho e retornou à Seleção na Copa América de
2011, sem brilho. Depois, foi chamado para o amistoso com a Alemanha,
derrota de 3 a 2, em Stuttgart. No jogo seguinte, diante de Gana, em
Londres, o meia começou como titular, mas sentiu uma lesão logo no
início e deixou o gramado.
Em fevereiro de 2012, mais uma chance. Iniciou no banco contra a
Bósnia, em St. Gallen, e entrou no lugar de Ronaldinho Gaúcho. Também
teve atuação discreta. Depois, chegou a ser convocado para os amistosos
com Dinamarca, Estados Unidos, México e Argentina entre maio e junho,
como preparação para as Olimpíadas, mas acabou fora por causa de uma
artroscopia no joelho.
Nos Jogos Olímpicos, o meia começou no banco nas duas primeiras rodadas
e atuou apenas 18 minutos na estreia (3 a 2 sobre o Egito), em Cardiff,
e 26 contra a Bielorrússia (3 a 1, em Manchester).